Você descobre
que o que sabe
não sabe. Há controvérsias.
Silêncio. Contradições.
Os dentes rangem
se mordem, com,
as palavras, na ponta
da língua, com a língua de fora.
Você descobre
que amor e valor
confabulam toda manhã,
engolindo a língua.
A língua é faca e foice,
anêmicas gêmeas,
na palavra do operário,
na garganta do patrão.
Lambuzam-se paralelas,
bolinantes pegajosas
no eterno bom gosto
salivar.
Você descobre
que as línguas serpenteiam
como vagalumes na noite,
no gesto dos amantes,
se abraçam, umedecem
como cúmplices, aos pares,
pelo mundo todo
a procura de um leito.
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