TE ESCONDES DEBAIXO DO TAPETE,
OU TRAIA ESSA CONSCIENCIA EMBALADA,
DIANTE DE TODOS OU DE UM SÓ
FOGE PARA ONDE TUDO COMEÇOU:
TÃO PASSADO, TÃO PRESENTE, LÁ TÃO AQUI.
NÃO HÁ MEDO NA CORAGEM,
O GERME DA CONTRADIÇÃO TE ADOECE,
OS CUTURNOS DANÇAM CADENCIADOS,
AS MÚSICAS DE ONTEM, NOVAS E REPETIDAS ECOAM,
PRA TEUS OUVIDOS CLÁSSICOS.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
ESCUTA
NÃO POSSO FALAR
MUDO, SUFOCADO, ME CALO
ASSIM PERMANECEREI, ATÉ QUANDO?
PENSO: NÃO HÁ LINGUA NO PENSAMENTO
AS REFLEXÕES SE AMONTOAM EM PILHAS
COMO TIJOLOS, BARRACOS SEM VIDA
PAREDES FRÁGEIS DE SUSSURROS
QUE SE DESFAZEM AOS POUCOS, DESABAM
NÂO POSSO FALAR
JÁ É DIFICIL ESCREVER O PENSAMENTO
PENSAMENTO QUE NÃO EXPRESSAM O QUE SINTO
DIANTE DE TANTA CONTRADIÇÃO.
NEM TUDO QUE TERMINA ACABA
NEM SÓ A BARATAS SOBREVIVEM AS BOMBAS
TAMBÉM OS MEDOS, NO INTERIOR DAS MORADAS
ESCURAS, QUE SE PERGUNTAM: O QUE NÃO FIZEMOS?
NÃO FALAREI, GRITAREI
BAIXO E TIMIDAMENTE
DEIXANDO PULAR A PALAVRA NA BOCA
QUE VAI MORRER EM SI: NÃO AGUENTO MAIS!
MUDO, SUFOCADO, ME CALO
ASSIM PERMANECEREI, ATÉ QUANDO?
PENSO: NÃO HÁ LINGUA NO PENSAMENTO
AS REFLEXÕES SE AMONTOAM EM PILHAS
COMO TIJOLOS, BARRACOS SEM VIDA
PAREDES FRÁGEIS DE SUSSURROS
QUE SE DESFAZEM AOS POUCOS, DESABAM
NÂO POSSO FALAR
JÁ É DIFICIL ESCREVER O PENSAMENTO
PENSAMENTO QUE NÃO EXPRESSAM O QUE SINTO
DIANTE DE TANTA CONTRADIÇÃO.
NEM TUDO QUE TERMINA ACABA
NEM SÓ A BARATAS SOBREVIVEM AS BOMBAS
TAMBÉM OS MEDOS, NO INTERIOR DAS MORADAS
ESCURAS, QUE SE PERGUNTAM: O QUE NÃO FIZEMOS?
NÃO FALAREI, GRITAREI
BAIXO E TIMIDAMENTE
DEIXANDO PULAR A PALAVRA NA BOCA
QUE VAI MORRER EM SI: NÃO AGUENTO MAIS!
BOTE
Conheço uma escuridão, porque sou.
Pensei que não houvesse. Tão perto,
Muitos também, míopes sociais, de ficções e solidão,
Se, no canto do meu quarto que é o mundo na TV, vivo.
Sem segredos, alegre das cachoeiras,
Um desenho de nuvens se esconde,
Digamos que é a gota da torneira da cozinha:
Como silêncio interrompido lentamente
Ou apenas um pingo, que não cabe em lugar cheio
Onde me arrasto no chão. A maritaca é faladeira,
E a tartaruga corre entre folhagens,
Enquanto, calados, os jacarés dormem.
Pensei que não houvesse. Tão perto,
Muitos também, míopes sociais, de ficções e solidão,
Se, no canto do meu quarto que é o mundo na TV, vivo.
Sem segredos, alegre das cachoeiras,
Um desenho de nuvens se esconde,
Digamos que é a gota da torneira da cozinha:
Como silêncio interrompido lentamente
Ou apenas um pingo, que não cabe em lugar cheio
Onde me arrasto no chão. A maritaca é faladeira,
E a tartaruga corre entre folhagens,
Enquanto, calados, os jacarés dormem.
sábado, 22 de agosto de 2009
AS ESCONDIDAS
Alguma cor no cabelo e um olhar vago de Monalisa,
Baixa, corpo esbelto em desfile,
um semblante triste nem sei como...
Como o de um Cristo na parede da igreja.
Um ar de mulher arrogante,
vestida em cores que seu corpo realça,
guardando fragilidades de uma gueixa
e as olheiras de uma mariposa.
Companheira aborrecida de amor
com indolências de flor cansada,
pesam-lhe as costelas de Adão,
cética ao ritmo do romance.
Acredita em sonhar junto ou então fica só,
a olhar tudo sem ver nada
chorando as escondidas.
(Para a amiga Talita Monteiro Gonsalves Fernandes no seu aniversário 19/08/09)
Baixa, corpo esbelto em desfile,
um semblante triste nem sei como...
Como o de um Cristo na parede da igreja.
Um ar de mulher arrogante,
vestida em cores que seu corpo realça,
guardando fragilidades de uma gueixa
e as olheiras de uma mariposa.
Companheira aborrecida de amor
com indolências de flor cansada,
pesam-lhe as costelas de Adão,
cética ao ritmo do romance.
Acredita em sonhar junto ou então fica só,
a olhar tudo sem ver nada
chorando as escondidas.
(Para a amiga Talita Monteiro Gonsalves Fernandes no seu aniversário 19/08/09)
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
PROCURANDO MEU LUGAR
Não sou trabalhador
sou um fragmento numa lenda,
meu destino se mistura
na formação da minha consciência,
ganhei um rótulo - e esse nome
já não uso mais, pela negação
a inocência de meus pais.
Nesse movimento conhecido,
não sou coisa, nem sou massa,
nem sou daqui, sou um número,
sou o que os olhos dos outros vêem,
sou o que não quero ser,
tento a todo momento me descobrir
dentro dessa ficção.
*Direitos Reservados*
sou um fragmento numa lenda,
meu destino se mistura
na formação da minha consciência,
ganhei um rótulo - e esse nome
já não uso mais, pela negação
a inocência de meus pais.
Nesse movimento conhecido,
não sou coisa, nem sou massa,
nem sou daqui, sou um número,
sou o que os olhos dos outros vêem,
sou o que não quero ser,
tento a todo momento me descobrir
dentro dessa ficção.
*Direitos Reservados*
NUNCA MAIS
Constitui famíla,
escrevi um livro,
plantei uma árvore,
é o que deixo no mundo,
assim como, muitos sonhos,
porque fui levado a crer
que isso seria minha realização,
na verdade continuo ninguém,
nunca ganhei rosas,
nem fui patrão
nesse mundo consumista,
vagueio pela vida,
já suei muitas pedras.
Ser Zé ninguém nunca mais.
*Direitos Reservados*
escrevi um livro,
plantei uma árvore,
é o que deixo no mundo,
assim como, muitos sonhos,
porque fui levado a crer
que isso seria minha realização,
na verdade continuo ninguém,
nunca ganhei rosas,
nem fui patrão
nesse mundo consumista,
vagueio pela vida,
já suei muitas pedras.
Ser Zé ninguém nunca mais.
*Direitos Reservados*
DIA A DIA
Absurdo,
existe algo tão absurdo
quanto homens ou mulheres escolhendo,
homens ou mulheres numa festa
como se estivessem num supermercado?
Aceitar este fato,
é roubar de mim mesmo a vida,
viver meu tempo sem amor, num quarto
entre números e documentos,
afirmando estérilmente
que isso é vida, oca, oca,
oca chance de me preencher.
*Direitos Reservados*
existe algo tão absurdo
quanto homens ou mulheres escolhendo,
homens ou mulheres numa festa
como se estivessem num supermercado?
Aceitar este fato,
é roubar de mim mesmo a vida,
viver meu tempo sem amor, num quarto
entre números e documentos,
afirmando estérilmente
que isso é vida, oca, oca,
oca chance de me preencher.
*Direitos Reservados*
TENTATIVAS
Tento ser poeta,
não sei se sou.
Importo-me com coisas simples,
que descrevo com palavras simples.
Me deslumbro com a lua,
com carícias de amor, de amigos.
Sou um indivíduo complexo,
em uma vida lógica, sou dfícil,
há de haver sempre uma intensão,
não admito um beijo no rosto,
sofro por toda uma vida,
atrás de carícias de um amor,
ou de amigos.
*Direitos Reservados*
não sei se sou.
Importo-me com coisas simples,
que descrevo com palavras simples.
Me deslumbro com a lua,
com carícias de amor, de amigos.
Sou um indivíduo complexo,
em uma vida lógica, sou dfícil,
há de haver sempre uma intensão,
não admito um beijo no rosto,
sofro por toda uma vida,
atrás de carícias de um amor,
ou de amigos.
*Direitos Reservados*
RUGAS
Meu tempo alienado
me envelheceu a pele,
não me fez crescer,
a vida continua um brinquedo,
fui protótipo de amor,
numa vida selvagem, funcionária,
carrego as cicatrizes.
De turno em turno,
marquei meu tempo,
misturando meus passos
com outros na rua,
diante desta constatação,
vejo me surgir uma ruga,
ruga de preocupação,
de reflexão.
*Direitos Reservados*
me envelheceu a pele,
não me fez crescer,
a vida continua um brinquedo,
fui protótipo de amor,
numa vida selvagem, funcionária,
carrego as cicatrizes.
De turno em turno,
marquei meu tempo,
misturando meus passos
com outros na rua,
diante desta constatação,
vejo me surgir uma ruga,
ruga de preocupação,
de reflexão.
*Direitos Reservados*
VOLTANDO A SI
Já passei dos quarenta,
e o que fiz foi só reclamar
e chorar escondido,
por conta da vida na hipocrisia
entre orgiólogos e cínicos,
patrôes, mansões, militares
e putas.
Choro,
e o mar cai na minha mão,
lavando meu corpo,
o sal grosso vai devolvendo minha humanidade.
*Direito Reservados*
e o que fiz foi só reclamar
e chorar escondido,
por conta da vida na hipocrisia
entre orgiólogos e cínicos,
patrôes, mansões, militares
e putas.
Choro,
e o mar cai na minha mão,
lavando meu corpo,
o sal grosso vai devolvendo minha humanidade.
*Direito Reservados*
INVENÇÕES
Somos inventores de nós mesmos,
o que fazer além das ficções,
e das necessidades que criamos?
Enquanto você me beija,
pensa em outra pessoa no supermercado,
inventamos então a distância
para justificar o invento saudade,
passamos o tempo,
como se ele precisasse passar,
tudo pelo mêdo do fim - inevitável,
assim vamos vigiando atentamente a vida.
*Direitos Reservados*
o que fazer além das ficções,
e das necessidades que criamos?
Enquanto você me beija,
pensa em outra pessoa no supermercado,
inventamos então a distância
para justificar o invento saudade,
passamos o tempo,
como se ele precisasse passar,
tudo pelo mêdo do fim - inevitável,
assim vamos vigiando atentamente a vida.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 31 de julho de 2009
AMOR NÃO BASTA
O lençol violentado,
amassado silenciava na cama;
era manhã e o tempo balançava,
na cadeira de vime na varanda.
O amor para o além do agora
eu sentia no cheiro do café,
que subia da cozinha.
Meu livro sobre a mesa
de pães e geléias.
No quintal cheio de folhas;
folhas e sílabas,
que o vento soprava leve
e o tempo levava.
O meu olhar versificado
olhava para além do café,
que agora vinha em minha direção,
buscava um sentido para aquela forma
que na noite me aventurei,
percorrendo o caminho das pernas,
entrando em grutas,
encontrando flores.
Como descrever minha unidade dividida?
Acho que sido, somos, sendo,
mais isso não me basta,
é natural demais para quem gosta
de mudar o tempo com ternura.
*Direitos Reservados*
amassado silenciava na cama;
era manhã e o tempo balançava,
na cadeira de vime na varanda.
O amor para o além do agora
eu sentia no cheiro do café,
que subia da cozinha.
Meu livro sobre a mesa
de pães e geléias.
No quintal cheio de folhas;
folhas e sílabas,
que o vento soprava leve
e o tempo levava.
O meu olhar versificado
olhava para além do café,
que agora vinha em minha direção,
buscava um sentido para aquela forma
que na noite me aventurei,
percorrendo o caminho das pernas,
entrando em grutas,
encontrando flores.
Como descrever minha unidade dividida?
Acho que sido, somos, sendo,
mais isso não me basta,
é natural demais para quem gosta
de mudar o tempo com ternura.
*Direitos Reservados*
quarta-feira, 29 de julho de 2009
MEDITAÇÃO
Adormeço de tua ausência
desperto de tua ausência
Jeans, seios, meias, nádegas,
calçados foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
em silêncio.
*Direitos Reservados*
desperto de tua ausência
Jeans, seios, meias, nádegas,
calçados foram embora.
Falar de ti? Falar tudo nada.
Dócilmente, por acaso.
Durmo, gozo, nú, talvez
em silêncio.
*Direitos Reservados*
PASSAGEM
Ao chegar me molha,
a lígua, aproxima, penetra.
Abre
Os joelhos.
Não ouço mais o quarto,
vou embora.
Me seca, me aquece,
o corpo se afasta.
Me tampa.
Com o olhar repleto de tudo.
Me espera...
eu volto.
*Direitos Reservados*
a lígua, aproxima, penetra.
Abre
Os joelhos.
Não ouço mais o quarto,
vou embora.
Me seca, me aquece,
o corpo se afasta.
Me tampa.
Com o olhar repleto de tudo.
Me espera...
eu volto.
*Direitos Reservados*
sábado, 4 de julho de 2009
SOL
Cansado de amanhecer
o sol levanta,
pra terminar o dia
com a vida mesma,
quente ou frio,
é sempre o mesmo sol.
*Direitos Reservados*
o sol levanta,
pra terminar o dia
com a vida mesma,
quente ou frio,
é sempre o mesmo sol.
*Direitos Reservados*
CAMINHADA
Sai em busca do que fui
sumi estrada afora, me perdi,
tento me encontrar,
mas não me acho,
se souberem de mim, me avisem.
*Direitos Rservados*
sumi estrada afora, me perdi,
tento me encontrar,
mas não me acho,
se souberem de mim, me avisem.
*Direitos Rservados*
ESPETÁCULO
Há um cheiro de teatro no ar
Coletivo, Oficina, nas ruas
expressões, suor, risos,
tristezas, poesias, conflitos,
marcados, rostos, olhos, gargantas,
O cotidiano andando lá fora,
platéia alienada bebendo reflexão.
*Direitos Reservados*
Coletivo, Oficina, nas ruas
expressões, suor, risos,
tristezas, poesias, conflitos,
marcados, rostos, olhos, gargantas,
O cotidiano andando lá fora,
platéia alienada bebendo reflexão.
*Direitos Reservados*
SÓ DE DESEJOS
Fechei o cheiro dela nas mãos,
cerrei os punhos para não perdê-la.
De noite aflorei meu tesão na cama,
ereto ainda, acendi meu cigarro e traguei-a.
Gargalhei e fui dormir só,
ao meu lado, deitada, a cidade, mórbida,
vazia.
*Direitos Reservados*
cerrei os punhos para não perdê-la.
De noite aflorei meu tesão na cama,
ereto ainda, acendi meu cigarro e traguei-a.
Gargalhei e fui dormir só,
ao meu lado, deitada, a cidade, mórbida,
vazia.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 26 de junho de 2009
MORBIDEZ
Haviam numa fruteira sobre a mesa,
frutas silenciosas a madurar,
madurando mortas.
Que prazer mórbido esse!
*Direitos Reservados*
frutas silenciosas a madurar,
madurando mortas.
Que prazer mórbido esse!
*Direitos Reservados*
ASSEXUADO
Num quarto de hora
permaneço Ícaro,
noite sobre noite
exposto num prato,
pensando à deriva
mareado de versos
num vai e vem,
como ondas num mar,
são águas passadas.
*Direitos Reservados*
permaneço Ícaro,
noite sobre noite
exposto num prato,
pensando à deriva
mareado de versos
num vai e vem,
como ondas num mar,
são águas passadas.
*Direitos Reservados*
PERDA
Funcional na cama,
num esforço até o limite,
meu corpo encaixa, na caixa,
de outro já desigual.
Preenchido o espaço,
na noite, no quarto,
com saudades de um passado,
já foi.
Pensamento suado, pesado,
sem entusiasmo de ontem,
num outro corpo no escuro.
*Direitos Reservados*
num esforço até o limite,
meu corpo encaixa, na caixa,
de outro já desigual.
Preenchido o espaço,
na noite, no quarto,
com saudades de um passado,
já foi.
Pensamento suado, pesado,
sem entusiasmo de ontem,
num outro corpo no escuro.
*Direitos Reservados*
DETALHES
Tomando um cafézinho quente,
sempre a vejo no teatro,
que coloco nesse verso menor de poema,
na casa de amigos comuns,
calados, degustando pratos,
olhamo-nos de soslaio;
após a cena improvisada,
vou apagar meu cigarro,
pra vê-la ir em seguida,
na Av. São João perdida,
com a sensação de nunca entender,
o que sinto, o que sentirei,
novamente ao te ver.
*Direitos Reservados*
sempre a vejo no teatro,
que coloco nesse verso menor de poema,
na casa de amigos comuns,
calados, degustando pratos,
olhamo-nos de soslaio;
após a cena improvisada,
vou apagar meu cigarro,
pra vê-la ir em seguida,
na Av. São João perdida,
com a sensação de nunca entender,
o que sinto, o que sentirei,
novamente ao te ver.
*Direitos Reservados*
quinta-feira, 25 de junho de 2009
DEUS MORREU
As janelas dos trens do metrô são cegas,
a dos ônibus, veem casas, mercados, cachorros,
gente namorando, árvores, pássaros,
a dos aviões veem o mundo.
As janelas me afirmam que Deus morreu.
*Direitos Reservados*
a dos ônibus, veem casas, mercados, cachorros,
gente namorando, árvores, pássaros,
a dos aviões veem o mundo.
As janelas me afirmam que Deus morreu.
*Direitos Reservados*
DIA DE RESSACA
Acordei pela manhã
com um gosto de vinho sem safra,
abri a janela para beber a luz do dia,
me engasguei,
vi que o dia não precisava de ninguém,
voltei para a cama,
pra esperar sumir a luz do dia,
espero que ele volte só pra semana.
*Direitos Reservados*
com um gosto de vinho sem safra,
abri a janela para beber a luz do dia,
me engasguei,
vi que o dia não precisava de ninguém,
voltei para a cama,
pra esperar sumir a luz do dia,
espero que ele volte só pra semana.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 19 de junho de 2009
CORRENTES
Puxava eu uma corrente marinha
e o mar nem ligava,
ora eu trazia a maré,
ora ela me levava.
Não chegarei nunca a frente,
preso a corrente desses pensamentos.
*Direitos Reservados*
e o mar nem ligava,
ora eu trazia a maré,
ora ela me levava.
Não chegarei nunca a frente,
preso a corrente desses pensamentos.
*Direitos Reservados*
COISA DE FLÔR
Nenhuma flôr pergunta:
Quem és passarinho que canta?
Aceita, se encanta.
Ele fica embriagado de flôr,
e ela flôr fica risonha.
*Direitos Reservados*
Quem és passarinho que canta?
Aceita, se encanta.
Ele fica embriagado de flôr,
e ela flôr fica risonha.
*Direitos Reservados*
MUITAS MARIAS
Muitas Marias
muito mar
molhando meus olhos.
Marias de Graças
Marias Amélias
Marias, Aparecidas,
cheias de vida.
Naveguei por todas,
enquanto no mar ia.
Em cada porto,
Marias mareavam
a vida.
Marias de Graças,
Marias Amélias,
Marias, esquecidas,
nas velas soltas,
enquanto o mar ia,
pra outro porto,
pra um outro dia.
*Direitos Reservados*
muito mar
molhando meus olhos.
Marias de Graças
Marias Amélias
Marias, Aparecidas,
cheias de vida.
Naveguei por todas,
enquanto no mar ia.
Em cada porto,
Marias mareavam
a vida.
Marias de Graças,
Marias Amélias,
Marias, esquecidas,
nas velas soltas,
enquanto o mar ia,
pra outro porto,
pra um outro dia.
*Direitos Reservados*
UM POETA NO MOVIMENTO
Era preciso dizer, para provar a existência,
demonstrar inteligência,
o conhecimento das ações,do mundo.
Somos trabalhadores da arte!
Alguém solicitou ordem,
um outro encaminhamento,
na briga dos egos...um pedido de bis,
os viciados devoravam cigarros,
outros mastigavam canetas.
De repente num vacilo das eloquências,
o poeta, para a curiosidade geral,
fez um aviãozinho de papel e voou pela sala,
levando consigo junto a garota militante,
que fingia que não era com ela.
*Direitos Reservados*
demonstrar inteligência,
o conhecimento das ações,do mundo.
Somos trabalhadores da arte!
Alguém solicitou ordem,
um outro encaminhamento,
na briga dos egos...um pedido de bis,
os viciados devoravam cigarros,
outros mastigavam canetas.
De repente num vacilo das eloquências,
o poeta, para a curiosidade geral,
fez um aviãozinho de papel e voou pela sala,
levando consigo junto a garota militante,
que fingia que não era com ela.
*Direitos Reservados*
ARTISTA
Pensando-me personagem,
prefiro ser platéia
de uma alguma atriz
Não sei se tanto
encanto ou pranto,
invento versos.
Me importa agora
sorrir nesse prólogo,
choramos depois.
*Direitos Reservados*
prefiro ser platéia
de uma alguma atriz
Não sei se tanto
encanto ou pranto,
invento versos.
Me importa agora
sorrir nesse prólogo,
choramos depois.
*Direitos Reservados*
quarta-feira, 17 de junho de 2009
CAMAMESA
Minha cama é uma mesa,
de carne macia ou vegetais,
onde mato a minha fome,
quente e fria,
onde não preciso ser educado,
lá pelado eu como.
*Direitos Reservados*
de carne macia ou vegetais,
onde mato a minha fome,
quente e fria,
onde não preciso ser educado,
lá pelado eu como.
*Direitos Reservados*
MUDEZ
Me recolho
a minha humilde insignificância,
diante do teu silêncio.
Me reencontro comigo mesmo,
com o cotidiano, as mesmices e a lama.
Coloco meu traje pesado
de frio e de arrogância,
para vender meu trabalho.
È só o que tenho de meu.
O seu silêncio faço meu agora,
pra continuar pensando em você.
*Direitos Reservados*
a minha humilde insignificância,
diante do teu silêncio.
Me reencontro comigo mesmo,
com o cotidiano, as mesmices e a lama.
Coloco meu traje pesado
de frio e de arrogância,
para vender meu trabalho.
È só o que tenho de meu.
O seu silêncio faço meu agora,
pra continuar pensando em você.
*Direitos Reservados*
COVARDIA
Para acalmar meu pensamento de você
me transporto ao Araguaia.
Tiros, torturas e frio
cenário triste, úmido, histórico,
por muitos esquecidos.
Amor violento, onças pintadas,
saguis, gatos selvagens e lobos,
memórias de outros tempos.
Lá não pude lutar, sem muita idade,
Hoje grito meu grito de guerra:
- Não sei viver sem você!
Me escondo nesse poema,
com a desculpa de um pensamento sem lígua.
*Direitos Reservados*
me transporto ao Araguaia.
Tiros, torturas e frio
cenário triste, úmido, histórico,
por muitos esquecidos.
Amor violento, onças pintadas,
saguis, gatos selvagens e lobos,
memórias de outros tempos.
Lá não pude lutar, sem muita idade,
Hoje grito meu grito de guerra:
- Não sei viver sem você!
Me escondo nesse poema,
com a desculpa de um pensamento sem lígua.
*Direitos Reservados*
DESEJO MEU
Vivo
Pra navegar esse mar.
Lamber ostras nas pedras
roçar suas algas,
te escamar a pele.
Sereia que me arrrasta, afinada.
Envergonhado te pergunto:
(Quando poderei?)
*Direitos Reservados*
Pra navegar esse mar.
Lamber ostras nas pedras
roçar suas algas,
te escamar a pele.
Sereia que me arrrasta, afinada.
Envergonhado te pergunto:
(Quando poderei?)
*Direitos Reservados*
DESMATAMENTO
Lambuzei-me da seiva da tua selva,
percorrendo a mata, sou teu!
És minha! floresta desbravada,
onde parte de mim, deixo, ferido,
desmatado e vegetalizado.
Me alimento de iguais,
iguais a você, vou renascendo,
conhecendo novas flôres,
instantes de minha nova herança.
*Direitos Reservados*
percorrendo a mata, sou teu!
És minha! floresta desbravada,
onde parte de mim, deixo, ferido,
desmatado e vegetalizado.
Me alimento de iguais,
iguais a você, vou renascendo,
conhecendo novas flôres,
instantes de minha nova herança.
*Direitos Reservados*
DEIXANDO A FORMA
Aos meus olhos bastaram a forma
a saciar meus desejos, guiei-me
pela exatidão da escultura, montado,
em um equino a domesticar.
Fêmea em frenesi, não percebeu,
que o peso do amor perdeu peso,
na escura caverna vulva ventre.
Usurpada a forma, procurei o conteúdo,
não achei porque não guardei,
olhei além da forma, um falso querer.
Acendi meu cigarro traguei fundo
e calado me fui.
*Direitos Reservados*
a saciar meus desejos, guiei-me
pela exatidão da escultura, montado,
em um equino a domesticar.
Fêmea em frenesi, não percebeu,
que o peso do amor perdeu peso,
na escura caverna vulva ventre.
Usurpada a forma, procurei o conteúdo,
não achei porque não guardei,
olhei além da forma, um falso querer.
Acendi meu cigarro traguei fundo
e calado me fui.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 12 de junho de 2009
PARTIDA
Um dia ela te sorriu
subiu tuas escadas
percorreu o teu corpo,
sempre que te via, dizia: Bom dia!
Você desdenhava, sem se importar,
ela ficou ao teu lado, calada.
Um dia todos os amigos festejaram
(O que? Não importa)
As rosas não falam, exalam,
dizia o rádio pra ti,
os risos continuavam muitos,
lambuzados de vinho do bom.
Foi quando te olhou, interrogativa,
sem respostas, nada disse,
saiu pela porta - vive agora!
ostra, oca, só, a espera.
Foi assim que, ao se encontrar
com o mar nos olhos, descobriu
que algo faltava; ai se deu conta,
Não seria mais feliz novamente.
*Direitos Reservados*
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subiu tuas escadas
percorreu o teu corpo,
sempre que te via, dizia: Bom dia!
Você desdenhava, sem se importar,
ela ficou ao teu lado, calada.
Um dia todos os amigos festejaram
(O que? Não importa)
As rosas não falam, exalam,
dizia o rádio pra ti,
os risos continuavam muitos,
lambuzados de vinho do bom.
Foi quando te olhou, interrogativa,
sem respostas, nada disse,
saiu pela porta - vive agora!
ostra, oca, só, a espera.
Foi assim que, ao se encontrar
com o mar nos olhos, descobriu
que algo faltava; ai se deu conta,
Não seria mais feliz novamente.
*Direitos Reservados*
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LEITURA NOTURNA
O farol aceso no mar
olhava para a noite apagada
que eu podia ver
do balanço da minha sacada.
A chuva contava pro chão,
pausadamente causos do céu,
minha cadeira massageava o soalho,
o vento inquieto gritava com o telhado,
meus dedos amarelos cheiravam
cinco cigarros sem cinzeiro,
eu continuava lendo você pela quinta vez,
sem cansar.
*Direitos Reservados*
olhava para a noite apagada
que eu podia ver
do balanço da minha sacada.
A chuva contava pro chão,
pausadamente causos do céu,
minha cadeira massageava o soalho,
o vento inquieto gritava com o telhado,
meus dedos amarelos cheiravam
cinco cigarros sem cinzeiro,
eu continuava lendo você pela quinta vez,
sem cansar.
*Direitos Reservados*
quarta-feira, 27 de maio de 2009
RIQUEZAS
O que eu tenho hoje,
traição de uma mulher,
o sumiço de todos,
filhos, parentes, amigos.
O que eu tenho hoje?
Uma sobrevida, um sopro,
como garrafa de água,
vazia.
*Direitos Reservados*
traição de uma mulher,
o sumiço de todos,
filhos, parentes, amigos.
O que eu tenho hoje?
Uma sobrevida, um sopro,
como garrafa de água,
vazia.
*Direitos Reservados*
MARINHEIRO
Todos os dias fico ansioso por vê-la,
fico bem só de pensá-la.
Não me vê porque é míope,
não me importo.
Seios fartos e altos,
(Se estivesse deitada).
Ah! Se eu escalasse
poderia ver além do horizonte.
Os dedos finos da mão do seu braço,
cutucam a cavidade de um orgasmo.
Meu desejo marinheiro
sente algo palatável.
Mas quando será que navego?
Quando será que te provo?
Quando navegar em suores revoltos,
marinheiro naufrago.
*Direitos Reservados*
fico bem só de pensá-la.
Não me vê porque é míope,
não me importo.
Seios fartos e altos,
(Se estivesse deitada).
Ah! Se eu escalasse
poderia ver além do horizonte.
Os dedos finos da mão do seu braço,
cutucam a cavidade de um orgasmo.
Meu desejo marinheiro
sente algo palatável.
Mas quando será que navego?
Quando será que te provo?
Quando navegar em suores revoltos,
marinheiro naufrago.
*Direitos Reservados*
MENINA
Algo me incomoda. Há no silêncio inquieto,
uma perturbação que não há,
olho pra menina dos olhos,
e na menina vejo tudo que escondes,
que a mulher nunca me dirá.
*Direitos Reservados*
uma perturbação que não há,
olho pra menina dos olhos,
e na menina vejo tudo que escondes,
que a mulher nunca me dirá.
*Direitos Reservados*
UM DIA TE CONTO
Um dia, sim, um dia...
Um dia pensarei nesse dia,
hoje não...
hoje não posso contar para você,
o que penso de você,
sobre mim, o ônibus lotado,
desodorante vencido, xingamentos,
coisas de gente...
Um dia eu conto...
Hoje eu quero construir,
meu dia para o dia seguinte...
que é importante para chegar a você.
Tenho tudo organizado,
Não! Não vou dizer nada,
Não hoje...
Não perguntei nada para ti.
Um dia... Hoje é dia de planejar.
sento para escrever como conquistar o mundo.
Não! Não farei isso hoje.
As vezes acho que te odeio,
sentimento estranho que sai para fora,
mas não vem de dentro...
Acho que estou me expondo demais,
meus segredos não devem ser lidos.
Um dia... Deixarão de ser segredos.
Hoje sou criança brincando de poesia,
um dia serei outro,
serei inteligente, saberei de livros,
serei lindo, serei prático,
talvez até você me convoque por edital,
para fazer parte da sua vida.
Um dia redigirei esse amanhã,
hoje não...
Um dia serei o que hoje não posso.
Estou cansado...
Um dia falo mais... talvez amanhã...
na semana que vem... quem sabe?
*Direitos Reservados*
Um dia pensarei nesse dia,
hoje não...
hoje não posso contar para você,
o que penso de você,
sobre mim, o ônibus lotado,
desodorante vencido, xingamentos,
coisas de gente...
Um dia eu conto...
Hoje eu quero construir,
meu dia para o dia seguinte...
que é importante para chegar a você.
Tenho tudo organizado,
Não! Não vou dizer nada,
Não hoje...
Não perguntei nada para ti.
Um dia... Hoje é dia de planejar.
sento para escrever como conquistar o mundo.
Não! Não farei isso hoje.
As vezes acho que te odeio,
sentimento estranho que sai para fora,
mas não vem de dentro...
Acho que estou me expondo demais,
meus segredos não devem ser lidos.
Um dia... Deixarão de ser segredos.
Hoje sou criança brincando de poesia,
um dia serei outro,
serei inteligente, saberei de livros,
serei lindo, serei prático,
talvez até você me convoque por edital,
para fazer parte da sua vida.
Um dia redigirei esse amanhã,
hoje não...
Um dia serei o que hoje não posso.
Estou cansado...
Um dia falo mais... talvez amanhã...
na semana que vem... quem sabe?
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 22 de maio de 2009
MESMICES
Enquanto alguns homens
descansam seus jornais,
insetos correm para as baladas
na cidade tecno.
As cercas dos senhores do poder
permanecem atentas.
As mulheres tecem vidas
por trás de janelas anônimas.
Deuses, teorias, acordadas
nos botecos regadas a chopp
norteiam destinos.
Alguém chora, alguém ri,
nasce, morre,
em mais um dia de mesmices,
sempre com roupagem nova,
nas repetições cotidianas.
Acordam os jornais,
insetos vão dormir,
cercas levantadas,
mulheres com vida pronta,
teorias de gravatas sóbrias
substituídas na gaveta
o dia chora, o dia ri,
ao som de "Imagine",
as mesmices vão ao shopping
tudo recomeça
como coisa natural,
o sol arde os pensamentos.
De novo?
Só meu sorriso devolvido,
e meu beijo que você guardou.
*Direitos Reservados*
descansam seus jornais,
insetos correm para as baladas
na cidade tecno.
As cercas dos senhores do poder
permanecem atentas.
As mulheres tecem vidas
por trás de janelas anônimas.
Deuses, teorias, acordadas
nos botecos regadas a chopp
norteiam destinos.
Alguém chora, alguém ri,
nasce, morre,
em mais um dia de mesmices,
sempre com roupagem nova,
nas repetições cotidianas.
Acordam os jornais,
insetos vão dormir,
cercas levantadas,
mulheres com vida pronta,
teorias de gravatas sóbrias
substituídas na gaveta
o dia chora, o dia ri,
ao som de "Imagine",
as mesmices vão ao shopping
tudo recomeça
como coisa natural,
o sol arde os pensamentos.
De novo?
Só meu sorriso devolvido,
e meu beijo que você guardou.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 8 de maio de 2009
RUA MINHA RUA
Aqui não tem coitadinhos,
nem criamos poesia.
Somos a poética fétida,
temos corpo, não amigos,
mas na veia corre o sangue aceso,
coisa de gente viva.
Quando acariciados, desconfiamos,
com o mar nos olhos sem costume.
Continuamos sós nas ruas esperando
que ela nos atropele, caso contrário,
continuamos vendo a vida passar,
como fazem na janela os anônimos,
que nos vêem como poesia,
que não compreendem, que ficará,
mesmo após termos passado,
a vida, a poesia, os anônimos.
*Direitos Reservados*
nem criamos poesia.
Somos a poética fétida,
temos corpo, não amigos,
mas na veia corre o sangue aceso,
coisa de gente viva.
Quando acariciados, desconfiamos,
com o mar nos olhos sem costume.
Continuamos sós nas ruas esperando
que ela nos atropele, caso contrário,
continuamos vendo a vida passar,
como fazem na janela os anônimos,
que nos vêem como poesia,
que não compreendem, que ficará,
mesmo após termos passado,
a vida, a poesia, os anônimos.
*Direitos Reservados*
LEMBRANÇAS
Não consigo esquecer seu olhar escondido,
nem a casa branca frente ao mar enorme,
nem o teclado dos seus dentes
diante de nosso jardim de flores marinhas,
lembro seus óculos míopes
que escondem olhos silenciosos, intactos que dormem;
os cabelos negros esparramados
pela cama, me lembram que os lençóis
ainda guardam coisas que eram minhas,
carícias de dedos finos, roçar da pele branca,
num corpo que ainda é meu.
Pensá-la é um pensar que não acaba nunca,
lembrança, fixa, imutável,
que hoje paira sobre esse poeta.
*Direitos Reservados*
nem a casa branca frente ao mar enorme,
nem o teclado dos seus dentes
diante de nosso jardim de flores marinhas,
lembro seus óculos míopes
que escondem olhos silenciosos, intactos que dormem;
os cabelos negros esparramados
pela cama, me lembram que os lençóis
ainda guardam coisas que eram minhas,
carícias de dedos finos, roçar da pele branca,
num corpo que ainda é meu.
Pensá-la é um pensar que não acaba nunca,
lembrança, fixa, imutável,
que hoje paira sobre esse poeta.
*Direitos Reservados*
ESPETÁCULO
As árvores gemem quando passa o vento.
O sol bate na lona do circo e o chão arde.
Em torno caminham homens sem lar,
suados, salgados, reluzentes como peixes.
Baratas agitadas, de repente esmagadas
pela bota do descaso, entrando e saindo
de buracos escuros, tomados pelo espaço.
As narrativas quebram o silêncio cotidiano,
tentando abrir os olhos míopes da sociedade,
roendo a solidão.
As árvores gemem quando passa o vento.
O chão arde e na lona de circo,
um palhaço expõe os andrajos.
*Direitos Reservados*
O sol bate na lona do circo e o chão arde.
Em torno caminham homens sem lar,
suados, salgados, reluzentes como peixes.
Baratas agitadas, de repente esmagadas
pela bota do descaso, entrando e saindo
de buracos escuros, tomados pelo espaço.
As narrativas quebram o silêncio cotidiano,
tentando abrir os olhos míopes da sociedade,
roendo a solidão.
As árvores gemem quando passa o vento.
O chão arde e na lona de circo,
um palhaço expõe os andrajos.
*Direitos Reservados*
quinta-feira, 30 de abril de 2009
QUEM É VC?
Uma mulher que nunca ouviu:
o choro de um sapo,
um grilo cozinhando,
uma cigarra torcendo
pro seu time favorito,
é mulher...
mulher pra todo lado;
mas se ouviu
é que nem taça de vinho,
que só não voa porque não quer,
não porque não tem asa.
*Direitos Reservados*
o choro de um sapo,
um grilo cozinhando,
uma cigarra torcendo
pro seu time favorito,
é mulher...
mulher pra todo lado;
mas se ouviu
é que nem taça de vinho,
que só não voa porque não quer,
não porque não tem asa.
*Direitos Reservados*
COTIDIANO
Sai da frente, filho da puta!
Vai pilotar fogão, tia!
Olha o farol desgraçado!
Sai da rua mendigo!
buzina...buzina...
e o mundo obedece.
O sol quente, no alto
queima
todas as mentes que pode.
Na sombra do viaduto,
sentado com seus andrajos,
um andarilho pica
pão e papelão
entre baratas que correm
um cão que boceja.
O sol já se vai,
surge um pedaço de lua,
com muitas estrelas.
O andarilho?
Ainda come migalhas.
*Direitos Reservados*
Vai pilotar fogão, tia!
Olha o farol desgraçado!
Sai da rua mendigo!
buzina...buzina...
e o mundo obedece.
O sol quente, no alto
queima
todas as mentes que pode.
Na sombra do viaduto,
sentado com seus andrajos,
um andarilho pica
pão e papelão
entre baratas que correm
um cão que boceja.
O sol já se vai,
surge um pedaço de lua,
com muitas estrelas.
O andarilho?
Ainda come migalhas.
*Direitos Reservados*
VOCAÇÃO
Sei que um dia
serei um grande poeta
daqueles tipo: francês
que morria aos 28
de tanto fumar e beber
pela poesia perfeita,
amor, dor, destino,
saudade, tristeza e viver.
Não morrerei porque quero,
prefiro movimentar o movimento,
perpetuar a espécie
e morrer com um tiro no peito.
*Direitos Reservados*
serei um grande poeta
daqueles tipo: francês
que morria aos 28
de tanto fumar e beber
pela poesia perfeita,
amor, dor, destino,
saudade, tristeza e viver.
Não morrerei porque quero,
prefiro movimentar o movimento,
perpetuar a espécie
e morrer com um tiro no peito.
*Direitos Reservados*
PEQUENEZ
Fiz pequenas coisas
que só os humanos
de fato saberão mensurar,
aqueles que pequenos
grandiosos atos também cometem,
amam demais, choram demais,
exagerados aos pés do mundo,
que deixam nas bocas
um sabor de versos
que nunca se acaba.
*Direitos Reservados*
que só os humanos
de fato saberão mensurar,
aqueles que pequenos
grandiosos atos também cometem,
amam demais, choram demais,
exagerados aos pés do mundo,
que deixam nas bocas
um sabor de versos
que nunca se acaba.
*Direitos Reservados*
É ISSO
Não deixa o coração aberto
senão entro sem pedir licença.
Não pense que na minha tenra idade
penso que já não existo.
Ainda conheço de amor,
amor é isso.
*Direitos Reservados*
senão entro sem pedir licença.
Não pense que na minha tenra idade
penso que já não existo.
Ainda conheço de amor,
amor é isso.
*Direitos Reservados*
sábado, 11 de abril de 2009
VIOLÊNCIA POÉTICA
Meu projétil? Um poema
a atravessar seu peito.
Com o indicador e o polegar
miro com a caneta o papel,
que jaz pálido sobre a mesa,
atiro, esfaqueio, esbofeteio
o corpo que vou dando vida
com palavras que não gemem.
Dou socos e pontapés de rimas,
contra todas as teorias,
que reafirmam o que está posto,
talvez nada mude: Uma rã
resmungando ao final da tarde,
baratas correndo apressadas,
grilos fritando algo que não cheira.
Disparo as palavras
para aqueles que me lêem,
atiro a pé,
contra a fé,
deixando os puristas surdos
com tanta agressividade,
mas os disparos feitos,
são só pensamentos, que voam,
como Fernão Capelo Gaivota,
mas fere, fere,
todo e qualquer cidadão.
*Direitos Reservados*
a atravessar seu peito.
Com o indicador e o polegar
miro com a caneta o papel,
que jaz pálido sobre a mesa,
atiro, esfaqueio, esbofeteio
o corpo que vou dando vida
com palavras que não gemem.
Dou socos e pontapés de rimas,
contra todas as teorias,
que reafirmam o que está posto,
talvez nada mude: Uma rã
resmungando ao final da tarde,
baratas correndo apressadas,
grilos fritando algo que não cheira.
Disparo as palavras
para aqueles que me lêem,
atiro a pé,
contra a fé,
deixando os puristas surdos
com tanta agressividade,
mas os disparos feitos,
são só pensamentos, que voam,
como Fernão Capelo Gaivota,
mas fere, fere,
todo e qualquer cidadão.
*Direitos Reservados*
RESSACA
Ressaca
Ressentimento
Poesia
Rala
Fezes
Farto
Escrevo
Chato
Revolto
Gesto
Pé
No saco
Poeta
Saco
Pancada
Histórica
Machucado
Voltei
Faz sentido?
*Direitos Reservados*
Ressentimento
Poesia
Rala
Fezes
Farto
Escrevo
Chato
Revolto
Gesto
Pé
No saco
Poeta
Saco
Pancada
Histórica
Machucado
Voltei
Faz sentido?
*Direitos Reservados*
OUTRA COISA
Poesia de amor
não me afeta,
sou pela poesia,
que bate, desloca,
que cresce.
Me interessa a cerveja
a cachaça, o pó, a pedra
no caminho, que desgoverna,
as teorias prenhas.
Poema margem - marginal,
em palavras que se completam,
não um rio,
onde todo peixe habita,
academicamente.
Como um bom moço,
como político insano.
Um poema deve perturbar
o amor. Ser bêbado.
Tumultuar seu dia.
*Direitos Reservados*
não me afeta,
sou pela poesia,
que bate, desloca,
que cresce.
Me interessa a cerveja
a cachaça, o pó, a pedra
no caminho, que desgoverna,
as teorias prenhas.
Poema margem - marginal,
em palavras que se completam,
não um rio,
onde todo peixe habita,
academicamente.
Como um bom moço,
como político insano.
Um poema deve perturbar
o amor. Ser bêbado.
Tumultuar seu dia.
*Direitos Reservados*
REFLEXÃO
Empilho tijolos, uns sobre os outros
na terra do leão. Dou-lhes massa
de pão. Faço um puxadinho,
só posso fazer reformas.
Quando acordo com o pão de ontem,
meu café coado no pano, reflito.
Me dou conta de muitas teorias,
as práticas? Ah!
As práticas também.
Vou a missa,
só quando estou com fome,
para comer hóstias.
Saio de lá carregado
como uma mula,
com a cabeça cheia
de obscenidades.
Mas nos momentos de irreflexão
diante do grasnar da tv,
sei o quanto as futilidades
me incomodam e dou tiros
na janela com balas fora de moda.
*Direitos Reservados*
na terra do leão. Dou-lhes massa
de pão. Faço um puxadinho,
só posso fazer reformas.
Quando acordo com o pão de ontem,
meu café coado no pano, reflito.
Me dou conta de muitas teorias,
as práticas? Ah!
As práticas também.
Vou a missa,
só quando estou com fome,
para comer hóstias.
Saio de lá carregado
como uma mula,
com a cabeça cheia
de obscenidades.
Mas nos momentos de irreflexão
diante do grasnar da tv,
sei o quanto as futilidades
me incomodam e dou tiros
na janela com balas fora de moda.
*Direitos Reservados*
SIM E NÃO
Tem momentos, acho que sim,
os minutos passam, concluo que não.
Entre sins e nãos,
só ouço bois que dizem:
não...não...não...
Acordo,
ao machucar a cabeça,
com cabeçadas na parede;
dou algumas bocejadas,
em vez de dizer o que sinto.
Esperando um sim,
sim...sim...sim...
mas sei mulher
que a efêmeridade
da vida, pressupõe
que depois do sim,
muito em breve será não.
Logo o não se vai...
Não! Não existe.
Começo a achar
que sim, se sim eu grito:
Não! Não é possível.
*Direitos Reservados*
os minutos passam, concluo que não.
Entre sins e nãos,
só ouço bois que dizem:
não...não...não...
Acordo,
ao machucar a cabeça,
com cabeçadas na parede;
dou algumas bocejadas,
em vez de dizer o que sinto.
Esperando um sim,
sim...sim...sim...
mas sei mulher
que a efêmeridade
da vida, pressupõe
que depois do sim,
muito em breve será não.
Logo o não se vai...
Não! Não existe.
Começo a achar
que sim, se sim eu grito:
Não! Não é possível.
*Direitos Reservados*
terça-feira, 3 de março de 2009
LETRAS
As letras descansavam na mesa,
estavam enrubescidas, acotoveladas
colavam as pálpebras, lisas.
Unidas as letras, unidas enrubescidas,
salivavam a boca com vinho sobremesa,
sobre a mesa, a caneta,
inquieta de desejo pelas letras,
coradas espalhavam feromônios,
espermas adormecidos, copularam
com a folha branca, unidas, suadas,
um poema descansava.
Aos olhares elas cantavam
como sereias, enganavam gente,
gente é outra coisa, diferente.
Flores que choravam - mulheres,
longe, perto - em flerte.
No papel um A de ódio,
morrendo de amor,
poeta, caneta, letras,
expressões de sentimentos,
descansando, sonhando,
enquanto eu - arquiteto,
imagino ao pé de uma bananeira,
construir ninhos, de letras vivas.
*Direitos Reservados*
estavam enrubescidas, acotoveladas
colavam as pálpebras, lisas.
Unidas as letras, unidas enrubescidas,
salivavam a boca com vinho sobremesa,
sobre a mesa, a caneta,
inquieta de desejo pelas letras,
coradas espalhavam feromônios,
espermas adormecidos, copularam
com a folha branca, unidas, suadas,
um poema descansava.
Aos olhares elas cantavam
como sereias, enganavam gente,
gente é outra coisa, diferente.
Flores que choravam - mulheres,
longe, perto - em flerte.
No papel um A de ódio,
morrendo de amor,
poeta, caneta, letras,
expressões de sentimentos,
descansando, sonhando,
enquanto eu - arquiteto,
imagino ao pé de uma bananeira,
construir ninhos, de letras vivas.
*Direitos Reservados*
MONOTONIA
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo...
*Direitos Reservados*
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo
Levanto
Banho
Sento
Como
Assisto
Durmo...
*Direitos Reservados*
ALÉM DO OLHAR
Se além do olhar, ela me desse,
o coração e o corpo,
eu reviveria o mundo,
que padece,
morrendo de fome em guerras,
pouco a pouco.
Se além do olhar, ela me desse,
um chamego e um sorriso,
eu transformaria esse solo,
que adoece,
faria crescer lírios e orquídeas,
por lugares onde piso.
Se além do olhar, ela me desse,
um abraço e um aperto de mão,
eu engoliria esse sonho
que me aquece,
e colocaria os pés no chão.
Se além do olhar, nada me desse,
viraria mar bravio, afogaria os rios,
feito uma peste,
ficaria sozinho ruminando, ao relento,
até morrer de frio.
*Direitos Reservados*
o coração e o corpo,
eu reviveria o mundo,
que padece,
morrendo de fome em guerras,
pouco a pouco.
Se além do olhar, ela me desse,
um chamego e um sorriso,
eu transformaria esse solo,
que adoece,
faria crescer lírios e orquídeas,
por lugares onde piso.
Se além do olhar, ela me desse,
um abraço e um aperto de mão,
eu engoliria esse sonho
que me aquece,
e colocaria os pés no chão.
Se além do olhar, nada me desse,
viraria mar bravio, afogaria os rios,
feito uma peste,
ficaria sozinho ruminando, ao relento,
até morrer de frio.
*Direitos Reservados*
sábado, 14 de fevereiro de 2009
COISAS DE POETA
Embora na abstração
meu pensamento é lógico,
Os troncos soluçam, eu sei,
pelo mêdo do corte.
As folhas reclamam do vento
que as vem desfolhar.
O céu chora no mar
enquanto o sol
enxuga meus pensamentos,
e suas asas molhadas
que precisam voar.
Brincadeiras com a caneta
me fazem colorir o papel
que começa imaginar na escrita
como vive um poeta.
*Direitos Reservados*
meu pensamento é lógico,
Os troncos soluçam, eu sei,
pelo mêdo do corte.
As folhas reclamam do vento
que as vem desfolhar.
O céu chora no mar
enquanto o sol
enxuga meus pensamentos,
e suas asas molhadas
que precisam voar.
Brincadeiras com a caneta
me fazem colorir o papel
que começa imaginar na escrita
como vive um poeta.
*Direitos Reservados*
CHEIRO DE FLÔR
Levantei cedo como de costume,
o sol já acordava o dia,
pé ante pé sai do quarto,
resfresquei-me na pia
e engordei a roupa passada,
sai para o mundo.
No trabalho uma porta me abriu,
um vulto de mulher:
- Era Marília!
Parar, parei,
diante do cheiro que ela exalava,
perfume, era ela só cheiro,
cheiro de flôr.
*Direitos Reservados*
o sol já acordava o dia,
pé ante pé sai do quarto,
resfresquei-me na pia
e engordei a roupa passada,
sai para o mundo.
No trabalho uma porta me abriu,
um vulto de mulher:
- Era Marília!
Parar, parei,
diante do cheiro que ela exalava,
perfume, era ela só cheiro,
cheiro de flôr.
*Direitos Reservados*
MINHA NATUREZA
Floresta me escuta!
Saiba que sou teu amigo,
quero lhe dizer que mesmo cansado
luto, para mantê-la, intacta, pura.
Sei que merecemos o castigo,
todos os castigos,
talvez por isso morremos sós,
pois além do chicotear do vento
te açoitando o tronco,
te ataca o bando de serras,
na mão de furiosos vegetais.
Me escuta!
O tempo está chegando, gritando,
chorando, dizendo,
que se voce morrer, morreremos,
não nos entendemos.
Floresta me escuta!
saiba que sou seu amigo,
quero lhe dizer:
Mesmo cansado,
eu luto!
*Direitos Reservados*
Saiba que sou teu amigo,
quero lhe dizer que mesmo cansado
luto, para mantê-la, intacta, pura.
Sei que merecemos o castigo,
todos os castigos,
talvez por isso morremos sós,
pois além do chicotear do vento
te açoitando o tronco,
te ataca o bando de serras,
na mão de furiosos vegetais.
Me escuta!
O tempo está chegando, gritando,
chorando, dizendo,
que se voce morrer, morreremos,
não nos entendemos.
Floresta me escuta!
saiba que sou seu amigo,
quero lhe dizer:
Mesmo cansado,
eu luto!
*Direitos Reservados*
BUSCA
Sempre andei só,
na noite,
cortando o vento
buscando vagalumes,
com minha lanterna apagada,
sobre a cabeça
o peso de mil estrelas
inflamando minha poesia,
era festa no céu,
até a lua bebia
em meia taça,
o tempo corria de mim
sem parar,
assim solitário
continuei cortando vento,
vi muitos vagalumes,
com minha lanterna apagada.
*Direitos Reservados*
na noite,
cortando o vento
buscando vagalumes,
com minha lanterna apagada,
sobre a cabeça
o peso de mil estrelas
inflamando minha poesia,
era festa no céu,
até a lua bebia
em meia taça,
o tempo corria de mim
sem parar,
assim solitário
continuei cortando vento,
vi muitos vagalumes,
com minha lanterna apagada.
*Direitos Reservados*
ASSIM ME SINTO
Nada de mim
voce carrega em si,
apesar de me olhar
quando estou te olhando.
Vejo os olhos
e ouço nos teus olhos
que nada é para mim,
escondo então,
o que guardado tenho
e finjo que nada ligo;
é meu jeito de ser feliz.
*Direitos Reservados*
voce carrega em si,
apesar de me olhar
quando estou te olhando.
Vejo os olhos
e ouço nos teus olhos
que nada é para mim,
escondo então,
o que guardado tenho
e finjo que nada ligo;
é meu jeito de ser feliz.
*Direitos Reservados*
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
ALGUÉM
Membuxaram a filha
menina de leite
dezesseisanos
mevingo
temato
irado
ao meio dia
com o copo vazio
de pinga.
*Direitos Reservados*
menina de leite
dezesseisanos
mevingo
temato
irado
ao meio dia
com o copo vazio
de pinga.
*Direitos Reservados*
MARIA
Achei
que nunca conseguiria
dialogar
com o mar
pois o mar ia.
Sabia
que achava
não conseguir
dialogar
com o mar,
mas não sabia
Maria
que achar
poder dialogar
com o mar
necessitava
Maria
Saber dialogar
com você.
*Direitos Reservados*
que nunca conseguiria
dialogar
com o mar
pois o mar ia.
Sabia
que achava
não conseguir
dialogar
com o mar,
mas não sabia
Maria
que achar
poder dialogar
com o mar
necessitava
Maria
Saber dialogar
com você.
*Direitos Reservados*
DIGAM AO POVO QUE FICO!
No parque D. Pedro
bebericando
homens reclamando.
Bebendo
Homens reclamando,
xingando
uns aos outros
com paus.
Sem esperanças,
na educação, saúde, moradia,
alimentação
Homens brigando.
No parque D. Pedro
bebericando
reclamando
xingando
brigando
com paus
com fome
Homens gritando:
- Digam ao povo que fico!
*Direitos Reservados*
bebericando
homens reclamando.
Bebendo
Homens reclamando,
xingando
uns aos outros
com paus.
Sem esperanças,
na educação, saúde, moradia,
alimentação
Homens brigando.
No parque D. Pedro
bebericando
reclamando
xingando
brigando
com paus
com fome
Homens gritando:
- Digam ao povo que fico!
*Direitos Reservados*
RIO 40 GRAUS
Em um tiroteio
no alemão
uma bala perdida
tocou o peito
e o corpo no chão
no morro
tiros..tiros...
num caveirão
pra derrotar o inimigo;
o vapor corre
gritando aos pulmões:
- Sobe morro!
Alemão
que se esvai em sangue
naquela tarde
de combate.
No Rio o termômetro
40 graus.
*Direitos Reservados*
no alemão
uma bala perdida
tocou o peito
e o corpo no chão
no morro
tiros..tiros...
num caveirão
pra derrotar o inimigo;
o vapor corre
gritando aos pulmões:
- Sobe morro!
Alemão
que se esvai em sangue
naquela tarde
de combate.
No Rio o termômetro
40 graus.
*Direitos Reservados*
RAPIDINHA
Tempo?!
Eu não tenho tempo!
Tenho que demitir 100 funcionários.
Ufa!!!!
Ainda bem!
Imaginem se ele tivesse o tempo.
*Direitos Reservados*
Eu não tenho tempo!
Tenho que demitir 100 funcionários.
Ufa!!!!
Ainda bem!
Imaginem se ele tivesse o tempo.
*Direitos Reservados*
DAVOS
Na conferência dos países ricos em Davôs,
um repórter indagou a uma loira sobre,
ela respondeu:
Crise econômica?! O que é isso?
"Cuidado! O gelo em Davôs anda congelando miolos."
*Direitos Reservados*
um repórter indagou a uma loira sobre,
ela respondeu:
Crise econômica?! O que é isso?
"Cuidado! O gelo em Davôs anda congelando miolos."
*Direitos Reservados*
PALAVRAS VELHAS
Peguei algumas palavras velhas, esquecidas
e com as velhinhas fui à um baile inventar poesias,
pra me aproximar mais da realidade.
*Direitos Reservados*
e com as velhinhas fui à um baile inventar poesias,
pra me aproximar mais da realidade.
*Direitos Reservados*
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
SE ELE EXISTIR
Não sei se Deus existe,
mas se ele existe de verdade
vai dormir comigo hoje
comer pão amanhecido,
debaixo da minha ponte,
com meu cobertor de jornal.
*Direitos Reservados*
mas se ele existe de verdade
vai dormir comigo hoje
comer pão amanhecido,
debaixo da minha ponte,
com meu cobertor de jornal.
*Direitos Reservados*
CHORO DE HOMEM
Fui sempre levado a acreditar,
que "homem que é homem não chora".
Quando eu julgava-me um homem.
Fui crescendo a acreditar na força,
não na inteligência.
Nos heróis e não nos covardes,
eduquei-me para a arrogância.
Agora choro como só um homem sabe chorar.
*Direitos Reservados*
que "homem que é homem não chora".
Quando eu julgava-me um homem.
Fui crescendo a acreditar na força,
não na inteligência.
Nos heróis e não nos covardes,
eduquei-me para a arrogância.
Agora choro como só um homem sabe chorar.
*Direitos Reservados*
OLHOS NOS OLHOS
No ano que passou te mandei muitos olhares,
não obtive de volta,
ganhei foi choro, horas e horas.
Nesse ano mando meus olhares de novo,
cheio de novas intenções; se concordar,
Venha!
*Direitos Reservados*
não obtive de volta,
ganhei foi choro, horas e horas.
Nesse ano mando meus olhares de novo,
cheio de novas intenções; se concordar,
Venha!
*Direitos Reservados*
AMOR UNILATERAL
Corre com suas idéias
antes que o tempo esqueça.
Coragem e ansiedade te exalam dos poros,
desenhando o palco, nas suas escritas.
Marca do tempo no canto dos olhos. Fome pelo saber.
Florescem as orquídeas. Aquecem-se os girassóis.
Perfumada, cheiram os jasmins,
pintando suas narrativas que saem desses dedos magros.
Mesmo que você caminhe isenta dos meus carinhos,
sabendo que não fica longe da ilusão de outros corpos,
me satisfaço por ora, por sua atuação e mistério.
De sandália hippie chic, roupas de indiana,
é culpada por essa armadilha que não escapo,
mas não permito que me julgue,
não gosto de ficar exposto, me deixa só com seu mistério,
e eu perdoo o escorpião que te tomou o corpo;
só permita que eu viva intensamente,
esses momentos comigo mesmo.
*Direitos Reservados*
antes que o tempo esqueça.
Coragem e ansiedade te exalam dos poros,
desenhando o palco, nas suas escritas.
Marca do tempo no canto dos olhos. Fome pelo saber.
Florescem as orquídeas. Aquecem-se os girassóis.
Perfumada, cheiram os jasmins,
pintando suas narrativas que saem desses dedos magros.
Mesmo que você caminhe isenta dos meus carinhos,
sabendo que não fica longe da ilusão de outros corpos,
me satisfaço por ora, por sua atuação e mistério.
De sandália hippie chic, roupas de indiana,
é culpada por essa armadilha que não escapo,
mas não permito que me julgue,
não gosto de ficar exposto, me deixa só com seu mistério,
e eu perdoo o escorpião que te tomou o corpo;
só permita que eu viva intensamente,
esses momentos comigo mesmo.
*Direitos Reservados*
A CHUVA
A chuva molhou o meu corpo,
ela molhou os meus olhos,
e também lavou o tempo,
molhou as mãos, os pés,
terra mole, pedra dura.
A garoa mais fina
refrescou meu pensar,
de convercer o tímido sol,
a me aquecer devagar.
*Direitos Reservados*
ela molhou os meus olhos,
e também lavou o tempo,
molhou as mãos, os pés,
terra mole, pedra dura.
A garoa mais fina
refrescou meu pensar,
de convercer o tímido sol,
a me aquecer devagar.
*Direitos Reservados*
TANTAS PALAVRAS
Poema para rosas,
poema para maçãs,
poema para o mar,
poema para o amor,
poema para o aleitamento,
poema para a colheita.
Tantas palavras
semeadas a colher,
escritas.
Tantas palavras
construídas em verso e prosa,
histórias e estórias,
das raízes,
desse chão.
*Direitos Reservados*
poema para maçãs,
poema para o mar,
poema para o amor,
poema para o aleitamento,
poema para a colheita.
Tantas palavras
semeadas a colher,
escritas.
Tantas palavras
construídas em verso e prosa,
histórias e estórias,
das raízes,
desse chão.
*Direitos Reservados*
NATUREZA CRUEL
O mar açoitava
as costas
de uma enorme pedra,
que sorria,
oca, calada,
em Dezembro,
em Boissucanga.
(Quem diria!)
*Direitos Reservados*
as costas
de uma enorme pedra,
que sorria,
oca, calada,
em Dezembro,
em Boissucanga.
(Quem diria!)
*Direitos Reservados*
FIM
Acabou-se a água
agora matamos a sede com lágrimas,
acabou-se a colheita,
agora nos alimentamos da fome,
acabou-se a vida,
cultivamos a morte.
*Direitos Reservados*
agora matamos a sede com lágrimas,
acabou-se a colheita,
agora nos alimentamos da fome,
acabou-se a vida,
cultivamos a morte.
*Direitos Reservados*
FLÔR
Sei que é bonita,
vistosa, instigante, misteriosa,
sem conhecê-la ainda.
Só te conheço pálida, murcha,
em processo de esquecimento,
fruto da crueldade e ambição humana,
onde permite ver seu colorido
nos sulcos dos projéteis no peito alheio.
Quando não houver mais guerras,
vou cuidar de você, cultivá-la
e colocá-la na boca
dos canos dos fuzis e pistolas,
para montar guarda aos poemas,
que hão de surgir aos montes.
*Direitos Reservados*
vistosa, instigante, misteriosa,
sem conhecê-la ainda.
Só te conheço pálida, murcha,
em processo de esquecimento,
fruto da crueldade e ambição humana,
onde permite ver seu colorido
nos sulcos dos projéteis no peito alheio.
Quando não houver mais guerras,
vou cuidar de você, cultivá-la
e colocá-la na boca
dos canos dos fuzis e pistolas,
para montar guarda aos poemas,
que hão de surgir aos montes.
*Direitos Reservados*
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
BONS MOMENTOS
Atirei meu coração
em Marília,
como em cena de amor
de cinema noticiado
por Carbonari, em tempos,
de Oscarito, carnaval e chanchadas,
eufórico,bêbado como uma porta,
seu olhar me fuzilou como um raio,
só vi a cor de seus cabelos,
como seria ela?
Se tivésemos nos conhecido,
jamais conhecerei.
*Direitos Reservados*
em Marília,
como em cena de amor
de cinema noticiado
por Carbonari, em tempos,
de Oscarito, carnaval e chanchadas,
eufórico,bêbado como uma porta,
seu olhar me fuzilou como um raio,
só vi a cor de seus cabelos,
como seria ela?
Se tivésemos nos conhecido,
jamais conhecerei.
*Direitos Reservados*
NA VEIA!
Quando conheci Roberta Ninim
achei que ela tinha mãos bobas,
achei que a cara parecia com as mãos,
observando mais de perto conclui:
Os olhos nasceram antes do corpo,
que chegou bem depois.
mais de perto ainda,
vi pureza suficiente p/ fazer
a vontade desse viciado,então,
sai gritando como um louco:
- Me aplica na veia! Na veia!
*Direitos Reservados*
achei que ela tinha mãos bobas,
achei que a cara parecia com as mãos,
observando mais de perto conclui:
Os olhos nasceram antes do corpo,
que chegou bem depois.
mais de perto ainda,
vi pureza suficiente p/ fazer
a vontade desse viciado,então,
sai gritando como um louco:
- Me aplica na veia! Na veia!
*Direitos Reservados*
JARDIM DO ALBERGE
Flores no albergue burguês
pássaros que se banham em poças,
que a chuva acabou de lavar,
as folhas das mangueiras e jacas,
as rosas,
enchertadas
vistosas sorriem,
cúmplices do abacateiro repleto,
plebeu, dominical,
enquano o cachorro mija no poste
como aluna de ballet, que,
elegante desfila no espaço,
como as borboletas
- Cotidiano burguês de um albergue
de 1200 homens, cravos,
ex cravos.
*Direitos Reservados*
pássaros que se banham em poças,
que a chuva acabou de lavar,
as folhas das mangueiras e jacas,
as rosas,
enchertadas
vistosas sorriem,
cúmplices do abacateiro repleto,
plebeu, dominical,
enquano o cachorro mija no poste
como aluna de ballet, que,
elegante desfila no espaço,
como as borboletas
- Cotidiano burguês de um albergue
de 1200 homens, cravos,
ex cravos.
*Direitos Reservados*
LOUCO
Já me enchi de drogas,
de todas (acho),
estou desatualizado; isso,
na época das tristezas.
Hoje me encho de alegrias
e cervejas, sempre seis,
garrafas que me trazem mensagens,
de naufragas francesas.
Meus motivos tristes só muitos,mas,
sorvendo a cevada
sinto por mais tempo o blues.
Me encho de alegrias
e choro minhas lágrimas de sal,
sem anfetaminas
por todas as mulheres que conheço ou não?
Penso nelas indecências efémeras,
deitado sobre seus corpos coloridos,
transpiro olhares de repugnância, que,
passam pelos seus olhos,
que refletem esse corpo negro, mas,
não me importo; não tenho dengue,
não tenho aids, nem mesmo gripe,
elas brilham ao som do blues,
enquanto me embebedo de alegrias.
*Direitos Reservados*
de todas (acho),
estou desatualizado; isso,
na época das tristezas.
Hoje me encho de alegrias
e cervejas, sempre seis,
garrafas que me trazem mensagens,
de naufragas francesas.
Meus motivos tristes só muitos,mas,
sorvendo a cevada
sinto por mais tempo o blues.
Me encho de alegrias
e choro minhas lágrimas de sal,
sem anfetaminas
por todas as mulheres que conheço ou não?
Penso nelas indecências efémeras,
deitado sobre seus corpos coloridos,
transpiro olhares de repugnância, que,
passam pelos seus olhos,
que refletem esse corpo negro, mas,
não me importo; não tenho dengue,
não tenho aids, nem mesmo gripe,
elas brilham ao som do blues,
enquanto me embebedo de alegrias.
*Direitos Reservados*
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
SILÊNCIO
De manhã silencio
De dia murmuro
De tarde eu grito
De noite me calo
Depende com quem falo
contra quem vivo
Sou falastrão na escrita
este é meu som
Quem quiser que fale
com eloquência sobre o que sabe
Eu me calo ontem
pensante
Falo somente amanhã
sobre o que penso antes,
se houver espaço;
- Quando eu quero silencio.
* Direitos Reservados*
De dia murmuro
De tarde eu grito
De noite me calo
Depende com quem falo
contra quem vivo
Sou falastrão na escrita
este é meu som
Quem quiser que fale
com eloquência sobre o que sabe
Eu me calo ontem
pensante
Falo somente amanhã
sobre o que penso antes,
se houver espaço;
- Quando eu quero silencio.
* Direitos Reservados*
DISCURSO
As tuas palavras vermelhas
levei pra sala se aula,
nunca vi tantos alunos
devorando os meus (teus) pensamentos!
De punhos erguidos no espaço
gritavam: Nós venceremos!
* Direitos Reservados*
levei pra sala se aula,
nunca vi tantos alunos
devorando os meus (teus) pensamentos!
De punhos erguidos no espaço
gritavam: Nós venceremos!
* Direitos Reservados*
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
ABRAÇOS
Há muito não via minha filha,
apesar dos presentes
ela pediu-me um simples abraço,
tímido, lhe dei três,
depois quatro,
ela ficou tão feliz...
perdi a conta em seguida.
(Para Gabi)
*Direitos Reservados*
apesar dos presentes
ela pediu-me um simples abraço,
tímido, lhe dei três,
depois quatro,
ela ficou tão feliz...
perdi a conta em seguida.
(Para Gabi)
*Direitos Reservados*
PODER
Fui para além da infância
e nunca mais voltei,
resisto porque ainda amo;
diante do mundo contraditório, sei,
contradições,
porque vivo em movimento, assim como,
a consciência dos homens.
O adverso provocou-me este verso,
que não absorvo. Conservo apenas,
meus sentidos a espreita,
como cego.
Fui até o céu procurar respostas;
o céu não sabe nada, nem,
que territórios não existem, mas,
o céu tem poder, como um animal;
tem poder, como quem
prende o mar na praia;
só pode ser enfrentado quando morde, pois,
não foi além da infância, como eu,
não escavou a história;
tem muito a aprender,acordar,
do sono, em que acordei;
escavando vai descobrir
que houveram resistências
e que não pode haver poder;
apenas cúmplices.
* Direitos Reservados*
e nunca mais voltei,
resisto porque ainda amo;
diante do mundo contraditório, sei,
contradições,
porque vivo em movimento, assim como,
a consciência dos homens.
O adverso provocou-me este verso,
que não absorvo. Conservo apenas,
meus sentidos a espreita,
como cego.
Fui até o céu procurar respostas;
o céu não sabe nada, nem,
que territórios não existem, mas,
o céu tem poder, como um animal;
tem poder, como quem
prende o mar na praia;
só pode ser enfrentado quando morde, pois,
não foi além da infância, como eu,
não escavou a história;
tem muito a aprender,acordar,
do sono, em que acordei;
escavando vai descobrir
que houveram resistências
e que não pode haver poder;
apenas cúmplices.
* Direitos Reservados*
DESEJO
Desejo morrer nu
Jogado numa cova como semente
A minha vestimenta dêem a uma mulher que queira
Para lembrar dos amores que lhe negaram
Desejo morrer nu
Levando a bagagem que me cabe
cravos, rosas, amantes
e o sorriso da minha viúva
na palma da minha mão
Para lembrar de mim
Basta matar a fome dos famintos,
basta que abriguem quem não tem casa,
pois de terra não preciso,
Pra onde vou?
Morro só, morro aqui
nessas palavras mortas
na horizontal paisagem
da cidade esquelética que trabalha
Deixem me ir,
desisto da cova,
nem quero mais ser semente,
quero ver o por do sol,
ouvir ondas novas
sem vestimenta;
me joguem no mar;
nu.
Jogado numa cova como semente
A minha vestimenta dêem a uma mulher que queira
Para lembrar dos amores que lhe negaram
Desejo morrer nu
Levando a bagagem que me cabe
cravos, rosas, amantes
e o sorriso da minha viúva
na palma da minha mão
Para lembrar de mim
Basta matar a fome dos famintos,
basta que abriguem quem não tem casa,
pois de terra não preciso,
Pra onde vou?
Morro só, morro aqui
nessas palavras mortas
na horizontal paisagem
da cidade esquelética que trabalha
Deixem me ir,
desisto da cova,
nem quero mais ser semente,
quero ver o por do sol,
ouvir ondas novas
sem vestimenta;
me joguem no mar;
nu.
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