terça-feira, 16 de maio de 2017

NADA É COMO ANTES

Os olhos com que te vejo,
não são os olhos com que te vi;
penso para me encontrar
como forma de me perder,

perdendo o passado de pouca idade,
não compreendo os saltos, os obstáculos,
com meus braços longos, pernas finas,
 procuram como forma de me achar,

entre achados e perdidos
as estórias hoje colho,
não são as sempre felizes,
são, quando as colho, de um tempo contrário,

as que não lembro, esqueço,
coisa pouca saliva a boca.
As que mais me lembro o poema contém,
dividindo as estórias com alguém,

fica o quarto, fica o parto,
o pasto, o choro, o riso,
o verso, inverso, fica de mim vocês,
eu guerreiro de lutas mortas,

feito de coisas lembradas e esquecidas,
como todos, fatigado de verdades e mentiras;
o tempo passa, com sonhos e denúncias,
lembrando as minhas duras perdas,

Os olhos com que te vejo,
não são os olhos com que te vi.

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