Pelo outro
em face do outro
sob seu olhar
de gemidos e extase
um ser vai sendo
esculpido no corpo.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
ESTILHAÇOS
Hoje sinto teu carinho amanhã,
os traços de teu rosto,
depois a tristeza do teu silêncio
um cristal que caiu e estilhaçou,
caminho por eles gritando
de dor e surpresa.
os traços de teu rosto,
depois a tristeza do teu silêncio
um cristal que caiu e estilhaçou,
caminho por eles gritando
de dor e surpresa.
QUEM ME DERA
Quem me dera fosse seu livro de cabeceira
e que seus dedos me virassem página à página
Quem me dera fosse seu travesseiro
que apoiasse sua cabeça e me derramasse os cabelos
Quem me dera fosse seu cobertor
te cobrisse e aquecesse por cima e em baixo
Quem me dera depositado em seu criado mudo
voce me olhasse satisfeita pelo prazer que causei
Antes livro da sua vida, travesseiro que te equilibra, e cobertor que te aquece
do que nada na sua estória.
e que seus dedos me virassem página à página
Quem me dera fosse seu travesseiro
que apoiasse sua cabeça e me derramasse os cabelos
Quem me dera fosse seu cobertor
te cobrisse e aquecesse por cima e em baixo
Quem me dera depositado em seu criado mudo
voce me olhasse satisfeita pelo prazer que causei
Antes livro da sua vida, travesseiro que te equilibra, e cobertor que te aquece
do que nada na sua estória.
CARINHO
Carinhosa, carinhosa, muito carinhosa
um afago,uma palavra, passa carinhosamente
e some, sempre muito carinhosa
não sei o que dizer a respeito,
é melhor me calar.
um afago,uma palavra, passa carinhosamente
e some, sempre muito carinhosa
não sei o que dizer a respeito,
é melhor me calar.
MUNDO ESTRANHO
Nesse mundo estranho
morte e vida
tem o mesmo horário
morte e vida
severina
nesse mundo estranho
jogo palavras ao vento
sel lenço ou documento
pra acalmar as horas
e nelas me afundo
elas pedras tropeços
faca afiada de manejo
nesse poeta que não conheço,
mais estranho é o mundo.
morte e vida
tem o mesmo horário
morte e vida
severina
nesse mundo estranho
jogo palavras ao vento
sel lenço ou documento
pra acalmar as horas
e nelas me afundo
elas pedras tropeços
faca afiada de manejo
nesse poeta que não conheço,
mais estranho é o mundo.
O FIM EM SI
O fim mais triste
é aquele que anuncia ir para sempre
contrariando sua finalidade
provocando a dúvida da partida
que vai chegando
Não evitá-lo parece-me racional
para se cair na teia da alegria
que transforma a feia beleza
da mesmice.
é aquele que anuncia ir para sempre
contrariando sua finalidade
provocando a dúvida da partida
que vai chegando
Não evitá-lo parece-me racional
para se cair na teia da alegria
que transforma a feia beleza
da mesmice.
VIRANDO AREIA
Um frio inrrompe
ela sumindo, matando afetos,
naquilo que diz,
naquilo que escreve e não lemos.
Pombas nos telhados
ventando incertezas
Vão -se grandes arranhões
como se surgissem de gatos
no cio.
Chora o quarto vazio
onde o silêncio do dia
se deita na cama tendo ela ali
desfazendo os castelos de areia.
ela sumindo, matando afetos,
naquilo que diz,
naquilo que escreve e não lemos.
Pombas nos telhados
ventando incertezas
Vão -se grandes arranhões
como se surgissem de gatos
no cio.
Chora o quarto vazio
onde o silêncio do dia
se deita na cama tendo ela ali
desfazendo os castelos de areia.
MATURIDADE
Vou sumindo
o corpo dela tem mil balanços
na musicalidade da vida,
o que a faz criança,
ela de vários desejos
abandona regras, e,
das mãos extensão dos braços
transforma os brinquedos em ferramentas
de sedução, construindo sua própria cama.
o corpo dela tem mil balanços
na musicalidade da vida,
o que a faz criança,
ela de vários desejos
abandona regras, e,
das mãos extensão dos braços
transforma os brinquedos em ferramentas
de sedução, construindo sua própria cama.
NARCISO
O beautiful da minhoca
fugia pelo menor buraco
enquanto eu ouvia "carinhoso".
Isso mostra a realidade esvaindo
o que não fomos,
como flores murchando
nos afastando
do nosso muro e do nosso jardim
nos tornando narcisos d'outro mundo
fugia pelo menor buraco
enquanto eu ouvia "carinhoso".
Isso mostra a realidade esvaindo
o que não fomos,
como flores murchando
nos afastando
do nosso muro e do nosso jardim
nos tornando narcisos d'outro mundo
MINHAS VERDADES
Estou velho
Não sou feio,
não sou belo
aos meus olhos;
sou bom como um cão,
impuro como a lama
Não sou feio,
não sou belo
aos meus olhos;
sou bom como um cão,
impuro como a lama
MEDITAÇÃO
Adormeço de tua ausência
Desperto de tua ausência.
Jeans,seios, meias, nádegas,
calçados, foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
Desperto de tua ausência.
Jeans,seios, meias, nádegas,
calçados, foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
FAZENDO AS HORAS
Como um guerreiro indígena
pinto-me para a guerra.
Levanto minha lança e lanço
gritos de indignação
sem medo do que venha a acontecer,
por andar de ombro a ombro
com aquilo em que acredito.
A fome e a opressão me fazem
ter essa coragem.
Para os sonhadores
sou mais um idealista
sob o pressuposto do idealismo.
Meus pais me ensinaram
os primeiros passos: como pensar,
a forma certa e errada de me portar,
encheram-me de juízos de valor;
aprenderam com quem?
Pergunto-me.
Fora do casulo
confronto as contradições,
daquilo que acho que sei,
com o que acham que sabem
os outros.
Alço vôo pelos jardins,
e observo o roubo das flores,
permaneço calado.
Me deparo com o pisoteio
dos jardins e a caça as borboletas,
permaneço calado.
Quando por fim resolvo gritar
para o mundo, arrancam-me a voz
e cortam-me asas
já não posso voar ou falar.
Fica claro que o movimento
na terra se acelera e não nos é possível
perceber ou descansar, sob a égide da barbárie.
Os cachorros continuam a obedecer às ordens
de comando, e nós que não somos domesticados,
ficamos calados de terror.
Afundado no travesseiro fantasio um levante;
ao acordar suado, sinto o gosto do mar na boca.
Um vírus me corrói corpo, está preste a me destruir.
Dormindo e acordando diante
das mudanças lentas, fica claro.
que minto a mim mesmo, só repetindo.
a história de outros heróis que não mais precisamos.
A televisão me mostra quem é Duro de matar,
Matando minha consciência.
Livros de apóstolos são lidos para embalar
meus dias para me alimentar de esperanças
enquanto o estômago ronca com a promessa
de que todos os homens serão julgados um dia.
Não estamos atrás de vingança,
queremos igualdade em vida.
Nenhum monarca divino ou terreno deve traçar
nossos destinos: basta de sermos súditos!
Nem justiça ou Salvador aparecerão
nas prateleiras de algum supermercado.
Plantamos flores e colhemos,
na hora da paga pelo esforço,
lá estão eles como aves de rapina
a espreita para nos roubar em nome.
da nossa segurança; mas se nos defendermos.
é sobre nós que eles marcham e pisoteiam
com os coturnos que lhes demos;
temerosos vivemos sob o slogan liberdade.
È chegada a hora de não ter mais medo,
afinal a vida é efêmera, acaba-se,
precisamos fazer valer a existência:
fazendo nossas horas.
*Direitos Reservados*
pinto-me para a guerra.
Levanto minha lança e lanço
gritos de indignação
sem medo do que venha a acontecer,
por andar de ombro a ombro
com aquilo em que acredito.
A fome e a opressão me fazem
ter essa coragem.
Para os sonhadores
sou mais um idealista
sob o pressuposto do idealismo.
Meus pais me ensinaram
os primeiros passos: como pensar,
a forma certa e errada de me portar,
encheram-me de juízos de valor;
aprenderam com quem?
Pergunto-me.
Fora do casulo
confronto as contradições,
daquilo que acho que sei,
com o que acham que sabem
os outros.
Alço vôo pelos jardins,
e observo o roubo das flores,
permaneço calado.
Me deparo com o pisoteio
dos jardins e a caça as borboletas,
permaneço calado.
Quando por fim resolvo gritar
para o mundo, arrancam-me a voz
e cortam-me asas
já não posso voar ou falar.
Fica claro que o movimento
na terra se acelera e não nos é possível
perceber ou descansar, sob a égide da barbárie.
Os cachorros continuam a obedecer às ordens
de comando, e nós que não somos domesticados,
ficamos calados de terror.
Afundado no travesseiro fantasio um levante;
ao acordar suado, sinto o gosto do mar na boca.
Um vírus me corrói corpo, está preste a me destruir.
Dormindo e acordando diante
das mudanças lentas, fica claro.
que minto a mim mesmo, só repetindo.
a história de outros heróis que não mais precisamos.
A televisão me mostra quem é Duro de matar,
Matando minha consciência.
Livros de apóstolos são lidos para embalar
meus dias para me alimentar de esperanças
enquanto o estômago ronca com a promessa
de que todos os homens serão julgados um dia.
Não estamos atrás de vingança,
queremos igualdade em vida.
Nenhum monarca divino ou terreno deve traçar
nossos destinos: basta de sermos súditos!
Nem justiça ou Salvador aparecerão
nas prateleiras de algum supermercado.
Plantamos flores e colhemos,
na hora da paga pelo esforço,
lá estão eles como aves de rapina
a espreita para nos roubar em nome.
da nossa segurança; mas se nos defendermos.
é sobre nós que eles marcham e pisoteiam
com os coturnos que lhes demos;
temerosos vivemos sob o slogan liberdade.
È chegada a hora de não ter mais medo,
afinal a vida é efêmera, acaba-se,
precisamos fazer valer a existência:
fazendo nossas horas.
*Direitos Reservados*
ALIENAÇÃO
Alienei-me.
sem perceber, nos rostos anônimos das ruas do centro, as vidas eificadas, meu espelho, mais que isso, é como se não houvesse gente, dentro de mim, a dizer-me: acorda!
volta-se as ações.
abre-se ao desconforto.
deixa-se levar pelo movimento da vida.
deixo que as contradições me atravessem, que o mundo me possua, me possua, me leve a reflexão, continue, pra que eu possa fazer e refazer, sem ter certeza, certo de estar certo.
o fazer é meu foco, como um pragmático intelectual, para sentir mudanças que não havia sentido.
deixo a apatia da alienação, a morte em vida, com ternura e faço meus dias.
volto-me as ações.
Abro-me ao desconforto.
Deixo-me levar pelo movimento da vida.
sem perceber, nos rostos anônimos das ruas do centro, as vidas eificadas, meu espelho, mais que isso, é como se não houvesse gente, dentro de mim, a dizer-me: acorda!
volta-se as ações.
abre-se ao desconforto.
deixa-se levar pelo movimento da vida.
deixo que as contradições me atravessem, que o mundo me possua, me possua, me leve a reflexão, continue, pra que eu possa fazer e refazer, sem ter certeza, certo de estar certo.
o fazer é meu foco, como um pragmático intelectual, para sentir mudanças que não havia sentido.
deixo a apatia da alienação, a morte em vida, com ternura e faço meus dias.
volto-me as ações.
Abro-me ao desconforto.
Deixo-me levar pelo movimento da vida.
AFRONTA
Dia
sem por de sol
desanoitece
no escuro
na noite, quase
Dia em si
na linha reta do horizonte
transborda de indignação
fuzis ou lua
que, enfim te afronte.
sem por de sol
desanoitece
no escuro
na noite, quase
Dia em si
na linha reta do horizonte
transborda de indignação
fuzis ou lua
que, enfim te afronte.
ANDARILHOS
Os Kms percorridos por um andarilho não o fazem um herói.
Os gritos anônimos nos interiores das casas de crianças,
não silenciam os mares ainda.
Continuamos revirando as latas de lixo à sinfonia da barriga.
Os soldados continuarão marchando comemorando
suas vitórias, ao som dos coturnos, agitando bandeiras.
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só,
As armas e os tanques não trazem alimentos,
a farinha da pólvora não tem um bom cheiro.
A côr do sangue do andarilho também é vermelho
Como poderemos viver vivos, fingindo não enxergar?
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só
Os gritos anônimos nos interiores das casas de crianças,
não silenciam os mares ainda.
Continuamos revirando as latas de lixo à sinfonia da barriga.
Os soldados continuarão marchando comemorando
suas vitórias, ao som dos coturnos, agitando bandeiras.
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só,
As armas e os tanques não trazem alimentos,
a farinha da pólvora não tem um bom cheiro.
A côr do sangue do andarilho também é vermelho
Como poderemos viver vivos, fingindo não enxergar?
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só
sábado, 12 de maio de 2012
BANHO DE CHUVA
As formigas se beijam
quando se encontram;
há quem não acredite,
só quem tem tempo
de olhar pra elas
percebe,
como o sol
se refresca na chuva.
quando se encontram;
há quem não acredite,
só quem tem tempo
de olhar pra elas
percebe,
como o sol
se refresca na chuva.
OUTRO DIA
Outro dia uma amiga
veio construir narrativas comigo
em silêncio
Ela veio
inteira...não...meio a meio
Enchemos a cara
construímos juízos morais,
em silêncio
E fomos cada um para o seu lado.
veio construir narrativas comigo
em silêncio
Ela veio
inteira...não...meio a meio
Enchemos a cara
construímos juízos morais,
em silêncio
E fomos cada um para o seu lado.
MUITA POESIA
Na dialética da luta
todas as contradições
são válidas.
Quem sou eu?
quero ter tudo
não tenho
se tenho
é meu...
mas divido...
se não consigo...
não ligo...
todo mundo é assim...
é natural
dor de cabeça
aspirina
Marx
e muita poesia.
todas as contradições
são válidas.
Quem sou eu?
quero ter tudo
não tenho
se tenho
é meu...
mas divido...
se não consigo...
não ligo...
todo mundo é assim...
é natural
dor de cabeça
aspirina
Marx
e muita poesia.
MÃOS QUE MUDAM
No passado sentia a esperança
num futuro que não houve
sem gula sem fome
e nenhum dos outros seis pecados capitais
O capitalismo me deu esse hoje
e possivelmente um amanhã pior
com mais miséria enlatada
palavras que saem da boca
que não cabem mais na cabeça,
irão até as mãos, capazes,
de transformar essa natureza.
num futuro que não houve
sem gula sem fome
e nenhum dos outros seis pecados capitais
O capitalismo me deu esse hoje
e possivelmente um amanhã pior
com mais miséria enlatada
palavras que saem da boca
que não cabem mais na cabeça,
irão até as mãos, capazes,
de transformar essa natureza.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
DÚVIDAS
Das dúvidas fazem-se certezas
ou dúvidas novas,
entre uma dúvida e outra
nascem as melhores e as piores dúvidas,
disso eu tenho dúvidas.
ou dúvidas novas,
entre uma dúvida e outra
nascem as melhores e as piores dúvidas,
disso eu tenho dúvidas.
MELANCOLIA
Levantei-me um franco-atirador
um socialista platônico
vendo o dia vestido de elegâncias
enquanto o sol ficou namorando a lua
pela janela olhei em volta, e vi,
um homem narciso
que viu sobre sua imagem
as marcas do uso na sua fisionomia,
notou nas dobras outra existência,
achou que não lhes pertencia
e quis afastar dle o espelho do pai.
As verdades de um momento
são infinitas.
A descoberta de ter esperado
como um personagem de Beckett
que o mundo se transformaria
enquanto ficou enrugando quieto
fingindo que agia
a espera, sempre a espera,
banhou um mar pelo rosto
carregando uma melancolia,
do que buscou não fazer,
o mar ainda revolto, e ainda,
a espera...
um socialista platônico
vendo o dia vestido de elegâncias
enquanto o sol ficou namorando a lua
pela janela olhei em volta, e vi,
um homem narciso
que viu sobre sua imagem
as marcas do uso na sua fisionomia,
notou nas dobras outra existência,
achou que não lhes pertencia
e quis afastar dle o espelho do pai.
As verdades de um momento
são infinitas.
A descoberta de ter esperado
como um personagem de Beckett
que o mundo se transformaria
enquanto ficou enrugando quieto
fingindo que agia
a espera, sempre a espera,
banhou um mar pelo rosto
carregando uma melancolia,
do que buscou não fazer,
o mar ainda revolto, e ainda,
a espera...
quinta-feira, 10 de maio de 2012
É TUDO DELES
É tudo deles
a foice, o martelo,
a bigorna, o ferro,
o trigo, o pão,
também seu coração,
seu pensamento, sua canção,
sua moradia, seu salário,
sua mulher e seus filhos,
tudo que voce acha ser seu;
Tudo porque jogamos fora as espadas
e agora carregamos cruzes, e,
caminhamos para o nada
com a nossa face enrugada.
a foice, o martelo,
a bigorna, o ferro,
o trigo, o pão,
também seu coração,
seu pensamento, sua canção,
sua moradia, seu salário,
sua mulher e seus filhos,
tudo que voce acha ser seu;
Tudo porque jogamos fora as espadas
e agora carregamos cruzes, e,
caminhamos para o nada
com a nossa face enrugada.
TENHO MÊDO DO DIABO
As vezes fico muito triste
quando ando pela periferia ou centro
e vejo gente comendo lixo
crianças comendo a fome
a casa ao relento
a vida se sujeitando.
Fico triste, mas ando por ai;
nos meus segundos burgueses
minha ira materialista
me leva a pensar em lutar,
mas tenho medo do vermelho
tenho medo do diabo.
quando ando pela periferia ou centro
e vejo gente comendo lixo
crianças comendo a fome
a casa ao relento
a vida se sujeitando.
Fico triste, mas ando por ai;
nos meus segundos burgueses
minha ira materialista
me leva a pensar em lutar,
mas tenho medo do vermelho
tenho medo do diabo.
AMO SEMPRE
Não é preciso o amor,
nem precisamente, o rosto angelical,
os cabelos sedosos,
a escultura do corpo,
o padrão de beleza vendido
que me desperta o amor.
TYenho mil, milhões de motivos
para amar sempre.
nem precisamente, o rosto angelical,
os cabelos sedosos,
a escultura do corpo,
o padrão de beleza vendido
que me desperta o amor.
TYenho mil, milhões de motivos
para amar sempre.
PELA ESQUERDA PELA DIREITA
Pela esquerda pela direita
desalojam-se índios
pra morada capital
pela direita pela esquerda
operários na sarjeta
batalhões de miseráveis
pela esquerda pela direita
fodem-se livros e mulheres
pela direita
se aposentam, e olham
o poder pela varanda
pela esquerda
discursos, desesperos,
da luta ao luto
pela esquerda pela direita
o mundo crê que avança,
há quem conchave
Sou poeta de baixo para cima
e como ação
defeco no papel.
desalojam-se índios
pra morada capital
pela direita pela esquerda
operários na sarjeta
batalhões de miseráveis
pela esquerda pela direita
fodem-se livros e mulheres
pela direita
se aposentam, e olham
o poder pela varanda
pela esquerda
discursos, desesperos,
da luta ao luto
pela esquerda pela direita
o mundo crê que avança,
há quem conchave
Sou poeta de baixo para cima
e como ação
defeco no papel.
POETA DE INCERTEZAS
Não gosto de marxistas
que não vêem a ideologia como instrumento
que tem respostas para tudo
e um estoque de certezas
Sou poeta de incertezas
do tudo desamarradinho,
do tudo desarrumadinho,
amo o antidiscurso.
A poesia é de uma clareza...
como lua cheia...
quando escapa da poluição.
que não vêem a ideologia como instrumento
que tem respostas para tudo
e um estoque de certezas
Sou poeta de incertezas
do tudo desamarradinho,
do tudo desarrumadinho,
amo o antidiscurso.
A poesia é de uma clareza...
como lua cheia...
quando escapa da poluição.
VIVO
Vivo
vivo porque participo da vida
não aceito o destino
não cultivo esperanças
não faço pedidos em orações
faço minha hora
quando ela for chegada
reclamarei a barricada
Vivo
vivo porque também aprendi a morrer
vivo porque participo da vida
não aceito o destino
não cultivo esperanças
não faço pedidos em orações
faço minha hora
quando ela for chegada
reclamarei a barricada
Vivo
vivo porque também aprendi a morrer
terça-feira, 8 de maio de 2012
APOSENTANDO DA HISTÓRIA
Minha geração
sem ereção política?
Onde estão as lideranças
de ontem, seus discursos, seus orgasmos?
Aposentaram-se uns, reclamam-se outros,
e o mundo não para, cansados, enfadados,
como se houvesse tempo para isso.
Se outras revoluções houverem
olharemos com tédio no espelho
contemplando nossos filhos,
como as formigas que perdem o rumo
e os Tamanduás - bandeiras
vão comendo a história
pela mão do nosso Estado,
Tudo é tão natural olhando-se da varanda.
sem ereção política?
Onde estão as lideranças
de ontem, seus discursos, seus orgasmos?
Aposentaram-se uns, reclamam-se outros,
e o mundo não para, cansados, enfadados,
como se houvesse tempo para isso.
Se outras revoluções houverem
olharemos com tédio no espelho
contemplando nossos filhos,
como as formigas que perdem o rumo
e os Tamanduás - bandeiras
vão comendo a história
pela mão do nosso Estado,
Tudo é tão natural olhando-se da varanda.
CELA
Privado da liberdade
nesse momento da vida
nesse momento da história
nesse momento de mim
- è um doloroso castigo
Como prender um beija-flôr ou um avião
a contemplar sempre o horizonte
sem diálogos, sem o sexo do dia e da noite
- é muita perda
Só por desejar ser quixote e domar arranha-céus?
É trágico o poder,
o não poder é mais triste.
nesse momento da vida
nesse momento da história
nesse momento de mim
- è um doloroso castigo
Como prender um beija-flôr ou um avião
a contemplar sempre o horizonte
sem diálogos, sem o sexo do dia e da noite
- é muita perda
Só por desejar ser quixote e domar arranha-céus?
É trágico o poder,
o não poder é mais triste.
NA VEIA
Passado os tempos
relembro fragmentos
adolescentes, equivocados,
lendo a história de ontem
a hoje; o que ocorre,
o fato, convenhamos,
é um porre.
Vivíamos fumando maconha
dançando sobre o trabalho alheio
nossa religião materialista recitávamos
outra droga, mas: entranhada em nossas veias.
relembro fragmentos
adolescentes, equivocados,
lendo a história de ontem
a hoje; o que ocorre,
o fato, convenhamos,
é um porre.
Vivíamos fumando maconha
dançando sobre o trabalho alheio
nossa religião materialista recitávamos
outra droga, mas: entranhada em nossas veias.
segunda-feira, 7 de maio de 2012
ONTEM NÃO ACONTECEU
Ontem
não aconteceu
um porque
não aconteceu
... não aconteceu como não
aconteceu
Ontem
de como aconteceu
um porque
aconteceu que não
aconteceu
Ontem
como acontece
quando há
porques e
acontecimentos.
sábado, 5 de maio de 2012
VIRADA CULTURAL
Hoje tem virada cultural
eles lá estarão - pés de chinelos
bermudas, bêbados ou não - caminhando
esperando a virada.
Alimentados por sopa de pedras, aconchegados
por papelão e jornal; um morador de rua
acordará, mendigará seu café, olhará
sem enxergar, o carinho da cidade
que lhe violenta os dias
Amanhã, depois de todo festejo cultural
dormirá sob o jornal de hoje.
Ao levantar sob sol e chuva
cidade vai lhe dizer o quanto foi divertido viver.
eles lá estarão - pés de chinelos
bermudas, bêbados ou não - caminhando
esperando a virada.
Alimentados por sopa de pedras, aconchegados
por papelão e jornal; um morador de rua
acordará, mendigará seu café, olhará
sem enxergar, o carinho da cidade
que lhe violenta os dias
Amanhã, depois de todo festejo cultural
dormirá sob o jornal de hoje.
Ao levantar sob sol e chuva
cidade vai lhe dizer o quanto foi divertido viver.
HOJE
Como me indignar com meu hoje?
Tenho apreciado a cerveja,
as redes sociais, as novas tecnologias,
calçado seus sapatos
vivido seus sonhos e contradições...
e vomitado muito.
Tenho apreciado a cerveja,
as redes sociais, as novas tecnologias,
calçado seus sapatos
vivido seus sonhos e contradições...
e vomitado muito.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
OS VERBOS
Os verbos
me movimentam
para onde as nuvens
se esticam
e o mar se encolhe
pra outros nascimentos
Os verbos
me fazem sonhar
com mãos e pés,
com a fartura de pão,
e com crianças que falam com flôres.
me movimentam
para onde as nuvens
se esticam
e o mar se encolhe
pra outros nascimentos
Os verbos
me fazem sonhar
com mãos e pés,
com a fartura de pão,
e com crianças que falam com flôres.
VÁCUO
O amor inquieto
derruba a facadas
a solidão em volta
Não vive o conforto
do cafuné
aos ouvidos
O silêncio (sempre o silêncio)
cala-se
sem explicação
no fundo do vácuo.
derruba a facadas
a solidão em volta
Não vive o conforto
do cafuné
aos ouvidos
O silêncio (sempre o silêncio)
cala-se
sem explicação
no fundo do vácuo.
AFETO
Hoje o maracujá se dá
o corpo enrugado
a espera de carícia,
uma vez tocado
o coração confirma
o afago aceito,
o afeto oxidado.
o corpo enrugado
a espera de carícia,
uma vez tocado
o coração confirma
o afago aceito,
o afeto oxidado.
DESATENÇÃO
Um dia ao meu amor desatento
mandarei comer peixe com banana
pra morrer ou engordar
como vivem as ilhas.
mandarei comer peixe com banana
pra morrer ou engordar
como vivem as ilhas.
SINOIDAL
Adormeci a solidão,
se passa, passo.
Ontem foi ontem
hoje é agora mesmo
fico sinoidal
a vida assim
precisando do que
não esteja parado
de tudo que não descansa
com toda a solidão
que nos são próprias,
a minha vida já não é.
se passa, passo.
Ontem foi ontem
hoje é agora mesmo
fico sinoidal
a vida assim
precisando do que
não esteja parado
de tudo que não descansa
com toda a solidão
que nos são próprias,
a minha vida já não é.
AMOR
O amor
o meu amor?
não está em você
está em mim
Na moda ou piegas,
poético, enfim,
é meu amor
que está em mim
O amor
este, sedutor,
único
é maior que eu
já está
Nele umedeço meu coração
banho meu corpo nú.
o meu amor?
não está em você
está em mim
Na moda ou piegas,
poético, enfim,
é meu amor
que está em mim
O amor
este, sedutor,
único
é maior que eu
já está
Nele umedeço meu coração
banho meu corpo nú.
CINZAS
Na vida real
as mortes são vivas
feito do efeito do nada
sem compromisso com a vida
tudo sempre acaba em cinza
até as cinzentas verdades
contida na filosofia.
as mortes são vivas
feito do efeito do nada
sem compromisso com a vida
tudo sempre acaba em cinza
até as cinzentas verdades
contida na filosofia.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
LEMBRANÇAS
Quanto tempo se passou?
Não sei.
Mar de lembrança,
vou içar as minhas velas
em você vou navegar.
Não sei.
Mar de lembrança,
vou içar as minhas velas
em você vou navegar.
MULHER
Humilde e vertical
como milho no milharal
lutadora mulher genital
quando andas, troteias,
gazela, entre suas nádegas metal.
como milho no milharal
lutadora mulher genital
quando andas, troteias,
gazela, entre suas nádegas metal.
MENINAS
Dos teus olhos saltam
as meninas, num parque de diversões
cabelos
fios me milho no pé
que quando se espelham n`agua,
fazem ondas, carícias a vida do fundo
Tuas meninas sabem mais que tua cabeça
e tanto como teu ventre
é a beleza da pele alva
do teu corpo em pêlo
esse mar onde nadam
as nuas meninas dos teus olhos.
as meninas, num parque de diversões
cabelos
fios me milho no pé
que quando se espelham n`agua,
fazem ondas, carícias a vida do fundo
Tuas meninas sabem mais que tua cabeça
e tanto como teu ventre
é a beleza da pele alva
do teu corpo em pêlo
esse mar onde nadam
as nuas meninas dos teus olhos.
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