segunda-feira, 5 de março de 2018

VIDA E MORTE LUMPEN

A vida passa tão rápido...
passa...passa...passa...
Chega uma velhice tão jovem,
institucionalizada falece. Tudo efêmero,
nada real, tudo tão ficção.

Passeio entre Quixotes,
Ghandis e Marxs,
namorando Fridas Calos.
Calei-me. Minha lápide: Ninguém.

GESTOS

Tudo que começa termina,
como filhos de Deus e Diabo,
marionetes que olham e não vêem,
ovários e teias.

Armas que te pertencem,
mas cansam teu lombo,
Como usá-las em luta?

Ao nascer o gesto que se faça o gesto.

QUEM TEM OLHO GRANDE NÃO ENTRA NA CHINA

O Brasil morre, colocado de joelhos,
do Oiapoque ao Chui, olhando,
entre sorrisos falsos, cínicos,
chapéu de memorias, sonhando,

O lábio de cima, mostra os caninos,
o inferior, cortante como serras,
os superiores são ousados,
com punhos cerrados que apoiam o queixo,

Os olhos, inquietos, definitivos,
Um Brasil de futuro americano,

O olhar de quem olha é chinês.