domingo, 31 de julho de 2016

PEGANDO FOGO

Meu oitavo amor
arde em chamas
de fogueira de São João.

ATRIZ

Mulher de muitas faces
Vi você de vermelho
num bordel
depois voando
numa caixa preta, mas,
você já sabia,
que a cortina descia.

RODA VIVA

Acho que morremos amanhã, fato.
Hoje vivemos intensamente
pode ser agora.
Não. Não desejamos.
Daqui a pouco, os velhos vão.
novos virão, novos se vão,
A idade se pronunciará efêmera,
aos velhos serena, aos jovens apenas.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

AMOR PRÓDIGO

Um sorriso, uma palavra, um olhar,
Não diz tudo, mas  despretenciosamente,
Também pode não significar nada,
Sendo sutil e leve
O feito breve eu guardarei

As palavras escravizadas
Em garrafas de outros mares
Li, noturno, ejaculação distante,
Melou-me  saudades.
Não vou responder.

Se  não me conhece
Continuarei andarilho
Com cruzes na mochila
Respirando outros tempos
Até me encontrar.


Um dia te visitarei.

terça-feira, 12 de julho de 2016

O ÓDIO QUE CARREGO

Odeio amar
Amar exige equivalência
Está ai o conflito
Não se ama igualmente, equilibradamente,
Amar é feitiço, fetiche,
Odeio amar, por não poder se livrar,
Armadilha, num looping incansável
Dialética companheira ilha,
Odeio amar
Me alimenta e me mata faminto.
As lembranças são sorrisos de hienas.,

domingo, 3 de julho de 2016

SOLIDÃO


O tempo vai passando e acompanhando,
você, não vai embora indo todo tempo.
Ficando.

O tempo passou e fica recusado, nas feridas
que não fecham, onde não é mais bem-vinda
na miopia que te enxerga.

O tempo lagrimeja no mar.

Já passou, sem perdas nem lucros,
o valor ficou aplicado
os ganhos são gastos nas novas relações

Só quem dividiu muito aprende a ser só.

Há uma espécie de prazer em ser ostra,
Não ter o outro todo tempo,
Talvez seja pelo conteúdo que se carrega.

Ficar só pode ser uma opção de amor.