Amar dormindo
é masturbação,
morrer de gozo,
amor a perder de vista.
É demais!
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
PENA DE MORTE
A pena de morte
é um pitbull faminto
de carne putrefa
dos ossos que somos
O resto é botão de camisa com casa
pente de eufemismar
imagens indigeríveis.
é um pitbull faminto
de carne putrefa
dos ossos que somos
O resto é botão de camisa com casa
pente de eufemismar
imagens indigeríveis.
CRUZADAS
Todo momento de solidão
me faço um guerreiro
um São jorge
Assassino um dragão
e duas cruzes
depois decifro cruzadas.
me faço um guerreiro
um São jorge
Assassino um dragão
e duas cruzes
depois decifro cruzadas.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
LEVEZA DE SER
Corre de mim Carolina
pela areia do mar
conflituosamente , olha o caminho
e a vida que passa
nossas separadas,
Não fica, não deixa, não volta
corre esse mar imenso
para um porto porvir
bem longe das flores
Corre arfante, barulhenta
com sua leveza de ser
que logo te alcanço.
pela areia do mar
conflituosamente , olha o caminho
e a vida que passa
nossas separadas,
Não fica, não deixa, não volta
corre esse mar imenso
para um porto porvir
bem longe das flores
Corre arfante, barulhenta
com sua leveza de ser
que logo te alcanço.
MORTE EM MOVIMENTO
Só morrerão meus verbos
quando me for, o movimento,
com sua suavidade
de mais nada dizer.
Pena uma vida tão breve
Depois que me for, passa
porque nunca fui
quem aqui esteve.
quando me for, o movimento,
com sua suavidade
de mais nada dizer.
Pena uma vida tão breve
Depois que me for, passa
porque nunca fui
quem aqui esteve.
DOS OUTROS
Oh! Portuguesa
algum dia
num bar, com cerveja
será minha por algumas horas
Seu corpo e sorriso cativante
me atravessam como flexa
aguçando-me a cobiça,
algum dia...
Me verá gostando
naquele bar, só a mim
cansado, como sempre,
das mulheres dos outros
algum dia
num bar, com cerveja
será minha por algumas horas
Seu corpo e sorriso cativante
me atravessam como flexa
aguçando-me a cobiça,
algum dia...
Me verá gostando
naquele bar, só a mim
cansado, como sempre,
das mulheres dos outros
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
PORVIR
Um dia
depois de um sono frio
de lagarto
te direi o que penso
Um dia
terei a coragem
que não posso hoje
Um dia
guerreiro me torno
armado com as armas
de talvez amor
Um dia
um porvir...
um porvir...
depois de um sono frio
de lagarto
te direi o que penso
Um dia
terei a coragem
que não posso hoje
Um dia
guerreiro me torno
armado com as armas
de talvez amor
Um dia
um porvir...
um porvir...
TÉDIO
A noite subindo
as estrelas se ascendendo
abrindo-se para o vácuo universo
Uma grande festiva noite
universo em brilho, cintilando,
pelas semeadas estrelas
Fixo meus olhos no mastubar dos astros
Flora hegemônica do negro céu
Onde terminamos o tédio.
as estrelas se ascendendo
abrindo-se para o vácuo universo
Uma grande festiva noite
universo em brilho, cintilando,
pelas semeadas estrelas
Fixo meus olhos no mastubar dos astros
Flora hegemônica do negro céu
Onde terminamos o tédio.
OPERANDO UM VERSO
Saltam os gritos da folha branca
dos operários que mastigam ossos
do matadouro que engole homens
como um polvo, abraçando, sacudindo,
afundando as marés com os tentáculos
ao som de uma canção de ninar
O balançar das ondas?
Juntam os corpos e as memórias
que já não trabalham, fodem como cães
mães, pais, filhos sem mais valia.
dos operários que mastigam ossos
do matadouro que engole homens
como um polvo, abraçando, sacudindo,
afundando as marés com os tentáculos
ao som de uma canção de ninar
O balançar das ondas?
Juntam os corpos e as memórias
que já não trabalham, fodem como cães
mães, pais, filhos sem mais valia.
POEMA
O poeta
versou a filha
mas ela, amanhecendo
deitou-se com a lua
O poeta
rimou as amantes
mas só lhe coube,
flores, flores
e um beija-flôr
O poeta
poemou os amigos
sem rimas
se perderam em diferenças,
Fez então uma auto-poesia
Os Narcisos gritaram:
Somos enfim um poema!
versou a filha
mas ela, amanhecendo
deitou-se com a lua
O poeta
rimou as amantes
mas só lhe coube,
flores, flores
e um beija-flôr
O poeta
poemou os amigos
sem rimas
se perderam em diferenças,
Fez então uma auto-poesia
Os Narcisos gritaram:
Somos enfim um poema!
terça-feira, 26 de novembro de 2013
CHINFRIM
Real ou ficção?
O eu em mim pra você
você em si para mim
sei que surfo
um mar e moto
aventura chinfrim
O que procuro?
Vida e morte
Narciso num mundo de mim
na crista da onda
esse mar e moto
aventura chinfrim.
O eu em mim pra você
você em si para mim
sei que surfo
um mar e moto
aventura chinfrim
O que procuro?
Vida e morte
Narciso num mundo de mim
na crista da onda
esse mar e moto
aventura chinfrim.
EXISTÊNCIA
Velho ? Me volto a infância,
birrento, marrento, exigente
recordo, olho, comparo.
Tudo tão velho onde fui novo
tão outro o que me tornei
não sei se fui sou feliz ou não
sei que essa garoa me lava as rugas
Toda vez que me revejo
busco respostas a essa existência
que me transcende.
birrento, marrento, exigente
recordo, olho, comparo.
Tudo tão velho onde fui novo
tão outro o que me tornei
não sei se fui sou feliz ou não
sei que essa garoa me lava as rugas
Toda vez que me revejo
busco respostas a essa existência
que me transcende.
SEVERINA SOLIDÃO
Jamais admitiria ser uma nuvem
Pra que tudo que voasse defecasse
Melhor seria ser chão
que úmido brotasse
Tudo que fizesse vida
ùtero do mundo, em cena
Severina lida, solidão
mistérios, sofrimentos.
Pra que tudo que voasse defecasse
Melhor seria ser chão
que úmido brotasse
Tudo que fizesse vida
ùtero do mundo, em cena
Severina lida, solidão
mistérios, sofrimentos.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
DEVANEIOS EXISTENCIAIS
Sózinho sido
Sózinho sendo
Serei
Um gato meigo
Tenho amor a isto
talvez por não ter o que amar
ou
por nada que valha meu amor
tanto poderia dá-lo à um gato
ou
as estrelas
Nunca amei senão coisa nenhuma?
Do amor só lhe exigi que fosse sonho
Tenho muitas mulheres dentro de mim
reais, imperfeitas
Sou um sonhador que faz poesia pra mim.
Sózinho sendo
Serei
Um gato meigo
Tenho amor a isto
talvez por não ter o que amar
ou
por nada que valha meu amor
tanto poderia dá-lo à um gato
ou
as estrelas
Nunca amei senão coisa nenhuma?
Do amor só lhe exigi que fosse sonho
Tenho muitas mulheres dentro de mim
reais, imperfeitas
Sou um sonhador que faz poesia pra mim.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
COISAS QUE VALEM A VIDA
Cultivo ainda algumas mágoas
em que o ceticismo sobrevive.
Um pouco de amor,
vivo porque já vivi.
Sou um tanto ignorante
de saber que pouco sei
è uma ficção
com pitada de realidade
Rosa de desamor
em arranjos de laços de fita,
Berra! vermelha, gritante,
as lutas que movem o mundo.
em que o ceticismo sobrevive.
Um pouco de amor,
vivo porque já vivi.
Sou um tanto ignorante
de saber que pouco sei
è uma ficção
com pitada de realidade
Rosa de desamor
em arranjos de laços de fita,
Berra! vermelha, gritante,
as lutas que movem o mundo.
DO BALANÇO NA VARANDA
Esta tarde refrescou no balançar do vime.
A cobiçada Carolina brincava de mal me quer
com as margaridas.
Essa varanda é uma janela grande
quando assim a imaginei e fiz,
era um romântico Pudol
Acolhido na primeira vez.
Queria então ser poeta, sem noção de rimas.
Tenho agora esse espaço meu em vida
Balançando com minha cadeira de sanidade.
A cobiçada Carolina brincava de mal me quer
com as margaridas.
Essa varanda é uma janela grande
quando assim a imaginei e fiz,
era um romântico Pudol
Acolhido na primeira vez.
Queria então ser poeta, sem noção de rimas.
Tenho agora esse espaço meu em vida
Balançando com minha cadeira de sanidade.
QUERENÇA
Meu desejo aumenta, cobiça
novamente sentado na praça,
tempo fechado, cinza entre
um desejo e outro,
negação da negação, fendas
num lençol úmido,
querença, de suores, deitando
os sonhos do mundo, nadando...
voando...pra banhar-se de novas águas
num dia colorido de borboletas.
novamente sentado na praça,
tempo fechado, cinza entre
um desejo e outro,
negação da negação, fendas
num lençol úmido,
querença, de suores, deitando
os sonhos do mundo, nadando...
voando...pra banhar-se de novas águas
num dia colorido de borboletas.
AS QUINTAS NA MINHA RUA
Buzinas de carros, pregão na feira,
gritos.apelos. dvd's piratas e sorrisos
na rua da minha casa às quintas;
Cheiro de urina dormida
homens em descanso à porta das lojas
sabiás, maritacas, gritando juntas
O sol secando a chuva do mundo
sangue seco da vida roubada
no asfalto debaixo da caixa de tomate
A brisa, cheiro das flores,
condimentos e frutas
tudo isso e eu sózinho
Minha vida, minha gente,
minha rua...
amanhã novamente.
gritos.apelos. dvd's piratas e sorrisos
na rua da minha casa às quintas;
Cheiro de urina dormida
homens em descanso à porta das lojas
sabiás, maritacas, gritando juntas
O sol secando a chuva do mundo
sangue seco da vida roubada
no asfalto debaixo da caixa de tomate
A brisa, cheiro das flores,
condimentos e frutas
tudo isso e eu sózinho
Minha vida, minha gente,
minha rua...
amanhã novamente.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
O AMOR BUSCA O QUE NÃO TEM
O amor veleja pelo que não tem
Se as velas não se movem
Nem aqui ou Mucuripe
não sai para pescar amor
não pega nem gripe.
Mexe, vento mexe,
pra velejar de novo, sem remo,
cobiça o horizonte.
O que amo hoje tenho,
Amo o que não tenho ainda.
Se as velas não se movem
Nem aqui ou Mucuripe
não sai para pescar amor
não pega nem gripe.
Mexe, vento mexe,
pra velejar de novo, sem remo,
cobiça o horizonte.
O que amo hoje tenho,
Amo o que não tenho ainda.
MASCARADOS
Quando caírem as máscaras
que compõem o rosto, atrás,
infindas rugas inofensivas, aparecerão,
do passado não construído, um cão,
acoleirado, morrendo de câncer,
morrerá, morrerei, na roda gigante,
que gira peões.
Deito-me, talvez fosse feliz,
como coisa ou outra,
dispo a máscara, estúpido
ficcional ou não; versando...
versando...
que compõem o rosto, atrás,
infindas rugas inofensivas, aparecerão,
do passado não construído, um cão,
acoleirado, morrendo de câncer,
morrerá, morrerei, na roda gigante,
que gira peões.
Deito-me, talvez fosse feliz,
como coisa ou outra,
dispo a máscara, estúpido
ficcional ou não; versando...
versando...
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
OUTRAS COISAS
Somos um mal necessário
vestidos de regras e ficções
lutando contra nossa humanidade
guerra cotidiana em cada rua, cada canto,
pensando hoje em uma coisa, amanhã n'outra.
vestidos de regras e ficções
lutando contra nossa humanidade
guerra cotidiana em cada rua, cada canto,
pensando hoje em uma coisa, amanhã n'outra.
MEU DEUS E DOS OUTROS
Nunca soube porque não creio em Deus,
nunca soube porque creio em Deus
Não! Porque?
Vivo a margem das crenças
certo de que se esse rio transbordar
vai afogar as margens - marginais como eu,
certo estou de que:
Deuses nascem - Deuses morrem - E daí?
nunca soube porque creio em Deus
Não! Porque?
Vivo a margem das crenças
certo de que se esse rio transbordar
vai afogar as margens - marginais como eu,
certo estou de que:
Deuses nascem - Deuses morrem - E daí?
IRONIA DE MESMICES
Vejo meu amanhã de mesmices
amanhã que não construo
que pode ser, porque o pensamento voa,
mas, sou indivíduo,onipresente, e feliz.
Todo esse "presente" fictício
de lindos momentos fúteis,
não merecem mudanças radicais;
que mudem meus companheiros prenhos de utopias!
Tenho toda felicidade que mereço
como roupagem que me aquece,
Certo! Um dia ficarei nú de mim,
curarei-me da miopia.
Me assistirei no amanhã,
Quem fui? Quem serei?
Nesse espaço temporal entre eu e eu,
sigo sendo.
amanhã que não construo
que pode ser, porque o pensamento voa,
mas, sou indivíduo,onipresente, e feliz.
Todo esse "presente" fictício
de lindos momentos fúteis,
não merecem mudanças radicais;
que mudem meus companheiros prenhos de utopias!
Tenho toda felicidade que mereço
como roupagem que me aquece,
Certo! Um dia ficarei nú de mim,
curarei-me da miopia.
Me assistirei no amanhã,
Quem fui? Quem serei?
Nesse espaço temporal entre eu e eu,
sigo sendo.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
QUANDO EU VOLTAR A AMAR
Ao voltar a amar, mulher,
romântico, carinhoso e gentil
me abraça amamenta,
me ajuda a crescer,
deita-me na tua cama,
me embala a criança,
brincamos de sol e chuva,
conta-me teus segredos
misturando com os meus,
me expõe os sonhos
sob o tamborilar dos meus dedos.
Amar é como um grão
geminando nem sempre, nem tão,
real ou ilusão.
Para as sementes sorrio...
não sei bem se elas entendem.
romântico, carinhoso e gentil
me abraça amamenta,
me ajuda a crescer,
deita-me na tua cama,
me embala a criança,
brincamos de sol e chuva,
conta-me teus segredos
misturando com os meus,
me expõe os sonhos
sob o tamborilar dos meus dedos.
Amar é como um grão
geminando nem sempre, nem tão,
real ou ilusão.
Para as sementes sorrio...
não sei bem se elas entendem.
PIPA
Fiz das mágoas minha pipa
que coloquei no ar com minhas mãos
Voou como quem voa
pena de pombo ou bem-te-vi
Admirável leveza de ser do meu corpo
como que expurgando uma cruz de sequóia
Ganhei uma re-vida
posso sonhar com a floresta.
que coloquei no ar com minhas mãos
Voou como quem voa
pena de pombo ou bem-te-vi
Admirável leveza de ser do meu corpo
como que expurgando uma cruz de sequóia
Ganhei uma re-vida
posso sonhar com a floresta.
EU
Não sou poeta. Sou margem
de segredos neurônicos onde se esconde
algum alguém em mim.
Entregue na espeiral da vida
para vivê-la com um fim definitivo:
morrê-la!
de segredos neurônicos onde se esconde
algum alguém em mim.
Entregue na espeiral da vida
para vivê-la com um fim definitivo:
morrê-la!
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
ÁGUAMOLE
margemmarginal
quetransbordo
palavrasmudas
namesmiceimunda
dapedranocaminho
margemdeafogados
solidezliquefeita
águamolepedradura
batebatebate
atéquefura
dochuiaosolnascente.
quetransbordo
palavrasmudas
namesmiceimunda
dapedranocaminho
margemdeafogados
solidezliquefeita
águamolepedradura
batebatebate
atéquefura
dochuiaosolnascente.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
SAUDOSISMO
Há muita satisfação
numa geração
que gera - ação
que ingere emoção
que hoje não há
nada oferece,
só mercadorias
LÁPIDES
“Mais temível do que qualquer masmorra, são os profundos buracos que enterro a cabeça significando meu ser, de modo que, ao deparar-me com o queijo suiço que dá forma à meu mundo, rato sou como os outros, a quem não me é possível invejar.”
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
FLERTE
Gostava tanto
de gostar de gostar,
dos olhos
da menina, que nunca soube
o que me contava, fazia-de-conta
Depois sorria.
Sorria porque?
A menina dos olhos
Sorria das possibilidades
do que poderia sido,...
que só sua menina
escondia.
de gostar de gostar,
dos olhos
da menina, que nunca soube
o que me contava, fazia-de-conta
Depois sorria.
Sorria porque?
A menina dos olhos
Sorria das possibilidades
do que poderia sido,...
que só sua menina
escondia.
terça-feira, 7 de maio de 2013
DO TEMPO DE VOVÓ
Toda dúvida carrego
nasci mulher, nasci pronta?
Nascida homem teria que se aprontar?
Bandeira tremulante
Mastro de se apoiar
Verdades o tempo rouba
só dúvidas me restam no corpo.
nasci mulher, nasci pronta?
Nascida homem teria que se aprontar?
Bandeira tremulante
Mastro de se apoiar
Verdades o tempo rouba
só dúvidas me restam no corpo.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
BANDAS DE BUNDAS
Gêmeas, bandas
juntas, bundas
entre metades
meias luas
abismos mistérios
rolam redondas
bundas corcundas
músicas, poemas
instrumentos adjetivos
violão, avião
bundas concavas
comoversas
bandas gêmeas
entrepernas
alvos esferas
bolas alegres
dourando n`areia
excitando mares
bundas musas de
encantos Jobins.
juntas, bundas
entre metades
meias luas
abismos mistérios
rolam redondas
bundas corcundas
músicas, poemas
instrumentos adjetivos
violão, avião
bundas concavas
comoversas
bandas gêmeas
entrepernas
alvos esferas
bolas alegres
dourando n`areia
excitando mares
bundas musas de
encantos Jobins.
sábado, 29 de setembro de 2012
UM DIA
Um dia
liberto da moral burguesa
serei criança
e sorrirei!
Um dia
Sem Deus, céu e inferno
voltarei a ser humano
e sorrirei!
Um dia
Não estando sob o olhar do outro
acasalherei-me em teus braços
e morrerei!
liberto da moral burguesa
serei criança
e sorrirei!
Um dia
Sem Deus, céu e inferno
voltarei a ser humano
e sorrirei!
Um dia
Não estando sob o olhar do outro
acasalherei-me em teus braços
e morrerei!
PRONTO PRA BRIGA
Meus pensamentos
são inesperados
Meus pensamentos
voam
Batem as asas no meu quarto
a luz de um molotov
Ao som de uma música xiita
sou um homem em minha ilusão
Será que me basto?
Não rastejo, isso é certo.
Solto poemas pra implodir
cidades e ideais.
Quem pode me enfrentar?
são inesperados
Meus pensamentos
voam
Batem as asas no meu quarto
a luz de um molotov
Ao som de uma música xiita
sou um homem em minha ilusão
Será que me basto?
Não rastejo, isso é certo.
Solto poemas pra implodir
cidades e ideais.
Quem pode me enfrentar?
DO AVESSO
Vivi em tempos de repressão,
sumiços, torturas, rosas de hiroshimas
e a utopia de uma revolução.
Vivo outros tempos, outras lutas,
sem saber ainda o que fazer.
Há um vazio surgindo,
nessa utopia de novos direitos,
onde viver só é preciso
sorvendo minha garrafa de Chateau.
Nessa ressaca, penso nessa dor do avesso...
do avesso...do avesso...do avesso...
sumiços, torturas, rosas de hiroshimas
e a utopia de uma revolução.
Vivo outros tempos, outras lutas,
sem saber ainda o que fazer.
Há um vazio surgindo,
nessa utopia de novos direitos,
onde viver só é preciso
sorvendo minha garrafa de Chateau.
Nessa ressaca, penso nessa dor do avesso...
do avesso...do avesso...do avesso...
MEU ÚNICO BEM
Não tenho faróis de xenon
nem paletas prateadas no parabrisa
não tenho carro, nem casa; sou montador.
Não tenho bens, só um poder dividido no lar
não tenho mais que minha companheira,
companheira de amor e lutas.
Ela é meu único bem.
nem paletas prateadas no parabrisa
não tenho carro, nem casa; sou montador.
Não tenho bens, só um poder dividido no lar
não tenho mais que minha companheira,
companheira de amor e lutas.
Ela é meu único bem.
domingo, 23 de setembro de 2012
LEMBRANÇAS
Lembranças, guardo comigo,
lembranças, páginas de um livro...
brilhantes como as estrelas,
caminho de rio que não sigo,
sou margem, ribanceira, solidão.
Lembranças são coloridas,
por mim, por você,
por acasos, tantos dadas.
Lembranças... amores,
algumas foram o que são
que a todo dia me acaricia,
são o que tenho de melhor
a carregar na vida.
lembranças, páginas de um livro...
brilhantes como as estrelas,
caminho de rio que não sigo,
sou margem, ribanceira, solidão.
Lembranças são coloridas,
por mim, por você,
por acasos, tantos dadas.
Lembranças... amores,
algumas foram o que são
que a todo dia me acaricia,
são o que tenho de melhor
a carregar na vida.
PRIMEIRO DE ABRIL
Amor como aquele
que seja o último.
Nem chorei meia lágrima
nem garoei.
Amor como aquele
nem me viu
agora, só em primeiro de Abril.
que seja o último.
Nem chorei meia lágrima
nem garoei.
Amor como aquele
nem me viu
agora, só em primeiro de Abril.
MENINA DOS OLHOS
O que minha menina
quando acorda olha?
Vê no hoje o que não há,
pra viver um amanhã que não vê
se ontem esteve dormindo?
quando acorda olha?
Vê no hoje o que não há,
pra viver um amanhã que não vê
se ontem esteve dormindo?
MINHA CASINHA EM MARAMBAIA
Na varanda
espreguicei o mar
depois de um padre nosso
uma ave maresia amanhecida
era muito mar
mar de lado a lado.
espreguicei o mar
depois de um padre nosso
uma ave maresia amanhecida
era muito mar
mar de lado a lado.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
COISAS DE MAR
Está em mim
o sal
do teu mar extenso
O mar olhar
batendo nas pedras
Banho a tua imagem
mergulho
Amo e salgo
Pensamentos aos pensamentos
à você
Sou e me és
e me consumo
Marisco-me
(fugindo do amor)
na tua dura pedra
Sou e me és
em tudo que construo
dividido inseguro
Transformo-me todo dia
navegando teus passos
os momentos o que fica
Aprumo-me
revolto e mareado
Um mar heresia atravessando o tempo
amor que salta de mim
ao saltar-te
Alimento-me
do vento marinho
sorvendo a gota do sal do rosto
Batalho com ondas errantes
me premiando com tua vida em vida
Acolho-me
perto da costa
com minha mala de mentiras
Continuo navegando
nesse mar
numa vida em brisas
Imaginado-a nas marés
batendo nas pedras
Mata-me!
Logo?
o sal
do teu mar extenso
O mar olhar
batendo nas pedras
Banho a tua imagem
mergulho
Amo e salgo
Pensamentos aos pensamentos
à você
Sou e me és
e me consumo
Marisco-me
(fugindo do amor)
na tua dura pedra
Sou e me és
em tudo que construo
dividido inseguro
Transformo-me todo dia
navegando teus passos
os momentos o que fica
Aprumo-me
revolto e mareado
Um mar heresia atravessando o tempo
amor que salta de mim
ao saltar-te
Alimento-me
do vento marinho
sorvendo a gota do sal do rosto
Batalho com ondas errantes
me premiando com tua vida em vida
Acolho-me
perto da costa
com minha mala de mentiras
Continuo navegando
nesse mar
numa vida em brisas
Imaginado-a nas marés
batendo nas pedras
Mata-me!
Logo?
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
TRUES AND LIES
Trancadas atrocidades nossas
onde se escondem ossos,
mudo grito cujo o som
ecoa em nossos ouvidos
da garganta de 50 anos
em cada um de nós.
Nos buracos sem lápides
onde o sol não esquenta
ossos amontoados, numa ,
conflituosa harmonia democrática
que enterram atrocidades nossas,
que mudas sobrevivem
entre heras sombrias,
que na boca dos palanques
se afloram a cada 2 e 4 anos
em forma de lembrança
para eleger um novo herói,
um novo caçador torturador
travestido de homem do povo.
da garganta de 50 anos
em cada um de nós.
Nos buracos sem lápides
onde o sol não esquenta
ossos amontoados, numa ,
conflituosa harmonia democrática
que enterram atrocidades nossas,
que mudas sobrevivem
entre heras sombrias,
que na boca dos palanques
se afloram a cada 2 e 4 anos
em forma de lembrança
para eleger um novo herói,
um novo caçador torturador
travestido de homem do povo.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
MINI MAR
O rio é doce
porque é calmo
seu caminhar,
navegar só é preciso
no mar,
Só é bravio
nas margens,
marginais
que se afogam
com seu aguar,
se a margem revida
faz do rio mini mar
onde navegar é preciso
mesmo sem mudar
seu curso.
porque é calmo
seu caminhar,
navegar só é preciso
no mar,
Só é bravio
nas margens,
marginais
que se afogam
com seu aguar,
se a margem revida
faz do rio mini mar
onde navegar é preciso
mesmo sem mudar
seu curso.
CÃES
Os cães eram tantos,
de que valeu tanta luta?
As torturas foram tantas,
Porque se foram quando comecei acreditar que existiam?
Olha o que deixamos fazer de nós
céticos, descrentes, mórbidos,
sonhando só, só sonhando
com medo de cães.
de que valeu tanta luta?
As torturas foram tantas,
Porque se foram quando comecei acreditar que existiam?
Olha o que deixamos fazer de nós
céticos, descrentes, mórbidos,
sonhando só, só sonhando
com medo de cães.
ACAMPANDO O PÂNICO
A vida
é aquilo que se vê
que se toca
é real!
Porque insistir em vê-la
como não é?
Transformá-la, é,
colocá-la entre parenteses,
vamos tentando
Mas como?
Se qualquer outra lógica
é ilógica para essa lógica.
Me apresentarei,
desta forma vou tropeçando
a vida
lápide fria, onde vou
acampar o meu pânico.
é aquilo que se vê
que se toca
é real!
Porque insistir em vê-la
como não é?
Transformá-la, é,
colocá-la entre parenteses,
vamos tentando
Mas como?
Se qualquer outra lógica
é ilógica para essa lógica.
Me apresentarei,
desta forma vou tropeçando
a vida
lápide fria, onde vou
acampar o meu pânico.
NEM RATO NEM POETA
Em vagos momentos de mim
Tento-me achar na multidão
lutando com minha poesia classe média
entre famintos, automóveis, e discursos vagos
de um mundo melhor pra amanhã nunca pra hoje,
o rato que rói é o rato que rói
poeta burguês é poeta burguês
não sou rato nem poeta
apenas uma rima marginal
declamando amores inúteis
numa folha virgem
com muitos pesadelos à noite
sobre a nova aurora da barbárie.
Tento-me achar na multidão
lutando com minha poesia classe média
entre famintos, automóveis, e discursos vagos
de um mundo melhor pra amanhã nunca pra hoje,
o rato que rói é o rato que rói
poeta burguês é poeta burguês
não sou rato nem poeta
apenas uma rima marginal
declamando amores inúteis
numa folha virgem
com muitos pesadelos à noite
sobre a nova aurora da barbárie.
HOMEM ARANHA
O meu homem aranha
é tupiniquim
verde amarelo (ouro
com a barriga roncando
Tem pitadas americanas
azuis e vermelhas
Falo muito com ele
no íntimo do pensamento
em meio ao mar dos olhos
Assim vou vivendo
essa vida precária
conivente na memória
com o mundo que me embebeda.
é tupiniquim
verde amarelo (ouro
com a barriga roncando
Tem pitadas americanas
azuis e vermelhas
Falo muito com ele
no íntimo do pensamento
em meio ao mar dos olhos
Assim vou vivendo
essa vida precária
conivente na memória
com o mundo que me embebeda.
ARMADO DE POESIA
Como poeta
quero me des-construir
na lucidez de existir
Não me basta o que vejo
promessas, esperança, mãos dadas,
Batmans imaginários
cintos de inutilidades
e consciências frágeis
Quero poemas insanos
sem saber do momento seguinte
Minha guerra poética
quando mata pessoas
não tem poesia
Minha guerra poética
quando mata pessoas
é apenas guerra poética
que rima pessoas.
quero me des-construir
na lucidez de existir
Não me basta o que vejo
promessas, esperança, mãos dadas,
Batmans imaginários
cintos de inutilidades
e consciências frágeis
Quero poemas insanos
sem saber do momento seguinte
Minha guerra poética
quando mata pessoas
não tem poesia
Minha guerra poética
quando mata pessoas
é apenas guerra poética
que rima pessoas.
VOYER
Olho
o corpo de açucar
no seu sono relativo
sem epouso absoluto
Olho
como me vês o corpo
sem lápide
sempre movimento
Eu beija flôr
que beija
flores abertas
no carinho que pousa na flôr
No lençol úmido
de a pouco
a relativa cama
um deserto
Olho
nada vejo
nada mais, que
senão teu corpo
e o meu.
o corpo de açucar
no seu sono relativo
sem epouso absoluto
Olho
como me vês o corpo
sem lápide
sempre movimento
Eu beija flôr
que beija
flores abertas
no carinho que pousa na flôr
No lençol úmido
de a pouco
a relativa cama
um deserto
Olho
nada vejo
nada mais, que
senão teu corpo
e o meu.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
MULHERES FAMINTAS
Quando falo com a poesia
ela me cochicha: - Somos amigos
como colibris e rosas
rosas e colibris. Isso será eterno
enquanto eu for um poeta
Balanço o berço em
que o poema dorme. Sonhamos
acordamos juntos e as rimas riem,
quero dividir isso com o mundo
A poesia é minha companheira
juntamente com colibris e rosas,
nascidos para sermos doces
para saciar mulheres famintas.
ela me cochicha: - Somos amigos
como colibris e rosas
rosas e colibris. Isso será eterno
enquanto eu for um poeta
Balanço o berço em
que o poema dorme. Sonhamos
acordamos juntos e as rimas riem,
quero dividir isso com o mundo
A poesia é minha companheira
juntamente com colibris e rosas,
nascidos para sermos doces
para saciar mulheres famintas.
QUERO DESCANSAR
Suas pupilas
se fecham
a cada segundo
de espanto
Os olhos transbordam mar aos prantos
Minha menina me conta
que meu corpo do seu
quer descansar.
se fecham
a cada segundo
de espanto
Os olhos transbordam mar aos prantos
Minha menina me conta
que meu corpo do seu
quer descansar.
NOVO SOL
Subo o redemoinho espiral
da vida,
no cume,
no final
que não chega,
nunca chega,
recomeço do começo
e me entrego.
O que se desmaterializa-se
rematerializa-se
e o que materializa-se
já não tem mais forma.
Fecho a janela histórica
me tranco
me assusto
com o novo sol
adentrando.
da vida,
no cume,
no final
que não chega,
nunca chega,
recomeço do começo
e me entrego.
O que se desmaterializa-se
rematerializa-se
e o que materializa-se
já não tem mais forma.
Fecho a janela histórica
me tranco
me assusto
com o novo sol
adentrando.
domingo, 19 de agosto de 2012
EXISTÊNCIA
As contradições da existência
um lobo
dentro de mim
rosnando verde amadurecendo
como as estações do ano
as contradições da existência.
um lobo
dentro de mim
rosnando verde amadurecendo
como as estações do ano
as contradições da existência.
ANDARILHOS
Nas árvores, entre galhos,
saltos e quedas
com mochilas de miséria
Viajam o mundo
Mulas carregadas de sonhos
levam cruzes
eles mesmos: cruzes?
saltos e quedas
com mochilas de miséria
Viajam o mundo
Mulas carregadas de sonhos
levam cruzes
eles mesmos: cruzes?
terça-feira, 14 de agosto de 2012
MORRENDO CINZA
Morro trotskista
me transformando em cinzas
num forno idealista
Que elas se espalhem no ar,
enchendo outros pulmões
aqueçam corações
que observam estrelas
na infinitude
do universo das utopias.
me transformando em cinzas
num forno idealista
Que elas se espalhem no ar,
enchendo outros pulmões
aqueçam corações
que observam estrelas
na infinitude
do universo das utopias.
MILITANDO
Vivo sonhando palavras
gostaria de virar livro
pra recitar todos os poemas
que derrubaram muralhas
com canetas espadas
como um animal
sob palavras de ordem
que expurgam misérias.
gostaria de virar livro
pra recitar todos os poemas
que derrubaram muralhas
com canetas espadas
como um animal
sob palavras de ordem
que expurgam misérias.
POEMA ARMADO
Na luta de classes
meu poema
também é uma arma
Ilumina
constrói
destrói
poesia daquilo
que a sombra encobre
acendendo pavios
explodindo sonhos
pra te acalmar
morrendo.
meu poema
também é uma arma
Ilumina
constrói
destrói
poesia daquilo
que a sombra encobre
acendendo pavios
explodindo sonhos
pra te acalmar
morrendo.
sábado, 11 de agosto de 2012
BARCO TONTO
Meu barco tonto,
preciso, navega,
nas margens acenos mortos,
ficam e buscam
qualquer mar, qualquer,
ondas que tragam respostas.
Porque tem casa o botão,
e eu não?
Que idade me pertence
se meu coração ainda ama?
As perguntas não cessarão,
nos confins do mar valerá
a mim navegar.
preciso, navega,
nas margens acenos mortos,
ficam e buscam
qualquer mar, qualquer,
ondas que tragam respostas.
Porque tem casa o botão,
e eu não?
Que idade me pertence
se meu coração ainda ama?
As perguntas não cessarão,
nos confins do mar valerá
a mim navegar.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
MUDANÇAS
Sim, faço,
posso transformar,
martelando idéias,
pregando na sua consciência
o desabitado segredo das palavras.
Escuta ardentemente
e aguarda o incêndio.
posso transformar,
martelando idéias,
pregando na sua consciência
o desabitado segredo das palavras.
Escuta ardentemente
e aguarda o incêndio.
2011
Doloroso
quando o amor cresce pra dentro
oco lado só de estar
como estrela do mar na areia
Na areia de si
batendo nas pedras.
quando o amor cresce pra dentro
oco lado só de estar
como estrela do mar na areia
Na areia de si
batendo nas pedras.
CONVITE
Estou aprendendo o começo
falam do fim do mundo
palavras geladas, sózinhas,
sujam-me de respostas esquecidas
contra mentiras pregadas
Eu tentando fugir da fome
comendo poesias
convidando verdades
que não vem.
falam do fim do mundo
palavras geladas, sózinhas,
sujam-me de respostas esquecidas
contra mentiras pregadas
Eu tentando fugir da fome
comendo poesias
convidando verdades
que não vem.
TÔ DE 4
Corto laranja em 4
porque não gosto de descascar
mijo sentado
pra não balançar
Tô de 4
mijadinho
emburrado
saturado da ordem
na poesia.
porque não gosto de descascar
mijo sentado
pra não balançar
Tô de 4
mijadinho
emburrado
saturado da ordem
na poesia.
MÊDO DO VENTO
Não invento
vento
só o falso
vento
onde tudo cabe
querendo ver
o que tem dentro
ave vento
tenho mêdo de ti.
vento
só o falso
vento
onde tudo cabe
querendo ver
o que tem dentro
ave vento
tenho mêdo de ti.
domingo, 29 de julho de 2012
BARULHOS
Se o barulho é forte
quando é do povo, geminado,
mais que barulho:
- É mudança,
e lanterna dos miseráveis
pra acender a vida
Por isso barulho
da consciência de um povo
não é só barulho
- É revolução!
quando é do povo, geminado,
mais que barulho:
- É mudança,
e lanterna dos miseráveis
pra acender a vida
Por isso barulho
da consciência de um povo
não é só barulho
- É revolução!
MATANDO A FOME
Sentado na escadaria da Sé
uma estudante com camiseta de Trotsky
tomando Coca cola refletia
com um olhar perdido no horizonte
e disse: Como Deus é misericordioso!
Do meu lado esquerdo um mendigo
mastigando um pão amanhecido
com o olhar na garrafa de caçhaca
respondeu: Misericordiosa seria uma feijoada!
Pensei: Primeiro é necessário se matar a fome,
se sobrar tempo, matamos o espírito.
uma estudante com camiseta de Trotsky
tomando Coca cola refletia
com um olhar perdido no horizonte
e disse: Como Deus é misericordioso!
Do meu lado esquerdo um mendigo
mastigando um pão amanhecido
com o olhar na garrafa de caçhaca
respondeu: Misericordiosa seria uma feijoada!
Pensei: Primeiro é necessário se matar a fome,
se sobrar tempo, matamos o espírito.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
AMIZADE É AMOR QUE AS VEZES MORRE
O lamento das minhas mágoas
mais suaves que goles de cervejas
mais do que faca da língua,
maliciosamente me aquecem os dias
frios e mudos
Na gruta que me abrigo
fico mais pedaço de pedra
Um triste lampejo nos olhos
me adoecem quando penso imagens
dor de fanáticos em suplícios
ou de um lobo urbano...
Farsa
essa que vivi, amigo,
como câncer,
como crença,
covardemente assassinada
Foram-se as amizades
que guardamos com punho cerrado
pra solidalizarmos nos sonhos?
Hoje já não há sonho.
Durmo enganando as mágoas
essa que o punhal deixou nas costas
por gerações narcísas
geradas pelo mundo das coisas
Descanço meus dedos cansados
de palavras mudas, pedras,
falta de rimas , versos
de angústia tropical
Nessa e outras noites
vão sendo superadas
Hoje me privo de versos
não declamo mais
Zecas e Cristinas
Amizade é amor que as vezes morre,
mais suaves que goles de cervejas
mais do que faca da língua,
maliciosamente me aquecem os dias
frios e mudos
Na gruta que me abrigo
fico mais pedaço de pedra
Um triste lampejo nos olhos
me adoecem quando penso imagens
dor de fanáticos em suplícios
ou de um lobo urbano...
Farsa
essa que vivi, amigo,
como câncer,
como crença,
covardemente assassinada
Foram-se as amizades
que guardamos com punho cerrado
pra solidalizarmos nos sonhos?
Hoje já não há sonho.
Durmo enganando as mágoas
essa que o punhal deixou nas costas
por gerações narcísas
geradas pelo mundo das coisas
Descanço meus dedos cansados
de palavras mudas, pedras,
falta de rimas , versos
de angústia tropical
Nessa e outras noites
vão sendo superadas
Hoje me privo de versos
não declamo mais
Zecas e Cristinas
Amizade é amor que as vezes morre,
IMAGINANDO COISAS
Lá no meu quartinho
meu mundinho
escondo um sol
no buraco da parede
que me aquece quando chamo.
Não! Como posso ter um sol num buraco?
(Segredo: Me imagino poeta.)
meu mundinho
escondo um sol
no buraco da parede
que me aquece quando chamo.
Não! Como posso ter um sol num buraco?
(Segredo: Me imagino poeta.)
ME CHAMO SOMÁLIA
Há uma pobre razão pra viver
povo somaliano,
quando me vejo negro minguando
como tu
num delicioso morrer de fome.
povo somaliano,
quando me vejo negro minguando
como tu
num delicioso morrer de fome.
MAÇÃ
Não teve importância
a maçã
não era nem maçã
antes de se fazer pecado.
Todo momento e manhã
maçã
sem lugar, em cima em baixo
entre
Fruta madurando
salivando a boca
como você
nos pomares das mordidas.
a maçã
não era nem maçã
antes de se fazer pecado.
Todo momento e manhã
maçã
sem lugar, em cima em baixo
entre
Fruta madurando
salivando a boca
como você
nos pomares das mordidas.
TERRA
Que me cantem
aos ouvidos
os sabiás.
Que me voem
as borboletas,
as libélulas,
aos beija-flores
quando chegam, digo:
Me polinizem!
Sou terra!
aos ouvidos
os sabiás.
Que me voem
as borboletas,
as libélulas,
aos beija-flores
quando chegam, digo:
Me polinizem!
Sou terra!
NEM MAR NEM PEDRA
Não mar nem pedra
no silêncio que se isola
mar amor como
vento suave e violento
Em qualquer mesa de bar
os versos fogem ao poeta
intrasubjetivamente
isolado como pedra
Não uma pedra pedra
mas um pedaço humano
coberto de andrajos
em outras mesas de bar
Não andrajos andrajos
fragmentos humanos
cercados de solidão
por todos os lados
Minha menina contempla
as doses dos copos
gotas dos olhos
Não gotas gotas
mar de pedras caídas.
no silêncio que se isola
mar amor como
vento suave e violento
Em qualquer mesa de bar
os versos fogem ao poeta
intrasubjetivamente
isolado como pedra
Não uma pedra pedra
mas um pedaço humano
coberto de andrajos
em outras mesas de bar
Não andrajos andrajos
fragmentos humanos
cercados de solidão
por todos os lados
Minha menina contempla
as doses dos copos
gotas dos olhos
Não gotas gotas
mar de pedras caídas.
URSO
A mágoa ibernou
murchou a rosa
do espinho
que me torno,
firo teu corpo
com sonhos
quando acordo.
murchou a rosa
do espinho
que me torno,
firo teu corpo
com sonhos
quando acordo.
UM TRABALHADOR COMEU UM PADRE
Os padres pedem ao trabalhador
para ter esperança, dividir seu pão,
com ritos ao som de aleluias
diante do corpo presente de Cristo.
Sem pão na mesa,
os pratos transbordam de esperança,
faminto, ronaca a barriga
e ele come o padre, diante
do corpo presente de Cristo.
para ter esperança, dividir seu pão,
com ritos ao som de aleluias
diante do corpo presente de Cristo.
Sem pão na mesa,
os pratos transbordam de esperança,
faminto, ronaca a barriga
e ele come o padre, diante
do corpo presente de Cristo.
TEMPO
O tempo é movimento
interminável na existência
sussurra
sobre a vida
existência passageira
como o movimento do amor
sua significância incontrolável
laço, armadilha
que sorri, dessa efêmera existência
brisa de transformação do corpo:
dança eterna.
interminável na existência
sussurra
sobre a vida
existência passageira
como o movimento do amor
sua significância incontrolável
laço, armadilha
que sorri, dessa efêmera existência
brisa de transformação do corpo:
dança eterna.
domingo, 22 de julho de 2012
FRUTAS PODRES
Como poeta, as vezes me revolto,
escondo mágoas
envelheço pra outras festas
e cumprimentos amigos
Só no pomar dos meus segredos
há frutas amarelando no pé,
quando apodrecerem não chorarei.
escondo mágoas
envelheço pra outras festas
e cumprimentos amigos
Só no pomar dos meus segredos
há frutas amarelando no pé,
quando apodrecerem não chorarei.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
BRINCANDO DE BONECA
Aline é menina
de louça, boneca,
que brinco no quarto
quando sonho.
Dormindo pesadamente
vou além do sonho
com meus segredos
que a realidade assassina
Essa minha imaginação fértil
coloco nos versos, pensando,
a boneca de louça
que brinco no quarto
Sem a rima na poesia
uma boneca mastigo,
a criança, o poeta,
que não sabe fazer poemas.
Ela sentada na cama. Sem saber
de mim, como se virasse fumaça.
de louça, boneca,
que brinco no quarto
quando sonho.
Dormindo pesadamente
vou além do sonho
com meus segredos
que a realidade assassina
Essa minha imaginação fértil
coloco nos versos, pensando,
a boneca de louça
que brinco no quarto
Sem a rima na poesia
uma boneca mastigo,
a criança, o poeta,
que não sabe fazer poemas.
Ela sentada na cama. Sem saber
de mim, como se virasse fumaça.
OLHANDO O MAR
Penso em Cristina
sentada na pedra ao meu lado
olhando o mar
ao meu lado.
Ao meu lado, tão distante;
a distância tem que ser longe?
Faltou-me esse distanciamento
antes de sentar a olhar o mar.
sentada na pedra ao meu lado
olhando o mar
ao meu lado.
Ao meu lado, tão distante;
a distância tem que ser longe?
Faltou-me esse distanciamento
antes de sentar a olhar o mar.
LOBO DO MAR
O mar uivava
os uivos ensurdeciam os lobos,
os lobos eram cruéis.
A história passa por mim,
as lembranças são fantasmas
me torturam as noites.
Pela manhã, as lembranças se divertem
rodopiam como borboletas,
na cama o suor do embate,
a cena da tortura,
que se esconde ao raiar do sol.
os uivos ensurdeciam os lobos,
os lobos eram cruéis.
A história passa por mim,
as lembranças são fantasmas
me torturam as noites.
Pela manhã, as lembranças se divertem
rodopiam como borboletas,
na cama o suor do embate,
a cena da tortura,
que se esconde ao raiar do sol.
OS DESEJOS
Os desejos desejaram
a morena do Rio Grande do Norte,
os sonhos, o poeta cansado,
a menina, o laço, a armadilha,
companheiros, oss corações pulsaram
e os desejos fugiram.
(Os desejos continuam ainda erectos)
a morena do Rio Grande do Norte,
os sonhos, o poeta cansado,
a menina, o laço, a armadilha,
companheiros, oss corações pulsaram
e os desejos fugiram.
(Os desejos continuam ainda erectos)
ALGODÃO
Aquela jovem
era como chimaço de algodão,
tinha mêdo d´agua,
do mar azul,
do pó dos grandes centros,
da geada úmida,
daqueles que morrem de frio, mas,
sabia aquecer o meu corpo.
era como chimaço de algodão,
tinha mêdo d´agua,
do mar azul,
do pó dos grandes centros,
da geada úmida,
daqueles que morrem de frio, mas,
sabia aquecer o meu corpo.
D´JAVÚ
Eu e ela
sentados na pedra
que o mar
quer abraçar?
No pensamento dela
golfinhos passam voando
em idéias que rastejam
como cobras.
Eu tenho um d´javú no peito
onde os gestos das mulheres,
suas ações,
se repetam.
Nós olhando a imensidão do mar
vigiados pelo seu horizonte.
sentados na pedra
que o mar
quer abraçar?
No pensamento dela
golfinhos passam voando
em idéias que rastejam
como cobras.
Eu tenho um d´javú no peito
onde os gestos das mulheres,
suas ações,
se repetam.
Nós olhando a imensidão do mar
vigiados pelo seu horizonte.
domingo, 24 de junho de 2012
RENASCIMENTO
Ela jamais quebra
o silêncio
de pedra, por ser
pedra.
Ele não desmuda
o homem
de fala muda, por ser
homem
Ele ela apesar
de estátuas
homem-mulher-pedra, por ser
amantes de si
sedentários se quebram
fazendo brotar pássaros cantantes
que entoam
canções de protesto.
o silêncio
de pedra, por ser
pedra.
Ele não desmuda
o homem
de fala muda, por ser
homem
Ele ela apesar
de estátuas
homem-mulher-pedra, por ser
amantes de si
sedentários se quebram
fazendo brotar pássaros cantantes
que entoam
canções de protesto.
domingo, 10 de junho de 2012
AFIRMAÇÕES E PERGUNTAS
No mercado da mão de obra
ele se vende
Obrigado a trabalhar para sobreviver
ele se mata
Obrigado a calar a boca
ele tampa olhos e ouvidos.
No mercado da mão de obra
ensina-se a esperança,
Amai-vos uns aos outros!
Genti-leza gera genti-leza!
ele diz amém,
mas começa-se a perguntar:
Esperança, amor, gentileza?
Por um trabalho que me mata?
O que produzo, prque não posso ter?
No mercado da mão de obra
caro amigo
sua paciência, seu sorriso submisso
bebendo seu copo de humilhações,
traduzem a mais profunda barbárie
que rege tua vida.
ele se vende
Obrigado a trabalhar para sobreviver
ele se mata
Obrigado a calar a boca
ele tampa olhos e ouvidos.
No mercado da mão de obra
ensina-se a esperança,
Amai-vos uns aos outros!
Genti-leza gera genti-leza!
ele diz amém,
mas começa-se a perguntar:
Esperança, amor, gentileza?
Por um trabalho que me mata?
O que produzo, prque não posso ter?
No mercado da mão de obra
caro amigo
sua paciência, seu sorriso submisso
bebendo seu copo de humilhações,
traduzem a mais profunda barbárie
que rege tua vida.
FATO
Nunca é o que parece
nunca é o mesmo à pouco
à pouco nunca, já passou
tudo vai se refazendo
com juízos de valor
nunca é impossível, afinal.
Nunca é o que parece
não há de ser nunca.
nunca é o mesmo à pouco
à pouco nunca, já passou
tudo vai se refazendo
com juízos de valor
nunca é impossível, afinal.
Nunca é o que parece
não há de ser nunca.
MEU CAMPO
Cultivo um gramado
no armário
e uma bola na gaveta
do criado mudo
logo vou ter meu
próprio campo
no meu quarto
pra não assistir campeonatos
com a sensação
de estar sendo enganado
já ouço a torcida
gritando gol bem baixinho
todas as noites.
no armário
e uma bola na gaveta
do criado mudo
logo vou ter meu
próprio campo
no meu quarto
pra não assistir campeonatos
com a sensação
de estar sendo enganado
já ouço a torcida
gritando gol bem baixinho
todas as noites.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
BRINCADEIRA DE VENTO
O vento brinca
lá fora
com a natureza
Flôres em pânico
águas trêmulas
levanta a poeira
Não fosse o vento
só o silêncio,
não fosse tanto
seria quase.
lá fora
com a natureza
Flôres em pânico
águas trêmulas
levanta a poeira
Não fosse o vento
só o silêncio,
não fosse tanto
seria quase.
HÁ TEMPO
Ainda há tempo
minhas rugas
ainda há tempo
Nem meu definhamento
nem meu descanso fatal
Vão matar a vida que ouso
pois vou começar
tudo de novo.
minhas rugas
ainda há tempo
Nem meu definhamento
nem meu descanso fatal
Vão matar a vida que ouso
pois vou começar
tudo de novo.
ESPERANDO
Esperei se e-mail
ele não veio
esperei por vôce
também não
Nunca disse que mandaria
ou viria
mas o coração esperou.
ele não veio
esperei por vôce
também não
Nunca disse que mandaria
ou viria
mas o coração esperou.
LEMBRAR APENAS
Levanta teu muro de cravos brancos
Sei que pretende aventuras e fantasias
No passar do tempo
do calado relógio
me espia.
Provei do teu gosto
teu sumo grosso
sei que te sei
não queria dizer
nem te pôr de poema
só quero lembrar, apenas.
Sei que pretende aventuras e fantasias
No passar do tempo
do calado relógio
me espia.
Provei do teu gosto
teu sumo grosso
sei que te sei
não queria dizer
nem te pôr de poema
só quero lembrar, apenas.
terça-feira, 5 de junho de 2012
PARTINDO
Gelo no copo
(chorando)
gelo ao sol.
Silêncio de gelo
que o gelo chora
No sol e no copo
gelos são
só letras frias
Silêncio - lágrimas
sempre o mesmo:
gelo.
(chorando)
gelo ao sol.
Silêncio de gelo
que o gelo chora
No sol e no copo
gelos são
só letras frias
Silêncio - lágrimas
sempre o mesmo:
gelo.
TORTURA
Barulho de chaves
barulho das chapas
das grades
dos coturnos
dos corpos na escuridão
Um côro de passos
Um côro de bombas
um côro eu nú,
pendurado, penso,
sobre uma arara.
barulho das chapas
das grades
dos coturnos
dos corpos na escuridão
Um côro de passos
Um côro de bombas
um côro eu nú,
pendurado, penso,
sobre uma arara.
MATA CHICO
Da floresta mais densa
ao morrer
de uma árvore de joão de barro
bumbo sem baqueta
Os homens bárbaros
abatem como rês
o grito em volta
Tomba o corpo verde
quixote da selva
aos olhos
A cobiça (sempre a cobiça)
Age sem punição
aos interesses da ganância.
ao morrer
de uma árvore de joão de barro
bumbo sem baqueta
Os homens bárbaros
abatem como rês
o grito em volta
Tomba o corpo verde
quixote da selva
aos olhos
A cobiça (sempre a cobiça)
Age sem punição
aos interesses da ganância.
CONSTATAÇÃO
Sempre
um corpo surge
macio ao toque
de uma mão
se
uma vez acariciado
o corpo responde:
é a mão
que faltava.
um corpo surge
macio ao toque
de uma mão
se
uma vez acariciado
o corpo responde:
é a mão
que faltava.
FRUTAS DO CONCRETO
A poesia lida
de tão metafórica
te traem o sentido
Um papel de rabiscos
rasga o pensamento
de todos
Dos homens distraídos
as mulheres aceboladas
correndo as ruas
Os meninos famintos
aspirando o perfume da cola
do país de berço explêndido
Um pomar na cidade
de frutas amadurescendo
mortas
As que não morrem
apodrecem na terra.
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