quarta-feira, 9 de abril de 2008

INSPIRAÇÃO

Me esbarrou por acaso
e nunca notou minha existência;
nem quando morreu na janela da sala,
uma mosca sózinha;
era noite de sol posto,
e lágrimas me rolaram pelo rosto,
ela não viu,
a mosca morta,
nem o luto nos meus olhos,
quando a noite ficou mais cinza,
ela não viu que eu via,
seu corpo longo e lento,
há andar pela sala
As minhas olheiras exiladas,
se prendiam entre as pálpebras,
e meu coração marcava,
cada passo seu no peito,
movia meu pensamento,
lhe emprestava o movimento,
andando fumegante
com meu cheiro de café,
em sua caneca vermelha,
nada disso ela via,
o olhar que pedia,
nada ouvia do batuque,
que fazia a cotovia,
no peito do poeta só.

*Direitos Reservados*

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