Chuva nos lábios,
pernas molhadas,
pescoço eriçado,
tamborins e cuicas
sambam no peito,
entre borboletas e um colorido beija-flor
melaninas se fundindo,
entre, em cima, em baixo, suores,
salivando o céu da boca.
O dente do juízo, indeciso,
rangia um corpo, com medo,
prenuncio de um temporal.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
sexta-feira, 7 de abril de 2017
DE PAPAS PRO MAR
Hoje minha fantasia
de Tartaruga
coloca lentamente
a cabeça pra fora.
Nada a fazer:
- é hora do almoço!
Na mesa farta,
uma Rã de pernas abertas.
Não vou me avexar,
não tenho saída,
vou brigar com Siri
depois escutar a Orca cantar.
Hoje estou mareando.
de Tartaruga
coloca lentamente
a cabeça pra fora.
Nada a fazer:
- é hora do almoço!
Na mesa farta,
uma Rã de pernas abertas.
Não vou me avexar,
não tenho saída,
vou brigar com Siri
depois escutar a Orca cantar.
Hoje estou mareando.
ARRASTO
Tenho uma brisa no peito,
leve,
Dou de presente ao seu peito,
suave:
Uma ventania que arrasta
o que penso.
leve,
Dou de presente ao seu peito,
suave:
Uma ventania que arrasta
o que penso.
quarta-feira, 5 de abril de 2017
BREVES LEMBRANÇAS DE DANIELA
Intrasubjetiva, boca de beijos,
cabelos cascatas negras,
olhos de mariscos, pele em neve,
num fundo preto,
num sentar suave
de um corpo demente
tamborilavam dedos
no seu livro de conflitos
No sorriso depravado
que quebrava o silêncio,
lembro que voava
adormecida na calma da lembrança
Na garganta, muda, um nome,
que à ausência não cabe gritar,
o destino se fez caminho
que não levam mais as cavernas
O corpo cresceu entre as pernas
que despetalavam girassóis,
escassos que já não cheiram,
a carne, os seios e o sorriso.
cabelos cascatas negras,
olhos de mariscos, pele em neve,
num fundo preto,
num sentar suave
de um corpo demente
tamborilavam dedos
no seu livro de conflitos
No sorriso depravado
que quebrava o silêncio,
lembro que voava
adormecida na calma da lembrança
Na garganta, muda, um nome,
que à ausência não cabe gritar,
o destino se fez caminho
que não levam mais as cavernas
O corpo cresceu entre as pernas
que despetalavam girassóis,
escassos que já não cheiram,
a carne, os seios e o sorriso.
TROCADILHOS
Não troco chinês por japonês
nem siamês por francês
muito menos chinelo havaiana
por bunda de baiana,
tenho dois braços, duas pernas, sorte a minha,
posso rastejar ou correr,
fugir da caverna, romper o casulo,
borboletar e morrer.
nem siamês por francês
muito menos chinelo havaiana
por bunda de baiana,
tenho dois braços, duas pernas, sorte a minha,
posso rastejar ou correr,
fugir da caverna, romper o casulo,
borboletar e morrer.
segunda-feira, 3 de abril de 2017
ESPERANDO O MORTO
Por trás do violino doce,
recostado no peito,
serro as cordas,
morto, onde?
Os vagalumes ascendem, brilham.
No crematório
o som das chamas,
melancólicas, do silêncio,
antes de me doer o peito,
pelo sorriso da amada.
Um tucano
selvagem
sob as árvores
um coração fragmentado, caminho.
Só, na mesa gelada,
a barriga sem ronco,
nem é primavera,
nesse mundo de Deuses.
recostado no peito,
serro as cordas,
morto, onde?
Os vagalumes ascendem, brilham.
No crematório
o som das chamas,
melancólicas, do silêncio,
antes de me doer o peito,
pelo sorriso da amada.
Um tucano
selvagem
sob as árvores
um coração fragmentado, caminho.
Só, na mesa gelada,
a barriga sem ronco,
nem é primavera,
nesse mundo de Deuses.
EM 3D
Negro me vejo no espelho a maneira branca,
num modo narciso de se ver, alma branca,
o resto tem haver com o mesmo céu,
as mesmas nuvens, onde o olhar alcança,
então,
voo sobre o soalho do oceano,
me perco na paisagem,
um vai e vem de águas e ventanias,
que me afugentam.
Divido-me em cores primárias,
como personagem de um quadro.
num modo narciso de se ver, alma branca,
o resto tem haver com o mesmo céu,
as mesmas nuvens, onde o olhar alcança,
então,
voo sobre o soalho do oceano,
me perco na paisagem,
um vai e vem de águas e ventanias,
que me afugentam.
Divido-me em cores primárias,
como personagem de um quadro.
DESMATAMENTO
Germinei com o andar dos outros,
ereto, um chimpanzé, com nome e sobrenome,
germinei com as roupas que vestiam,
tornei-me flor em tudo, no vaso de todos,
ramos, galhos, raízes, numa floresta,
tronco parado, modelado, defecado por pássaros,
singelas folhas ao vento, desconfiado,
a madeira rústica tinha escamas,
entre um sol amanhecendo e cascos crispados,
à espera da serra elétrica.
ereto, um chimpanzé, com nome e sobrenome,
germinei com as roupas que vestiam,
tornei-me flor em tudo, no vaso de todos,
ramos, galhos, raízes, numa floresta,
tronco parado, modelado, defecado por pássaros,
singelas folhas ao vento, desconfiado,
a madeira rústica tinha escamas,
entre um sol amanhecendo e cascos crispados,
à espera da serra elétrica.
quarta-feira, 22 de março de 2017
ACHANDO O QUE FAZER
Não sei porque te amo,
nem sei se é amor...ou carência...
Talvez eu ame sem querer...
ou para ser...sobreviver...
ou morrer...
Tenho que achar o que fazer!
nem sei se é amor...ou carência...
Talvez eu ame sem querer...
ou para ser...sobreviver...
ou morrer...
Tenho que achar o que fazer!
MELANCOLIA
Somente os poetas em conflito,
sem rimas, inversos,
verão o contrário,
despindo o mundo, a vida e a morte,
no choro melancólico da cuica.
sem rimas, inversos,
verão o contrário,
despindo o mundo, a vida e a morte,
no choro melancólico da cuica.
ALÉM DO ESPELHO
Quem se olhar em espelhos
há de passar.
Quem se olhar além do espelho,
há de sentir, há de sonhar.
há de passar.
Quem se olhar além do espelho,
há de sentir, há de sonhar.
ÁGUA FRIA
Como pode um peixe vivo
esmorecer-se do que foi?
O futuro depende do peixe
que aquece a água fria.
esmorecer-se do que foi?
O futuro depende do peixe
que aquece a água fria.
segunda-feira, 20 de março de 2017
SENSUAL
As cracatuas falam sem parar,
daquele jeito obsceno,
cabelos de moicano,
estridentes arrogantes,
gritando e gozando muito.
daquele jeito obsceno,
cabelos de moicano,
estridentes arrogantes,
gritando e gozando muito.
PEDRA SABÃO
Sempre fui pedra sabão,
comi muito bolo de noiva,
amei as mulheres para sempre,
o sempre nunca soube,
me olharam, usaram, lambuzaram,
eu ainda procuro.
Só vou melhorar ao chorar.
comi muito bolo de noiva,
amei as mulheres para sempre,
o sempre nunca soube,
me olharam, usaram, lambuzaram,
eu ainda procuro.
Só vou melhorar ao chorar.
FUI EU ACHO
Fui feliz? Ficaram três filhos,
cinco descasamentos, muitas fotos amarelidas,
na memória: vinhos, lençóis, sorrisos, lágrimas,
cachorros e latidos, também estrelas,
tudo muito alegre e triste. Fui.
cinco descasamentos, muitas fotos amarelidas,
na memória: vinhos, lençóis, sorrisos, lágrimas,
cachorros e latidos, também estrelas,
tudo muito alegre e triste. Fui.
VOU LEVANDO
Meu tempo vai passando
sem nenhuma ruga a mais,
meus desejos, fragmentos, lembranças,
com café com leite e pão com manteiga.
sem nenhuma ruga a mais,
meus desejos, fragmentos, lembranças,
com café com leite e pão com manteiga.
SIMPLES ASSIM
Eu saio, não sei se eu,
caminho só.
em busca de poesia,
entre conversas e buzinas
canta um galo as 16 hs,
despretencioso, sonolento,
rompendo a ordem do dia.
Um canto cansado
entre nossos abraços
barulhento de ecos,
cuicas e surdos desfilando.
É meu coração disparado,
simples assim.
caminho só.
em busca de poesia,
entre conversas e buzinas
canta um galo as 16 hs,
despretencioso, sonolento,
rompendo a ordem do dia.
Um canto cansado
entre nossos abraços
barulhento de ecos,
cuicas e surdos desfilando.
É meu coração disparado,
simples assim.
segunda-feira, 13 de março de 2017
ROSA
José morreu torturado
militar = militando = gerúndio,
A luta continua! Gritavam os companheiros.
José não era capitalista, não era comunista.
Um homem humilde, pai, marido, trabalhador.
Comia pão com ovo de manhã e café
na marmita ovo de novo ou salsicha.
Gostava de flores, todas as flores.
azaléias, margaridas, rosas, mulher e três filhas.
Distribuia alegria desde as 05:00hs da manhã,
gostava de rosas, por isso não quero,
rosa longe de mim.
militar = militando = gerúndio,
A luta continua! Gritavam os companheiros.
José não era capitalista, não era comunista.
Um homem humilde, pai, marido, trabalhador.
Comia pão com ovo de manhã e café
na marmita ovo de novo ou salsicha.
Gostava de flores, todas as flores.
azaléias, margaridas, rosas, mulher e três filhas.
Distribuia alegria desde as 05:00hs da manhã,
gostava de rosas, por isso não quero,
rosa longe de mim.
DESMEDIDO
Desocultando horizontes
remando uma canoa furada,
desaceitei um naufrágio,
desinventei a viagem,
disseminarei metáforas
desoculpado da minha ocupação.
remando uma canoa furada,
desaceitei um naufrágio,
desinventei a viagem,
disseminarei metáforas
desoculpado da minha ocupação.
CRIANÇA ASSUSTADA
Há palavra mais aterrorizante
que MONSTRO?
Ou INCONSTITUCIONALICIMAMENTE?
Crianças boquiabertas, atônitas, comovidas.
que MONSTRO?
Ou INCONSTITUCIONALICIMAMENTE?
Crianças boquiabertas, atônitas, comovidas.
SINGELO
A pombas pousadas,
nos fios de alta tensão,
sem pernas, perceverantes,
- juntas por justiça -
migalhas e bondade da miséria.
nos fios de alta tensão,
sem pernas, perceverantes,
- juntas por justiça -
migalhas e bondade da miséria.
PRESAS
As hienas, riem,
o tempo observando arregalado,
os cajados, martelos, pás, covas,
cimento, capital, areia..
as presas domesticadas
que movimentam e levantam o mundo.
o tempo observando arregalado,
os cajados, martelos, pás, covas,
cimento, capital, areia..
as presas domesticadas
que movimentam e levantam o mundo.
sexta-feira, 10 de março de 2017
ESPERANÇA
Chove chuva chorando
lavando o mundo de bruços,
aguardando outros dias e noites,
sorrisos e açoites,
as mudanças que nunca vem.
lavando o mundo de bruços,
aguardando outros dias e noites,
sorrisos e açoites,
as mudanças que nunca vem.
GOTAS LENTAS
Me assusto com gotas de chuva,
exageradamente, exagerado como meu susto...
meus olhos castanhos,
olham um céu sem sol;
chorando gotas lentas.
exageradamente, exagerado como meu susto...
meus olhos castanhos,
olham um céu sem sol;
chorando gotas lentas.
MORDENDO O COTOVELO
Na disputa entre os donos da verdade,
quanto ao caminho do mundo,
ainda sob a ótica do bem e do mal,
erros e acertos, verdades e mentiras,
os conscientes inconscientes,
na singeleza ou na arrogância,
caminham pra lugar nenhum.
Desconfie, aproveita,
na realidade ainda há beleza!
Só se vive uma única vez
as efemeridades do tempo,
se não concordar,
continua mordendo o cotovelo.
quanto ao caminho do mundo,
ainda sob a ótica do bem e do mal,
erros e acertos, verdades e mentiras,
os conscientes inconscientes,
na singeleza ou na arrogância,
caminham pra lugar nenhum.
Desconfie, aproveita,
na realidade ainda há beleza!
Só se vive uma única vez
as efemeridades do tempo,
se não concordar,
continua mordendo o cotovelo.
AFLORESCÊNCIA
Num mar verde de alfaces e hortaliças
o brilho vermelho dos tomates,
sobre a planície úmida
onde passeiam lagartos e formigas,
crianças brincam de amarelinha,
muitos jogos e brincadeiras,
inocência em saber e sabedoria,
O ar cheira fraldas,
Nas meninas dos olhos,
os meninos também,
doçuras e crueldade,
páginas ganhando tinta,
canções, violinos, zumbidos,
De plantações, pomares, jardins,
hortaliças, raízes..
Com muito sol e muita água.
o brilho vermelho dos tomates,
sobre a planície úmida
onde passeiam lagartos e formigas,
crianças brincam de amarelinha,
muitos jogos e brincadeiras,
inocência em saber e sabedoria,
O ar cheira fraldas,
Nas meninas dos olhos,
os meninos também,
doçuras e crueldade,
páginas ganhando tinta,
canções, violinos, zumbidos,
De plantações, pomares, jardins,
hortaliças, raízes..
Com muito sol e muita água.
NADA É TÃO PURO HOJE
As lágrimas não caíram...
não molharam...
me afoguei.
Nunca mais entrei num rio.
Só as borboletas me contam
o que o casulo escondia.
Nada..Nada é tão puro hoje!
não molharam...
me afoguei.
Nunca mais entrei num rio.
Só as borboletas me contam
o que o casulo escondia.
Nada..Nada é tão puro hoje!
O ARTISTA
Gritos, fumaça e lágrimas,
chorando injustiças
sob o olhar das hienas
e agonia da cultura,
batalha de pedras poéticas,
contra balas de borracha.
chorando injustiças
sob o olhar das hienas
e agonia da cultura,
batalha de pedras poéticas,
contra balas de borracha.
A MULHER NA ESQUINA
Uma Gueixa
cacos de caráter pelos chão
pétala de flôr ao vento
pairando na calçada.
A coisa.
Nada mais.
A coisa,
útil ou propícia.
Havia charme
no andar
no roçar das pernas
no batuque dos sapatos.
Sorriso de maritaca
na boca a meia luz,
no poste da esquina.
Um amor guardado
a ser descoberto
entre cervejas e cocaína
numa rua sem colorido.
Escolha feita
no chão do asfalto deita
entre ratos e baratas
sempre refeita.
cacos de caráter pelos chão
pétala de flôr ao vento
pairando na calçada.
A coisa.
Nada mais.
A coisa,
útil ou propícia.
Havia charme
no andar
no roçar das pernas
no batuque dos sapatos.
Sorriso de maritaca
na boca a meia luz,
no poste da esquina.
Um amor guardado
a ser descoberto
entre cervejas e cocaína
numa rua sem colorido.
Escolha feita
no chão do asfalto deita
entre ratos e baratas
sempre refeita.
LÁGRIMAS
Eu queria nesse caminho tortuoso
não viver o conflito posição/oposição,
entre as hienas e gatos singelos,
antes lobos e cordeiros.
Dos olhos do tigre, nessa ficção,
vertem lágrimas.
não viver o conflito posição/oposição,
entre as hienas e gatos singelos,
antes lobos e cordeiros.
Dos olhos do tigre, nessa ficção,
vertem lágrimas.
CIDADANIA INFANTIL
- Se é corredor é pra correr!
- Se correr você pode cair!
- Se cair eu me levanto!
- Você pode machucar alguém!
- Só se o outro não souber correr!
- Tem gente que não sabe!
- Quem não sabe cai e aprende!
- Você tem que fazer o que nós adultos mandamos!
- Se é corredor é pra correr! Se não...
- Muda o nome para P-A-S-S-A-R-E-LA,
ai a gente D-E-S-F-I-L-A!
- Se correr você pode cair!
- Se cair eu me levanto!
- Você pode machucar alguém!
- Só se o outro não souber correr!
- Tem gente que não sabe!
- Quem não sabe cai e aprende!
- Você tem que fazer o que nós adultos mandamos!
- Se é corredor é pra correr! Se não...
- Muda o nome para P-A-S-S-A-R-E-LA,
ai a gente D-E-S-F-I-L-A!
EDUCANDO
Dos ensinamentos que tive
guardo aquilo que fui banhado,
seguindo a ser o que sou,
Nunca andei com as próprias pernas,
pernas muitas, correndo na paisagem do tempo,
o tempo mostrando o caminho,
curvas encruzilhadas, minhas escolhas,
os mestres, esqueci os rostos,
uma se fez inesquecível,
me beijou a face nos meus 6 anos e disse:
- Você não tem olhos de doutor,
porque carrega muita poesia nos olhos!
guardo aquilo que fui banhado,
seguindo a ser o que sou,
Nunca andei com as próprias pernas,
pernas muitas, correndo na paisagem do tempo,
o tempo mostrando o caminho,
curvas encruzilhadas, minhas escolhas,
os mestres, esqueci os rostos,
uma se fez inesquecível,
me beijou a face nos meus 6 anos e disse:
- Você não tem olhos de doutor,
porque carrega muita poesia nos olhos!
A TEIA
Uma aranha tecendo seu amanhã
farta de moscas e insetos,
armadilhas, devorando o mundo,
até que nada mais grude,
O sol há de aquecer a vida,
a teia há de enfraquecer,
para os fracos não terem
que se debater novamente.
farta de moscas e insetos,
armadilhas, devorando o mundo,
até que nada mais grude,
O sol há de aquecer a vida,
a teia há de enfraquecer,
para os fracos não terem
que se debater novamente.
QUADRO INFANTIL
Desenho sem forma
quadro inacabado
pai, mãe, irmãos, amigos
cruzando becos e ruas
outras famílias, pessoas,
e outras..e outras...famílias e ruas,
tinha tantos irmãos
nem sabia contar.
quadro inacabado
pai, mãe, irmãos, amigos
cruzando becos e ruas
outras famílias, pessoas,
e outras..e outras...famílias e ruas,
tinha tantos irmãos
nem sabia contar.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
CIDADANIA SURREAL
Sempre atento, sempre paranoico,
Culpa do stress. Tudo é negro. Tudo é branco.
A dor de barriga é a mesma entre nós, amarelos ou vermelhos
Brigamos institucionalmente para ser.
Acordo Guevara, Tomo café Cazuza, vivo o dia Tim Maia e durmo Drumond,
Sonho Fuerbach e tenho pesadelos com Niestche,
Um dia de choro, ao mesmo tempo sorriso
Kafikamente sou barata no universo gritando :
Brigamos institucionalmente para ser.
Acordo Guevara, Tomo café Cazuza, vivo o dia Tim Maia e durmo Drumond,
Sonho Fuerbach e tenho pesadelos com Niestche,
Um dia de choro, ao mesmo tempo sorriso
Kafikamente sou barata no universo gritando :
Vocês vão ter que me engolir!
Zagalo tem nome de vagalume.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
NUNCA SOUBE AMAR
Sei que deveria gostar mais de mim
Deixar de buscar aprovação
Buscar um enfermeiro as vezes.
Deixar de buscar aprovação
Buscar um enfermeiro as vezes.
Pra sempre não existiria
Seria romântico e adoeceria por isso
Preciso de transfusão de poesia.
Seria romântico e adoeceria por isso
Preciso de transfusão de poesia.
Tenho um coração gelado
Cheio de mar salgado
Mariscando nas pedras.
Cheio de mar salgado
Mariscando nas pedras.
Não sei amar
Não tenho medida
Pouco, metade, demais
Sempre transbordando.
Não tenho medida
Pouco, metade, demais
Sempre transbordando.
Não compreendo os lados
Do outro, do meu
Não me dou
Se não tenho.
Do outro, do meu
Não me dou
Se não tenho.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
MEU TEMPO
.
O tempo é sussurro no ouvido
Que por vezes parece grito
Segundos que duvido
Horas que são possíveis
Dias que duvido
Meses que não findam
Anos que nos torturam
Preciso de tempo
Pra entender
O tempo que o tempo tem para mim
domingo, 31 de julho de 2016
ATRIZ
Mulher de muitas faces
Vi você de vermelho
num bordel
depois voando
numa caixa preta, mas,
você já sabia,
que a cortina descia.
Vi você de vermelho
num bordel
depois voando
numa caixa preta, mas,
você já sabia,
que a cortina descia.
RODA VIVA
Acho que morremos amanhã, fato.
Hoje vivemos intensamente
pode ser agora.
Não. Não desejamos.
Daqui a pouco, os velhos vão.
novos virão, novos se vão,
A idade se pronunciará efêmera,
aos velhos serena, aos jovens apenas.
Hoje vivemos intensamente
pode ser agora.
Não. Não desejamos.
Daqui a pouco, os velhos vão.
novos virão, novos se vão,
A idade se pronunciará efêmera,
aos velhos serena, aos jovens apenas.
segunda-feira, 25 de julho de 2016
AMOR PRÓDIGO
Um sorriso, uma palavra, um olhar,
Não diz tudo, mas
despretenciosamente,
Também pode não significar nada,
Sendo sutil e leve
O feito breve eu guardarei
As palavras escravizadas
Em garrafas de outros mares
Li, noturno, ejaculação distante,
Melou-me saudades.
Não vou responder.
Se não me conhece
Continuarei andarilho
Com cruzes na mochila
Respirando outros tempos
Até me encontrar.
Um dia te visitarei.
terça-feira, 12 de julho de 2016
O ÓDIO QUE CARREGO
Odeio amar
Amar exige equivalência
Está ai o conflito
Não se ama igualmente, equilibradamente,
Amar é feitiço, fetiche,
Odeio amar, por não poder se livrar,
Armadilha, num looping incansável
Dialética companheira ilha,
Odeio amar
Me alimenta e me mata faminto.
As lembranças são sorrisos de hienas.,
Está ai o conflito
Não se ama igualmente, equilibradamente,
Amar é feitiço, fetiche,
Odeio amar, por não poder se livrar,
Armadilha, num looping incansável
Dialética companheira ilha,
Odeio amar
Me alimenta e me mata faminto.
As lembranças são sorrisos de hienas.,
domingo, 3 de julho de 2016
SOLIDÃO
O tempo vai passando e acompanhando,
você, não vai embora indo todo tempo.
Ficando.
O tempo passou e fica recusado, nas
feridas
que não fecham, onde não é mais bem-vinda
na miopia que te enxerga.
O tempo lagrimeja no mar.
Já passou, sem perdas nem lucros,
o valor ficou aplicado
os ganhos são gastos nas novas relações
Só quem dividiu muito aprende a ser só.
Há uma espécie de prazer em ser ostra,
Não ter o outro todo tempo,
Talvez seja pelo conteúdo que se
carrega.
Ficar só pode ser uma opção de amor.
quarta-feira, 29 de junho de 2016
ANIMAL
Sou um animal civilizado
Acordo com vontade de matar alguém,
Com vontade de desprezar alguém,
Mato mais do que deixo viver, na minha utopia.
Meu amor é natural, a lógica divorcia,
pela ação, pelo cheiro, pela ilógica das
contradições desse corpo, onde...
As mãos são a ferramenta da transformação,
Te acaricio e te nego, te acolho no abraço,
Te dou adeus. Vai! Vem! Quando não te quero mais
sexta-feira, 27 de maio de 2016
APOSENTADO
Estou obrigado a ser e viver
ovulamente espermatozóidemente.
Chegou a hora de me preparar,
minha palavra de ordem:
Não aguento mais dar murro em ponta de faca!
Decidi.
Vou me aposentar.
Já fiz o que deveria fazer mesmo que o mundo
continue girando e a vida morrendo.
domingo, 10 de abril de 2016
LIMPEZA POÉTICA
Lavei as palavras e pus pra secar
Depois do enxágue de sabão e amaciante,
Enchi de brisa e pouco sol
No varal balançavam minhas utopias,
Sonhos e lembranças
E as palavras domesticadas
Mesmo com tantas coisas ao redor,
Sou um louco a secar palavras
E arrumá-las em verso e prosa
Sinto, penso, vivo,
As palavras mudas, limpas,
Que nunca ouvirão.
SOBRESEXO
Não tenho reputação poética,
Titica de galinha no pênis
Versando a menina de família,
Exagerando rimas caminho
Nessa estrada vaginal
Gozando dos significados
E insignificâncias, marginal,
Que para sempre, morre,
Gostando de não ter te conhecido.
COISAS HUMANAS
O carro, o celular, a língua do tênis,
Coisas humanas, muito mais que coisas,
São vivas, efêmeras, serenas, pequenas,
coisas com estilo.
O sol escaldante, pedras de gelo,
Abraços não encontram eco,
Se vão, procurando
Entre caminhões e aviões,
Mãos e olhos tudo tocam
Aquecem a mente
Semente inútil, sem escuta,
Que não germina, contra coisa.
sábado, 9 de abril de 2016
TRUES AND LIES
Eu sempre quis desistir do conhecimento,
Com o sonho de família feliz, ordem e progresso
Sempre me senti enganado, até pela perversa arte,
e os escorpiões dentro de casa.
Sempre me senti enganado, até pela perversa arte,
e os escorpiões dentro de casa.
Eu vivi meus primeiros de Maio,
chorei, bati meu coração cerrei os punhos.
Um fascinante esquisito bicho preguiça,
Contabilizando moedas.
chorei, bati meu coração cerrei os punhos.
Um fascinante esquisito bicho preguiça,
Contabilizando moedas.
Na consciência, um dente de baleia Jubá
Nas brincadeiras, as presas eram divertidas
gritavam como bolas de futebol
Nas brincadeiras, as presas eram divertidas
gritavam como bolas de futebol
Os craques com câimbras com,
massagens de queixas, num céu estrelado,
Sugavam nosso sangue de luta.
massagens de queixas, num céu estrelado,
Sugavam nosso sangue de luta.
domingo, 27 de março de 2016
ANIMAL DOMÉSTICO
Meu olhar cobiçou
E sorri
Como uma tartaruga
Escondi a cabeça no corpo
O impossível era sonho
Para a menina dos olhos
Peguei meu coração
Coloquei uma coleira
E arrastei pelo chão.
domingo, 6 de março de 2016
MEU DIA MARGINAL
No palácio se come faisões
em meio a desabamentos
o povo em lágrimas, vomita pombos
o povo em lágrimas, vomita pombos
caminhando caminhos que não andam
As crianças aprendem e desaprendem
professores professam desacreditados
a verdade, enquanto bruxos e bruxas
enfeitam jornais, margeando tempestades
com bacalhais defecando na geladeira
professores professam desacreditados
a verdade, enquanto bruxos e bruxas
enfeitam jornais, margeando tempestades
com bacalhais defecando na geladeira
As meninas dos olhos fazem-de-conta
narcisos olhos que olham a peneira
que tampa o sol frente a eternização dos mitos
nós os poetas queimamos em fogueiras
maltrapilhos sorrisos amarelos
rimas rosas mulheres
sempre um grito em meio a ossos
atirando projéteis de luz
iluminando o asfalto
narcisos olhos que olham a peneira
que tampa o sol frente a eternização dos mitos
nós os poetas queimamos em fogueiras
maltrapilhos sorrisos amarelos
rimas rosas mulheres
sempre um grito em meio a ossos
atirando projéteis de luz
iluminando o asfalto
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
NÃO ENTENDO AS MULHERES
Eu vi uma morena, morenas não tem nome,
com o cabelo comprido negro e rosto amarelo;
Vi o inocente olhar perverso, na menina dos olhos,
e os dentes branquinhos de uma cascavel.
Vi o inocente olhar perverso, na menina dos olhos,
e os dentes branquinhos de uma cascavel.
Eu vi o corpo, tocando uma canção,
As bandas bundas dançavam fascinantes,
Na cabeça, um cocar e uma casa de marimbondo
no coração, um bater de crocodilo,
As bandas bundas dançavam fascinantes,
Na cabeça, um cocar e uma casa de marimbondo
no coração, um bater de crocodilo,
Nas mãos, dedos de uma preguiça,
Na boca, lábios de Tamanduás,
buscando meu eu formiga
Na boca, lábios de Tamanduás,
buscando meu eu formiga
Pernilongos zuniam nos meus ouvidos,
um cheiro de jasmim, coroa de espinhos dourada,
e as veias do meu corpo latejando de felicidade.
um cheiro de jasmim, coroa de espinhos dourada,
e as veias do meu corpo latejando de felicidade.
sábado, 14 de novembro de 2015
PROPOSTA INDECENTE
Continuo dano corda no relógio
Pra amar e ser amado
Gostaria de ouvir
Um te amo
De mentirinha
Nesse mundo que a grana
Já destruiu as coisas
belas.
Agora eu penso o gingado
O corpo do violão
A barriga de tanquinho
Coisas
Que molham o instinto
A ideia de gozar de voce
Já está em gozo
É a efemeridade dos
tempos
Mas tenho medo do amor,
Pode virar amizade
Me deixa te tocar
Sem nenhum respeito?
ESTRELA
Há sonhos que quero alcançar
Há sonhos que quero ter concretamente
Não vejo motivos pra não sonhar
Estrelas.
Não há motivos pra não querê-las
A Via-Láctea é um espaço aberto
Como sonhador quero tocar estrela
E morar no céu
Quando fecho meus olhos, vejo a distância
Penso: demora!
Abro meu coração, cheio de espanto
A luz não é dela, é de estrela
Se revelasse meus pensamentos
Outro brilho estrela teria.
Se foi um choque de planetas
Aceito o confronto, não tenho medo
Num dia vi a lama,
No outro dia vi estrela.
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
DECEPÇÃO
Esperamos
das pessoas muitas vezes coisas que elas não podem nos dar, porque vemos no
outro aquilo que queremos ver, aquilo que o outro acha que é, no meio disso um
poço sem fundo nesse objetivo de viver sob o olhar do outro, é ser aceito.
A verdade
muitas vezes não tem haver com a ação, para que a vida siga seu caminho, sem
pedras no caminho, precisamos da convivência feliz, em meio a sorrisos falsos, mentiras e
ilusões.
Viver não é pra qualquer um.
O
mundo fictício é doloroso, para todas as relações, principalmente para o amor e
a amizade.
Após
cada decepção, esquecemos, depois de muita tortura partimos pra outra.
Aquilo
que se vai e se perde, fica e se acha, em vida a todo movimento.
O
que foi porque morreu não se encontra em vida, melhor seguir em frente, as decepções
nos ensinam esse viver.
Uma
fênix renasce das cinzas da decepção, num mundo fictício, de sorrisos amarelos,
sexo utilitário, trabalho alienado, amor valorado, no universo da desilusão. A
cada momento falso, o passado, presente e futuro se aproximam e são saudados
por novas decepções.
Os
personagens deste mundo se confundem cada qual nas suas espertezas. Dualidade
entre verdades e mentiras na sociedade do espetáculo. Mesquinhos altruístas,
demagogos decentes, certificando toda a prole com doutorado de falsidade.
- Quem são os tolos?
Numa
noite negra uma luz vai escancarar essa monstruosidade?
Um
tolo não percebe no singelo e na sutilidade, conteúdos indecentes e
desprezíveis.
- Prefiro
me manter bêbado e só, meu brio.
Eu
sabia que a decepção, sem saber nem era.
SIDNEY
NUNES
domingo, 6 de setembro de 2015
REALIDADE MENOS MORTA
Ela tinha muitas ruas
Muitos bares, muitas luas
Meias, inteiras, confusas,
Muitos bares, muitas luas
Meias, inteiras, confusas,
Ela tinha lugares, esquinas,
Becos, hotéis, camas, quartinhos,
Fragmentos de mundo.
Becos, hotéis, camas, quartinhos,
Fragmentos de mundo.
Ela tinha amigos jovens, maduros,
Velhos, banqueiros, mendigos,
Negros, índios e passarinhos.
Velhos, banqueiros, mendigos,
Negros, índios e passarinhos.
Ela tinha bonecas, sonhos, família,
ficções, imaginação, utopias,
Gente é assim quando mantém o caráter.
Ela tinha fogo nas ventas,
intensa, nos cais , cemitérios,
era filha de outras realidades.
intensa, nos cais , cemitérios,
era filha de outras realidades.
domingo, 23 de agosto de 2015
TRANSFORMAÇÕES
Sob a consciência daquilo que é velho,
A lápide sobre mim não sintetiza o que fui.
Quando era, nascido, seria para sempre,
O ovo, a lagarta, a libélula,
Olhos, braços, pernas, espreguiçadeira,
Família feliz na cabeça.
Sempre soube que o que começa termina,
lógica de tudo nas rugas,
engano os anos a ferro e bisturi,
convenço, um, dois, nunca o mundo.
Eu diante do espelho.
Passeando no tempo durante tudo é lindo,
Uma mordida, um maracujá na gaveta,
cheio de cicatrizes de tempo,
o drama da carne ficcionando a vida.
Talvez pudesse negar mudanças,
Do que sou, fomos, seremos,
Preso as correntezas afogando margens,
Remando felicidades, como borboletas,
Vivente a vida cochicha maturidade
Me ensinando a ser pó.
sexta-feira, 21 de agosto de 2015
MINHOCANDO
De buraco em buraco
a terra sobre mim
enche-me de pensamentos,
patéticos políticos,
somente semente de dois lados
esquerda e direita
como se a terra não fosse redonda,
um queijo suiço quadrado,
meus buracos, casulos ideológicos,
tomara esse poeta poema,
saia borboleta, do buraco, da minhoca.
a terra sobre mim
enche-me de pensamentos,
patéticos políticos,
somente semente de dois lados
esquerda e direita
como se a terra não fosse redonda,
um queijo suiço quadrado,
meus buracos, casulos ideológicos,
tomara esse poeta poema,
saia borboleta, do buraco, da minhoca.
REGGAE
Um sapo embriagado falou
numa esquina
Ei! reggae...reggae...reggae...
Estava eu embriagado?...sorri
Muitos surdos mudos, passavam,
não valiam libras ou tostão, se ,
não sabem quem são,
Eu? Ouvia Bob Marley.
Preguiçoso, nas pernas,
com os olhos eu vejo,
um mundo um beijo.
numa esquina
Ei! reggae...reggae...reggae...
Estava eu embriagado?...sorri
Muitos surdos mudos, passavam,
não valiam libras ou tostão, se ,
não sabem quem são,
Eu? Ouvia Bob Marley.
Preguiçoso, nas pernas,
com os olhos eu vejo,
um mundo um beijo.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
PALAVRAS DO CORAÇÃO
Ainda não me encontrei,
eu que me procuro todos os dias,
tentando encontrar o equilíbrio,
ser harmônico, sereno,
ser poeta da poesia ideal, exata,
como um bêbado poeta francês de outrora.
Não sei o que me cabe
só sei o que me cabe dentro do peito,
que ao dormir com minhas utopias,
acordo muitos guerreiros,
que ouvem meu coração
Tenho medo do que falo
algumas palavras me machucam
tanto quanto o meu interlocutor
sinto que apodrecem comigo
porque gostam de mim
são palavras do coração.
eu que me procuro todos os dias,
tentando encontrar o equilíbrio,
ser harmônico, sereno,
ser poeta da poesia ideal, exata,
como um bêbado poeta francês de outrora.
Não sei o que me cabe
só sei o que me cabe dentro do peito,
que ao dormir com minhas utopias,
acordo muitos guerreiros,
que ouvem meu coração
Tenho medo do que falo
algumas palavras me machucam
tanto quanto o meu interlocutor
sinto que apodrecem comigo
porque gostam de mim
são palavras do coração.
MEIO SÉCULO
Parece que foi ontem
Cinquenta anos. Como o tempo passa!
O tempo é sem graça.
A aposentadoria diz que agora
nada tenho haver com o mundo,
já fiz a minha parte.
O mundo ainda gira?
Como? Se somente agora deixo a adolescência,
agora sou cara pintada, boca pintada,
unhas pintadas como um anjo
descompassado de amor,
pronto para contribuir nas mudanças.
Parece que foi ontem
o século não me parece tão distante.
Cinquenta anos. Como o tempo passa!
O tempo é sem graça.
A aposentadoria diz que agora
nada tenho haver com o mundo,
já fiz a minha parte.
O mundo ainda gira?
Como? Se somente agora deixo a adolescência,
agora sou cara pintada, boca pintada,
unhas pintadas como um anjo
descompassado de amor,
pronto para contribuir nas mudanças.
Parece que foi ontem
o século não me parece tão distante.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
LOUCURAS
Estudo a falta de lógica da vida
desconstruo cheio de certezas,
poemas desfocados entre rimas sem sentido,
minha lógica, para sua lógica é ilógica,
minha poesia não tem meta, não tem seta,
com ela não tem negócio.
desconstruo cheio de certezas,
poemas desfocados entre rimas sem sentido,
minha lógica, para sua lógica é ilógica,
minha poesia não tem meta, não tem seta,
com ela não tem negócio.
SEXO DE ESQUERDA
Coquetéis molotov
em garrafas de coca-cola.
- Putkin que voodka!
A cama rangendo, Trotsky...trotsky...trotsky...
- Toma um Marx vermelhinho!
Geme baixinho Lenin...lenin...lenin...
A esquerda está em festa
depois da passeata.
em garrafas de coca-cola.
- Putkin que voodka!
A cama rangendo, Trotsky...trotsky...trotsky...
- Toma um Marx vermelhinho!
Geme baixinho Lenin...lenin...lenin...
A esquerda está em festa
depois da passeata.
HERANÇAS
Bibliotecas parecem túmulos,
vão de silencios.
Muitos cegos, muitos surdos.
Quem vê, quem escuta, naturaliza?
Espera o coelho da páscoa, e,
acredita que virgens acendem o sexo
num barulho genético.
vão de silencios.
Muitos cegos, muitos surdos.
Quem vê, quem escuta, naturaliza?
Espera o coelho da páscoa, e,
acredita que virgens acendem o sexo
num barulho genético.
sexta-feira, 15 de maio de 2015
MÚSICA MORTA
A morte não existe
é coisa inventada,
cantava a tuba
aos ouvidos do povo:
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
é coisa inventada,
cantava a tuba
aos ouvidos do povo:
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
...pópópópó...pópó...pópó...pópópópó...
VENTO UTÓPICO
As utopias, não tem pernas,
não são coisas, não são gente,
nem vivem por aqui.
São vento ventania, em todo lugar,
dançam pelo ar.
não são coisas, não são gente,
nem vivem por aqui.
São vento ventania, em todo lugar,
dançam pelo ar.
LÁPIDES POÉTICAS
Triste o silêncio dos poemas,
nos túmulos dos poetas mortos
em lápides livros nas bibliotecas.
De quando em quando uma visita rima,
lê e vomita poesia oração.
nos túmulos dos poetas mortos
em lápides livros nas bibliotecas.
De quando em quando uma visita rima,
lê e vomita poesia oração.
MULHERES DO MAR
Nessas águas salgadas
o protetor solar protege do sol
Não das merdas do mar
que já está dentro delas.
o protetor solar protege do sol
Não das merdas do mar
que já está dentro delas.
DISTANTE
A lua ao meu alcance
brilhava na imaginação
eu a tocava com os dedos
na ponta dos pés,
qualquer distração
leva a lua pra longe.
brilhava na imaginação
eu a tocava com os dedos
na ponta dos pés,
qualquer distração
leva a lua pra longe.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2014
SEJA O QUE FLÔR
A morte do amor
posto que é chama
durante dura
de forma estranha
como uma fome Etíope.
As carícias dormem
tudo é comida
fome que não sacia
O mundo fetichiza
o amor que foi,
agora seja o que flôr.
posto que é chama
durante dura
de forma estranha
como uma fome Etíope.
As carícias dormem
tudo é comida
fome que não sacia
O mundo fetichiza
o amor que foi,
agora seja o que flôr.
UM POUCO DE CADA COISA
Foi tudo muito súdito
tudo muito injusto
muito pobre muito rico
tudo meio assunto
tédio e mistério
ontem tudo inteiro
hoje tudo meio
dúvidas em pé
militando fé
tudo um saco
tudo ave maresia.
tudo muito injusto
muito pobre muito rico
tudo meio assunto
tédio e mistério
ontem tudo inteiro
hoje tudo meio
dúvidas em pé
militando fé
tudo um saco
tudo ave maresia.
CÉU E INFERNO
Os Deuses enchem copos de esperma
fecundam óvulos, ovulando
bêbados vamos nós
pelos vazios lá de fora
porque o céu está sempre lotado.
fecundam óvulos, ovulando
bêbados vamos nós
pelos vazios lá de fora
porque o céu está sempre lotado.
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
BORBOLETAS
Despe-se a lagarta
das vestes,
Nua bate asas
pousada numa flôr de ipê
colorida
a pele leve, voa,
viçosa na paisagem
sorrindo para a natureza.
das vestes,
Nua bate asas
pousada numa flôr de ipê
colorida
a pele leve, voa,
viçosa na paisagem
sorrindo para a natureza.
TENTÁCULOS
Um dia de polvo
de polvo que abraça
um povo que sonha
num polvo apertado
Um polvo sedutor
que coisifica um povo,
coisas de mar
de um povo náufrago
Tão bravio e bárbaro
açoitando pedras, margens,
e um povo encharcado
de gosmas e braços.
de polvo que abraça
um povo que sonha
num polvo apertado
Um polvo sedutor
que coisifica um povo,
coisas de mar
de um povo náufrago
Tão bravio e bárbaro
açoitando pedras, margens,
e um povo encharcado
de gosmas e braços.
CRESCENDO
Querida! Somos crianças.
Eternamente viveremos a dança,
que grita
no corpo, na mente eterna,
chama
que ilumina, anima, a vida,
em uma espiral
infância infinita.
Eternamente viveremos a dança,
que grita
no corpo, na mente eterna,
chama
que ilumina, anima, a vida,
em uma espiral
infância infinita.
COISAS DE ARCANJO
Ví um Deus, traindo uma menina.
- Boa noite senhor! Eu disse.
Ele respondeu: - Não sou senhor de nada.
Só um arcanjo de asas pintadas
unhas vermelhas e boca de morango
No beco, um cachorro latia
preso a uma coleira, atrás de um portão de ferro
Era uma capela. Garoava.
- É um pitbull? Perguntei
- Não. É um pastor policial.
domingo, 23 de novembro de 2014
MEU LOBO
Tenho esse ar de idiota
silencioso, separado, distante,
falando sem parar com os olhos,
resquícios de tempos estranhos,
sumiram, dormiram...dormiram,
deixaram tristezas, torturas.
Que me desperte o lobo doente
para rosnar aos caçadores e fazer
valer novamente o uivo.
silencioso, separado, distante,
falando sem parar com os olhos,
resquícios de tempos estranhos,
sumiram, dormiram...dormiram,
deixaram tristezas, torturas.
Que me desperte o lobo doente
para rosnar aos caçadores e fazer
valer novamente o uivo.
NO PARQUE
Uma borboleta me sorriu
tão colorida.
Ela muda, por si um passarinho responde:
Ela te viu ela te viu ela te viu
e o verso saiu voando.
tão colorida.
Ela muda, por si um passarinho responde:
Ela te viu ela te viu ela te viu
e o verso saiu voando.
RONCO DA FOME
Minha lâmina corta a noite,
uma estrela me esbofeteia,
um projétil do sol me atingiu o peito,
ferido, acordo as baratas, e
sonho com a fome.
uma estrela me esbofeteia,
um projétil do sol me atingiu o peito,
ferido, acordo as baratas, e
sonho com a fome.
CORAÇÃO ABERTO
Pensamentos absurdos, não, Boca seca de calor
concava convexa. Andropausa do tempo
Sou o poeta menos lido do mundo, aquele que
não tem rima e nem segredos.
concava convexa. Andropausa do tempo
Sou o poeta menos lido do mundo, aquele que
não tem rima e nem segredos.
sábado, 22 de novembro de 2014
CAGADAS NOTURNAS
Criei palavras de amor
escritas somente em banheiros,
Lá saiam os versos
por baixo e por cima
sempre repletos de rimas
palavras meditabundas
que chamam de poesia,
ainda covardes não sabem,
se são ou não são, sem função,
como adolescentes em descobertas,
mugindo em vasos solitários,
diarréias, vômitos, urinais,
em muitas cagadas noturnas
escritas somente em banheiros,
Lá saiam os versos
por baixo e por cima
sempre repletos de rimas
palavras meditabundas
que chamam de poesia,
ainda covardes não sabem,
se são ou não são, sem função,
como adolescentes em descobertas,
mugindo em vasos solitários,
diarréias, vômitos, urinais,
em muitas cagadas noturnas
O MOVIMENTO DA SOLIDÃO
No parque você passeia
e nunca namorou comigo
sorrindo para os homens mulheres
que amarrotam o vestido florido,
e, espantam as borboletas feitas pela sua mãe
viúva que busca um novo pai de agora,
caminham todos cada qual com sua solidão
que busca morrer.
e nunca namorou comigo
sorrindo para os homens mulheres
que amarrotam o vestido florido,
e, espantam as borboletas feitas pela sua mãe
viúva que busca um novo pai de agora,
caminham todos cada qual com sua solidão
que busca morrer.
CANTAREIRA
Não chove chuva
na Cantareira triste
Ela está dentro do Sol
Como uma lágrima seca
O chão rachado, a fenda fel
ensina a respeitar sua natureza,
que morta, morre, mata,
o vermelho calor verde amarelo.
na Cantareira triste
Ela está dentro do Sol
Como uma lágrima seca
O chão rachado, a fenda fel
ensina a respeitar sua natureza,
que morta, morre, mata,
o vermelho calor verde amarelo.
sábado, 18 de outubro de 2014
CRIANÇAS DA MINHA RUA
Com o cantar do galo
As crianças acordam
Barulhentas
Num dia amarrado
Inventam cirandas
Riscam amarelinhas
Cheias de céu e inferno.
As borboletas brincam
Debaixo do meu Ipê cor de rosa
Quanta inveja!
ELEITOR
Uma coisa aprendi
Com esta eleição
A disputa e o debate
Entre os homens
Termina nos restaurantes , churrascarias.
Só fica a fome,
A barriga que ronca
Palavras de vento.
Este eleitor indigna
Nas saudades de lutas
Das manifestações da rua,
Das palavras sem ordem
Do gás, do barulho, da ilógica
A luta vira samba e cerveja,
Perdem-se nas dunas
De um Maranhão de sol
E tudo se torna tão natural.
MINHAS MEDIDAS
Tudo que fiz passo a
passo
Estão definidos na minha caminhada
Muitos quilômetros são
Me entender é entender
em centímetros
A cada passo, senão passo
Os amores, milímetros
Carinhos, que a imensidão
Não mede.
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
LÁPIDES DE EDUCAÇÃO
Quando me entrego ao conhecimento
Tenho muito quando tenho a mim mesma
A educação é de mão única que também é fria
Mais que meus domingos asfixiados
Cheios de macarrão e ossos de galinha
Gente no mundo, experiências,
Se expandem sem parar
A faxina dos móveis e da vida
Quando ela suja os olhos, turvos de pessoas,
Lápides de homens do futuro
Em túmulos que chamamos de lar.
NÓS E TANTOS
De frente ao mar
Nós e o tempo
No futuro
Nós enrugando o vento
Neste dia
Nós e 20 e tantos anos
Danos, ganhos,
Nós não acertamos
Amor é grão
Nós vivemos, morremos,
Adoramos viver, sem germinar
Esses momentos únicos.
BANANA
Uma velha árvore centenária
Desfolhada, nua,
Alienadamente sozinha
Olhava um lago sujo
Diante daquela imagem, lodosa,
fincada uma bananeira
Com um cacho de
bananas amarelentas
Balançando, como um canto de ninar.
segunda-feira, 28 de julho de 2014
POESIA DE VOCÊ
Como coisa imaginada
você
Tudo que te fecha
abro
Sua morada coração
invado
devagarinho arranco
sorrisos e abraços
sem reciprocidade
me entrego
Me permito sonhar
sobre sua pessoa
Seu cheiro. Beleza
açoitando a mim mesmo
Não permito tristezas
nessa poesia de você
você
Tudo que te fecha
abro
Sua morada coração
invado
devagarinho arranco
sorrisos e abraços
sem reciprocidade
me entrego
Me permito sonhar
sobre sua pessoa
Seu cheiro. Beleza
açoitando a mim mesmo
Não permito tristezas
nessa poesia de você
OSTRA
Se você viver mais do que eu,
mais do que a minha vida
nunca esqueça do nosso amor e ódio,
das borboletas que colorimos,
dos sorrisos de jacarés.
Tempo de amor, vermelhos carinhos,
num mar revolto, amante navegante,
náufrago errante das tempestades.
Ostra sou.
Amor e ódio quero desfrutar novamente.
do outro que está em nós, nas marés
No porto que atracarei.
mais do que a minha vida
nunca esqueça do nosso amor e ódio,
das borboletas que colorimos,
dos sorrisos de jacarés.
Tempo de amor, vermelhos carinhos,
num mar revolto, amante navegante,
náufrago errante das tempestades.
Ostra sou.
Amor e ódio quero desfrutar novamente.
do outro que está em nós, nas marés
No porto que atracarei.
CORAÇÃO DO OUTRO
Tomara esse flerte não me cegue,
e não! Nunca me seja eterno.
Que não me sequestre a razão,
nem me torture.
Mesmo tendo sido, sendo, serei,
por ele, o amor.
Que meu olhar não se perca no horizonte,
aquilo que ainda é tão belo desejo ver,
espante o tormento.
Que não me apequene, pequeno flerte,
gigante sentimento.
Se tornar-se amor que me deixe
cofre coração do outro.
e não! Nunca me seja eterno.
Que não me sequestre a razão,
nem me torture.
Mesmo tendo sido, sendo, serei,
por ele, o amor.
Que meu olhar não se perca no horizonte,
aquilo que ainda é tão belo desejo ver,
espante o tormento.
Que não me apequene, pequeno flerte,
gigante sentimento.
Se tornar-se amor que me deixe
cofre coração do outro.
A GENTE SE VÊ POR AI
O sol levantou cedo
estava todo dourado
o ar com cheiro de orvalho
meu corpo amarrotado de você
o sol, você, começam a esquentar
só não dá para entender
- A gente se vê por ai!
estava todo dourado
o ar com cheiro de orvalho
meu corpo amarrotado de você
o sol, você, começam a esquentar
só não dá para entender
- A gente se vê por ai!
sexta-feira, 27 de junho de 2014
AS ESCOLHAS SÃO TUAS
Homem de sonhos
as margens da vida,
que te fala a solidão?
Que é só, e que oca te fica,
e que já foi antes,
hoje, amanhã e depois de amanhã
que te diz?
Mas do que essa poesia, com cereteza,
e muita outras rimas e poemas,
delas e das saudades
de tudo que nunca foi.
Não escuta essa solidão
narcisa que só fala dela,
teus ouvidos são pra outros hinos,
as escolhas são só tuas.
as margens da vida,
que te fala a solidão?
Que é só, e que oca te fica,
e que já foi antes,
hoje, amanhã e depois de amanhã
que te diz?
Mas do que essa poesia, com cereteza,
e muita outras rimas e poemas,
delas e das saudades
de tudo que nunca foi.
Não escuta essa solidão
narcisa que só fala dela,
teus ouvidos são pra outros hinos,
as escolhas são só tuas.
INFERNO E CÉU
Infelizes mulheres de becos e cemitérios,
todas tem medo de poesia,
mas crescem, florescem, sorriem,
sorriso que se repete desde a antiguidade,
desde o primeiro amor,
um poema que as uniu e acariciou o coração,
pra tê-las felizes, cheias de inferno e céu.
todas tem medo de poesia,
mas crescem, florescem, sorriem,
sorriso que se repete desde a antiguidade,
desde o primeiro amor,
um poema que as uniu e acariciou o coração,
pra tê-las felizes, cheias de inferno e céu.
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