sexta-feira, 11 de maio de 2012

MELANCOLIA

Levantei-me um franco-atirador
um socialista platônico
vendo o dia vestido de elegâncias
enquanto o sol ficou namorando a lua
pela janela olhei em volta, e vi,
um homem narciso
que viu sobre sua imagem
as marcas do uso na sua fisionomia,
notou nas dobras outra existência,
achou que não lhes pertencia
e quis afastar dle o espelho do pai.

As verdades de um momento
são infinitas.

A descoberta de ter esperado
como um personagem de Beckett
que o mundo se transformaria
enquanto ficou enrugando quieto
fingindo que agia
a espera, sempre a espera,
banhou um mar pelo rosto
carregando uma melancolia,
do que buscou não fazer,
o mar ainda revolto, e ainda,
a espera...

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