sexta-feira, 31 de julho de 2009

AMOR NÃO BASTA

O lençol violentado,
amassado silenciava na cama;
era manhã e o tempo balançava,
na cadeira de vime na varanda.

O amor para o além do agora
eu sentia no cheiro do café,
que subia da cozinha.

Meu livro sobre a mesa
de pães e geléias.

No quintal cheio de folhas;
folhas e sílabas,
que o vento soprava leve
e o tempo levava.

O meu olhar versificado
olhava para além do café,
que agora vinha em minha direção,
buscava um sentido para aquela forma
que na noite me aventurei,
percorrendo o caminho das pernas,
entrando em grutas,
encontrando flores.

Como descrever minha unidade dividida?

Acho que sido, somos, sendo,
mais isso não me basta,
é natural demais para quem gosta
de mudar o tempo com ternura.

*Direitos Reservados*

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