domingo, 23 de agosto de 2015

TRANSFORMAÇÕES

Sob a consciência daquilo que é velho,
A lápide sobre mim não sintetiza o que fui.
Quando era, nascido, seria para sempre,
O ovo, a lagarta, a libélula,
Olhos, braços, pernas, espreguiçadeira,
Família feliz na cabeça.
Sempre soube que o que começa termina,
lógica de tudo nas rugas,
engano os anos a ferro e bisturi,
convenço, um, dois, nunca o mundo.
Eu diante do espelho.
Passeando no tempo durante tudo é lindo,
Uma mordida, um maracujá na gaveta,
cheio de cicatrizes de tempo,
o drama da carne ficcionando a vida.
Talvez pudesse negar mudanças,
Do que sou, fomos, seremos,
Preso as correntezas afogando margens,
Remando felicidades, como borboletas,
Vivente a vida cochicha maturidade

Me ensinando a ser pó.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

MINHOCANDO

De buraco em buraco
a terra sobre mim
enche-me de pensamentos,
patéticos  políticos,
somente semente de dois lados
esquerda e direita
como se a terra não fosse redonda,
um queijo suiço quadrado,
meus buracos, casulos ideológicos,
tomara esse poeta poema,
saia borboleta, do buraco, da minhoca.

REGGAE

Um sapo embriagado falou
numa esquina
Ei! reggae...reggae...reggae...
Estava eu embriagado?...sorri

Muitos surdos mudos, passavam,
não valiam libras ou tostão, se ,
não sabem quem são,
Eu? Ouvia Bob Marley.

Preguiçoso, nas pernas,
com os olhos eu vejo,
um mundo um beijo.