Estava pensativo diante de um copo de vinho velho,
quando me trouxe a realidade o coachar de um sapo,
Eu vi! Vi? Acho que vi.
Ele dar um grande gole num copo de cerveja,
mas..., pensando bem, talvez fosse um príncipe.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
DANÇA
Passamos os braços pelos ombros
ajustamos nossos quadris aos meus
alojamos os joelhos entre nossas pernas
Seu pé direito meu esquerdo, dois passos,
pra lá, pra cá, pra cima, em baixo, entre,
o olhar´passava para além, por fora,
dos nossos rostos sorridentes,
as mão rodopiavam os corpos.
Tocava Louis Amstrong ao fundo.
ajustamos nossos quadris aos meus
alojamos os joelhos entre nossas pernas
Seu pé direito meu esquerdo, dois passos,
pra lá, pra cá, pra cima, em baixo, entre,
o olhar´passava para além, por fora,
dos nossos rostos sorridentes,
as mão rodopiavam os corpos.
Tocava Louis Amstrong ao fundo.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
PRISIONEIRO
Amarras - correntes
no quarto escuro
onde o criado-mudo
anuncia o tempo,
o tempo é o espelho
que são afluentes na pele
Amarras - correntes
boiando na superfície,
dos rios e margens -
correntes.
no quarto escuro
onde o criado-mudo
anuncia o tempo,
o tempo é o espelho
que são afluentes na pele
Amarras - correntes
boiando na superfície,
dos rios e margens -
correntes.
TENHO URGÊNCIA DE VIVER
Tenho urgência de viver
Fui criança, fomos adolescentes,
sou... acho que sou...são.
Em todo mundo de loucos
há tantos doidos com tantas certezas
eu com tantas dúvidas
To be or not to be
Não sei quem sou,
tupiniquim?
Vale a pena ser o que penso de mim?
Penso tantas coisa, outros tantos,
pensam o mesmo, pode haver tantos?
Já sou visto por quem não sou
quando arrancar minha máscara da cara,
só verei velhas rugas.
Fui criança, fomos adolescentes,
sou... acho que sou...são.
Em todo mundo de loucos
há tantos doidos com tantas certezas
eu com tantas dúvidas
To be or not to be
Não sei quem sou,
tupiniquim?
Vale a pena ser o que penso de mim?
Penso tantas coisa, outros tantos,
pensam o mesmo, pode haver tantos?
Já sou visto por quem não sou
quando arrancar minha máscara da cara,
só verei velhas rugas.
ADEUS AMIGO...
Perdi um companheiro
entre coisas que seduzem,
o mundo, caos moralista, in-di-gente,
vou lembrá-lo, asseguro.
O afastamento é definitivo, talvez...talvez...
nos vemos no futuro.
Foi-se amigo, sem calor, sem falas,
Não hei de me perturbar com a descoberta
da causa - da vagina - a fera
Vamos morrer nessa vida - do fato
Assim como vivemos a passagem - do exato.
entre coisas que seduzem,
o mundo, caos moralista, in-di-gente,
vou lembrá-lo, asseguro.
O afastamento é definitivo, talvez...talvez...
nos vemos no futuro.
Foi-se amigo, sem calor, sem falas,
Não hei de me perturbar com a descoberta
da causa - da vagina - a fera
Vamos morrer nessa vida - do fato
Assim como vivemos a passagem - do exato.
INÍCIO
Saibam, com sinceridade,
aprendi a amar no cárcere,
me apaixonei através da grade da cela
a imensidão do céu e o mundo,
mas, poesia mesmo,
foi quando um raio de sol amarelado,
desenhou quadrados na parede
formas pra todo preso,
foi quando odiei o bonito
e resolvi fazer cabeças.
aprendi a amar no cárcere,
me apaixonei através da grade da cela
a imensidão do céu e o mundo,
mas, poesia mesmo,
foi quando um raio de sol amarelado,
desenhou quadrados na parede
formas pra todo preso,
foi quando odiei o bonito
e resolvi fazer cabeças.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
ANSIEDADE
Acalme sua ansiedade
não é tempo, não é hora
está tudo muito confuso
o sonho não se faz agora.
Sossega sossega
logo a gente se deita
amassar lençol, socar colchões
deixa a vida prazeirosa.
não é tempo, não é hora
está tudo muito confuso
o sonho não se faz agora.
Sossega sossega
logo a gente se deita
amassar lençol, socar colchões
deixa a vida prazeirosa.
LÁPIDE
Adeus revolucionário
fomentador de conflitos.
Viver
na intensidade da luta
levou-o à morte
Se é bom combatente
lute com Deus e o Diabo
Isso sim eu faria se pudesse
Transformar minha covardia
em coragem, o confronto com minhas preces.
fomentador de conflitos.
Viver
na intensidade da luta
levou-o à morte
Se é bom combatente
lute com Deus e o Diabo
Isso sim eu faria se pudesse
Transformar minha covardia
em coragem, o confronto com minhas preces.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
CHUVA
Chovia no céu- cinza,
do novo dia que despontava
não lágrimas : - : chovia
Molhava o quadro
umedecia a muda cotovia
pra silenciar a despedida
Movimento repetido
do que seria o amor do amanhã
sem as lágrimas: - : porque chovia.
do novo dia que despontava
não lágrimas : - : chovia
Molhava o quadro
umedecia a muda cotovia
pra silenciar a despedida
Movimento repetido
do que seria o amor do amanhã
sem as lágrimas: - : porque chovia.
PODRES PODERES
Podres poderes, patrões,
pobre sujeito coisificado,
juventude sem identidade.
Podres sementes
que florescem
somente se apodrescem.
Podre mundo dialético
que mesmo enrugado
estica a vida num d`javu
Sistema vivente
que precisa matar
pra viver.
pobre sujeito coisificado,
juventude sem identidade.
Podres sementes
que florescem
somente se apodrescem.
Podre mundo dialético
que mesmo enrugado
estica a vida num d`javu
Sistema vivente
que precisa matar
pra viver.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
PIPA QUE PARTIU
No chão batido, a favela ao fundo;
crianças constroem pipas
e gritam:
O vento!...
Desembestada a pipa voou,
planou,
partiu,
As crianças surpresas xingam:
Puta que pariu!
crianças constroem pipas
e gritam:
O vento!...
Desembestada a pipa voou,
planou,
partiu,
As crianças surpresas xingam:
Puta que pariu!
FILHOS DA MÃE
A flexa de Marx
atravessou cabeças
A faca de Lênin
rasgou ilusões
A bomba de Brecht
explodiu o naturalismo
A flexa só não atravessou
A faca só não rasgou
A bomba só não explodiu
o rabo dos calhordas
que defendem a miséria.
atravessou cabeças
A faca de Lênin
rasgou ilusões
A bomba de Brecht
explodiu o naturalismo
A flexa só não atravessou
A faca só não rasgou
A bomba só não explodiu
o rabo dos calhordas
que defendem a miséria.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
O QUE FOR SERÁ
Se eu soubesse antes
que hoje sempre morre
que o amanhã também,
morreria tranquilo,
porque você seria
depois de amanhã.
Vem no seu tempo,
Onça pintada
de olhar agateado
Porque, quando for,
será o que é.
(Para a amiga Carol Martins)
que hoje sempre morre
que o amanhã também,
morreria tranquilo,
porque você seria
depois de amanhã.
Vem no seu tempo,
Onça pintada
de olhar agateado
Porque, quando for,
será o que é.
(Para a amiga Carol Martins)
sábado, 11 de fevereiro de 2012
PEDAÇO DA TARDE
"Vem a mágoa
nos dentes do lobo
e o pôr do sol
Suas visceras
sendo mastigadas
pedaço a pedaço. Tarde."
nos dentes do lobo
e o pôr do sol
Suas visceras
sendo mastigadas
pedaço a pedaço. Tarde."
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
DRAMATURGIA POÉTICA
Eu - Fique no chão ou voe
pra bem longe ou fique,
exploda ou silencie,
mesmo calada nos falamos.
Ela - Essa relação me pesa
como pesam os sonhos
sob os lençóis
Eu - Se me olhasse nos olhos
minha menina mostraria
seu reflexo dentro deles.
Ela - Ouve meu silêncio
como um murmúrio
de possibilidades
Eu - Somos marés morrendo
e quebrando nas praias
Ela - Vivo o medo, de não encontrar
o que procuro, sem querer tomar posse
Eu - Nunca soube onde começa a menina
e onde termina a mulher.
Ela - Confesso: Me escondo no meu íntimo
sem sentir o lá-fora-dos-outros.
pra bem longe ou fique,
exploda ou silencie,
mesmo calada nos falamos.
Ela - Essa relação me pesa
como pesam os sonhos
sob os lençóis
Eu - Se me olhasse nos olhos
minha menina mostraria
seu reflexo dentro deles.
Ela - Ouve meu silêncio
como um murmúrio
de possibilidades
Eu - Somos marés morrendo
e quebrando nas praias
Ela - Vivo o medo, de não encontrar
o que procuro, sem querer tomar posse
Eu - Nunca soube onde começa a menina
e onde termina a mulher.
Ela - Confesso: Me escondo no meu íntimo
sem sentir o lá-fora-dos-outros.
MULHER?
Sem considerar a forma e o conteúdo
como distinguir as mulheres?
São só diferentes nos nomes...
São tão parecidas como um buquê de rosas.
como distinguir as mulheres?
São só diferentes nos nomes...
São tão parecidas como um buquê de rosas.
O ABRAÇO DO POLVO
Polvo que mora no oceano
no fundo do mar do mundo
abraça, abraça e sufoca
a garganta
o pulmão
o pensamento
o estômago
as entranhas
abraça, abraça e sufoca
Polvo que mora no oceano
no fundo do mar do mundo
abraça o trabalhador
abraça os seus desejos
abraça os abraços, braços,
abraça as mãos sobre a natureza,
abraça a cabeça,
abraça e reabraça
abraçando e dançando,
dança pra lá e dança pra cá
ao som da balada.
no fundo do mar do mundo
abraça, abraça e sufoca
a garganta
o pulmão
o pensamento
o estômago
as entranhas
abraça, abraça e sufoca
Polvo que mora no oceano
no fundo do mar do mundo
abraça o trabalhador
abraça os seus desejos
abraça os abraços, braços,
abraça as mãos sobre a natureza,
abraça a cabeça,
abraça e reabraça
abraçando e dançando,
dança pra lá e dança pra cá
ao som da balada.
COMBATE A FICÇÃO
O amanhã virá de novo
com o abraço das coisas,
do amor, do trabalho, da exploração
e da luta, justa?
Uma fábrica que produz
cruelmente o futuro
Mudanças?
Só mudando a forma e o conteúdo
que já não nos cabe mais.
O amanhã poderá ser coletivo
um só corpo
sem céus, só oceano,
mar vermelho, transformado
pelo combate incessante, diário,
contra a ficção dos dias.
com o abraço das coisas,
do amor, do trabalho, da exploração
e da luta, justa?
Uma fábrica que produz
cruelmente o futuro
Mudanças?
Só mudando a forma e o conteúdo
que já não nos cabe mais.
O amanhã poderá ser coletivo
um só corpo
sem céus, só oceano,
mar vermelho, transformado
pelo combate incessante, diário,
contra a ficção dos dias.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
SEREIANDO
Nos conhecemos hoje,
sou pra você
uma estrela?
Se o navegante navegar
o caminho errado de marear
a me seguir
vai naufragar no mar
se chocará nas rochas sob o mar.
Se você me navegar
a procurar: você
vai naufragar no mar
e as rochas dançarão
por nós em frenesi,
você nos encontrou.
sou pra você
uma estrela?
Se o navegante navegar
o caminho errado de marear
a me seguir
vai naufragar no mar
se chocará nas rochas sob o mar.
Se você me navegar
a procurar: você
vai naufragar no mar
e as rochas dançarão
por nós em frenesi,
você nos encontrou.
NÃO VOLTE NUNCA
Se eu lhe dirigir meu sorriso
quando a encontrar
não volte, não volte nunca
Virei a página dos melhores dias
meus olhos olham outras vidas
se perdem no horizonte
pra enxergar outras estórias
esquece os abraços, animais,
esquece meu céu da boca
onde não se molhou da verdade
Se tivesse eu percebido
a singela inutilidade dessa relação
tudo teria sido amizade
e nós teríamos sido felizes.
Se eu lhe dirigir meu sorriso
quando a encontrar
não volte, não volte nunca.
quando a encontrar
não volte, não volte nunca
Virei a página dos melhores dias
meus olhos olham outras vidas
se perdem no horizonte
pra enxergar outras estórias
esquece os abraços, animais,
esquece meu céu da boca
onde não se molhou da verdade
Se tivesse eu percebido
a singela inutilidade dessa relação
tudo teria sido amizade
e nós teríamos sido felizes.
Se eu lhe dirigir meu sorriso
quando a encontrar
não volte, não volte nunca.
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