TE ESCONDES DEBAIXO DO TAPETE,
OU TRAIA ESSA CONSCIENCIA EMBALADA,
DIANTE DE TODOS OU DE UM SÓ
FOGE PARA ONDE TUDO COMEÇOU:
TÃO PASSADO, TÃO PRESENTE, LÁ TÃO AQUI.
NÃO HÁ MEDO NA CORAGEM,
O GERME DA CONTRADIÇÃO TE ADOECE,
OS CUTURNOS DANÇAM CADENCIADOS,
AS MÚSICAS DE ONTEM, NOVAS E REPETIDAS ECOAM,
PRA TEUS OUVIDOS CLÁSSICOS.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
ESCUTA
NÃO POSSO FALAR
MUDO, SUFOCADO, ME CALO
ASSIM PERMANECEREI, ATÉ QUANDO?
PENSO: NÃO HÁ LINGUA NO PENSAMENTO
AS REFLEXÕES SE AMONTOAM EM PILHAS
COMO TIJOLOS, BARRACOS SEM VIDA
PAREDES FRÁGEIS DE SUSSURROS
QUE SE DESFAZEM AOS POUCOS, DESABAM
NÂO POSSO FALAR
JÁ É DIFICIL ESCREVER O PENSAMENTO
PENSAMENTO QUE NÃO EXPRESSAM O QUE SINTO
DIANTE DE TANTA CONTRADIÇÃO.
NEM TUDO QUE TERMINA ACABA
NEM SÓ A BARATAS SOBREVIVEM AS BOMBAS
TAMBÉM OS MEDOS, NO INTERIOR DAS MORADAS
ESCURAS, QUE SE PERGUNTAM: O QUE NÃO FIZEMOS?
NÃO FALAREI, GRITAREI
BAIXO E TIMIDAMENTE
DEIXANDO PULAR A PALAVRA NA BOCA
QUE VAI MORRER EM SI: NÃO AGUENTO MAIS!
MUDO, SUFOCADO, ME CALO
ASSIM PERMANECEREI, ATÉ QUANDO?
PENSO: NÃO HÁ LINGUA NO PENSAMENTO
AS REFLEXÕES SE AMONTOAM EM PILHAS
COMO TIJOLOS, BARRACOS SEM VIDA
PAREDES FRÁGEIS DE SUSSURROS
QUE SE DESFAZEM AOS POUCOS, DESABAM
NÂO POSSO FALAR
JÁ É DIFICIL ESCREVER O PENSAMENTO
PENSAMENTO QUE NÃO EXPRESSAM O QUE SINTO
DIANTE DE TANTA CONTRADIÇÃO.
NEM TUDO QUE TERMINA ACABA
NEM SÓ A BARATAS SOBREVIVEM AS BOMBAS
TAMBÉM OS MEDOS, NO INTERIOR DAS MORADAS
ESCURAS, QUE SE PERGUNTAM: O QUE NÃO FIZEMOS?
NÃO FALAREI, GRITAREI
BAIXO E TIMIDAMENTE
DEIXANDO PULAR A PALAVRA NA BOCA
QUE VAI MORRER EM SI: NÃO AGUENTO MAIS!
BOTE
Conheço uma escuridão, porque sou.
Pensei que não houvesse. Tão perto,
Muitos também, míopes sociais, de ficções e solidão,
Se, no canto do meu quarto que é o mundo na TV, vivo.
Sem segredos, alegre das cachoeiras,
Um desenho de nuvens se esconde,
Digamos que é a gota da torneira da cozinha:
Como silêncio interrompido lentamente
Ou apenas um pingo, que não cabe em lugar cheio
Onde me arrasto no chão. A maritaca é faladeira,
E a tartaruga corre entre folhagens,
Enquanto, calados, os jacarés dormem.
Pensei que não houvesse. Tão perto,
Muitos também, míopes sociais, de ficções e solidão,
Se, no canto do meu quarto que é o mundo na TV, vivo.
Sem segredos, alegre das cachoeiras,
Um desenho de nuvens se esconde,
Digamos que é a gota da torneira da cozinha:
Como silêncio interrompido lentamente
Ou apenas um pingo, que não cabe em lugar cheio
Onde me arrasto no chão. A maritaca é faladeira,
E a tartaruga corre entre folhagens,
Enquanto, calados, os jacarés dormem.
sábado, 22 de agosto de 2009
AS ESCONDIDAS
Alguma cor no cabelo e um olhar vago de Monalisa,
Baixa, corpo esbelto em desfile,
um semblante triste nem sei como...
Como o de um Cristo na parede da igreja.
Um ar de mulher arrogante,
vestida em cores que seu corpo realça,
guardando fragilidades de uma gueixa
e as olheiras de uma mariposa.
Companheira aborrecida de amor
com indolências de flor cansada,
pesam-lhe as costelas de Adão,
cética ao ritmo do romance.
Acredita em sonhar junto ou então fica só,
a olhar tudo sem ver nada
chorando as escondidas.
(Para a amiga Talita Monteiro Gonsalves Fernandes no seu aniversário 19/08/09)
Baixa, corpo esbelto em desfile,
um semblante triste nem sei como...
Como o de um Cristo na parede da igreja.
Um ar de mulher arrogante,
vestida em cores que seu corpo realça,
guardando fragilidades de uma gueixa
e as olheiras de uma mariposa.
Companheira aborrecida de amor
com indolências de flor cansada,
pesam-lhe as costelas de Adão,
cética ao ritmo do romance.
Acredita em sonhar junto ou então fica só,
a olhar tudo sem ver nada
chorando as escondidas.
(Para a amiga Talita Monteiro Gonsalves Fernandes no seu aniversário 19/08/09)
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
PROCURANDO MEU LUGAR
Não sou trabalhador
sou um fragmento numa lenda,
meu destino se mistura
na formação da minha consciência,
ganhei um rótulo - e esse nome
já não uso mais, pela negação
a inocência de meus pais.
Nesse movimento conhecido,
não sou coisa, nem sou massa,
nem sou daqui, sou um número,
sou o que os olhos dos outros vêem,
sou o que não quero ser,
tento a todo momento me descobrir
dentro dessa ficção.
*Direitos Reservados*
sou um fragmento numa lenda,
meu destino se mistura
na formação da minha consciência,
ganhei um rótulo - e esse nome
já não uso mais, pela negação
a inocência de meus pais.
Nesse movimento conhecido,
não sou coisa, nem sou massa,
nem sou daqui, sou um número,
sou o que os olhos dos outros vêem,
sou o que não quero ser,
tento a todo momento me descobrir
dentro dessa ficção.
*Direitos Reservados*
NUNCA MAIS
Constitui famíla,
escrevi um livro,
plantei uma árvore,
é o que deixo no mundo,
assim como, muitos sonhos,
porque fui levado a crer
que isso seria minha realização,
na verdade continuo ninguém,
nunca ganhei rosas,
nem fui patrão
nesse mundo consumista,
vagueio pela vida,
já suei muitas pedras.
Ser Zé ninguém nunca mais.
*Direitos Reservados*
escrevi um livro,
plantei uma árvore,
é o que deixo no mundo,
assim como, muitos sonhos,
porque fui levado a crer
que isso seria minha realização,
na verdade continuo ninguém,
nunca ganhei rosas,
nem fui patrão
nesse mundo consumista,
vagueio pela vida,
já suei muitas pedras.
Ser Zé ninguém nunca mais.
*Direitos Reservados*
DIA A DIA
Absurdo,
existe algo tão absurdo
quanto homens ou mulheres escolhendo,
homens ou mulheres numa festa
como se estivessem num supermercado?
Aceitar este fato,
é roubar de mim mesmo a vida,
viver meu tempo sem amor, num quarto
entre números e documentos,
afirmando estérilmente
que isso é vida, oca, oca,
oca chance de me preencher.
*Direitos Reservados*
existe algo tão absurdo
quanto homens ou mulheres escolhendo,
homens ou mulheres numa festa
como se estivessem num supermercado?
Aceitar este fato,
é roubar de mim mesmo a vida,
viver meu tempo sem amor, num quarto
entre números e documentos,
afirmando estérilmente
que isso é vida, oca, oca,
oca chance de me preencher.
*Direitos Reservados*
TENTATIVAS
Tento ser poeta,
não sei se sou.
Importo-me com coisas simples,
que descrevo com palavras simples.
Me deslumbro com a lua,
com carícias de amor, de amigos.
Sou um indivíduo complexo,
em uma vida lógica, sou dfícil,
há de haver sempre uma intensão,
não admito um beijo no rosto,
sofro por toda uma vida,
atrás de carícias de um amor,
ou de amigos.
*Direitos Reservados*
não sei se sou.
Importo-me com coisas simples,
que descrevo com palavras simples.
Me deslumbro com a lua,
com carícias de amor, de amigos.
Sou um indivíduo complexo,
em uma vida lógica, sou dfícil,
há de haver sempre uma intensão,
não admito um beijo no rosto,
sofro por toda uma vida,
atrás de carícias de um amor,
ou de amigos.
*Direitos Reservados*
RUGAS
Meu tempo alienado
me envelheceu a pele,
não me fez crescer,
a vida continua um brinquedo,
fui protótipo de amor,
numa vida selvagem, funcionária,
carrego as cicatrizes.
De turno em turno,
marquei meu tempo,
misturando meus passos
com outros na rua,
diante desta constatação,
vejo me surgir uma ruga,
ruga de preocupação,
de reflexão.
*Direitos Reservados*
me envelheceu a pele,
não me fez crescer,
a vida continua um brinquedo,
fui protótipo de amor,
numa vida selvagem, funcionária,
carrego as cicatrizes.
De turno em turno,
marquei meu tempo,
misturando meus passos
com outros na rua,
diante desta constatação,
vejo me surgir uma ruga,
ruga de preocupação,
de reflexão.
*Direitos Reservados*
VOLTANDO A SI
Já passei dos quarenta,
e o que fiz foi só reclamar
e chorar escondido,
por conta da vida na hipocrisia
entre orgiólogos e cínicos,
patrôes, mansões, militares
e putas.
Choro,
e o mar cai na minha mão,
lavando meu corpo,
o sal grosso vai devolvendo minha humanidade.
*Direito Reservados*
e o que fiz foi só reclamar
e chorar escondido,
por conta da vida na hipocrisia
entre orgiólogos e cínicos,
patrôes, mansões, militares
e putas.
Choro,
e o mar cai na minha mão,
lavando meu corpo,
o sal grosso vai devolvendo minha humanidade.
*Direito Reservados*
INVENÇÕES
Somos inventores de nós mesmos,
o que fazer além das ficções,
e das necessidades que criamos?
Enquanto você me beija,
pensa em outra pessoa no supermercado,
inventamos então a distância
para justificar o invento saudade,
passamos o tempo,
como se ele precisasse passar,
tudo pelo mêdo do fim - inevitável,
assim vamos vigiando atentamente a vida.
*Direitos Reservados*
o que fazer além das ficções,
e das necessidades que criamos?
Enquanto você me beija,
pensa em outra pessoa no supermercado,
inventamos então a distância
para justificar o invento saudade,
passamos o tempo,
como se ele precisasse passar,
tudo pelo mêdo do fim - inevitável,
assim vamos vigiando atentamente a vida.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 31 de julho de 2009
AMOR NÃO BASTA
O lençol violentado,
amassado silenciava na cama;
era manhã e o tempo balançava,
na cadeira de vime na varanda.
O amor para o além do agora
eu sentia no cheiro do café,
que subia da cozinha.
Meu livro sobre a mesa
de pães e geléias.
No quintal cheio de folhas;
folhas e sílabas,
que o vento soprava leve
e o tempo levava.
O meu olhar versificado
olhava para além do café,
que agora vinha em minha direção,
buscava um sentido para aquela forma
que na noite me aventurei,
percorrendo o caminho das pernas,
entrando em grutas,
encontrando flores.
Como descrever minha unidade dividida?
Acho que sido, somos, sendo,
mais isso não me basta,
é natural demais para quem gosta
de mudar o tempo com ternura.
*Direitos Reservados*
amassado silenciava na cama;
era manhã e o tempo balançava,
na cadeira de vime na varanda.
O amor para o além do agora
eu sentia no cheiro do café,
que subia da cozinha.
Meu livro sobre a mesa
de pães e geléias.
No quintal cheio de folhas;
folhas e sílabas,
que o vento soprava leve
e o tempo levava.
O meu olhar versificado
olhava para além do café,
que agora vinha em minha direção,
buscava um sentido para aquela forma
que na noite me aventurei,
percorrendo o caminho das pernas,
entrando em grutas,
encontrando flores.
Como descrever minha unidade dividida?
Acho que sido, somos, sendo,
mais isso não me basta,
é natural demais para quem gosta
de mudar o tempo com ternura.
*Direitos Reservados*
quarta-feira, 29 de julho de 2009
MEDITAÇÃO
Adormeço de tua ausência
desperto de tua ausência
Jeans, seios, meias, nádegas,
calçados foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
em silêncio.
*Direitos Reservados*
desperto de tua ausência
Jeans, seios, meias, nádegas,
calçados foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
em silêncio.
*Direitos Reservados*
PASSAGEM
Ao chegar me molha,
a lígua, aproxima, penetra.
Abre
Os joelhos.
Não ouço mais o quarto,
vou embora.
Me seca, me aquece,
o corpo se afasta.
Me tampa.
Com o olhar repleto de tudo.
Me espera...
eu volto.
*Direitos Reservados*
a lígua, aproxima, penetra.
Abre
Os joelhos.
Não ouço mais o quarto,
vou embora.
Me seca, me aquece,
o corpo se afasta.
Me tampa.
Com o olhar repleto de tudo.
Me espera...
eu volto.
*Direitos Reservados*
sábado, 4 de julho de 2009
SOL
Cansado de amanhecer
o sol levanta,
pra terminar o dia
com a vida mesma,
quente ou frio,
é sempre o mesmo sol.
*Direitos Reservados*
o sol levanta,
pra terminar o dia
com a vida mesma,
quente ou frio,
é sempre o mesmo sol.
*Direitos Reservados*
CAMINHADA
Sai em busca do que fui
sumi estrada afora, me perdi,
tento me encontrar,
mas não me acho,
se souberem de mim, me avisem.
*Direitos Rservados*
sumi estrada afora, me perdi,
tento me encontrar,
mas não me acho,
se souberem de mim, me avisem.
*Direitos Rservados*
ESPETÁCULO
Há um cheiro de teatro no ar
Coletivo, Oficina, nas ruas
expressões, suor, risos,
tristezas, poesias, conflitos,
marcados, rostos, olhos, gargantas,
O cotidiano andando lá fora,
platéia alienada bebendo reflexão.
*Direitos Reservados*
Coletivo, Oficina, nas ruas
expressões, suor, risos,
tristezas, poesias, conflitos,
marcados, rostos, olhos, gargantas,
O cotidiano andando lá fora,
platéia alienada bebendo reflexão.
*Direitos Reservados*
SÓ DE DESEJOS
Fechei o cheiro dela nas mãos,
cerrei os punhos para não perdê-la.
De noite aflorei meu tesão na cama,
ereto ainda, acendi meu cigarro e traguei-a.
Gargalhei e fui dormir só,
ao meu lado, deitada, a cidade, mórbida,
vazia.
*Direitos Reservados*
cerrei os punhos para não perdê-la.
De noite aflorei meu tesão na cama,
ereto ainda, acendi meu cigarro e traguei-a.
Gargalhei e fui dormir só,
ao meu lado, deitada, a cidade, mórbida,
vazia.
*Direitos Reservados*
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