segunda-feira, 8 de julho de 2019

FIO DA NAVALHA

Um gole...engole seco
no semi árido do cimento,
na Rua Morato Coelho,
onde a noite floresce,

Não tem céu, só arranhões
de concreto, muitos gestos,
muitas cores e botecos,
que aquecem o íntimo,

Flores na rua, cobiçados olhares, 
violentam calçadas animais,
que as presas vão devorar,
o que se vê no buraco da fechadura?

Agora tudo, a pouco nada,
tudo efêmero na balada,
a noite só começou, de um lado e outro
no meio, fio da navalha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário