Todas as batalhas
travadas com bolinhas de gude,
enchem um saco de poesia.
Tudo que é sem eira nem beira,
sem valor de venda e compra,
como amor de esteira,
enchem um saco de poesia.
Todas as palavras, jogadas ao vento,
sem lenço e nem documento,
pisadas, mijadas, escarradas,
enchem um saco de poesia.
Tudo que é sem importância,
gente, coisas e estrelas,
iluminação de vagalume,
enchem um saco de poesia.
Minha vida, meus amores,
Tudo que é jogado no lixo
enchem um saco de poesia.
Tudo que a borboleta come
Tudo que meu amor rejeita
Sendo jovem, sendo velho,
enchem um saco de poesia.
Tudo que pode ser disputado
num jogo de amarelinha,
enche um saco de poesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário