Um rosto não perde sua cor rosada
sobre outra cor,
deitado corpo, numa cama rápida.
Na noite, em movimento, o corpo,
doçura, sutilmente desenhado,
pisos, crateras, cavernas d'agua,
em que por vezes me afogo.
Sexo abundante, espelho,
onde dançam estas palavras de mistério,
Elas arfam altas e baixas tão silenciosas,
mortalmente confusas.
sábado, 29 de março de 2014
POEMA MUSICAL
Suado baú de sons
ela sonhava agora eu
depois do grande acorde
vivia em mim noite dia
um tempo de música
poesia ia e vinha
colcheia semi colcheias
violino que me tocava
Eu? Tinha a obrigação de cantar.
ela sonhava agora eu
depois do grande acorde
vivia em mim noite dia
um tempo de música
poesia ia e vinha
colcheia semi colcheias
violino que me tocava
Eu? Tinha a obrigação de cantar.
quinta-feira, 27 de março de 2014
PERDIDO
Não me acho
não me achando
não procuro por mim
Sem nascer
não morri
Eis me aqui
sem estar
Esqueci
que me lembro
Nesse chão
sou apenas semente
Flôr não deu.
não me achando
não procuro por mim
Sem nascer
não morri
Eis me aqui
sem estar
Esqueci
que me lembro
Nesse chão
sou apenas semente
Flôr não deu.
FICÇÃO
É fato!
A vida é o que imagino.
A vida não é!
Quando ela sai de mim
sou morto - Morto - Vivo
só quando existo.
A vida é o que imagino.
A vida não é!
Quando ela sai de mim
sou morto - Morto - Vivo
só quando existo.
PROCURA
Um amor procura
um corpo leve, sustentável
no solitário tempo
Um anel
Um véu
Gaiola de pássaros
Um mar, maremoto
na paisagem tranquila,
olhando um horizonte
que ninguém viu.
um corpo leve, sustentável
no solitário tempo
Um anel
Um véu
Gaiola de pássaros
Um mar, maremoto
na paisagem tranquila,
olhando um horizonte
que ninguém viu.
TENHO GOSTO DE MAR
Se eu pudesse me escolher
Como ser? Teria que me desenhar
molhar lençóis de suor
talhar em dura pedra,
exato nas curvas e retas,
mesmo em pedra - pedra suave
Meu intelecto?
Esse já me é dado,
não me é dado a escolha
de ser.
Por isso sou sem asas, porém...
ser humano é um privilégio
dessa estrela,
ora fria, ora morna,
com gosto de mar.
Como ser? Teria que me desenhar
molhar lençóis de suor
talhar em dura pedra,
exato nas curvas e retas,
mesmo em pedra - pedra suave
Meu intelecto?
Esse já me é dado,
não me é dado a escolha
de ser.
Por isso sou sem asas, porém...
ser humano é um privilégio
dessa estrela,
ora fria, ora morna,
com gosto de mar.
MARIONETE
Passo a vida
embalado pela história,
mesma, mão que balança o berço,
me vigia os passos,
a frente, atrás, entre,
ora me afoga e ressucita,
me rasga o peito e cicatriza.
A vida, a vida mesma,
nunca conheci, não me achega.
As cordas dessa marionete
deixadas pelo chão, não tem raízes,
esticadas linhas frias,
que escreve esse poema
antes que a morte lhe venha.
Escreve o seu.
embalado pela história,
mesma, mão que balança o berço,
me vigia os passos,
a frente, atrás, entre,
ora me afoga e ressucita,
me rasga o peito e cicatriza.
A vida, a vida mesma,
nunca conheci, não me achega.
As cordas dessa marionete
deixadas pelo chão, não tem raízes,
esticadas linhas frias,
que escreve esse poema
antes que a morte lhe venha.
Escreve o seu.
domingo, 23 de março de 2014
CÃES
Os cães dos vizinhos
se xingam a noite
Os cães
símbolos de proteção das casas
presos, entre paredes,
saltam sobre os portões
gritando palavrões
saltos, corpos, presas,
assaltos , sobressaltos,
assustam até estrelas
poderosos supermans
como se fossem policiais.
se xingam a noite
Os cães
símbolos de proteção das casas
presos, entre paredes,
saltam sobre os portões
gritando palavrões
saltos, corpos, presas,
assaltos , sobressaltos,
assustam até estrelas
poderosos supermans
como se fossem policiais.
NOTURNOS
À noite, acordados,
os pernilongos, baratas, ratos,
corujas e grilos
Tudo que pude escutar e ver,
além de outros de pouca vida,
todo jardim dormia com o pomar
somente a vela na varanda
aquecia o silêncio
que caminhava para o fim.
os pernilongos, baratas, ratos,
corujas e grilos
Tudo que pude escutar e ver,
além de outros de pouca vida,
todo jardim dormia com o pomar
somente a vela na varanda
aquecia o silêncio
que caminhava para o fim.
DIÁLOGO
Eu debruçado sobre o alpendre da janela
à sombra de um abacateiro
os braços dobrados segurando o queixo
o dedo indicador levantado
dialogava com uma maritaca
sentada num abacate
- Porque tanta falação?
- As minhas palavras escravizadas fugiram da gaiola
sou mulher!
Discutimos pomares, flores, ventos...
Que as rugas do tempo jamais esquecem.
à sombra de um abacateiro
os braços dobrados segurando o queixo
o dedo indicador levantado
dialogava com uma maritaca
sentada num abacate
- Porque tanta falação?
- As minhas palavras escravizadas fugiram da gaiola
sou mulher!
Discutimos pomares, flores, ventos...
Que as rugas do tempo jamais esquecem.
sábado, 22 de março de 2014
ROTINA
A mulher da minha escola
voa com o vento
observa o casal de moscas
espera palavras de amor
Reluz o repetitivo dia
na mente de trovões e trovoadas
O domingo chegando depois de amanhã
com macarrão, maionese e frango
ossos de cachorro - futebol de amor de ontem
Correm jovens sonhando
a mulher da escola voando
asas são seus pensamentos
Não sabe que sou poeta
e do amor que rima em mim.
voa com o vento
observa o casal de moscas
espera palavras de amor
Reluz o repetitivo dia
na mente de trovões e trovoadas
O domingo chegando depois de amanhã
com macarrão, maionese e frango
ossos de cachorro - futebol de amor de ontem
Correm jovens sonhando
a mulher da escola voando
asas são seus pensamentos
Não sabe que sou poeta
e do amor que rima em mim.
TRISTEZA
Capotei nas curvas da morena
que descia a estrada
a caminho da escola
Minha primeira aula do dia:
sonhar!
As pudicas salivaram
o desejo dos meus olhos,
o sexo dá vertigem
molham lençóis brancos
O vento corta o tempo
que já não tenho
Pernas pra que te quero?
Corpo de ex cravo visado
As rugas amassadas
vertem lágrimas que não voltam mais.
que descia a estrada
a caminho da escola
Minha primeira aula do dia:
sonhar!
As pudicas salivaram
o desejo dos meus olhos,
o sexo dá vertigem
molham lençóis brancos
O vento corta o tempo
que já não tenho
Pernas pra que te quero?
Corpo de ex cravo visado
As rugas amassadas
vertem lágrimas que não voltam mais.
REBOLADO
Vi um lagarto na praia
belas cores brilhantes
pele fria desfilando ao sol
atento. Me viu
correu sambando.
belas cores brilhantes
pele fria desfilando ao sol
atento. Me viu
correu sambando.
AO VENTO
Cavalguei muito tempo
pelas trilhas do corpo dela
O sabiá do mato cantou
Estávamos partindo de nós
A arara azul decolou
um roceiro montou a armadilha
que nunca prendia vôos
trotei para o pomar
Daniela me agarrava a cintura
com os olhos na pradaria
voava no trotar ao ar
despida de si mesma.
pelas trilhas do corpo dela
O sabiá do mato cantou
Estávamos partindo de nós
A arara azul decolou
um roceiro montou a armadilha
que nunca prendia vôos
trotei para o pomar
Daniela me agarrava a cintura
com os olhos na pradaria
voava no trotar ao ar
despida de si mesma.
COISA DE VAGABUNDO
Sei lá porque faço poesia!
Não sei se rima... se faz barulho...
Talvez rime de vez enquando
talvez tenha musicalidade... ou não...
Prá ler...não pra cantar...
O trabalho me grita:
- Isso é coisa de vagabundo!
Não sei se rima... se faz barulho...
Talvez rime de vez enquando
talvez tenha musicalidade... ou não...
Prá ler...não pra cantar...
O trabalho me grita:
- Isso é coisa de vagabundo!
OUTRO AMOR
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
outro, amor sempre amor
mudanças sofridas que vivemos
sofremos passarinho
colibris numa gaiola
prisão de gelo num pôr de sol
amor, senão amor
Se o sol mudasse
derretesse o gelo,e,
nossas asas de Ícaro
amor, existência plena
amor, despe a camisa de vê nus
nau de náufragos
me faz feliz porque
te amo
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
efêmero, amor que muda
outro, amor sempre amor
mudanças sofridas que vivemos
sofremos passarinho
colibris numa gaiola
prisão de gelo num pôr de sol
amor, senão amor
Se o sol mudasse
derretesse o gelo,e,
nossas asas de Ícaro
amor, existência plena
amor, despe a camisa de vê nus
nau de náufragos
me faz feliz porque
te amo
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
DOMINGO DE SOL
O dia amanheceu humorado neste domingo
o sol lava a sala, os móveis, a geladeira,
não há crença no eterno
nem a verdade de haver verdade em tudo
somente um domingo de sol quente
um dia vagabundo de horas preguiçosas
cores infantis, quixotes cotidianos
na rua - um cão coçando a bunda num poste
gente caminhando juntas, distâncias cansadas
na fruteira uma banana preta, um maracujá de gaveta
tudo um domingo de sempre, rotina sonolenta
Tudo me empurrando a poesia - domingo de sol
um poema que ainda não tenho.
o sol lava a sala, os móveis, a geladeira,
não há crença no eterno
nem a verdade de haver verdade em tudo
somente um domingo de sol quente
um dia vagabundo de horas preguiçosas
cores infantis, quixotes cotidianos
na rua - um cão coçando a bunda num poste
gente caminhando juntas, distâncias cansadas
na fruteira uma banana preta, um maracujá de gaveta
tudo um domingo de sempre, rotina sonolenta
Tudo me empurrando a poesia - domingo de sol
um poema que ainda não tenho.
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