Uma fruta madurando morta, eu,
banana com cigarro apagado
no canto da boca,
deitado na fruteira
olhando baladas, casais
cheios de céu e flores,
bananeiras e buquês de esperança,
pomar de silhuetas abrigando passarinhos,
que, colhidas vidas suspiram,
degoladas, lavadas, descabeladas,
expostas no centro da mesa,
como maracujás de gaveta,
doze bananas já vivi,
um cacho jaz ali,
penca com calda,
me resta esse sentimento louco,
saber o sabor, despencando
entre a fruteira e a boca.
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