As ruas
são caminhos,
Os caminhos
se movimentam,
Os movimentos
tem poemas,
Os poemas
eu ladrilho,
Os ladrilhos
tem não tem rimas,
As rimas
são pedrinhas de brilhantes,
Os brilhantes
são amor por toda a rua,
As ruas
são pro meu amor passar.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2020
CIDADE TIRADENTES
Nas ruas da Cidade Tiradentes
as estrelas se apagam com as janelas acesas,
chega a noite escura de doer,
Ouvem-se gritos e açoites,
como uma senzala nas ruas de segredos,
onde marcham cuturnos por ali,
As janelas dormem
a noite escura de doer,
enforcada e esquartejada,
as luzes ascendem, e,
acordam com os sonhos da manhã.
AMBIVALÊNCIA
5 moradores de rua,
lhe pedem 8 reais,
você com 5 clientes
que vai visitar,
pra ganhar 40 reais,
com 5 bocas para alimentar.
Como a matemática é tão comum
aos miseráveis.
lhe pedem 8 reais,
você com 5 clientes
que vai visitar,
pra ganhar 40 reais,
com 5 bocas para alimentar.
Como a matemática é tão comum
aos miseráveis.
GPS
Direita, esquerda,
viramos a rua direita,
viramos,
a esquerda da rua,
vai dar no centro,
o centro conhece a cidade.
viramos a rua direita,
viramos,
a esquerda da rua,
vai dar no centro,
o centro conhece a cidade.
PAISAGEM
Nela eu toco,
os seios...
olhando,
amor platônico
é isso,
da cintura para cima,
lá em cima,
bate um coração, sonho
d'outro coração vivo,
batidas de poema
desgovernado,
que bate com porta na cara.
os seios...
olhando,
amor platônico
é isso,
da cintura para cima,
lá em cima,
bate um coração, sonho
d'outro coração vivo,
batidas de poema
desgovernado,
que bate com porta na cara.
PASSATEMPO
O homem que eu achava que era,
procuro, não acho, não fui, não sou,
Infância não tive, foi outro,
que morava em outro mundo,
o que sou nem imagino,
talvez os poemas descubram,
o homem que achava que era,
passou, pela esfera, escorregou,
se fosse quadrada despencava,
para um tudo ou nada,
ficam esses segredos no meu jazigo...
a poesia já não fala comigo.
procuro, não acho, não fui, não sou,
Infância não tive, foi outro,
que morava em outro mundo,
o que sou nem imagino,
talvez os poemas descubram,
o homem que achava que era,
passou, pela esfera, escorregou,
se fosse quadrada despencava,
para um tudo ou nada,
ficam esses segredos no meu jazigo...
a poesia já não fala comigo.
TEMPO DO ANO
Ano que morre aos doze,
começo e fim
que não finda,
entre pedidos que navegam
um rio tietê, entre
margens marginais,
ano que vem, outro vai,
vem marionetes,
no mais feliz dos anos,
Este ano não!
Ano não tem tempo,
tempo tem comando,
você que não tem nada,
com isso,
carregado pela correnteza,
Me responda!
Como pode um peixe vivo,
navegar águas tão turvas?
começo e fim
que não finda,
entre pedidos que navegam
um rio tietê, entre
margens marginais,
ano que vem, outro vai,
vem marionetes,
no mais feliz dos anos,
Este ano não!
Ano não tem tempo,
tempo tem comando,
você que não tem nada,
com isso,
carregado pela correnteza,
Me responda!
Como pode um peixe vivo,
navegar águas tão turvas?
OUTRAS POESIAS
A poesia da rua, poesia miserável,
ninguém lê, não emociona,
em qualquer rua que ande,
Não é de ninguém, nem a rua produz,
só um anônimo autor e um muro branco,
sujando a cidade,
Poemas que dormem e acordam,
agasalhados pela noite e a notícia do dia,
assim dorme a fantasia,
Poesias doentias, deitam nas paredes frias,
onde deitam cimento, gente e terra fria,
cheias de amor nessa farsa festa criada.
ninguém lê, não emociona,
em qualquer rua que ande,
Não é de ninguém, nem a rua produz,
só um anônimo autor e um muro branco,
sujando a cidade,
Poemas que dormem e acordam,
agasalhados pela noite e a notícia do dia,
assim dorme a fantasia,
Poesias doentias, deitam nas paredes frias,
onde deitam cimento, gente e terra fria,
cheias de amor nessa farsa festa criada.
OUTRAURORAS
Durante horas...
aqueles segundos
me atraíram,
Aquela curva aberta
me disparou o coração,
voce passou...passou...
Quanto tempo?
Quanto ficou, no instante?
Que olhei.
Foram horas,
os segundos olharam, e agora?
Não esqueço mais você,
Como uma Consolação,
desfilando de salto da poesia,
sem medo de ser atropelada.
aqueles segundos
me atraíram,
Aquela curva aberta
me disparou o coração,
voce passou...passou...
Quanto tempo?
Quanto ficou, no instante?
Que olhei.
Foram horas,
os segundos olharam, e agora?
Não esqueço mais você,
Como uma Consolação,
desfilando de salto da poesia,
sem medo de ser atropelada.
DEZEMBRO
Os dezembros na 25 de março,
são de gente com dinheiro
carnês e pesadelos,
Como vai ser o ano que vem?
Estouramos champagnes, e,
explodimos a vida, para,
depois descansar olheiras,
Sonham os que não tem?
Anda café eu vou...
Café não costuma falhar,
meus pão com manteiga, cai com a manteiga pra baixo,
Acordo humano de amigo e despedidas?
Esse Papai Noel de agora
não é o mesmo Papai Noel que conheço,
que só mata a tristeza uma vez por ano,
No Natal se vendem canhões?
Esse vermelho que a cabeça leva é de luta,
vermelho Papai Noel,
com sangue a beira-mar,
Desconfia desse branco, desse olimpo, limpo?
Jingle Bell...Jingle Bell...
Carrego essa efermidade desde a infância,
fazer poesia criança.
são de gente com dinheiro
carnês e pesadelos,
Como vai ser o ano que vem?
Estouramos champagnes, e,
explodimos a vida, para,
depois descansar olheiras,
Sonham os que não tem?
Anda café eu vou...
Café não costuma falhar,
meus pão com manteiga, cai com a manteiga pra baixo,
Acordo humano de amigo e despedidas?
Esse Papai Noel de agora
não é o mesmo Papai Noel que conheço,
que só mata a tristeza uma vez por ano,
No Natal se vendem canhões?
Esse vermelho que a cabeça leva é de luta,
vermelho Papai Noel,
com sangue a beira-mar,
Desconfia desse branco, desse olimpo, limpo?
Jingle Bell...Jingle Bell...
Carrego essa efermidade desde a infância,
fazer poesia criança.
CONTRADIÇÕES
Só vou viver depois que morrer,
não me enterrem por favor,
me queimem como bruxo que sou,
Nasci repleto de sonhos que já não lembro
pela distração que o mundo promoveu,
mas lembro do gás de pimenta,
condimento dos meus anos 70,
quando sonhava com um mundo feliz,
adolescente rebelde aprendiz,
quis ser tudo para o qual fui educado,
doutor, professor, engenheiro, tudo que proporcionasse dinheiro,
tornei-me um poeta, nem melhor, nem exato,
Cultivei a vida, a vida inteira,
hoje tenho medo da morte,
dos botões on e off,
Só vou viver depois de morrer,
que minhas cinzas pulem um viaduto,
e sintam o ar que respiro.
não me enterrem por favor,
me queimem como bruxo que sou,
Nasci repleto de sonhos que já não lembro
pela distração que o mundo promoveu,
mas lembro do gás de pimenta,
condimento dos meus anos 70,
quando sonhava com um mundo feliz,
adolescente rebelde aprendiz,
quis ser tudo para o qual fui educado,
doutor, professor, engenheiro, tudo que proporcionasse dinheiro,
tornei-me um poeta, nem melhor, nem exato,
Cultivei a vida, a vida inteira,
hoje tenho medo da morte,
dos botões on e off,
Só vou viver depois de morrer,
que minhas cinzas pulem um viaduto,
e sintam o ar que respiro.
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
PARAPOESIA
Eu meio Milton ou Gonçalves,
parapoetizo o sal da terra,
entre peixes, entre Palmeiras,
como um perdido sabiá,
Não há ruas para deitar,
As ruas que aqui se deitam,
Não se deitam como lá,
Aqui tem muito mar,
Muita mata, muita areia,
A maré açoita pedras,
mais amor para apreciar,
Aqui pode-se andar sozinho,
Há cheiro de natureza no ar.
Gosto da fumaça de lá, e,
Balas perdidas para chupar,
Aqui na Barra do Saí,
Não há tantos amores para deitar,
Aqui as mulheres se deitam,
mas não se deitam como lá,
Aqui tem mais amor,
Mas sinto saudades de lá,
As ruas que se deitam,
Não tem o desconforto de lá.
Aqui temos coqueirais,
Temos varas para pescar,
Os peixes que aqui pescamos,
Muitas vezes se dão por lá,
Aqui não se tem companhia
Mas se tem muito mais vida,
Como pode um peixe vivo,
Viver fora d´agua fria?
JINGLE BELL
Dia de ofertas
Nós e mercadorias à beça,
Coisas na vida:
Um homem faz sopa de pedras,
Com cara de água de salsicha, e
Gosto de cabo de guarda-chuva,
Não morremos na véspera,
Somente os perus,
Nós e as mercadorias
Temos dias e horas marcadas,
É quase meia-noite
Para quem acredita em papai Noel,
Levantam-se os cordões,
Balanço a cabeça ao sim,
Movimento os braços arlequim,
como um feliz bobo na corte,
Noite feliz...noite feliz...
E o dia seguinte?
Jingle Bell...Jingle Bell...
This
boat smells...
Entre merdas, e,
Coisas que tomam vida.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
AÇÕES
Porque as lutas não vencem batalhas?
Palavras de ordem despencam,
conspiramos embates, debates,
falácias gagas, promessas,
que não dão em nada,
nada acaba, na margem,
a correnteza arrasta
tudo que a mente inventa,
toda ideia deveria queimar,
se o verso não aquece,
É hora de fecundar poemas
com a palavra fazer.
Palavras de ordem despencam,
conspiramos embates, debates,
falácias gagas, promessas,
que não dão em nada,
nada acaba, na margem,
a correnteza arrasta
tudo que a mente inventa,
toda ideia deveria queimar,
se o verso não aquece,
É hora de fecundar poemas
com a palavra fazer.
SILÊNCIO CONJUGAL
Mais uma mulher morta
jogada no meio da rua,
mais que mulher...era gente...
gente como a gente que sangra,
morte de falta de pergunta:
o que eu quero para mim?
Sedução, festas, luxúrias,
homem pra deitar e casar,
exigências, mudanças,depois:
primeiro tapa na cara,
por amor entre paredes,
promessa de família feliz,
desmedidas outras se afoga
a braçadas,
em luas cheias de mel minguantes,
seu silêncio conjugal.
jogada no meio da rua,
mais que mulher...era gente...
gente como a gente que sangra,
morte de falta de pergunta:
o que eu quero para mim?
Sedução, festas, luxúrias,
homem pra deitar e casar,
exigências, mudanças,depois:
primeiro tapa na cara,
por amor entre paredes,
promessa de família feliz,
desmedidas outras se afoga
a braçadas,
em luas cheias de mel minguantes,
seu silêncio conjugal.
FAMINTO
Gosto de ovo frito,
maionese e bacon,
um fundo de arroz queimado,
coisas simples, saborosas
quanto matam a fome,
deixando um gosto de quero mais,
Gosto de salada Caeser,
picanha e Moet Chandon,
bom mesmo é arroz com feijão,
não sou fã de pão e vinho
nem de hóstias de igrejas,
não sustentam a barriga,
mas enchem a cabeça.
maionese e bacon,
um fundo de arroz queimado,
coisas simples, saborosas
quanto matam a fome,
deixando um gosto de quero mais,
Gosto de salada Caeser,
picanha e Moet Chandon,
bom mesmo é arroz com feijão,
não sou fã de pão e vinho
nem de hóstias de igrejas,
não sustentam a barriga,
mas enchem a cabeça.
NOITES FRIAS
A noite nas ruas do centro
os ratos cochicham,
balas perdidas procuram
gemidos sob viadutos,
dormindo sonos injustos,
sonhando no asfalto gelado,
Como será o amanhã?
Pergunte a quem a souber.
os ratos cochicham,
balas perdidas procuram
gemidos sob viadutos,
dormindo sonos injustos,
sonhando no asfalto gelado,
Como será o amanhã?
Pergunte a quem a souber.
Aquelas ruas que são jazigos
daqueles que respiram mortos.
ENTREPOESIAS
Olhando aquele bunda
acima das coxas e joelhos,
eu imaginava entrepernas
a paisagem árida
dagruta entrequadris
pela frente da encosta,
a côncava visão misteriosa
causava arrepios,
efêmeras eternidades,
a bunda, o surdo marcapasso
um samba sincopado,
de um enredo suado entrepúbis,
um marquês gritava:
Sapeca ai!!!
Sapeca ai!!!
acima das coxas e joelhos,
eu imaginava entrepernas
a paisagem árida
dagruta entrequadris
pela frente da encosta,
a côncava visão misteriosa
causava arrepios,
efêmeras eternidades,
a bunda, o surdo marcapasso
um samba sincopado,
de um enredo suado entrepúbis,
um marquês gritava:
Sapeca ai!!!
Sapeca ai!!!
GRAVIDEZ
Embaixo da marquise
da ponte da Vila Maria,
uma coruja piava,
não há vida em você!
Sob aquele céu negro
ofuscado pela luz do poste,
ela se escondia,
olhando sem enxergar,
grávida de adãos e evas.
da ponte da Vila Maria,
uma coruja piava,
não há vida em você!
Sob aquele céu negro
ofuscado pela luz do poste,
ela se escondia,
olhando sem enxergar,
grávida de adãos e evas.
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