segunda-feira, 26 de novembro de 2018

JAZZ BRASIL

Ouço falar de paz
pelos dois ouvidos,
surdo é meu coração,

Não como alfafa ou alface,
são coisas que não amadurecem,

meu verbo é fazer.

Sempre recebi conselhos de passarinho,
dizendo que meu real é uma fábula,

me recuso a ser um cavalo.

Me recuso a morrer,
para nunca perder a rima,

que nunca devo esquecer,

Que tomates e folhas de rúcula,
são minhas cores portuguesas,

devo descer das nuvens?

Na lápide: aqui jaz o Brasil,
por Pedro Alvares Cabral,

não existem mais sereias, nem existem mais escamas.

Para a juventude de quem sou agora avô,
nem tudo é paraíso, nem tudo é um inferno,

todo nosso desespero começa da realidade, apenas.


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