Pelo outro
em face do outro
sob seu olhar
de gemidos e extase
um ser vai sendo
esculpido no corpo.
quarta-feira, 16 de maio de 2012
ESTILHAÇOS
Hoje sinto teu carinho amanhã,
os traços de teu rosto,
depois a tristeza do teu silêncio
um cristal que caiu e estilhaçou,
caminho por eles gritando
de dor e surpresa.
os traços de teu rosto,
depois a tristeza do teu silêncio
um cristal que caiu e estilhaçou,
caminho por eles gritando
de dor e surpresa.
QUEM ME DERA
Quem me dera fosse seu livro de cabeceira
e que seus dedos me virassem página à página
Quem me dera fosse seu travesseiro
que apoiasse sua cabeça e me derramasse os cabelos
Quem me dera fosse seu cobertor
te cobrisse e aquecesse por cima e em baixo
Quem me dera depositado em seu criado mudo
voce me olhasse satisfeita pelo prazer que causei
Antes livro da sua vida, travesseiro que te equilibra, e cobertor que te aquece
do que nada na sua estória.
e que seus dedos me virassem página à página
Quem me dera fosse seu travesseiro
que apoiasse sua cabeça e me derramasse os cabelos
Quem me dera fosse seu cobertor
te cobrisse e aquecesse por cima e em baixo
Quem me dera depositado em seu criado mudo
voce me olhasse satisfeita pelo prazer que causei
Antes livro da sua vida, travesseiro que te equilibra, e cobertor que te aquece
do que nada na sua estória.
CARINHO
Carinhosa, carinhosa, muito carinhosa
um afago,uma palavra, passa carinhosamente
e some, sempre muito carinhosa
não sei o que dizer a respeito,
é melhor me calar.
um afago,uma palavra, passa carinhosamente
e some, sempre muito carinhosa
não sei o que dizer a respeito,
é melhor me calar.
MUNDO ESTRANHO
Nesse mundo estranho
morte e vida
tem o mesmo horário
morte e vida
severina
nesse mundo estranho
jogo palavras ao vento
sel lenço ou documento
pra acalmar as horas
e nelas me afundo
elas pedras tropeços
faca afiada de manejo
nesse poeta que não conheço,
mais estranho é o mundo.
morte e vida
tem o mesmo horário
morte e vida
severina
nesse mundo estranho
jogo palavras ao vento
sel lenço ou documento
pra acalmar as horas
e nelas me afundo
elas pedras tropeços
faca afiada de manejo
nesse poeta que não conheço,
mais estranho é o mundo.
O FIM EM SI
O fim mais triste
é aquele que anuncia ir para sempre
contrariando sua finalidade
provocando a dúvida da partida
que vai chegando
Não evitá-lo parece-me racional
para se cair na teia da alegria
que transforma a feia beleza
da mesmice.
é aquele que anuncia ir para sempre
contrariando sua finalidade
provocando a dúvida da partida
que vai chegando
Não evitá-lo parece-me racional
para se cair na teia da alegria
que transforma a feia beleza
da mesmice.
VIRANDO AREIA
Um frio inrrompe
ela sumindo, matando afetos,
naquilo que diz,
naquilo que escreve e não lemos.
Pombas nos telhados
ventando incertezas
Vão -se grandes arranhões
como se surgissem de gatos
no cio.
Chora o quarto vazio
onde o silêncio do dia
se deita na cama tendo ela ali
desfazendo os castelos de areia.
ela sumindo, matando afetos,
naquilo que diz,
naquilo que escreve e não lemos.
Pombas nos telhados
ventando incertezas
Vão -se grandes arranhões
como se surgissem de gatos
no cio.
Chora o quarto vazio
onde o silêncio do dia
se deita na cama tendo ela ali
desfazendo os castelos de areia.
MATURIDADE
Vou sumindo
o corpo dela tem mil balanços
na musicalidade da vida,
o que a faz criança,
ela de vários desejos
abandona regras, e,
das mãos extensão dos braços
transforma os brinquedos em ferramentas
de sedução, construindo sua própria cama.
o corpo dela tem mil balanços
na musicalidade da vida,
o que a faz criança,
ela de vários desejos
abandona regras, e,
das mãos extensão dos braços
transforma os brinquedos em ferramentas
de sedução, construindo sua própria cama.
NARCISO
O beautiful da minhoca
fugia pelo menor buraco
enquanto eu ouvia "carinhoso".
Isso mostra a realidade esvaindo
o que não fomos,
como flores murchando
nos afastando
do nosso muro e do nosso jardim
nos tornando narcisos d'outro mundo
fugia pelo menor buraco
enquanto eu ouvia "carinhoso".
Isso mostra a realidade esvaindo
o que não fomos,
como flores murchando
nos afastando
do nosso muro e do nosso jardim
nos tornando narcisos d'outro mundo
MINHAS VERDADES
Estou velho
Não sou feio,
não sou belo
aos meus olhos;
sou bom como um cão,
impuro como a lama
Não sou feio,
não sou belo
aos meus olhos;
sou bom como um cão,
impuro como a lama
MEDITAÇÃO
Adormeço de tua ausência
Desperto de tua ausência.
Jeans,seios, meias, nádegas,
calçados, foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
Desperto de tua ausência.
Jeans,seios, meias, nádegas,
calçados, foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
FAZENDO AS HORAS
Como um guerreiro indígena
pinto-me para a guerra.
Levanto minha lança e lanço
gritos de indignação
sem medo do que venha a acontecer,
por andar de ombro a ombro
com aquilo em que acredito.
A fome e a opressão me fazem
ter essa coragem.
Para os sonhadores
sou mais um idealista
sob o pressuposto do idealismo.
Meus pais me ensinaram
os primeiros passos: como pensar,
a forma certa e errada de me portar,
encheram-me de juízos de valor;
aprenderam com quem?
Pergunto-me.
Fora do casulo
confronto as contradições,
daquilo que acho que sei,
com o que acham que sabem
os outros.
Alço vôo pelos jardins,
e observo o roubo das flores,
permaneço calado.
Me deparo com o pisoteio
dos jardins e a caça as borboletas,
permaneço calado.
Quando por fim resolvo gritar
para o mundo, arrancam-me a voz
e cortam-me asas
já não posso voar ou falar.
Fica claro que o movimento
na terra se acelera e não nos é possível
perceber ou descansar, sob a égide da barbárie.
Os cachorros continuam a obedecer às ordens
de comando, e nós que não somos domesticados,
ficamos calados de terror.
Afundado no travesseiro fantasio um levante;
ao acordar suado, sinto o gosto do mar na boca.
Um vírus me corrói corpo, está preste a me destruir.
Dormindo e acordando diante
das mudanças lentas, fica claro.
que minto a mim mesmo, só repetindo.
a história de outros heróis que não mais precisamos.
A televisão me mostra quem é Duro de matar,
Matando minha consciência.
Livros de apóstolos são lidos para embalar
meus dias para me alimentar de esperanças
enquanto o estômago ronca com a promessa
de que todos os homens serão julgados um dia.
Não estamos atrás de vingança,
queremos igualdade em vida.
Nenhum monarca divino ou terreno deve traçar
nossos destinos: basta de sermos súditos!
Nem justiça ou Salvador aparecerão
nas prateleiras de algum supermercado.
Plantamos flores e colhemos,
na hora da paga pelo esforço,
lá estão eles como aves de rapina
a espreita para nos roubar em nome.
da nossa segurança; mas se nos defendermos.
é sobre nós que eles marcham e pisoteiam
com os coturnos que lhes demos;
temerosos vivemos sob o slogan liberdade.
È chegada a hora de não ter mais medo,
afinal a vida é efêmera, acaba-se,
precisamos fazer valer a existência:
fazendo nossas horas.
*Direitos Reservados*
pinto-me para a guerra.
Levanto minha lança e lanço
gritos de indignação
sem medo do que venha a acontecer,
por andar de ombro a ombro
com aquilo em que acredito.
A fome e a opressão me fazem
ter essa coragem.
Para os sonhadores
sou mais um idealista
sob o pressuposto do idealismo.
Meus pais me ensinaram
os primeiros passos: como pensar,
a forma certa e errada de me portar,
encheram-me de juízos de valor;
aprenderam com quem?
Pergunto-me.
Fora do casulo
confronto as contradições,
daquilo que acho que sei,
com o que acham que sabem
os outros.
Alço vôo pelos jardins,
e observo o roubo das flores,
permaneço calado.
Me deparo com o pisoteio
dos jardins e a caça as borboletas,
permaneço calado.
Quando por fim resolvo gritar
para o mundo, arrancam-me a voz
e cortam-me asas
já não posso voar ou falar.
Fica claro que o movimento
na terra se acelera e não nos é possível
perceber ou descansar, sob a égide da barbárie.
Os cachorros continuam a obedecer às ordens
de comando, e nós que não somos domesticados,
ficamos calados de terror.
Afundado no travesseiro fantasio um levante;
ao acordar suado, sinto o gosto do mar na boca.
Um vírus me corrói corpo, está preste a me destruir.
Dormindo e acordando diante
das mudanças lentas, fica claro.
que minto a mim mesmo, só repetindo.
a história de outros heróis que não mais precisamos.
A televisão me mostra quem é Duro de matar,
Matando minha consciência.
Livros de apóstolos são lidos para embalar
meus dias para me alimentar de esperanças
enquanto o estômago ronca com a promessa
de que todos os homens serão julgados um dia.
Não estamos atrás de vingança,
queremos igualdade em vida.
Nenhum monarca divino ou terreno deve traçar
nossos destinos: basta de sermos súditos!
Nem justiça ou Salvador aparecerão
nas prateleiras de algum supermercado.
Plantamos flores e colhemos,
na hora da paga pelo esforço,
lá estão eles como aves de rapina
a espreita para nos roubar em nome.
da nossa segurança; mas se nos defendermos.
é sobre nós que eles marcham e pisoteiam
com os coturnos que lhes demos;
temerosos vivemos sob o slogan liberdade.
È chegada a hora de não ter mais medo,
afinal a vida é efêmera, acaba-se,
precisamos fazer valer a existência:
fazendo nossas horas.
*Direitos Reservados*
ALIENAÇÃO
Alienei-me.
sem perceber, nos rostos anônimos das ruas do centro, as vidas eificadas, meu espelho, mais que isso, é como se não houvesse gente, dentro de mim, a dizer-me: acorda!
volta-se as ações.
abre-se ao desconforto.
deixa-se levar pelo movimento da vida.
deixo que as contradições me atravessem, que o mundo me possua, me possua, me leve a reflexão, continue, pra que eu possa fazer e refazer, sem ter certeza, certo de estar certo.
o fazer é meu foco, como um pragmático intelectual, para sentir mudanças que não havia sentido.
deixo a apatia da alienação, a morte em vida, com ternura e faço meus dias.
volto-me as ações.
Abro-me ao desconforto.
Deixo-me levar pelo movimento da vida.
sem perceber, nos rostos anônimos das ruas do centro, as vidas eificadas, meu espelho, mais que isso, é como se não houvesse gente, dentro de mim, a dizer-me: acorda!
volta-se as ações.
abre-se ao desconforto.
deixa-se levar pelo movimento da vida.
deixo que as contradições me atravessem, que o mundo me possua, me possua, me leve a reflexão, continue, pra que eu possa fazer e refazer, sem ter certeza, certo de estar certo.
o fazer é meu foco, como um pragmático intelectual, para sentir mudanças que não havia sentido.
deixo a apatia da alienação, a morte em vida, com ternura e faço meus dias.
volto-me as ações.
Abro-me ao desconforto.
Deixo-me levar pelo movimento da vida.
AFRONTA
Dia
sem por de sol
desanoitece
no escuro
na noite, quase
Dia em si
na linha reta do horizonte
transborda de indignação
fuzis ou lua
que, enfim te afronte.
sem por de sol
desanoitece
no escuro
na noite, quase
Dia em si
na linha reta do horizonte
transborda de indignação
fuzis ou lua
que, enfim te afronte.
ANDARILHOS
Os Kms percorridos por um andarilho não o fazem um herói.
Os gritos anônimos nos interiores das casas de crianças,
não silenciam os mares ainda.
Continuamos revirando as latas de lixo à sinfonia da barriga.
Os soldados continuarão marchando comemorando
suas vitórias, ao som dos coturnos, agitando bandeiras.
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só,
As armas e os tanques não trazem alimentos,
a farinha da pólvora não tem um bom cheiro.
A côr do sangue do andarilho também é vermelho
Como poderemos viver vivos, fingindo não enxergar?
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só
Os gritos anônimos nos interiores das casas de crianças,
não silenciam os mares ainda.
Continuamos revirando as latas de lixo à sinfonia da barriga.
Os soldados continuarão marchando comemorando
suas vitórias, ao som dos coturnos, agitando bandeiras.
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só,
As armas e os tanques não trazem alimentos,
a farinha da pólvora não tem um bom cheiro.
A côr do sangue do andarilho também é vermelho
Como poderemos viver vivos, fingindo não enxergar?
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só
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