Na minha liberdade algemada,
só vivo imagens e formas,
o conteúdo deu adeus,
enterrando a narrativa,
os fragmentos já não colam,
os grilos não falam mais comigo,
sinto-me um pouco resto
como concha cuspida de mar,
sinto falta da infecção das palavras,
dão dor de cabeça mas me mantém vivo,
não sei se estou no fundo de um jazigo, ou,
o vazio de mim que tem esse silêncio bárbaro,
meus verbos estão com o pé na lama,
as palavras não fazem gestos,
tudo caminha para a ignorância,
decidi falar com passarinhos e fazer coisas inúteis,
entretanto na primeira ereção do dia,
o dia promete, olhando um deserto, ou,
um menino brincando num chão de areia
com um molotov em garrafa de coca-cola, sugere mudanças?
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