Sorrio com as flôres de ipê
espalhadas na cidade nua,
alegres, meio rosas, meio roxas,
amarelas, meio brancas
acenando pelas ruas,
primavera que vai passar
marcando mulheres, silhuetas,
o sol põe no chão - friozinho -
que está no ar, disputa a cena bela,
em meio as borboletas,
som de buzinas, gás carbônico,
gritam os pardais, atropelam-se pombas.
As flôres de ipês, não se incomodam,
não sabem que em meio a tudo isso
tenho voce na cabeça.
sexta-feira, 30 de março de 2012
UM A UM OS DIAS PASSAM
Lá se foram os cinquenta
as duas da manhã
eu com trinta
um cigarro atrás do outro
pensando comer maçã com você
que aos vinte e cinco
depois de uma dúzia de cervejas
flertava, eu insistia
em dar forma a outra argila.
Os arquétipos que cultuo vão se embora
quando eu abrir os olhos,
essa faca que fere
nunca disse a que veio,
já me perguntei mais de mil vezes.
as duas da manhã
eu com trinta
um cigarro atrás do outro
pensando comer maçã com você
que aos vinte e cinco
depois de uma dúzia de cervejas
flertava, eu insistia
em dar forma a outra argila.
Os arquétipos que cultuo vão se embora
quando eu abrir os olhos,
essa faca que fere
nunca disse a que veio,
já me perguntei mais de mil vezes.
quarta-feira, 28 de março de 2012
PRA AMANHÃ
Sou do mundo
os que me precedem também
a caminho do buraco negro
Me curvo ao poente
todos os dias
sentado na minha pedra
Fazendo poesia?
Nunca sei.
Mas estou perto
do poente que desejei
Olho tudo, as vezes,
mesmo atento, nada vejo
Nem quando as lágrimas
molham as conversas
Sensibilidade aflorada
na palavra sentimento
Mas a menina dos olhos
tem muitos carinhos,
curiosos como as marmotas
Já enfrentei os dragões
como guerreiro
de capa e espada
Uma rã me atingiu
posso vê-la em você,
no instante do beijo
no paraíso das noites
Ensino e aprendo
o tempo todo, mas
me diluo quando a vejo,
ali, onde beijei
Que sonhei ter beijado
que imaginei ter deitado
Sou do mundo, becos,
mulheres e outros gêneros,
acorrentado, torturado,
de outro amor platônico
Depois da descoberta
(des) vendada
interna - mente
me embebedarei,
serei destilado
deste lado
me afogando vivo
nas lágrimas engasgado
A isso me afasto
por ser mortal e penoso
queima o fogo, que acendi
pra nele se apagar
Te escrevo hoje, na janela
olhando minha noite,
meu poema, pra amanhã.
(Para minha amiga Aline Mattos)
os que me precedem também
a caminho do buraco negro
Me curvo ao poente
todos os dias
sentado na minha pedra
Fazendo poesia?
Nunca sei.
Mas estou perto
do poente que desejei
Olho tudo, as vezes,
mesmo atento, nada vejo
Nem quando as lágrimas
molham as conversas
Sensibilidade aflorada
na palavra sentimento
Mas a menina dos olhos
tem muitos carinhos,
curiosos como as marmotas
Já enfrentei os dragões
como guerreiro
de capa e espada
Uma rã me atingiu
posso vê-la em você,
no instante do beijo
no paraíso das noites
Ensino e aprendo
o tempo todo, mas
me diluo quando a vejo,
ali, onde beijei
Que sonhei ter beijado
que imaginei ter deitado
Sou do mundo, becos,
mulheres e outros gêneros,
acorrentado, torturado,
de outro amor platônico
Depois da descoberta
(des) vendada
interna - mente
me embebedarei,
serei destilado
deste lado
me afogando vivo
nas lágrimas engasgado
A isso me afasto
por ser mortal e penoso
queima o fogo, que acendi
pra nele se apagar
Te escrevo hoje, na janela
olhando minha noite,
meu poema, pra amanhã.
(Para minha amiga Aline Mattos)
PEDRA DURA ATÉ QUE FURA
Ela olhava a noite
festeira
e a cerveja suava
sobre a mesa
Uma escuridão dourada
confundia o tempo
entre uma e outra
conversa muda
O sorriso, róseo,
vibrante. Como se jorrasse
um som de violino
nos ouvidos
Amor ali tinha
margaridas todas na voz
a noite não prometia
nem lambia a maçã da poesia
Poeta que não sei amar,
advertido, com carinho,
a caminho estanquei
corri da minha morte
Deixei sentada na mesa
o amor a vista
Me olhando. Como faca
de corte de dois gumes
Confesso: Tenho medo da morte,
Se for do coração
Não quero morder
suas maçãs fonemas
O que ne deixa
me faz viver em paz
viver ventando todo
mas não acredite em mim
A cada noite festeira
de muita cerveja suada
Vai pondo seu carinho
sobre essa pedra.
festeira
e a cerveja suava
sobre a mesa
Uma escuridão dourada
confundia o tempo
entre uma e outra
conversa muda
O sorriso, róseo,
vibrante. Como se jorrasse
um som de violino
nos ouvidos
Amor ali tinha
margaridas todas na voz
a noite não prometia
nem lambia a maçã da poesia
Poeta que não sei amar,
advertido, com carinho,
a caminho estanquei
corri da minha morte
Deixei sentada na mesa
o amor a vista
Me olhando. Como faca
de corte de dois gumes
Confesso: Tenho medo da morte,
Se for do coração
Não quero morder
suas maçãs fonemas
O que ne deixa
me faz viver em paz
viver ventando todo
mas não acredite em mim
A cada noite festeira
de muita cerveja suada
Vai pondo seu carinho
sobre essa pedra.
domingo, 18 de março de 2012
COISAS DE UM VELHO
Não faz tempo
latinhas vazias
livros relidos
viravam tartarugas
e meu cachorrinho
tinha lábios de miss
sorriso de hienas
Meus olhos eram
os flachs do pensamento...
Minha velhice é coisa
de gente fútil.
latinhas vazias
livros relidos
viravam tartarugas
e meu cachorrinho
tinha lábios de miss
sorriso de hienas
Meus olhos eram
os flachs do pensamento...
Minha velhice é coisa
de gente fútil.
FILHOS
Carrego teorias prenhas
como filho de meus pais
que lutaram, morreram
aprenderam, na lida, de calos,
mortos calados, em alguma prisão,
Lá vou eu filho
na mesma pegada, ouros calos
Talvez me encontre com progéteis
pelo caminho.
Lá vou eu filho
na batalha pelos silenciosos
não como herói, mais morto vivo
Lá vem eles!
Os filhos da puta
dançando ao som hegemônico
de seus coturnos.
como filho de meus pais
que lutaram, morreram
aprenderam, na lida, de calos,
mortos calados, em alguma prisão,
Lá vou eu filho
na mesma pegada, ouros calos
Talvez me encontre com progéteis
pelo caminho.
Lá vou eu filho
na batalha pelos silenciosos
não como herói, mais morto vivo
Lá vem eles!
Os filhos da puta
dançando ao som hegemônico
de seus coturnos.
MASSAS
Me misturo as massas
como da massa, me pergunto:
onde está minha morada,
minha saúde, meu alimento,
que sustente minha vida?
Que sustente meus pares e o mundo
que de mim quer tirar a vida
Vivo morrendo
Será que morro vivendo?
Sou guerreiro
Preciso de armas, como muitos,
Pra defender meu direito a vida.
como da massa, me pergunto:
onde está minha morada,
minha saúde, meu alimento,
que sustente minha vida?
Que sustente meus pares e o mundo
que de mim quer tirar a vida
Vivo morrendo
Será que morro vivendo?
Sou guerreiro
Preciso de armas, como muitos,
Pra defender meu direito a vida.
domingo, 11 de março de 2012
É AMOR?
Tudo que odiei em voce
guardei pra mim
num baú de antiguidades
Toda manhã
quando fazia o café
voce sorria, achando que eu adorava
o café perfumado. Eu gostava de chá.
Os olhares parasitas, aos homens,
de corpo inteiro. Não eram pra mim.
Eu até acreditava nos seus anjos.
Com cuidado ajeitava o lençol suado da cama.
Minha pele arrepiava, lembrando o calor da noite,
sonhando eu perguntava: Isso é paixão?
Parecia mais, será amor?
Minha consciência se abre, se despe, me explica:
Germina o que se planta na cabeça. É amor!
Sempre quando se coloca-se em segundo
sabendo-se ser o primeiro.
guardei pra mim
num baú de antiguidades
Toda manhã
quando fazia o café
voce sorria, achando que eu adorava
o café perfumado. Eu gostava de chá.
Os olhares parasitas, aos homens,
de corpo inteiro. Não eram pra mim.
Eu até acreditava nos seus anjos.
Com cuidado ajeitava o lençol suado da cama.
Minha pele arrepiava, lembrando o calor da noite,
sonhando eu perguntava: Isso é paixão?
Parecia mais, será amor?
Minha consciência se abre, se despe, me explica:
Germina o que se planta na cabeça. É amor!
Sempre quando se coloca-se em segundo
sabendo-se ser o primeiro.
AS AÇÕES ALERTAM
Diante de tantas palavras
que pulam como pipocas
construímos frases na cabeça
que andam como filas de formigas
Junto com colibris coloridos
que beijam flores,
adoçam os lábios bicos,
fazendo crescer poemas
O ato é o movimento
da vida diária
cheia de conceitos prenhos
de uma estória em pedaços
Sinceridade?
Soltar a voz,
essas palavras latrinas,
explicando vontades e crueldades
que abrem feridas nas costas?
Os atos são um aviso
firmes como geléia
é o instinto animal
sem justificativa na poesia.
que pulam como pipocas
construímos frases na cabeça
que andam como filas de formigas
Junto com colibris coloridos
que beijam flores,
adoçam os lábios bicos,
fazendo crescer poemas
O ato é o movimento
da vida diária
cheia de conceitos prenhos
de uma estória em pedaços
Sinceridade?
Soltar a voz,
essas palavras latrinas,
explicando vontades e crueldades
que abrem feridas nas costas?
Os atos são um aviso
firmes como geléia
é o instinto animal
sem justificativa na poesia.
sexta-feira, 2 de março de 2012
ESPAÇO
Escuridão - e espaço
que, livre,
está em qualquer lugar
e abriga
guardando
o universo
de possibilidades infinitas
enquanto você se esconde.
que, livre,
está em qualquer lugar
e abriga
guardando
o universo
de possibilidades infinitas
enquanto você se esconde.
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