sábado, 3 de novembro de 2007

CRESCIMENTO

Tinha tanta palavra meiga
quando me fizeram de leite.
Conhecia vozes de bicho,
sabia os beijos mais violentos,
viajava, brincava, aprendia.
Era bom amar, desamar, viver, uivar, desesperar.
Era bom mentir e sofrer;
adolescência inocente.
Meu corpo, que era do corpo,
meu único corpo
desamparado entre nuvens,
que eu vesti de negro,
vesti de branco,
cerquei de defesas,
embalei, tratei.
Meu mercado de desejos,
expôe seus tristes tesouros.

*Direitos Reservados*

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