Chove chuva chorando
lavando o mundo de bruços,
aguardando outros dias e noites,
sorrisos e açoites,
as mudanças que nunca vem.
sexta-feira, 10 de março de 2017
GOTAS LENTAS
Me assusto com gotas de chuva,
exageradamente, exagerado como meu susto...
meus olhos castanhos,
olham um céu sem sol;
chorando gotas lentas.
exageradamente, exagerado como meu susto...
meus olhos castanhos,
olham um céu sem sol;
chorando gotas lentas.
MORDENDO O COTOVELO
Na disputa entre os donos da verdade,
quanto ao caminho do mundo,
ainda sob a ótica do bem e do mal,
erros e acertos, verdades e mentiras,
os conscientes inconscientes,
na singeleza ou na arrogância,
caminham pra lugar nenhum.
Desconfie, aproveita,
na realidade ainda há beleza!
Só se vive uma única vez
as efemeridades do tempo,
se não concordar,
continua mordendo o cotovelo.
quanto ao caminho do mundo,
ainda sob a ótica do bem e do mal,
erros e acertos, verdades e mentiras,
os conscientes inconscientes,
na singeleza ou na arrogância,
caminham pra lugar nenhum.
Desconfie, aproveita,
na realidade ainda há beleza!
Só se vive uma única vez
as efemeridades do tempo,
se não concordar,
continua mordendo o cotovelo.
AFLORESCÊNCIA
Num mar verde de alfaces e hortaliças
o brilho vermelho dos tomates,
sobre a planície úmida
onde passeiam lagartos e formigas,
crianças brincam de amarelinha,
muitos jogos e brincadeiras,
inocência em saber e sabedoria,
O ar cheira fraldas,
Nas meninas dos olhos,
os meninos também,
doçuras e crueldade,
páginas ganhando tinta,
canções, violinos, zumbidos,
De plantações, pomares, jardins,
hortaliças, raízes..
Com muito sol e muita água.
o brilho vermelho dos tomates,
sobre a planície úmida
onde passeiam lagartos e formigas,
crianças brincam de amarelinha,
muitos jogos e brincadeiras,
inocência em saber e sabedoria,
O ar cheira fraldas,
Nas meninas dos olhos,
os meninos também,
doçuras e crueldade,
páginas ganhando tinta,
canções, violinos, zumbidos,
De plantações, pomares, jardins,
hortaliças, raízes..
Com muito sol e muita água.
NADA É TÃO PURO HOJE
As lágrimas não caíram...
não molharam...
me afoguei.
Nunca mais entrei num rio.
Só as borboletas me contam
o que o casulo escondia.
Nada..Nada é tão puro hoje!
não molharam...
me afoguei.
Nunca mais entrei num rio.
Só as borboletas me contam
o que o casulo escondia.
Nada..Nada é tão puro hoje!
O ARTISTA
Gritos, fumaça e lágrimas,
chorando injustiças
sob o olhar das hienas
e agonia da cultura,
batalha de pedras poéticas,
contra balas de borracha.
chorando injustiças
sob o olhar das hienas
e agonia da cultura,
batalha de pedras poéticas,
contra balas de borracha.
A MULHER NA ESQUINA
Uma Gueixa
cacos de caráter pelos chão
pétala de flôr ao vento
pairando na calçada.
A coisa.
Nada mais.
A coisa,
útil ou propícia.
Havia charme
no andar
no roçar das pernas
no batuque dos sapatos.
Sorriso de maritaca
na boca a meia luz,
no poste da esquina.
Um amor guardado
a ser descoberto
entre cervejas e cocaína
numa rua sem colorido.
Escolha feita
no chão do asfalto deita
entre ratos e baratas
sempre refeita.
cacos de caráter pelos chão
pétala de flôr ao vento
pairando na calçada.
A coisa.
Nada mais.
A coisa,
útil ou propícia.
Havia charme
no andar
no roçar das pernas
no batuque dos sapatos.
Sorriso de maritaca
na boca a meia luz,
no poste da esquina.
Um amor guardado
a ser descoberto
entre cervejas e cocaína
numa rua sem colorido.
Escolha feita
no chão do asfalto deita
entre ratos e baratas
sempre refeita.
LÁGRIMAS
Eu queria nesse caminho tortuoso
não viver o conflito posição/oposição,
entre as hienas e gatos singelos,
antes lobos e cordeiros.
Dos olhos do tigre, nessa ficção,
vertem lágrimas.
não viver o conflito posição/oposição,
entre as hienas e gatos singelos,
antes lobos e cordeiros.
Dos olhos do tigre, nessa ficção,
vertem lágrimas.
CIDADANIA INFANTIL
- Se é corredor é pra correr!
- Se correr você pode cair!
- Se cair eu me levanto!
- Você pode machucar alguém!
- Só se o outro não souber correr!
- Tem gente que não sabe!
- Quem não sabe cai e aprende!
- Você tem que fazer o que nós adultos mandamos!
- Se é corredor é pra correr! Se não...
- Muda o nome para P-A-S-S-A-R-E-LA,
ai a gente D-E-S-F-I-L-A!
- Se correr você pode cair!
- Se cair eu me levanto!
- Você pode machucar alguém!
- Só se o outro não souber correr!
- Tem gente que não sabe!
- Quem não sabe cai e aprende!
- Você tem que fazer o que nós adultos mandamos!
- Se é corredor é pra correr! Se não...
- Muda o nome para P-A-S-S-A-R-E-LA,
ai a gente D-E-S-F-I-L-A!
EDUCANDO
Dos ensinamentos que tive
guardo aquilo que fui banhado,
seguindo a ser o que sou,
Nunca andei com as próprias pernas,
pernas muitas, correndo na paisagem do tempo,
o tempo mostrando o caminho,
curvas encruzilhadas, minhas escolhas,
os mestres, esqueci os rostos,
uma se fez inesquecível,
me beijou a face nos meus 6 anos e disse:
- Você não tem olhos de doutor,
porque carrega muita poesia nos olhos!
guardo aquilo que fui banhado,
seguindo a ser o que sou,
Nunca andei com as próprias pernas,
pernas muitas, correndo na paisagem do tempo,
o tempo mostrando o caminho,
curvas encruzilhadas, minhas escolhas,
os mestres, esqueci os rostos,
uma se fez inesquecível,
me beijou a face nos meus 6 anos e disse:
- Você não tem olhos de doutor,
porque carrega muita poesia nos olhos!
A TEIA
Uma aranha tecendo seu amanhã
farta de moscas e insetos,
armadilhas, devorando o mundo,
até que nada mais grude,
O sol há de aquecer a vida,
a teia há de enfraquecer,
para os fracos não terem
que se debater novamente.
farta de moscas e insetos,
armadilhas, devorando o mundo,
até que nada mais grude,
O sol há de aquecer a vida,
a teia há de enfraquecer,
para os fracos não terem
que se debater novamente.
QUADRO INFANTIL
Desenho sem forma
quadro inacabado
pai, mãe, irmãos, amigos
cruzando becos e ruas
outras famílias, pessoas,
e outras..e outras...famílias e ruas,
tinha tantos irmãos
nem sabia contar.
quadro inacabado
pai, mãe, irmãos, amigos
cruzando becos e ruas
outras famílias, pessoas,
e outras..e outras...famílias e ruas,
tinha tantos irmãos
nem sabia contar.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
CIDADANIA SURREAL
Sempre atento, sempre paranoico,
Culpa do stress. Tudo é negro. Tudo é branco.
A dor de barriga é a mesma entre nós, amarelos ou vermelhos
Brigamos institucionalmente para ser.
Acordo Guevara, Tomo café Cazuza, vivo o dia Tim Maia e durmo Drumond,
Sonho Fuerbach e tenho pesadelos com Niestche,
Um dia de choro, ao mesmo tempo sorriso
Kafikamente sou barata no universo gritando :
Brigamos institucionalmente para ser.
Acordo Guevara, Tomo café Cazuza, vivo o dia Tim Maia e durmo Drumond,
Sonho Fuerbach e tenho pesadelos com Niestche,
Um dia de choro, ao mesmo tempo sorriso
Kafikamente sou barata no universo gritando :
Vocês vão ter que me engolir!
Zagalo tem nome de vagalume.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
NUNCA SOUBE AMAR
Sei que deveria gostar mais de mim
Deixar de buscar aprovação
Buscar um enfermeiro as vezes.
Deixar de buscar aprovação
Buscar um enfermeiro as vezes.
Pra sempre não existiria
Seria romântico e adoeceria por isso
Preciso de transfusão de poesia.
Seria romântico e adoeceria por isso
Preciso de transfusão de poesia.
Tenho um coração gelado
Cheio de mar salgado
Mariscando nas pedras.
Cheio de mar salgado
Mariscando nas pedras.
Não sei amar
Não tenho medida
Pouco, metade, demais
Sempre transbordando.
Não tenho medida
Pouco, metade, demais
Sempre transbordando.
Não compreendo os lados
Do outro, do meu
Não me dou
Se não tenho.
Do outro, do meu
Não me dou
Se não tenho.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
MEU TEMPO
.
O tempo é sussurro no ouvido
Que por vezes parece grito
Segundos que duvido
Horas que são possíveis
Dias que duvido
Meses que não findam
Anos que nos torturam
Preciso de tempo
Pra entender
O tempo que o tempo tem para mim
domingo, 31 de julho de 2016
ATRIZ
Mulher de muitas faces
Vi você de vermelho
num bordel
depois voando
numa caixa preta, mas,
você já sabia,
que a cortina descia.
Vi você de vermelho
num bordel
depois voando
numa caixa preta, mas,
você já sabia,
que a cortina descia.
RODA VIVA
Acho que morremos amanhã, fato.
Hoje vivemos intensamente
pode ser agora.
Não. Não desejamos.
Daqui a pouco, os velhos vão.
novos virão, novos se vão,
A idade se pronunciará efêmera,
aos velhos serena, aos jovens apenas.
Hoje vivemos intensamente
pode ser agora.
Não. Não desejamos.
Daqui a pouco, os velhos vão.
novos virão, novos se vão,
A idade se pronunciará efêmera,
aos velhos serena, aos jovens apenas.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
AMOR PRÓDIGO
Um sorriso, uma palavra, um olhar,
Não diz tudo, mas
despretenciosamente,
Também pode não significar nada,
Sendo sutil e leve
O feito breve eu guardarei
As palavras escravizadas
Em garrafas de outros mares
Li, noturno, ejaculação distante,
Melou-me saudades.
Não vou responder.
Se não me conhece
Continuarei andarilho
Com cruzes na mochila
Respirando outros tempos
Até me encontrar.
Um dia te visitarei.
terça-feira, 12 de julho de 2016
O ÓDIO QUE CARREGO
Odeio amar
Amar exige equivalência
Está ai o conflito
Não se ama igualmente, equilibradamente,
Amar é feitiço, fetiche,
Odeio amar, por não poder se livrar,
Armadilha, num looping incansável
Dialética companheira ilha,
Odeio amar
Me alimenta e me mata faminto.
As lembranças são sorrisos de hienas.,
Está ai o conflito
Não se ama igualmente, equilibradamente,
Amar é feitiço, fetiche,
Odeio amar, por não poder se livrar,
Armadilha, num looping incansável
Dialética companheira ilha,
Odeio amar
Me alimenta e me mata faminto.
As lembranças são sorrisos de hienas.,
domingo, 3 de julho de 2016
SOLIDÃO
O tempo vai passando e acompanhando,
você, não vai embora indo todo tempo.
Ficando.
O tempo passou e fica recusado, nas
feridas
que não fecham, onde não é mais bem-vinda
na miopia que te enxerga.
O tempo lagrimeja no mar.
Já passou, sem perdas nem lucros,
o valor ficou aplicado
os ganhos são gastos nas novas relações
Só quem dividiu muito aprende a ser só.
Há uma espécie de prazer em ser ostra,
Não ter o outro todo tempo,
Talvez seja pelo conteúdo que se
carrega.
Ficar só pode ser uma opção de amor.
quarta-feira, 29 de junho de 2016
ANIMAL
Sou um animal civilizado
Acordo com vontade de matar alguém,
Com vontade de desprezar alguém,
Mato mais do que deixo viver, na minha utopia.
Meu amor é natural, a lógica divorcia,
pela ação, pelo cheiro, pela ilógica das
contradições desse corpo, onde...
As mãos são a ferramenta da transformação,
Te acaricio e te nego, te acolho no abraço,
Te dou adeus. Vai! Vem! Quando não te quero mais
sexta-feira, 27 de maio de 2016
APOSENTADO
Estou obrigado a ser e viver
ovulamente espermatozóidemente.
Chegou a hora de me preparar,
minha palavra de ordem:
Não aguento mais dar murro em ponta de faca!
Decidi.
Vou me aposentar.
Já fiz o que deveria fazer mesmo que o mundo
continue girando e a vida morrendo.
domingo, 10 de abril de 2016
LIMPEZA POÉTICA
Lavei as palavras e pus pra secar
Depois do enxágue de sabão e amaciante,
Enchi de brisa e pouco sol
No varal balançavam minhas utopias,
Sonhos e lembranças
E as palavras domesticadas
Mesmo com tantas coisas ao redor,
Sou um louco a secar palavras
E arrumá-las em verso e prosa
Sinto, penso, vivo,
As palavras mudas, limpas,
Que nunca ouvirão.
SOBRESEXO
Não tenho reputação poética,
Titica de galinha no pênis
Versando a menina de família,
Exagerando rimas caminho
Nessa estrada vaginal
Gozando dos significados
E insignificâncias, marginal,
Que para sempre, morre,
Gostando de não ter te conhecido.
COISAS HUMANAS
O carro, o celular, a língua do tênis,
Coisas humanas, muito mais que coisas,
São vivas, efêmeras, serenas, pequenas,
coisas com estilo.
O sol escaldante, pedras de gelo,
Abraços não encontram eco,
Se vão, procurando
Entre caminhões e aviões,
Mãos e olhos tudo tocam
Aquecem a mente
Semente inútil, sem escuta,
Que não germina, contra coisa.
sábado, 9 de abril de 2016
TRUES AND LIES
Eu sempre quis desistir do conhecimento,
Com o sonho de família feliz, ordem e progresso
Sempre me senti enganado, até pela perversa arte,
e os escorpiões dentro de casa.
Sempre me senti enganado, até pela perversa arte,
e os escorpiões dentro de casa.
Eu vivi meus primeiros de Maio,
chorei, bati meu coração cerrei os punhos.
Um fascinante esquisito bicho preguiça,
Contabilizando moedas.
chorei, bati meu coração cerrei os punhos.
Um fascinante esquisito bicho preguiça,
Contabilizando moedas.
Na consciência, um dente de baleia Jubá
Nas brincadeiras, as presas eram divertidas
gritavam como bolas de futebol
Nas brincadeiras, as presas eram divertidas
gritavam como bolas de futebol
Os craques com câimbras com,
massagens de queixas, num céu estrelado,
Sugavam nosso sangue de luta.
massagens de queixas, num céu estrelado,
Sugavam nosso sangue de luta.
domingo, 27 de março de 2016
ANIMAL DOMÉSTICO
Meu olhar cobiçou
E sorri
Como uma tartaruga
Escondi a cabeça no corpo
O impossível era sonho
Para a menina dos olhos
Peguei meu coração
Coloquei uma coleira
E arrastei pelo chão.
domingo, 6 de março de 2016
MEU DIA MARGINAL
No palácio se come faisões
em meio a desabamentos
o povo em lágrimas, vomita pombos
o povo em lágrimas, vomita pombos
caminhando caminhos que não andam
As crianças aprendem e desaprendem
professores professam desacreditados
a verdade, enquanto bruxos e bruxas
enfeitam jornais, margeando tempestades
com bacalhais defecando na geladeira
professores professam desacreditados
a verdade, enquanto bruxos e bruxas
enfeitam jornais, margeando tempestades
com bacalhais defecando na geladeira
As meninas dos olhos fazem-de-conta
narcisos olhos que olham a peneira
que tampa o sol frente a eternização dos mitos
nós os poetas queimamos em fogueiras
maltrapilhos sorrisos amarelos
rimas rosas mulheres
sempre um grito em meio a ossos
atirando projéteis de luz
iluminando o asfalto
narcisos olhos que olham a peneira
que tampa o sol frente a eternização dos mitos
nós os poetas queimamos em fogueiras
maltrapilhos sorrisos amarelos
rimas rosas mulheres
sempre um grito em meio a ossos
atirando projéteis de luz
iluminando o asfalto
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
NÃO ENTENDO AS MULHERES
Eu vi uma morena, morenas não tem nome,
com o cabelo comprido negro e rosto amarelo;
Vi o inocente olhar perverso, na menina dos olhos,
e os dentes branquinhos de uma cascavel.
Vi o inocente olhar perverso, na menina dos olhos,
e os dentes branquinhos de uma cascavel.
Eu vi o corpo, tocando uma canção,
As bandas bundas dançavam fascinantes,
Na cabeça, um cocar e uma casa de marimbondo
no coração, um bater de crocodilo,
As bandas bundas dançavam fascinantes,
Na cabeça, um cocar e uma casa de marimbondo
no coração, um bater de crocodilo,
Nas mãos, dedos de uma preguiça,
Na boca, lábios de Tamanduás,
buscando meu eu formiga
Na boca, lábios de Tamanduás,
buscando meu eu formiga
Pernilongos zuniam nos meus ouvidos,
um cheiro de jasmim, coroa de espinhos dourada,
e as veias do meu corpo latejando de felicidade.
um cheiro de jasmim, coroa de espinhos dourada,
e as veias do meu corpo latejando de felicidade.
sábado, 14 de novembro de 2015
PROPOSTA INDECENTE
Continuo dano corda no relógio
Pra amar e ser amado
Gostaria de ouvir
Um te amo
De mentirinha
Nesse mundo que a grana
Já destruiu as coisas
belas.
Agora eu penso o gingado
O corpo do violão
A barriga de tanquinho
Coisas
Que molham o instinto
A ideia de gozar de voce
Já está em gozo
É a efemeridade dos
tempos
Mas tenho medo do amor,
Pode virar amizade
Me deixa te tocar
Sem nenhum respeito?
ESTRELA
Há sonhos que quero alcançar
Há sonhos que quero ter concretamente
Não vejo motivos pra não sonhar
Estrelas.
Não há motivos pra não querê-las
A Via-Láctea é um espaço aberto
Como sonhador quero tocar estrela
E morar no céu
Quando fecho meus olhos, vejo a distância
Penso: demora!
Abro meu coração, cheio de espanto
A luz não é dela, é de estrela
Se revelasse meus pensamentos
Outro brilho estrela teria.
Se foi um choque de planetas
Aceito o confronto, não tenho medo
Num dia vi a lama,
No outro dia vi estrela.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
DECEPÇÃO
Esperamos
das pessoas muitas vezes coisas que elas não podem nos dar, porque vemos no
outro aquilo que queremos ver, aquilo que o outro acha que é, no meio disso um
poço sem fundo nesse objetivo de viver sob o olhar do outro, é ser aceito.
A verdade
muitas vezes não tem haver com a ação, para que a vida siga seu caminho, sem
pedras no caminho, precisamos da convivência feliz, em meio a sorrisos falsos, mentiras e
ilusões.
Viver não é pra qualquer um.
O
mundo fictício é doloroso, para todas as relações, principalmente para o amor e
a amizade.
Após
cada decepção, esquecemos, depois de muita tortura partimos pra outra.
Aquilo
que se vai e se perde, fica e se acha, em vida a todo movimento.
O
que foi porque morreu não se encontra em vida, melhor seguir em frente, as decepções
nos ensinam esse viver.
Uma
fênix renasce das cinzas da decepção, num mundo fictício, de sorrisos amarelos,
sexo utilitário, trabalho alienado, amor valorado, no universo da desilusão. A
cada momento falso, o passado, presente e futuro se aproximam e são saudados
por novas decepções.
Os
personagens deste mundo se confundem cada qual nas suas espertezas. Dualidade
entre verdades e mentiras na sociedade do espetáculo. Mesquinhos altruístas,
demagogos decentes, certificando toda a prole com doutorado de falsidade.
- Quem são os tolos?
Numa
noite negra uma luz vai escancarar essa monstruosidade?
Um
tolo não percebe no singelo e na sutilidade, conteúdos indecentes e
desprezíveis.
- Prefiro
me manter bêbado e só, meu brio.
Eu
sabia que a decepção, sem saber nem era.
SIDNEY
NUNES
domingo, 6 de setembro de 2015
REALIDADE MENOS MORTA
Ela tinha muitas ruas
Muitos bares, muitas luas
Meias, inteiras, confusas,
Muitos bares, muitas luas
Meias, inteiras, confusas,
Ela tinha lugares, esquinas,
Becos, hotéis, camas, quartinhos,
Fragmentos de mundo.
Becos, hotéis, camas, quartinhos,
Fragmentos de mundo.
Ela tinha amigos jovens, maduros,
Velhos, banqueiros, mendigos,
Negros, índios e passarinhos.
Velhos, banqueiros, mendigos,
Negros, índios e passarinhos.
Ela tinha bonecas, sonhos, família,
ficções, imaginação, utopias,
Gente é assim quando mantém o caráter.
Ela tinha fogo nas ventas,
intensa, nos cais , cemitérios,
era filha de outras realidades.
intensa, nos cais , cemitérios,
era filha de outras realidades.
domingo, 23 de agosto de 2015
TRANSFORMAÇÕES
Sob a consciência daquilo que é velho,
A lápide sobre mim não sintetiza o que fui.
Quando era, nascido, seria para sempre,
O ovo, a lagarta, a libélula,
Olhos, braços, pernas, espreguiçadeira,
Família feliz na cabeça.
Sempre soube que o que começa termina,
lógica de tudo nas rugas,
engano os anos a ferro e bisturi,
convenço, um, dois, nunca o mundo.
Eu diante do espelho.
Passeando no tempo durante tudo é lindo,
Uma mordida, um maracujá na gaveta,
cheio de cicatrizes de tempo,
o drama da carne ficcionando a vida.
Talvez pudesse negar mudanças,
Do que sou, fomos, seremos,
Preso as correntezas afogando margens,
Remando felicidades, como borboletas,
Vivente a vida cochicha maturidade
Me ensinando a ser pó.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
MINHOCANDO
De buraco em buraco
a terra sobre mim
enche-me de pensamentos,
patéticos políticos,
somente semente de dois lados
esquerda e direita
como se a terra não fosse redonda,
um queijo suiço quadrado,
meus buracos, casulos ideológicos,
tomara esse poeta poema,
saia borboleta, do buraco, da minhoca.
a terra sobre mim
enche-me de pensamentos,
patéticos políticos,
somente semente de dois lados
esquerda e direita
como se a terra não fosse redonda,
um queijo suiço quadrado,
meus buracos, casulos ideológicos,
tomara esse poeta poema,
saia borboleta, do buraco, da minhoca.
REGGAE
Um sapo embriagado falou
numa esquina
Ei! reggae...reggae...reggae...
Estava eu embriagado?...sorri
Muitos surdos mudos, passavam,
não valiam libras ou tostão, se ,
não sabem quem são,
Eu? Ouvia Bob Marley.
Preguiçoso, nas pernas,
com os olhos eu vejo,
um mundo um beijo.
numa esquina
Ei! reggae...reggae...reggae...
Estava eu embriagado?...sorri
Muitos surdos mudos, passavam,
não valiam libras ou tostão, se ,
não sabem quem são,
Eu? Ouvia Bob Marley.
Preguiçoso, nas pernas,
com os olhos eu vejo,
um mundo um beijo.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
PALAVRAS DO CORAÇÃO
Ainda não me encontrei,
eu que me procuro todos os dias,
tentando encontrar o equilíbrio,
ser harmônico, sereno,
ser poeta da poesia ideal, exata,
como um bêbado poeta francês de outrora.
Não sei o que me cabe
só sei o que me cabe dentro do peito,
que ao dormir com minhas utopias,
acordo muitos guerreiros,
que ouvem meu coração
Tenho medo do que falo
algumas palavras me machucam
tanto quanto o meu interlocutor
sinto que apodrecem comigo
porque gostam de mim
são palavras do coração.
eu que me procuro todos os dias,
tentando encontrar o equilíbrio,
ser harmônico, sereno,
ser poeta da poesia ideal, exata,
como um bêbado poeta francês de outrora.
Não sei o que me cabe
só sei o que me cabe dentro do peito,
que ao dormir com minhas utopias,
acordo muitos guerreiros,
que ouvem meu coração
Tenho medo do que falo
algumas palavras me machucam
tanto quanto o meu interlocutor
sinto que apodrecem comigo
porque gostam de mim
são palavras do coração.
MEIO SÉCULO
Parece que foi ontem
Cinquenta anos. Como o tempo passa!
O tempo é sem graça.
A aposentadoria diz que agora
nada tenho haver com o mundo,
já fiz a minha parte.
O mundo ainda gira?
Como? Se somente agora deixo a adolescência,
agora sou cara pintada, boca pintada,
unhas pintadas como um anjo
descompassado de amor,
pronto para contribuir nas mudanças.
Parece que foi ontem
o século não me parece tão distante.
Cinquenta anos. Como o tempo passa!
O tempo é sem graça.
A aposentadoria diz que agora
nada tenho haver com o mundo,
já fiz a minha parte.
O mundo ainda gira?
Como? Se somente agora deixo a adolescência,
agora sou cara pintada, boca pintada,
unhas pintadas como um anjo
descompassado de amor,
pronto para contribuir nas mudanças.
Parece que foi ontem
o século não me parece tão distante.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
LOUCURAS
Estudo a falta de lógica da vida
desconstruo cheio de certezas,
poemas desfocados entre rimas sem sentido,
minha lógica, para sua lógica é ilógica,
minha poesia não tem meta, não tem seta,
com ela não tem negócio.
desconstruo cheio de certezas,
poemas desfocados entre rimas sem sentido,
minha lógica, para sua lógica é ilógica,
minha poesia não tem meta, não tem seta,
com ela não tem negócio.
SEXO DE ESQUERDA
Coquetéis molotov
em garrafas de coca-cola.
- Putkin que voodka!
A cama rangendo, Trotsky...trotsky...trotsky...
- Toma um Marx vermelhinho!
Geme baixinho Lenin...lenin...lenin...
A esquerda está em festa
depois da passeata.
em garrafas de coca-cola.
- Putkin que voodka!
A cama rangendo, Trotsky...trotsky...trotsky...
- Toma um Marx vermelhinho!
Geme baixinho Lenin...lenin...lenin...
A esquerda está em festa
depois da passeata.
HERANÇAS
Bibliotecas parecem túmulos,
vão de silencios.
Muitos cegos, muitos surdos.
Quem vê, quem escuta, naturaliza?
Espera o coelho da páscoa, e,
acredita que virgens acendem o sexo
num barulho genético.
vão de silencios.
Muitos cegos, muitos surdos.
Quem vê, quem escuta, naturaliza?
Espera o coelho da páscoa, e,
acredita que virgens acendem o sexo
num barulho genético.
sexta-feira, 15 de maio de 2015
MÚSICA MORTA
A morte não existe
é coisa inventada,
cantava a tuba
aos ouvidos do povo:
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
é coisa inventada,
cantava a tuba
aos ouvidos do povo:
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
VENTO UTÓPICO
As utopias, não tem pernas,
não são coisas, não são gente,
nem vivem por aqui.
São vento ventania, em todo lugar,
dançam pelo ar.
não são coisas, não são gente,
nem vivem por aqui.
São vento ventania, em todo lugar,
dançam pelo ar.
LÁPIDES POÉTICAS
Triste o silêncio dos poemas,
nos túmulos dos poetas mortos
em lápides livros nas bibliotecas.
De quando em quando uma visita rima,
lê e vomita poesia oração.
nos túmulos dos poetas mortos
em lápides livros nas bibliotecas.
De quando em quando uma visita rima,
lê e vomita poesia oração.
MULHERES DO MAR
Nessas águas salgadas
o protetor solar protege do sol
Não das merdas do mar
que já está dentro delas.
o protetor solar protege do sol
Não das merdas do mar
que já está dentro delas.
DISTANTE
A lua ao meu alcance
brilhava na imaginação
eu a tocava com os dedos
na ponta dos pés,
qualquer distração
leva a lua pra longe.
brilhava na imaginação
eu a tocava com os dedos
na ponta dos pés,
qualquer distração
leva a lua pra longe.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
SEJA O QUE FLÔR
A morte do amor
posto que é chama
durante dura
de forma estranha
como uma fome Etíope.
As carícias dormem
tudo é comida
fome que não sacia
O mundo fetichiza
o amor que foi,
agora seja o que flôr.
posto que é chama
durante dura
de forma estranha
como uma fome Etíope.
As carícias dormem
tudo é comida
fome que não sacia
O mundo fetichiza
o amor que foi,
agora seja o que flôr.
UM POUCO DE CADA COISA
Foi tudo muito súdito
tudo muito injusto
muito pobre muito rico
tudo meio assunto
tédio e mistério
ontem tudo inteiro
hoje tudo meio
dúvidas em pé
militando fé
tudo um saco
tudo ave maresia.
tudo muito injusto
muito pobre muito rico
tudo meio assunto
tédio e mistério
ontem tudo inteiro
hoje tudo meio
dúvidas em pé
militando fé
tudo um saco
tudo ave maresia.
CÉU E INFERNO
Os Deuses enchem copos de esperma
fecundam óvulos, ovulando
bêbados vamos nós
pelos vazios lá de fora
porque o céu está sempre lotado.
fecundam óvulos, ovulando
bêbados vamos nós
pelos vazios lá de fora
porque o céu está sempre lotado.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
BORBOLETAS
Despe-se a lagarta
das vestes,
Nua bate asas
pousada numa flôr de ipê
colorida
a pele leve, voa,
viçosa na paisagem
sorrindo para a natureza.
das vestes,
Nua bate asas
pousada numa flôr de ipê
colorida
a pele leve, voa,
viçosa na paisagem
sorrindo para a natureza.
TENTÁCULOS
Um dia de polvo
de polvo que abraça
um povo que sonha
num polvo apertado
Um polvo sedutor
que coisifica um povo,
coisas de mar
de um povo náufrago
Tão bravio e bárbaro
açoitando pedras, margens,
e um povo encharcado
de gosmas e braços.
de polvo que abraça
um povo que sonha
num polvo apertado
Um polvo sedutor
que coisifica um povo,
coisas de mar
de um povo náufrago
Tão bravio e bárbaro
açoitando pedras, margens,
e um povo encharcado
de gosmas e braços.
CRESCENDO
Querida! Somos crianças.
Eternamente viveremos a dança,
que grita
no corpo, na mente eterna,
chama
que ilumina, anima, a vida,
em uma espiral
infância infinita.
Eternamente viveremos a dança,
que grita
no corpo, na mente eterna,
chama
que ilumina, anima, a vida,
em uma espiral
infância infinita.
COISAS DE ARCANJO
Ví um Deus, traindo uma menina.
- Boa noite senhor! Eu disse.
Ele respondeu: - Não sou senhor de nada.
Só um arcanjo de asas pintadas
unhas vermelhas e boca de morango
No beco, um cachorro latia
preso a uma coleira, atrás de um portão de ferro
Era uma capela. Garoava.
- É um pitbull? Perguntei
- Não. É um pastor policial.
domingo, 23 de novembro de 2014
MEU LOBO
Tenho esse ar de idiota
silencioso, separado, distante,
falando sem parar com os olhos,
resquícios de tempos estranhos,
sumiram, dormiram...dormiram,
deixaram tristezas, torturas.
Que me desperte o lobo doente
para rosnar aos caçadores e fazer
valer novamente o uivo.
silencioso, separado, distante,
falando sem parar com os olhos,
resquícios de tempos estranhos,
sumiram, dormiram...dormiram,
deixaram tristezas, torturas.
Que me desperte o lobo doente
para rosnar aos caçadores e fazer
valer novamente o uivo.
NO PARQUE
Uma borboleta me sorriu
tão colorida.
Ela muda, por si um passarinho responde:
Ela te viu ela te viu ela te viu
e o verso saiu voando.
tão colorida.
Ela muda, por si um passarinho responde:
Ela te viu ela te viu ela te viu
e o verso saiu voando.
RONCO DA FOME
Minha lâmina corta a noite,
uma estrela me esbofeteia,
um projétil do sol me atingiu o peito,
ferido, acordo as baratas, e
sonho com a fome.
uma estrela me esbofeteia,
um projétil do sol me atingiu o peito,
ferido, acordo as baratas, e
sonho com a fome.
CORAÇÃO ABERTO
Pensamentos absurdos, não, Boca seca de calor
concava convexa. Andropausa do tempo
Sou o poeta menos lido do mundo, aquele que
não tem rima e nem segredos.
concava convexa. Andropausa do tempo
Sou o poeta menos lido do mundo, aquele que
não tem rima e nem segredos.
sábado, 22 de novembro de 2014
CAGADAS NOTURNAS
Criei palavras de amor
escritas somente em banheiros,
Lá saiam os versos
por baixo e por cima
sempre repletos de rimas
palavras meditabundas
que chamam de poesia,
ainda covardes não sabem,
se são ou não são, sem função,
como adolescentes em descobertas,
mugindo em vasos solitários,
diarréias, vômitos, urinais,
em muitas cagadas noturnas
escritas somente em banheiros,
Lá saiam os versos
por baixo e por cima
sempre repletos de rimas
palavras meditabundas
que chamam de poesia,
ainda covardes não sabem,
se são ou não são, sem função,
como adolescentes em descobertas,
mugindo em vasos solitários,
diarréias, vômitos, urinais,
em muitas cagadas noturnas
O MOVIMENTO DA SOLIDÃO
No parque você passeia
e nunca namorou comigo
sorrindo para os homens mulheres
que amarrotam o vestido florido,
e, espantam as borboletas feitas pela sua mãe
viúva que busca um novo pai de agora,
caminham todos cada qual com sua solidão
que busca morrer.
e nunca namorou comigo
sorrindo para os homens mulheres
que amarrotam o vestido florido,
e, espantam as borboletas feitas pela sua mãe
viúva que busca um novo pai de agora,
caminham todos cada qual com sua solidão
que busca morrer.
CANTAREIRA
Não chove chuva
na Cantareira triste
Ela está dentro do Sol
Como uma lágrima seca
O chão rachado, a fenda fel
ensina a respeitar sua natureza,
que morta, morre, mata,
o vermelho calor verde amarelo.
na Cantareira triste
Ela está dentro do Sol
Como uma lágrima seca
O chão rachado, a fenda fel
ensina a respeitar sua natureza,
que morta, morre, mata,
o vermelho calor verde amarelo.
sábado, 18 de outubro de 2014
CRIANÇAS DA MINHA RUA
Com o cantar do galo
As crianças acordam
Barulhentas
Num dia amarrado
Inventam cirandas
Riscam amarelinhas
Cheias de céu e inferno.
As borboletas brincam
Debaixo do meu Ipê cor de rosa
Quanta inveja!
ELEITOR
Uma coisa aprendi
Com esta eleição
A disputa e o debate
Entre os homens
Termina nos restaurantes , churrascarias.
Só fica a fome,
A barriga que ronca
Palavras de vento.
Este eleitor indigna
Nas saudades de lutas
Das manifestações da rua,
Das palavras sem ordem
Do gás, do barulho, da ilógica
A luta vira samba e cerveja,
Perdem-se nas dunas
De um Maranhão de sol
E tudo se torna tão natural.
MINHAS MEDIDAS
Tudo que fiz passo a
passo
Estão definidos na minha caminhada
Muitos quilômetros são
Me entender é entender
em centímetros
A cada passo, senão passo
Os amores, milímetros
Carinhos, que a imensidão
Não mede.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
LÁPIDES DE EDUCAÇÃO
Quando me entrego ao conhecimento
Tenho muito quando tenho a mim mesma
A educação é de mão única que também é fria
Mais que meus domingos asfixiados
Cheios de macarrão e ossos de galinha
Gente no mundo, experiências,
Se expandem sem parar
A faxina dos móveis e da vida
Quando ela suja os olhos, turvos de pessoas,
Lápides de homens do futuro
Em túmulos que chamamos de lar.
NÓS E TANTOS
De frente ao mar
Nós e o tempo
No futuro
Nós enrugando o vento
Neste dia
Nós e 20 e tantos anos
Danos, ganhos,
Nós não acertamos
Amor é grão
Nós vivemos, morremos,
Adoramos viver, sem germinar
Esses momentos únicos.
BANANA
Uma velha árvore centenária
Desfolhada, nua,
Alienadamente sozinha
Olhava um lago sujo
Diante daquela imagem, lodosa,
fincada uma bananeira
Com um cacho de
bananas amarelentas
Balançando, como um canto de ninar.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
POESIA DE VOCÊ
Como coisa imaginada
você
Tudo que te fecha
abro
Sua morada coração
invado
devagarinho arranco
sorrisos e abraços
sem reciprocidade
me entrego
Me permito sonhar
sobre sua pessoa
Seu cheiro. Beleza
açoitando a mim mesmo
Não permito tristezas
nessa poesia de você
você
Tudo que te fecha
abro
Sua morada coração
invado
devagarinho arranco
sorrisos e abraços
sem reciprocidade
me entrego
Me permito sonhar
sobre sua pessoa
Seu cheiro. Beleza
açoitando a mim mesmo
Não permito tristezas
nessa poesia de você
OSTRA
Se você viver mais do que eu,
mais do que a minha vida
nunca esqueça do nosso amor e ódio,
das borboletas que colorimos,
dos sorrisos de jacarés.
Tempo de amor, vermelhos carinhos,
num mar revolto, amante navegante,
náufrago errante das tempestades.
Ostra sou.
Amor e ódio quero desfrutar novamente.
do outro que está em nós, nas marés
No porto que atracarei.
mais do que a minha vida
nunca esqueça do nosso amor e ódio,
das borboletas que colorimos,
dos sorrisos de jacarés.
Tempo de amor, vermelhos carinhos,
num mar revolto, amante navegante,
náufrago errante das tempestades.
Ostra sou.
Amor e ódio quero desfrutar novamente.
do outro que está em nós, nas marés
No porto que atracarei.
CORAÇÃO DO OUTRO
Tomara esse flerte não me cegue,
e não! Nunca me seja eterno.
Que não me sequestre a razão,
nem me torture.
Mesmo tendo sido, sendo, serei,
por ele, o amor.
Que meu olhar não se perca no horizonte,
aquilo que ainda é tão belo desejo ver,
espante o tormento.
Que não me apequene, pequeno flerte,
gigante sentimento.
Se tornar-se amor que me deixe
cofre coração do outro.
e não! Nunca me seja eterno.
Que não me sequestre a razão,
nem me torture.
Mesmo tendo sido, sendo, serei,
por ele, o amor.
Que meu olhar não se perca no horizonte,
aquilo que ainda é tão belo desejo ver,
espante o tormento.
Que não me apequene, pequeno flerte,
gigante sentimento.
Se tornar-se amor que me deixe
cofre coração do outro.
A GENTE SE VÊ POR AI
O sol levantou cedo
estava todo dourado
o ar com cheiro de orvalho
meu corpo amarrotado de você
o sol, você, começam a esquentar
só não dá para entender
- A gente se vê por ai!
estava todo dourado
o ar com cheiro de orvalho
meu corpo amarrotado de você
o sol, você, começam a esquentar
só não dá para entender
- A gente se vê por ai!
sexta-feira, 27 de junho de 2014
AS ESCOLHAS SÃO TUAS
Homem de sonhos
as margens da vida,
que te fala a solidão?
Que é só, e que oca te fica,
e que já foi antes,
hoje, amanhã e depois de amanhã
que te diz?
Mas do que essa poesia, com cereteza,
e muita outras rimas e poemas,
delas e das saudades
de tudo que nunca foi.
Não escuta essa solidão
narcisa que só fala dela,
teus ouvidos são pra outros hinos,
as escolhas são só tuas.
as margens da vida,
que te fala a solidão?
Que é só, e que oca te fica,
e que já foi antes,
hoje, amanhã e depois de amanhã
que te diz?
Mas do que essa poesia, com cereteza,
e muita outras rimas e poemas,
delas e das saudades
de tudo que nunca foi.
Não escuta essa solidão
narcisa que só fala dela,
teus ouvidos são pra outros hinos,
as escolhas são só tuas.
INFERNO E CÉU
Infelizes mulheres de becos e cemitérios,
todas tem medo de poesia,
mas crescem, florescem, sorriem,
sorriso que se repete desde a antiguidade,
desde o primeiro amor,
um poema que as uniu e acariciou o coração,
pra tê-las felizes, cheias de inferno e céu.
todas tem medo de poesia,
mas crescem, florescem, sorriem,
sorriso que se repete desde a antiguidade,
desde o primeiro amor,
um poema que as uniu e acariciou o coração,
pra tê-las felizes, cheias de inferno e céu.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
NO BANHEIRO
Engoli palavras
embrulha-me o estômago
que agora ronca.
Dói-me os bagos de ameixa
com a poesia crescendo
nauseante, grávido?
Vômito? Não!
Fora existe o mundo
Onde bocas pousam em outras bocas
como moscas, palavra que me dá ânsia?
Amor?
É chegada a hora da teatral defecação.
Que bicho será que darei a luz?
embrulha-me o estômago
que agora ronca.
Dói-me os bagos de ameixa
com a poesia crescendo
nauseante, grávido?
Vômito? Não!
Fora existe o mundo
Onde bocas pousam em outras bocas
como moscas, palavra que me dá ânsia?
Amor?
É chegada a hora da teatral defecação.
Que bicho será que darei a luz?
SE O SENHOR NÃO TÁ LEMBRADO
Estamos favelados, fruto de classe,
cruel, saboroso como limão,
ácido como a história ácida.
Quem são os construtores? Todos, que se farão cinzas,
mãos cruzadas no caixão que sorriem hipocritamente,
ricas, cheias, reduzidas a nada, singelas autoritárias,
afagando a historia na cabeça submetida de outros homens,
sonhadores, criadores de Deuses.
Os barracos se levantam alienados pra durar
reproduzindo sonhos da classe oposta desejada.
Descobrimos a roda dia a dia que há tempos roda
entusiasmada pelo mundo, turista,
da paisagem da fome, consternados olhos,
presos a correntes ocultas.
Barracos, arquitetos, singelos egoístas,
cada qual com seu espelho,
falida consciência, morta, se esvaindo em desencanto,
Tomara seja mentira
essa realidade eterna eternizada,
que barracos vão viver, mas, morrer
todos os dias, pouco a pouco,
mesmo que na beleza de cada poesia.
cruel, saboroso como limão,
ácido como a história ácida.
Quem são os construtores? Todos, que se farão cinzas,
mãos cruzadas no caixão que sorriem hipocritamente,
ricas, cheias, reduzidas a nada, singelas autoritárias,
afagando a historia na cabeça submetida de outros homens,
sonhadores, criadores de Deuses.
Os barracos se levantam alienados pra durar
reproduzindo sonhos da classe oposta desejada.
Descobrimos a roda dia a dia que há tempos roda
entusiasmada pelo mundo, turista,
da paisagem da fome, consternados olhos,
presos a correntes ocultas.
Barracos, arquitetos, singelos egoístas,
cada qual com seu espelho,
falida consciência, morta, se esvaindo em desencanto,
Tomara seja mentira
essa realidade eterna eternizada,
que barracos vão viver, mas, morrer
todos os dias, pouco a pouco,
mesmo que na beleza de cada poesia.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
ERA UMA VEZ...
A mulher na gaiola
de que adianta, pular.
de poleiro em poleiro
bater asas?
Ela na gaiola
a gaiola dentro dela
simbiose crescente
dentro de um mesmo silencio
Meu coração Quixote
te libertará donzela!
Para mim as coisas não
são coisas que são
Galopante
não vejo o cenário
acenando
estou no cenário
Com a mulher e a gaiola
como se uma coisa só fosse, vivo,
Era uma vez...era uma vez...
a vida e o resto.
sábado, 5 de abril de 2014
TRABALHO ALIENADO
Se uma máquina quebra
outra máquina nasce
dentro do trabalhador
Alienado, minuto a minuto, dentro,
em cima embaixo esconde o capital, a magia,
da máquina que brota
(vida, noutra vida, vida severina)
Vida, sem nenhum viver,
vivendo a enrugar, ruga a ruga,
que aguarda , o trabalhador, reserva,
Para ter o direito a envelhecer,
com a máquina eterna criança.
outra máquina nasce
dentro do trabalhador
Alienado, minuto a minuto, dentro,
em cima embaixo esconde o capital, a magia,
da máquina que brota
(vida, noutra vida, vida severina)
Vida, sem nenhum viver,
vivendo a enrugar, ruga a ruga,
que aguarda , o trabalhador, reserva,
Para ter o direito a envelhecer,
com a máquina eterna criança.
quarta-feira, 2 de abril de 2014
É MEU? É NOSSO?
Meu coração
deixei pintado na escola
onde ficou pintada
minha sexta namorada
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Meu primeiro abraço
foi um abraço foi-se
meu corpo usado
como uma mosca bêbada
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Minha primeira rima
a mulher do sorriso
que cruzava as pernas
à minha frente
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Meu coração achei
pintado na escola
no peito da pintada
não mais sexta
primeira namorada agora
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Amor achei adentre
em meio, embaixo, entre
com esses olhos girassóis
olhando, o dia ensolarado
É nosso esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
deixei pintado na escola
onde ficou pintada
minha sexta namorada
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Meu primeiro abraço
foi um abraço foi-se
meu corpo usado
como uma mosca bêbada
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Minha primeira rima
a mulher do sorriso
que cruzava as pernas
à minha frente
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Meu coração achei
pintado na escola
no peito da pintada
não mais sexta
primeira namorada agora
É meu esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
Amor achei adentre
em meio, embaixo, entre
com esses olhos girassóis
olhando, o dia ensolarado
É nosso esse mundo colorido?
(Quente, quente
como um sol de outono)
SORRISOS
Os sorrisos escondidos
são adubo da seriedade
cinza e gelada
Os sorrisos palhaços
não tem cor na formalidade
por temer os erros engraçados
Uma lagartixa
na parede solitária
silenciosa
Ilumina a noite a lua gorda
com cara de preguiça
meia lua
Hoje é dia de sol!
Invade sua boca despintada
abrindo os lábios coloridos e quentes.
são adubo da seriedade
cinza e gelada
Os sorrisos palhaços
não tem cor na formalidade
por temer os erros engraçados
Uma lagartixa
na parede solitária
silenciosa
Ilumina a noite a lua gorda
com cara de preguiça
meia lua
Hoje é dia de sol!
Invade sua boca despintada
abrindo os lábios coloridos e quentes.
sábado, 29 de março de 2014
COPULANDO MISTÉRIOS
Um rosto não perde sua cor rosada
sobre outra cor,
deitado corpo, numa cama rápida.
Na noite, em movimento, o corpo,
doçura, sutilmente desenhado,
pisos, crateras, cavernas d'agua,
em que por vezes me afogo.
Sexo abundante, espelho,
onde dançam estas palavras de mistério,
Elas arfam altas e baixas tão silenciosas,
mortalmente confusas.
sobre outra cor,
deitado corpo, numa cama rápida.
Na noite, em movimento, o corpo,
doçura, sutilmente desenhado,
pisos, crateras, cavernas d'agua,
em que por vezes me afogo.
Sexo abundante, espelho,
onde dançam estas palavras de mistério,
Elas arfam altas e baixas tão silenciosas,
mortalmente confusas.
POEMA MUSICAL
Suado baú de sons
ela sonhava agora eu
depois do grande acorde
vivia em mim noite dia
um tempo de música
poesia ia e vinha
colcheia semi colcheias
violino que me tocava
Eu? Tinha a obrigação de cantar.
ela sonhava agora eu
depois do grande acorde
vivia em mim noite dia
um tempo de música
poesia ia e vinha
colcheia semi colcheias
violino que me tocava
Eu? Tinha a obrigação de cantar.
quinta-feira, 27 de março de 2014
PERDIDO
Não me acho
não me achando
não procuro por mim
Sem nascer
não morri
Eis me aqui
sem estar
Esqueci
que me lembro
Nesse chão
sou apenas semente
Flôr não deu.
não me achando
não procuro por mim
Sem nascer
não morri
Eis me aqui
sem estar
Esqueci
que me lembro
Nesse chão
sou apenas semente
Flôr não deu.
FICÇÃO
É fato!
A vida é o que imagino.
A vida não é!
Quando ela sai de mim
sou morto - Morto - Vivo
só quando existo.
A vida é o que imagino.
A vida não é!
Quando ela sai de mim
sou morto - Morto - Vivo
só quando existo.
PROCURA
Um amor procura
um corpo leve, sustentável
no solitário tempo
Um anel
Um véu
Gaiola de pássaros
Um mar, maremoto
na paisagem tranquila,
olhando um horizonte
que ninguém viu.
um corpo leve, sustentável
no solitário tempo
Um anel
Um véu
Gaiola de pássaros
Um mar, maremoto
na paisagem tranquila,
olhando um horizonte
que ninguém viu.
TENHO GOSTO DE MAR
Se eu pudesse me escolher
Como ser? Teria que me desenhar
molhar lençóis de suor
talhar em dura pedra,
exato nas curvas e retas,
mesmo em pedra - pedra suave
Meu intelecto?
Esse já me é dado,
não me é dado a escolha
de ser.
Por isso sou sem asas, porém...
ser humano é um privilégio
dessa estrela,
ora fria, ora morna,
com gosto de mar.
Como ser? Teria que me desenhar
molhar lençóis de suor
talhar em dura pedra,
exato nas curvas e retas,
mesmo em pedra - pedra suave
Meu intelecto?
Esse já me é dado,
não me é dado a escolha
de ser.
Por isso sou sem asas, porém...
ser humano é um privilégio
dessa estrela,
ora fria, ora morna,
com gosto de mar.
MARIONETE
Passo a vida
embalado pela história,
mesma, mão que balança o berço,
me vigia os passos,
a frente, atrás, entre,
ora me afoga e ressucita,
me rasga o peito e cicatriza.
A vida, a vida mesma,
nunca conheci, não me achega.
As cordas dessa marionete
deixadas pelo chão, não tem raízes,
esticadas linhas frias,
que escreve esse poema
antes que a morte lhe venha.
Escreve o seu.
embalado pela história,
mesma, mão que balança o berço,
me vigia os passos,
a frente, atrás, entre,
ora me afoga e ressucita,
me rasga o peito e cicatriza.
A vida, a vida mesma,
nunca conheci, não me achega.
As cordas dessa marionete
deixadas pelo chão, não tem raízes,
esticadas linhas frias,
que escreve esse poema
antes que a morte lhe venha.
Escreve o seu.
domingo, 23 de março de 2014
CÃES
Os cães dos vizinhos
se xingam a noite
Os cães
símbolos de proteção das casas
presos, entre paredes,
saltam sobre os portões
gritando palavrões
saltos, corpos, presas,
assaltos , sobressaltos,
assustam até estrelas
poderosos supermans
como se fossem policiais.
se xingam a noite
Os cães
símbolos de proteção das casas
presos, entre paredes,
saltam sobre os portões
gritando palavrões
saltos, corpos, presas,
assaltos , sobressaltos,
assustam até estrelas
poderosos supermans
como se fossem policiais.
NOTURNOS
À noite, acordados,
os pernilongos, baratas, ratos,
corujas e grilos
Tudo que pude escutar e ver,
além de outros de pouca vida,
todo jardim dormia com o pomar
somente a vela na varanda
aquecia o silêncio
que caminhava para o fim.
os pernilongos, baratas, ratos,
corujas e grilos
Tudo que pude escutar e ver,
além de outros de pouca vida,
todo jardim dormia com o pomar
somente a vela na varanda
aquecia o silêncio
que caminhava para o fim.
DIÁLOGO
Eu debruçado sobre o alpendre da janela
à sombra de um abacateiro
os braços dobrados segurando o queixo
o dedo indicador levantado
dialogava com uma maritaca
sentada num abacate
- Porque tanta falação?
- As minhas palavras escravizadas fugiram da gaiola
sou mulher!
Discutimos pomares, flores, ventos...
Que as rugas do tempo jamais esquecem.
à sombra de um abacateiro
os braços dobrados segurando o queixo
o dedo indicador levantado
dialogava com uma maritaca
sentada num abacate
- Porque tanta falação?
- As minhas palavras escravizadas fugiram da gaiola
sou mulher!
Discutimos pomares, flores, ventos...
Que as rugas do tempo jamais esquecem.
sábado, 22 de março de 2014
ROTINA
A mulher da minha escola
voa com o vento
observa o casal de moscas
espera palavras de amor
Reluz o repetitivo dia
na mente de trovões e trovoadas
O domingo chegando depois de amanhã
com macarrão, maionese e frango
ossos de cachorro - futebol de amor de ontem
Correm jovens sonhando
a mulher da escola voando
asas são seus pensamentos
Não sabe que sou poeta
e do amor que rima em mim.
voa com o vento
observa o casal de moscas
espera palavras de amor
Reluz o repetitivo dia
na mente de trovões e trovoadas
O domingo chegando depois de amanhã
com macarrão, maionese e frango
ossos de cachorro - futebol de amor de ontem
Correm jovens sonhando
a mulher da escola voando
asas são seus pensamentos
Não sabe que sou poeta
e do amor que rima em mim.
TRISTEZA
Capotei nas curvas da morena
que descia a estrada
a caminho da escola
Minha primeira aula do dia:
sonhar!
As pudicas salivaram
o desejo dos meus olhos,
o sexo dá vertigem
molham lençóis brancos
O vento corta o tempo
que já não tenho
Pernas pra que te quero?
Corpo de ex cravo visado
As rugas amassadas
vertem lágrimas que não voltam mais.
que descia a estrada
a caminho da escola
Minha primeira aula do dia:
sonhar!
As pudicas salivaram
o desejo dos meus olhos,
o sexo dá vertigem
molham lençóis brancos
O vento corta o tempo
que já não tenho
Pernas pra que te quero?
Corpo de ex cravo visado
As rugas amassadas
vertem lágrimas que não voltam mais.
REBOLADO
Vi um lagarto na praia
belas cores brilhantes
pele fria desfilando ao sol
atento. Me viu
correu sambando.
belas cores brilhantes
pele fria desfilando ao sol
atento. Me viu
correu sambando.
AO VENTO
Cavalguei muito tempo
pelas trilhas do corpo dela
O sabiá do mato cantou
Estávamos partindo de nós
A arara azul decolou
um roceiro montou a armadilha
que nunca prendia vôos
trotei para o pomar
Daniela me agarrava a cintura
com os olhos na pradaria
voava no trotar ao ar
despida de si mesma.
pelas trilhas do corpo dela
O sabiá do mato cantou
Estávamos partindo de nós
A arara azul decolou
um roceiro montou a armadilha
que nunca prendia vôos
trotei para o pomar
Daniela me agarrava a cintura
com os olhos na pradaria
voava no trotar ao ar
despida de si mesma.
COISA DE VAGABUNDO
Sei lá porque faço poesia!
Não sei se rima... se faz barulho...
Talvez rime de vez enquando
talvez tenha musicalidade... ou não...
Prá ler...não pra cantar...
O trabalho me grita:
- Isso é coisa de vagabundo!
Não sei se rima... se faz barulho...
Talvez rime de vez enquando
talvez tenha musicalidade... ou não...
Prá ler...não pra cantar...
O trabalho me grita:
- Isso é coisa de vagabundo!
OUTRO AMOR
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
outro, amor sempre amor
mudanças sofridas que vivemos
sofremos passarinho
colibris numa gaiola
prisão de gelo num pôr de sol
amor, senão amor
Se o sol mudasse
derretesse o gelo,e,
nossas asas de Ícaro
amor, existência plena
amor, despe a camisa de vê nus
nau de náufragos
me faz feliz porque
te amo
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
efêmero, amor que muda
outro, amor sempre amor
mudanças sofridas que vivemos
sofremos passarinho
colibris numa gaiola
prisão de gelo num pôr de sol
amor, senão amor
Se o sol mudasse
derretesse o gelo,e,
nossas asas de Ícaro
amor, existência plena
amor, despe a camisa de vê nus
nau de náufragos
me faz feliz porque
te amo
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
DOMINGO DE SOL
O dia amanheceu humorado neste domingo
o sol lava a sala, os móveis, a geladeira,
não há crença no eterno
nem a verdade de haver verdade em tudo
somente um domingo de sol quente
um dia vagabundo de horas preguiçosas
cores infantis, quixotes cotidianos
na rua - um cão coçando a bunda num poste
gente caminhando juntas, distâncias cansadas
na fruteira uma banana preta, um maracujá de gaveta
tudo um domingo de sempre, rotina sonolenta
Tudo me empurrando a poesia - domingo de sol
um poema que ainda não tenho.
o sol lava a sala, os móveis, a geladeira,
não há crença no eterno
nem a verdade de haver verdade em tudo
somente um domingo de sol quente
um dia vagabundo de horas preguiçosas
cores infantis, quixotes cotidianos
na rua - um cão coçando a bunda num poste
gente caminhando juntas, distâncias cansadas
na fruteira uma banana preta, um maracujá de gaveta
tudo um domingo de sempre, rotina sonolenta
Tudo me empurrando a poesia - domingo de sol
um poema que ainda não tenho.
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