Nesse "aqui" nada inocente,
a pele vibra, embrutece, sente,
deseja e padece, em,
meu labirinto de agora,
na rugosa paisagem,
não sou cego, vejo o polvo,
com seus tentáculos de abutre,
corre povo! Não sossego,
corre, para, salta, agacha.
Distante na tensa calma,
a palavra, sílaba, fragmento,
narra o tempo,
unidos num agora a menos,
os cacos da militância de hoje.
Revejo a poesia, pois é apoesia,
tentando concentrar um "aqui".
E agora?
Resta-me buscar um sentido,
procurando perdidos entre os achados,
não encontro nem o verso do todo
entre os destroços no vazio.
Haverá uma saída?
As palavras tem pele,
é feita pelos sentidos,
oxigena os poemas
entre tantas coisas líricas,
o povo é uma bomba polvo,
de pavio curto,
escuta esse mundo redondo
explodir e girar.
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