Que neste Natal,
os doces te rasguem, com palavras,
cheias de chantily.
Tudo será oculto,
num espelho que não reflete,
pois só você verá por dentro
como os olhos dos cegos.
Neste Natal,
o que vai receber
não poderá pegar,
nem poderá ser devolvido,
que o peru, o pernil e o vinho,
não seja seu mas de todos.
Nesta postagem poética,
defecada pela memória,
emanam sobras dos afetos
sem endereço, tempo que passou,
passou sem que eu passasse.