Pôs-se a tarde imensa
de palavras magras
Vozes navegaram como um navio,
navio que afundam n'aguas
seu peso fundo.
Sem isso bastar, me dispus de gestos
que produziram um efêmero milagre
arrepiando os pelos da sereia.
Meu coração de esperma
separou suas pernas em asas,
e náufrago de mim debrucei
sobre o arbusto daquela nudez.
Amadureci seu fruto viscoso,
caviloso, rosado, vulvoso,
como abelha atormentando um favo.
Penetrei-lhe o centro,
espalhei o pólen criando uma obra
de vida. Venci sua indiferença,
agora sou serei seu.
*Direitos Reservados*
Nenhum comentário:
Postar um comentário