Enterrei na marginal,
as margens, um braço do tietê,
Ser rio poluído é preciso prática,
começa com uma cusparada,
Comer pneus e sofás,
e outras coisas jogadas fora,
A vida fecunda, bundas,
moscas de bananas madurando mortas,
Nessa paisagem passeia o poeta afogado,
entre sapos coaxando, cada qual na sua cova,
Entremorto uma coroa de borboletas,
uma poesia sem calcinhas,
O cheiro desse poema,
banha nessas águas turvas.
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