Sentado no chão da rua,
Envolto em moscas,
vadiando junto com as palavras,
Sinto os passarinhos,
cagando em mim de dia,
e me cantando pela manhã,
Sou um ser da cidade,
Aprendi a gostar de arranha-céus,
antes das coisas de Deus,
Gosto da palavra "bunda",
e da palavra "piranha",
prefiro viajar com elas,
mais do que de metrô,
As palavras me aceitam,
do jeito que sou,
assim como as pedras.
Detesto as pedras do caminho,
Não tem a importância das latas,
Nem pra mim, a solidão
de um pé de sapato abandonado,
num canto,
Pô!
Estou engatinhando ainda,
sou somente um bebê,
arriscando ser um poeta.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
BUCHUDA DE GOIABEIRA
O cravo engravidou a Rosa
Que contou pra roseira,
que deixou de ser botão,
- Estou buchuda de goiabeira.
- Vamos comer goiaba de montão!
- Goiaba com bicho de dentro.
Parece poesia de Arnaldo Antunes,
coisa pra encher papel,
de linguiça,
Se masturbando em palavras,
pra parecer poesia.
*Direitos Reservados*
Que contou pra roseira,
que deixou de ser botão,
- Estou buchuda de goiabeira.
- Vamos comer goiaba de montão!
- Goiaba com bicho de dentro.
Parece poesia de Arnaldo Antunes,
coisa pra encher papel,
de linguiça,
Se masturbando em palavras,
pra parecer poesia.
*Direitos Reservados*
POEMA P/ MAIARA AOS 4 ANOS
Filha, minha filha
que esperta!
Menina tenho eu
jamais estarás só,
De alguma forma
nesses versos sem valor
mas teus e meus
Pequenas coisas tuas
me emocionam
Fico admirado
de originar a vida
mesmo de corpo e coração
solitário
Te vendo
não posso admitir
a não importância da vida
És prova de que cá estive
Talvez não lhe importe
a poesia
de um vagabundo calado
que dela hoje vive
pensando a filha em silêncio
Minha é a amargura
minhas são as cruzes
Será teu esse mundo
mas lhe dou um conselho:
Aprenda a criar flores.
que esperta!
Menina tenho eu
jamais estarás só,
De alguma forma
nesses versos sem valor
mas teus e meus
Pequenas coisas tuas
me emocionam
Fico admirado
de originar a vida
mesmo de corpo e coração
solitário
Te vendo
não posso admitir
a não importância da vida
És prova de que cá estive
Talvez não lhe importe
a poesia
de um vagabundo calado
que dela hoje vive
pensando a filha em silêncio
Minha é a amargura
minhas são as cruzes
Será teu esse mundo
mas lhe dou um conselho:
Aprenda a criar flores.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
JUNTANDO OS PEDAÇOS
O homem que vaga,
pelas ruas sem parar,
não canta andança,
não sabe cantar,
Nem sabe brincar,
Ele vive sózinho,
o culpado,
rachado e imundo,
Sem rumo acertado,
Homem com fome,
Faz macarrão de cadarço,
fuma cigarro em latinhas,
torturado,
Não conhece a fartura,
Homem que vaga,
sem medo,
que a morte acompanha,
bem cedo,
vive sonhando,
com as mulheres passando,
olhando as vitrines,
de intensos coloridos,
de coisas tão boas,
vai assustando as meninas,
de sustinhos a toa,
Ele vai, ele vem,
sem casa ou destino,
que te passam correndo,
o largado de olhar sem brilho,
de coração vazio, em pedaços,
o homem menino,
caminha com solidão,
tentando colar os seus cacos.
pelas ruas sem parar,
não canta andança,
não sabe cantar,
Nem sabe brincar,
Ele vive sózinho,
o culpado,
rachado e imundo,
Sem rumo acertado,
Homem com fome,
Faz macarrão de cadarço,
fuma cigarro em latinhas,
torturado,
Não conhece a fartura,
Homem que vaga,
sem medo,
que a morte acompanha,
bem cedo,
vive sonhando,
com as mulheres passando,
olhando as vitrines,
de intensos coloridos,
de coisas tão boas,
vai assustando as meninas,
de sustinhos a toa,
Ele vai, ele vem,
sem casa ou destino,
que te passam correndo,
o largado de olhar sem brilho,
de coração vazio, em pedaços,
o homem menino,
caminha com solidão,
tentando colar os seus cacos.
quarta-feira, 26 de setembro de 2007
O DOM DA PALAVRA
O homem herdou a palavra
Alguns com um magro destino
outros a conduziram a brilho,
pra muitos são cantilenas,
de velhas doutrinas,
opiniões e crenças,
como fantasmas,
nascidas das penas,
dos mundos dos reis e guerras,
que ainda assombram o mundo,
ocultas entrelinhas,
de bandeira de revoluções,
pão, terra e liberdade,
e trágica pra quem não ouvira.
Na guerra por seu domínio,
muitos foram calados,
pagaram quem lhe acharam dono,
pois em si mesmo ela lhe impede,
armada de liberdade,
cuspindo em balas,
não são mais palavras.
Só o poeta lhe tem companheira,
calado,
queixando-se as flores,
que pena não falam,
somente mudas de versos e prosas,
que falam consigo.
Alguns com um magro destino
outros a conduziram a brilho,
pra muitos são cantilenas,
de velhas doutrinas,
opiniões e crenças,
como fantasmas,
nascidas das penas,
dos mundos dos reis e guerras,
que ainda assombram o mundo,
ocultas entrelinhas,
de bandeira de revoluções,
pão, terra e liberdade,
e trágica pra quem não ouvira.
Na guerra por seu domínio,
muitos foram calados,
pagaram quem lhe acharam dono,
pois em si mesmo ela lhe impede,
armada de liberdade,
cuspindo em balas,
não são mais palavras.
Só o poeta lhe tem companheira,
calado,
queixando-se as flores,
que pena não falam,
somente mudas de versos e prosas,
que falam consigo.
MENINA DOS OLHOS
Olhos grandes,
meninas negras,
olhos brancos,
em brincadeira,
meninas claras,
sedutoras e livres,
jóias raras,
olhos e meninas,
quase louças,
cúmplices na vida do corpo,
que sabedor de sua beleza,
cavalga a moça.
meninas negras,
olhos brancos,
em brincadeira,
meninas claras,
sedutoras e livres,
jóias raras,
olhos e meninas,
quase louças,
cúmplices na vida do corpo,
que sabedor de sua beleza,
cavalga a moça.
RUGAS DE MENINO
Quando o homem era menino
de olhar faminto
devorava tudo em dobro.
Enormes olhos, de menina castanho,
curiosa,
sedutora quando observada,
olhares cruzados, flertaram,
inocentes com energia.
Como saberia o menino,
que o tempo lhe enrugaria,
o rosto, o riso.
Entristecida a menina,
com os sonhos que queria,
se perderam por ai.
Só há um restinho de antes,
nas linhas dessa poesia.
de olhar faminto
devorava tudo em dobro.
Enormes olhos, de menina castanho,
curiosa,
sedutora quando observada,
olhares cruzados, flertaram,
inocentes com energia.
Como saberia o menino,
que o tempo lhe enrugaria,
o rosto, o riso.
Entristecida a menina,
com os sonhos que queria,
se perderam por ai.
Só há um restinho de antes,
nas linhas dessa poesia.
O HOMEM É UMA BOMBA
O homem criou a bomba
pra matar o homem
que controla a bomba
que teme o homem
que fabrica a bomba
com que o homem luta
no tempo
como uma bomba
pra explodir primeiro
antes da bomba
pra matar o homem
que controla a bomba
que teme o homem
que fabrica a bomba
com que o homem luta
no tempo
como uma bomba
pra explodir primeiro
antes da bomba
MINHA MORADA
Porta aberta a poesia,
que enche os compartimentos
fazendo do livro sua morada,
alojando, sonhos, risos e momentos,
ressucitando tudo que é morto,
abrindo-se para quem chega,
tempo e espaço,
de benquerença,
que a todo ser aconchega,
verso aqui tem nome,
que esquenta o coração com rima,
porque aqui habita,
poeta e poesia.
que enche os compartimentos
fazendo do livro sua morada,
alojando, sonhos, risos e momentos,
ressucitando tudo que é morto,
abrindo-se para quem chega,
tempo e espaço,
de benquerença,
que a todo ser aconchega,
verso aqui tem nome,
que esquenta o coração com rima,
porque aqui habita,
poeta e poesia.
ONDE ANDAS?
Onde anda seu corpo?
Que a mim vinha enquando,
me causando arrepios insolentes,
me tomando, montando,
invadindo e quente,
com chamegos e dengos.
Que chegava fino,
pesando e ferindo,
perigoso e ousado,
fazendo-se de manso,
que corria os pelos do corpo,
me amando.
Pra meu espanto,
encabulando minha timidez.
Que a mim vinha enquando,
me causando arrepios insolentes,
me tomando, montando,
invadindo e quente,
com chamegos e dengos.
Que chegava fino,
pesando e ferindo,
perigoso e ousado,
fazendo-se de manso,
que corria os pelos do corpo,
me amando.
Pra meu espanto,
encabulando minha timidez.
NOVA VIDA VELHA
Cavalgo pelos campos,vejo flores,
pelo lombo dos homens que encontro,
que encontro aos montes, aos dias,
Atrás do homem que não encontro,
que o tempo esbofeteia o rosto,
rosto enrugado de vida,
encontro um novo vivendo um velho,
com vida que não encontro.
*Direitos Reservados*
pelo lombo dos homens que encontro,
que encontro aos montes, aos dias,
Atrás do homem que não encontro,
que o tempo esbofeteia o rosto,
rosto enrugado de vida,
encontro um novo vivendo um velho,
com vida que não encontro.
*Direitos Reservados*
NOVAS MARIAS
Foram-se os homens dos berros,
Que sentados mandavam dar,
Foram-se as Marias,
mulher pra noite, comidas.
Se agora houver amor,
que seja inteiro,
senão que compre aquela,
meio termo,
que fingida geme,
e te atormenta o sono.
Irrompeu uma mulher diferente,
Não é mais propriedade dada,
ou vendida.
Que venha essa nova Maria,
que ela cavalgue junto com seu homem,
como amazona e montaria,
sem tapas ou bofetões,
que se refaçam as aparencias,
e ambos se preguem botões.
Que sentados mandavam dar,
Foram-se as Marias,
mulher pra noite, comidas.
Se agora houver amor,
que seja inteiro,
senão que compre aquela,
meio termo,
que fingida geme,
e te atormenta o sono.
Irrompeu uma mulher diferente,
Não é mais propriedade dada,
ou vendida.
Que venha essa nova Maria,
que ela cavalgue junto com seu homem,
como amazona e montaria,
sem tapas ou bofetões,
que se refaçam as aparencias,
e ambos se preguem botões.
SEPARAÇÃO
Tantas fez o homem,
que ela cansou,
Como de costume ele,
tarde enxergou.
No coração dela,
mágoa e lágrimas,
caladas,
Sem nada a dizer.
A ele só resta ouvir,
as batidas do coração,
como batem os remos,
que nunca mais voltarão.
que ela cansou,
Como de costume ele,
tarde enxergou.
No coração dela,
mágoa e lágrimas,
caladas,
Sem nada a dizer.
A ele só resta ouvir,
as batidas do coração,
como batem os remos,
que nunca mais voltarão.
PÔPALAVRAS
Cúmplices eu e a caneta;
de mãos dadas num longo passeio,
ao sol escaldante,
frio, garoa ou chuva,
humor discutível,
sonhava sem pesadelos,
sem afetos.
Me sorriam as palavras,
palavras tímidas e dessrrumadas,
fetos pro mundo,
amadurecendo com rimas,
versando existência,
tornando-se poesia.
*Direitos Reservados*
de mãos dadas num longo passeio,
ao sol escaldante,
frio, garoa ou chuva,
humor discutível,
sonhava sem pesadelos,
sem afetos.
Me sorriam as palavras,
palavras tímidas e dessrrumadas,
fetos pro mundo,
amadurecendo com rimas,
versando existência,
tornando-se poesia.
*Direitos Reservados*
CORPO QUE CAI
O menino se isola, soluça,
perdeu por ai o prazer,
deixou ir seu amor,
peito oco apertado,
o corpo a bebida flagela,
olhos não choram, secaram,
sua menina já não brilha,
a boca não fala, balbucia.
Num pálido abrigo,sem habitante,
ermitão que se destrói,
isolando corpo e razão,
debruçado na janela, cai,
alma para vagar no vácuo,
e corpo pra se quebrar na calçada.
*Direitos Reservados*
perdeu por ai o prazer,
deixou ir seu amor,
peito oco apertado,
o corpo a bebida flagela,
olhos não choram, secaram,
sua menina já não brilha,
a boca não fala, balbucia.
Num pálido abrigo,sem habitante,
ermitão que se destrói,
isolando corpo e razão,
debruçado na janela, cai,
alma para vagar no vácuo,
e corpo pra se quebrar na calçada.
*Direitos Reservados*
MARGINAL
A prisão agora te abriga
por desconhecer teu pedaço,
do direito que é seu.
No segredo da noite,
das paredes te velam,
aprende mais do que o cão,
como matar pulgas,
porque necessita.
A ferrugem cobre teu tempo,
de bicho homem que anda,
com as pernas, que nas mãos
por vezes surgem afagos,
não cabem mais consigo na cela,
as pernas, as mãos e os sonhos
de um homem no buraco,
acordando sua verdade,
melhor enterrado vivo,
do que vivo morto.
*Direitos Reservados*
por desconhecer teu pedaço,
do direito que é seu.
No segredo da noite,
das paredes te velam,
aprende mais do que o cão,
como matar pulgas,
porque necessita.
A ferrugem cobre teu tempo,
de bicho homem que anda,
com as pernas, que nas mãos
por vezes surgem afagos,
não cabem mais consigo na cela,
as pernas, as mãos e os sonhos
de um homem no buraco,
acordando sua verdade,
melhor enterrado vivo,
do que vivo morto.
*Direitos Reservados*
SEM GRAÇA
O dia surge, o dia corre
A noite surge, a noite dorme
A hora surge, o tempo passa
O riso surge, o riso chora
O pranto surge, o pranto ama
O momento surge, o momento esconde
A fala surge, a fala cala
O surdo surdo, o surdo ouve
A luz surge, a escuridão apaga
As idéias surgem, a alienação fica
A pomba surge, a guerra fica
A vida surge, a morte mata
O tempo passa, O tempo cria, o tempo mata
O que sem graça surge, a animação enterra.
*Direitos Reservados*
A noite surge, a noite dorme
A hora surge, o tempo passa
O riso surge, o riso chora
O pranto surge, o pranto ama
O momento surge, o momento esconde
A fala surge, a fala cala
O surdo surdo, o surdo ouve
A luz surge, a escuridão apaga
As idéias surgem, a alienação fica
A pomba surge, a guerra fica
A vida surge, a morte mata
O tempo passa, O tempo cria, o tempo mata
O que sem graça surge, a animação enterra.
*Direitos Reservados*
domingo, 16 de setembro de 2007
TOCO
Com um tapa na bunda,
ascendeu-se o pavio da vela,
Minha cara de cêra iluminou,
o recinto, choro de vida.
Ao nascer o mundo
me roubou a chave da bunda
e com toda sua energia,
me afogou em lágrimas,
consumindo-me aos poucos,
fui tornando-me um toco,
procurando como um louco,
uma nova escuridão pra enxergar.
*Direitos Reservados*
ascendeu-se o pavio da vela,
Minha cara de cêra iluminou,
o recinto, choro de vida.
Ao nascer o mundo
me roubou a chave da bunda
e com toda sua energia,
me afogou em lágrimas,
consumindo-me aos poucos,
fui tornando-me um toco,
procurando como um louco,
uma nova escuridão pra enxergar.
*Direitos Reservados*
CRENDICES
Pra contar estórias,
da carochinha,
contratei um vereador,
pras crianças dormir.
Pra limpar a cozinha,
contratei um deputado.
Pra gerenciar um senador,
pra administrar,
um Presidente.
Joguei todos na rua,
e me casei novamente,
com minhas crendices.
*Direitos Reservados*
da carochinha,
contratei um vereador,
pras crianças dormir.
Pra limpar a cozinha,
contratei um deputado.
Pra gerenciar um senador,
pra administrar,
um Presidente.
Joguei todos na rua,
e me casei novamente,
com minhas crendices.
*Direitos Reservados*
LUTA
Olhando no espelho
o rosto de mim mesmo no outro,
testa franzida e olhos cansados,
repetindo as gerações que se movimentam,
amores, desamores, idas e vindas,
com a cabeça pesada de pensamentos confusos,
sobre o ser ou não ser de teorias prenhas.
Nessa sublime crise de existência,
vou desmontando uma casa, tábua por tábua,
pra me fazer um caixão.
Na fronte brota minha lágrima,
escorrida na sofrida feição um homem impotente,
convicto que esse mundo imenso
ainda merece uma boa briga.
Me descubro formiga na fila que anda,
pra rezar, pra pensar, andar em fila,
pra baixo de um pisante, pronto pra ser esmagado,
agora sem mêdo..
*Direitos Reservados*
o rosto de mim mesmo no outro,
testa franzida e olhos cansados,
repetindo as gerações que se movimentam,
amores, desamores, idas e vindas,
com a cabeça pesada de pensamentos confusos,
sobre o ser ou não ser de teorias prenhas.
Nessa sublime crise de existência,
vou desmontando uma casa, tábua por tábua,
pra me fazer um caixão.
Na fronte brota minha lágrima,
escorrida na sofrida feição um homem impotente,
convicto que esse mundo imenso
ainda merece uma boa briga.
Me descubro formiga na fila que anda,
pra rezar, pra pensar, andar em fila,
pra baixo de um pisante, pronto pra ser esmagado,
agora sem mêdo..
*Direitos Reservados*
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