sábado, 14 de fevereiro de 2009

COISAS DE POETA

Embora na abstração
meu pensamento é lógico,
Os troncos soluçam, eu sei,
pelo mêdo do corte.
As folhas reclamam do vento
que as vem desfolhar.
O céu chora no mar
enquanto o sol
enxuga meus pensamentos,
e suas asas molhadas
que precisam voar.
Brincadeiras com a caneta
me fazem colorir o papel
que começa imaginar na escrita
como vive um poeta.

*Direitos Reservados*

CHEIRO DE FLÔR

Levantei cedo como de costume,
o sol já acordava o dia,
pé ante pé sai do quarto,
resfresquei-me na pia
e engordei a roupa passada,
sai para o mundo.
No trabalho uma porta me abriu,
um vulto de mulher:
- Era Marília!
Parar, parei,
diante do cheiro que ela exalava,
perfume, era ela só cheiro,
cheiro de flôr.

*Direitos Reservados*

MINHA NATUREZA

Floresta me escuta!
Saiba que sou teu amigo,
quero lhe dizer que mesmo cansado
luto, para mantê-la, intacta, pura.
Sei que merecemos o castigo,
todos os castigos,
talvez por isso morremos sós,
pois além do chicotear do vento
te açoitando o tronco,
te ataca o bando de serras,
na mão de furiosos vegetais.
Me escuta!
O tempo está chegando, gritando,
chorando, dizendo,
que se voce morrer, morreremos,
não nos entendemos.
Floresta me escuta!
saiba que sou seu amigo,
quero lhe dizer:
Mesmo cansado,
eu luto!

*Direitos Reservados*

BUSCA

Sempre andei só,
na noite,
cortando o vento
buscando vagalumes,
com minha lanterna apagada,
sobre a cabeça
o peso de mil estrelas
inflamando minha poesia,
era festa no céu,
até a lua bebia
em meia taça,
o tempo corria de mim
sem parar,
assim solitário
continuei cortando vento,
vi muitos vagalumes,
com minha lanterna apagada.

*Direitos Reservados*

ASSIM ME SINTO

Nada de mim
voce carrega em si,
apesar de me olhar
quando estou te olhando.
Vejo os olhos
e ouço nos teus olhos
que nada é para mim,
escondo então,
o que guardado tenho
e finjo que nada ligo;
é meu jeito de ser feliz.

*Direitos Reservados*