sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

SEJA O QUE FLÔR

A morte do amor
posto que é chama
durante dura
de forma estranha
como uma fome Etíope.
As carícias dormem
tudo é comida
fome que não sacia
O mundo fetichiza
o amor que foi,
 agora seja o que flôr.


UM POUCO DE CADA COISA

Foi tudo muito súdito
tudo muito injusto
muito pobre muito rico
tudo meio assunto
tédio e mistério
ontem tudo inteiro
hoje tudo meio
dúvidas em pé
militando fé
tudo um saco
tudo ave maresia.

CÉU E INFERNO

Os Deuses enchem copos de esperma
fecundam óvulos, ovulando
bêbados vamos nós
pelos vazios lá de fora
porque o céu está sempre lotado.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

BORBOLETAS

Despe-se a lagarta
das vestes,
Nua bate asas
pousada numa flôr de ipê
colorida
a pele leve, voa,
viçosa na paisagem
sorrindo para a natureza.

TENTÁCULOS

Um dia de polvo
de polvo que abraça
um povo que sonha
num polvo apertado

Um polvo sedutor
que coisifica um povo,
coisas de mar
de um povo náufrago

Tão bravio e bárbaro
açoitando pedras, margens,
e um povo encharcado
de gosmas e braços.

CRESCENDO

Querida! Somos crianças.
Eternamente viveremos a dança,
 que grita
no corpo, na mente eterna,
chama
que ilumina, anima, a vida,
em uma espiral
infância infinita.

COISAS DE ARCANJO

Ví um  Deus, traindo uma menina.
- Boa noite senhor! Eu disse.
Ele respondeu: - Não sou senhor de nada.
Só um arcanjo de asas pintadas
unhas vermelhas e boca de morango

No beco, um cachorro latia
preso a uma coleira, atrás de um portão de ferro
Era uma capela. Garoava.
- É um pitbull? Perguntei
- Não. É um pastor policial.