Eleito o coiso
ao mais alto posto,
posto sobre a miséria.
O coiso espreita,
a fome faminta
misteriosa e servil
Na paisagem divina,
um Deus cego de ódio
em nome da justiça
Mais uma vez
os anjos fazem das suas,
tudo que não quero.
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
LÁPIDES VIVAS
Derrotados os miseráveis,
os vencedores forjam
grilhões e masmorras,
descamisam dorsos,
expõem açoites, rasgos.
A poesia sem rima,
abre bocas sem línguas
e as mãos decepadas.
os vencedores forjam
grilhões e masmorras,
descamisam dorsos,
expõem açoites, rasgos.
A poesia sem rima,
abre bocas sem línguas
e as mãos decepadas.
AHHHHH!
Há vida depois do fim,
para os crentes na caverna.
Tudo é possível, para quem acredita,
que nasceu do barro e uma costela,
entre achismos há muita ciência.
para os crentes na caverna.
Tudo é possível, para quem acredita,
que nasceu do barro e uma costela,
entre achismos há muita ciência.
CORREDOR
Caminho traçado, conta o tempo,
que é um fundista,
alcançá-lo é impossível.
Quem corre nem sempre chega ao fim,
quem passa, passou.
A corrida é para todos,
quem amou ainda sofre
e amaldiçoa cada paixão,
sempre em busca da chegada.
que é um fundista,
alcançá-lo é impossível.
Quem corre nem sempre chega ao fim,
quem passa, passou.
A corrida é para todos,
quem amou ainda sofre
e amaldiçoa cada paixão,
sempre em busca da chegada.
EU CONTO
Não nasci de um ovo,
isto é certo.
Devo ter família.
Não tenho essa coisa genealógica,
na minha lógica não existem raízes,
ando com meus próprios pés, e,
me envergando para não quebrar,
vivo num conto, com começo, meio e fim.
isto é certo.
Devo ter família.
Não tenho essa coisa genealógica,
na minha lógica não existem raízes,
ando com meus próprios pés, e,
me envergando para não quebrar,
vivo num conto, com começo, meio e fim.
ILÓGICO
Coloquei os pés
sobre o travesseiro,
troquei os pés
pelas mãos,
dormi sem lógica.
Acordei com os gritos
do relógio,
com a sensação de estar
acordando outro.
sobre o travesseiro,
troquei os pés
pelas mãos,
dormi sem lógica.
Acordei com os gritos
do relógio,
com a sensação de estar
acordando outro.
BURACO DE FECHADURA
Quem olha pelo
buraco
algum ponto ou fim
vê
o outro pelo buraco,
lá
do fundo você é
olhado,
ponto final.
buraco
algum ponto ou fim
vê
o outro pelo buraco,
lá
do fundo você é
olhado,
ponto final.
quinta-feira, 1 de novembro de 2018
ORQUESTRA
Sobre um comando
uma mão comandada
do fundo de uma empresa,
patentes, baquetas, regidas,
num chão que gira
sobre o próprio eixo.
Bah! Um piano, uma tuba,
humana-mente que avança,
quando a orquestra passa.
uma mão comandada
do fundo de uma empresa,
patentes, baquetas, regidas,
num chão que gira
sobre o próprio eixo.
Bah! Um piano, uma tuba,
humana-mente que avança,
quando a orquestra passa.
SOMBRAS
Desejo diante deste sol
a pino,
esconder-me debaixo de uma
jabuticabeira,
entre os frutos e os projéteis
da repressão.
Á espreita as fardas,
de olhos avermelhados,
nesse deserto
mais doloroso que a sombra.
a pino,
esconder-me debaixo de uma
jabuticabeira,
entre os frutos e os projéteis
da repressão.
Á espreita as fardas,
de olhos avermelhados,
nesse deserto
mais doloroso que a sombra.
INSANAS MAÇÃS
Depois do lacre das urnas,
vesti minha pele de lobo.
Na cidade entre os postes,
diálogos ignorantes, confusos,
sobre competências.
Que tempo é esse de tanta ficção,
super heróis e falsa moral?
O tempo enruga tudo que é singelo,
docilidade voando.
Não se ama mais,
o outro é outra coisa.
As pessoas maduram mortas,
como frutas numa fruteira.
tempos de insanas maçãs.
vesti minha pele de lobo.
Na cidade entre os postes,
diálogos ignorantes, confusos,
sobre competências.
Que tempo é esse de tanta ficção,
super heróis e falsa moral?
O tempo enruga tudo que é singelo,
docilidade voando.
Não se ama mais,
o outro é outra coisa.
As pessoas maduram mortas,
como frutas numa fruteira.
tempos de insanas maçãs.
segunda-feira, 15 de outubro de 2018
PASSANDO DO PONTO
Todo político é um cômico,
fabricando tiriricas.
Anarquia é meu modo de vida,
arranhado de anjos, Deuses, e,
pitangas nas quitandas,
cerveja no quintal,
picanha na churrasqueira
eu passando do ponto.
fabricando tiriricas.
Anarquia é meu modo de vida,
arranhado de anjos, Deuses, e,
pitangas nas quitandas,
cerveja no quintal,
picanha na churrasqueira
eu passando do ponto.
PALATO DA MÚSICA
Na cozinha
frutas e legumes
agro pop,
As folhagens e cascas
mostram
seu frescor,
A polpa e o sumo
exalam
cheiro e natureza,
Charmosas e tenras
maduram
mortas,
Na fruteira
di versificadas
rimam músicas
frutas e legumes
agro pop,
As folhagens e cascas
mostram
seu frescor,
A polpa e o sumo
exalam
cheiro e natureza,
Charmosas e tenras
maduram
mortas,
Na fruteira
di versificadas
rimam músicas
NA FRENTE DA TV
Meu anjo tupiniquim
corre com a boca pintada
pelas ruas molhadas,
Meu coração paranóico
não para de bater
pelas pernas da tv,
Assim que ela desligar
com as coxas retesadas
já estarão gozadas,
Ficarão as legendas
os dias e as noites,
nos meus sonhos, meus pedaços.
corre com a boca pintada
pelas ruas molhadas,
Meu coração paranóico
não para de bater
pelas pernas da tv,
Assim que ela desligar
com as coxas retesadas
já estarão gozadas,
Ficarão as legendas
os dias e as noites,
nos meus sonhos, meus pedaços.
TODO GATO É PARDO
Fruta de conde
socialista não come,
numa cidade há limites
com desertos na boca,
flores, fuzis,
sonhos, cruz na corcunda,
chibatadas anunciam chuva,
enquanto corpos tombam a noite.
socialista não come,
numa cidade há limites
com desertos na boca,
flores, fuzis,
sonhos, cruz na corcunda,
chibatadas anunciam chuva,
enquanto corpos tombam a noite.
terça-feira, 9 de outubro de 2018
CASEIRO
Na sala
tuas coxas roliças, nuas,
deitadas no sofá,
um arrepio, um abraço, veste meu corpo,
passa,
o tempo,
a noite na cama continua chorando.
tuas coxas roliças, nuas,
deitadas no sofá,
um arrepio, um abraço, veste meu corpo,
passa,
o tempo,
a noite na cama continua chorando.
DORMINDO ACORDADO
A manhã acorda laranjeira,
coloco meus dentes
de conflitos e contradições,
para devorar certezas,
Levanto-me com o barulho
dos cascos na calçada,
homens gritando como galos
que urubus vão devorar sonhos,
Escondo minhas utopias,
para onde é possível
se sonhar junto,
Com gritos e cantos
que cantam para dentro,
adormeço, com a mesma
cruz nos ombros.
ADORMECENDO
Sempre foi comum
abraçar a barbárie,
a barbárie alheia.
Recolho-me agora
com todas minhas utopias,
frente a um deserto,
Humanos desumanos
que ainda são,
trajado de coisa
Como vagalume
vivo um lampião
diante das luzes de led.
abraçar a barbárie,
a barbárie alheia.
Recolho-me agora
com todas minhas utopias,
frente a um deserto,
Humanos desumanos
que ainda são,
trajado de coisa
Como vagalume
vivo um lampião
diante das luzes de led.
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
MEDO
A mordaça
tem dois lados, dois lados
de uma mesma boca.
Um está com medo
do que fala,
o outro resolveu
ter medo também.
tem dois lados, dois lados
de uma mesma boca.
Um está com medo
do que fala,
o outro resolveu
ter medo também.
TRISTEZAS
Tive tantos amores
nenhum pude guardar
um amor tão grande
que chamei de saudade.
Tenho tantas tristezas
tristezas guardadas
tristezas que não
deveria guardar.
Agora sou moço maduro
acabei-me de achar
vou procurar um novo amor
para mais tristezas guardar.
nenhum pude guardar
um amor tão grande
que chamei de saudade.
Tenho tantas tristezas
tristezas guardadas
tristezas que não
deveria guardar.
Agora sou moço maduro
acabei-me de achar
vou procurar um novo amor
para mais tristezas guardar.
VAI CHOVER HOJE
A lua
a rua
você
nua.
A lua
a rua
gestando
um sol.
O sol
o dia
uma possibilidade
de chuva.
a rua
você
nua.
A lua
a rua
gestando
um sol.
O sol
o dia
uma possibilidade
de chuva.
ENTREVISTA
- Como você consegue falar da miséria
com tanta propriedade?
Um gosto de pudim de leite
salivou dentro da boca.
- Porque nunca tive
comida na minha mesa!
com tanta propriedade?
Um gosto de pudim de leite
salivou dentro da boca.
- Porque nunca tive
comida na minha mesa!
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
EU ENTRE NÓS
Eu,
não me define,
sou maior do que eu,
I
em inglês sou menor,
money que é good não tenho,
Nós
é pouco ainda,
para desentupir avida.
não me define,
sou maior do que eu,
I
em inglês sou menor,
money que é good não tenho,
Nós
é pouco ainda,
para desentupir avida.
DANDO UM TEMPO
O passado
não pode ser esquecido,
está no presente,
O presente
está sendo vivido,
inventando o futuro,
O futuro
está correndo,
senão a gente esquece,
O resto
são vida e morte,
movimento e imaginação.
não pode ser esquecido,
está no presente,
O presente
está sendo vivido,
inventando o futuro,
O futuro
está correndo,
senão a gente esquece,
O resto
são vida e morte,
movimento e imaginação.
VERDADES E MENTIRAS
As verdades são mentiras,
tem mentiras nas verdades
absolutas,
Não se opõem,
são verdadeiramente rebeldes.
tem mentiras nas verdades
absolutas,
Não se opõem,
são verdadeiramente rebeldes.
CAMINHOS
A viela de baixo,
corre para a viela de cima,
em fuga e proteção
Por proteção,
elas descem e sobem,
das vielas para as ruas,
A rua é mobilidade,
esconderijo, outdoor,
das misérias sem sombra,
A vida?
Não existe
é apenas brincadeira,
para passar o tempo.
corre para a viela de cima,
em fuga e proteção
Por proteção,
elas descem e sobem,
das vielas para as ruas,
A rua é mobilidade,
esconderijo, outdoor,
das misérias sem sombra,
A vida?
Não existe
é apenas brincadeira,
para passar o tempo.
LÂMINA
Lâmina fálica,
nas mãos, na multidão,
cortam paredes, filetam palavras,
que divergem em si.
Todas as promessas
infinitas,
tem um começo breve.
nas mãos, na multidão,
cortam paredes, filetam palavras,
que divergem em si.
Todas as promessas
infinitas,
tem um começo breve.
ATENTADOS II
Atentados
são nada além
de atentados
sejam de faca,
sejam de bombas,
Atentados,
as vezes singelos,
outras, vermelhos ou azuis
são nada além
de atentados
sejam de faca,
sejam de bombas,
Atentados,
as vezes singelos,
outras, vermelhos ou azuis
ATENTADOS
Atentados começam no estômago,
o estômago então, atenta-se a fala,
a fala transforma-se em oratória,
recorrentes enchem o pensamento,
de pensamentos enchem-se as palavras,
as palavras buscam sentido,
o sentido remoe-se à espreita, a espreita, a faca,
corta a síntese do nada.
o estômago então, atenta-se a fala,
a fala transforma-se em oratória,
recorrentes enchem o pensamento,
de pensamentos enchem-se as palavras,
as palavras buscam sentido,
o sentido remoe-se à espreita, a espreita, a faca,
corta a síntese do nada.
quinta-feira, 16 de agosto de 2018
ESPERO QUE ELA ME AME
Não é alta nem baixa,
uma atriz de teatro,
vestida bem colorida,
na fronte: Muitos mistérios.
Está sempre alta,
quando lhe colocam pra baixo,
arrogante mulher,
adolescente idosa.
Cabelos longos e negros,
gostava mais de carecas,
inclinada ao feminismo,
repleta de homens mortos.
Um pênis na mente,
as vezes dois, três,
ficava muito bem de brincos,
ladra de muitas paixões,
Espero que me ame algum dia.
uma atriz de teatro,
vestida bem colorida,
na fronte: Muitos mistérios.
Está sempre alta,
quando lhe colocam pra baixo,
arrogante mulher,
adolescente idosa.
Cabelos longos e negros,
gostava mais de carecas,
inclinada ao feminismo,
repleta de homens mortos.
Um pênis na mente,
as vezes dois, três,
ficava muito bem de brincos,
ladra de muitas paixões,
Espero que me ame algum dia.
TENTATIVAS
Despiu-se pela cabeça,
ficando só de calcinha
em forma de asa-delta
querendo voar pra bem longe,
acordou um pênis ereto,
pequeno mais brincalhão,
melhor que um grandão bobão,
mas fui de língua,
Tentei, falhei,
falhei, tentei,
cruzamos nossas meninas,
sua menina me olha,
Tentei...falhei...
até que a menina pariu,
comigo vivendo num pasto.
ficando só de calcinha
em forma de asa-delta
querendo voar pra bem longe,
acordou um pênis ereto,
pequeno mais brincalhão,
melhor que um grandão bobão,
mas fui de língua,
Tentei, falhei,
falhei, tentei,
cruzamos nossas meninas,
sua menina me olha,
Tentei...falhei...
até que a menina pariu,
comigo vivendo num pasto.
MERCADORIA
Procurei nas prateleiras,
a mulher mais aprasível,
haviam de todas as cores,
todos os sabores,
de louça, borracha, de plástico, de pedra,
a pedra levei pro caminho,
cheia de bocas e carinhos,
nada surpreendente,
Gostaria apenas de não me sentir tão sózinho.
a mulher mais aprasível,
haviam de todas as cores,
todos os sabores,
de louça, borracha, de plástico, de pedra,
a pedra levei pro caminho,
cheia de bocas e carinhos,
nada surpreendente,
Gostaria apenas de não me sentir tão sózinho.
MAIS VALIA
Longos cabelos negros,
lábios umedecidos,
molham quando se movem,
Por ela,
meus bagos chacoalham,
Caralho!
Seus seios,
saltam da camiseta,
São tenros,
as unhas pintadas,
a buceta raspada,
flora, floresta, mistérios,
Ela sabe ser muito gostosa,
Nas formas
a experiência,
uma aula,
um aprendizado frequente,
Gosto dela,
mas ela não inspira confiança,
Nunca tenho certeza de nada,
Ela me cobra cada centavo
por tudo aquilo que faz.
lábios umedecidos,
molham quando se movem,
Por ela,
meus bagos chacoalham,
Caralho!
Seus seios,
saltam da camiseta,
São tenros,
as unhas pintadas,
a buceta raspada,
flora, floresta, mistérios,
Ela sabe ser muito gostosa,
Nas formas
a experiência,
uma aula,
um aprendizado frequente,
Gosto dela,
mas ela não inspira confiança,
Nunca tenho certeza de nada,
Ela me cobra cada centavo
por tudo aquilo que faz.
sábado, 4 de agosto de 2018
MULHERES DA MINHA VIDA
Todas as mulheres que tive
eram lindas, cruéis e rudes,
como serpentes que chicoteavam o chão,
singelas presas ferozes, meus anos
devoraram, envenenaram,
lindas coroas de espinhos.
Como uma ventania se foram,
frutos suculentos que deliciavam o paladar,
de uma árvore que não quebrava, porque envergava.
Lindas, amantes duras, como aço que não chorava,
em lágrimas que se afogavam em cada mar,
cada porto uma paixão.
Sou esse homem, macho solitário
que hoje lembra.
ENTARDECER
Minha vida, meu mar,
me leva, me afoga.
Nado, nado e nada,
amanheço com o galo,
queimo em sol ardente,
descanso com a lua,
minha paciência,
sempre entardecendo.
me leva, me afoga.
Nado, nado e nada,
amanheço com o galo,
queimo em sol ardente,
descanso com a lua,
minha paciência,
sempre entardecendo.
MINHA NATUREZA
Não vivo plenamente,
não aprendo com a natureza
professora do B a Bá,
a envergar como as árvores,
por isso quebro.
não aprendo com a natureza
professora do B a Bá,
a envergar como as árvores,
por isso quebro.
DESTINO?
Deus nada pode fazer por mim,
não tira as pedras dos meus caminhos,
por isso pulo amarelinha,
com minha efêmera porção homem,
cheia de escolhas, boas e ruins,
obstáculos com quais vivo,
minha vida severina.
não tira as pedras dos meus caminhos,
por isso pulo amarelinha,
com minha efêmera porção homem,
cheia de escolhas, boas e ruins,
obstáculos com quais vivo,
minha vida severina.
terça-feira, 17 de julho de 2018
ARCO IRIS
Um dia seremos todas as raças,
Morenos como são as tardes,
Noturno, como é o futuro.
Eu tenho uma outra íris
Tenho outro olhar para o mundo
Tudo muito alegre e colorido.
Nem todo dia é quarta-feira
Nem todo dia é cinza
Basta chegar a noite.
Todo dia dou cores
Ao seu corpo e ausência,
100% humana é a vida.
PASSAGEIRA
Achei um amor
Dobrei com as pontas dos dedos,
Coloquei na palma da mão.
Fiquei olhando para ele
Como quem olha para
O horizonte,
Num pôr de sol
Em mar bravio,
Desconfiado do amanhã
Como a vida sonha,
Comovida, sendo
Paisagem passageira.
quarta-feira, 11 de julho de 2018
FREI CANECA
De novo a Frei Caneca
de gole em gole
diante de meus olhos,
cheia de cidade, e ,
anjos de bocas pintadas,
unhas vermelhas,
Frei caneca, que bebe,
come, engole, chupa cospe,
a vida, como uma honesta gueixa,
que no escuro morre.
de gole em gole
diante de meus olhos,
cheia de cidade, e ,
anjos de bocas pintadas,
unhas vermelhas,
Frei caneca, que bebe,
come, engole, chupa cospe,
a vida, como uma honesta gueixa,
que no escuro morre.
quarta-feira, 4 de julho de 2018
O LUGAR QUE EU QUERO PRA MIM...
Preciso de uma casinha lá em Marambaia,
sozinha no alto do morro, olhando o mar.
Preciso também de uma pessoa,
sei..sei...sei..., isso me diz
sozinha no alto do morro, olhando o mar.
Preciso também de uma pessoa,
sei..sei...sei..., isso me diz
que muito
mais vou precisar.
TRANSFORMAÇÃO
Espanta o
ceticismo,
e a
descrença no futuro.
Para que no
futuro,
seja suficiente
a comida à mesa
e a tv na
sala de estar.
Alienado de
baboseiras,
entorpecido de
novidades,
cachorro atrás
da coleira,
vai vivendo
um tempo enrugado.
Não diga que
já sabia,
se tudo lhe
foi ensinado!
Abre os
olhos e vê!
Se puder
enxergar,
cerre os
punhos,
e deixa o
molotov aceso.
Não acredite
no que falam:
Sempre foi
assim, sempre será, amém.
Nenhuma
mudança se faz sem sofrimento,
encara-o,
seguro em silêncio,
ele é
efêmero como a liberdade.
Não espere
cair nada do céu,
dali só vem
chuva, Dali é Dali,
Pintando um coração
que não ama,
que bomba
sangue e vida.
Anda consigo
mesmo,
você é teu
melhor companheiro.
Limpa bem tua casa, Dali olha,
namora tua mulata,
namora tua mulata,
Derruba todos teus muros,
E também a imagem da virgem Maria.
Sua mente ainda está entorpecida,
banhando-se na piscina, por enquanto.
E também a imagem da virgem Maria.
Sua mente ainda está entorpecida,
banhando-se na piscina, por enquanto.
Rasga teus planos
de burguês. Sê astuto
E se agarra nas maravilhas da luta,
À muito estão sendo germinadas,
Nessa nova etapa,
E se agarra nas maravilhas da luta,
À muito estão sendo germinadas,
Nessa nova etapa,
Espanta o
ceticismo
E a
descrença no futuro
terça-feira, 3 de julho de 2018
A REVOLUÇÃO DOS MORTOS VIVOS
Mortos vivos,
sufocados em necessidades,
enrugados
pelo tempo.
Cinzas que infectam,
sorrisos
e lágrimas em um
trovão de brados,
depois do
medo,
enquanto as
hienas fogem
para Pasárgada.
segunda-feira, 25 de junho de 2018
CONVERSA ÍNTIMA
Palavras, precisas?
Outras, novas,
nunca ditas,
antes ou nunca
antes ditas?
Palavras, precisas?
Germinam na fala,
batucam a boca,
dançam nas línguas.
Palavras, precisas?
Elas nunca adormecem.
Outras, novas,
nunca ditas,
antes ou nunca
antes ditas?
Palavras, precisas?
Germinam na fala,
batucam a boca,
dançam nas línguas.
Palavras, precisas?
Elas nunca adormecem.
BARATA MORTA
Na porta da minha casa,
havia uma barata morta,
não um gato, um cachorrinho, um passarinho,
pelos quais costumamos chorar.
Era uma barata morta,
sem hipocrisia, real,
morta, fria, jogada,
morte matada,
defronte a porta da minha casa.
havia uma barata morta,
não um gato, um cachorrinho, um passarinho,
pelos quais costumamos chorar.
Era uma barata morta,
sem hipocrisia, real,
morta, fria, jogada,
morte matada,
defronte a porta da minha casa.
ENTRE DEDOS
Sobre a grama da noite
estico os braços, abro as mãos,
por entre os dedos
vejo a imensidão do céu;
um quadro de constelações
nas encostas da lua,
que me sorri e excita.
As luzes me confundem
por entre os dedos, escorrem
na minha imaginação infantil,
cavalos, leões, touros, pássaros,
se escondem atrás da luz,
ficam as sombras,
na luz dos vagalumes.
estico os braços, abro as mãos,
por entre os dedos
vejo a imensidão do céu;
um quadro de constelações
nas encostas da lua,
que me sorri e excita.
As luzes me confundem
por entre os dedos, escorrem
na minha imaginação infantil,
cavalos, leões, touros, pássaros,
se escondem atrás da luz,
ficam as sombras,
na luz dos vagalumes.
segunda-feira, 11 de junho de 2018
SEVERINAS
Não é bela,
nem é feia,
a morte nem tem gosto
de amargo ou doce,
Já à vida se lambuza,
mas mesmo a morte,
lhe arranca a vida.
nem é feia,
a morte nem tem gosto
de amargo ou doce,
Já à vida se lambuza,
mas mesmo a morte,
lhe arranca a vida.
segunda-feira, 21 de maio de 2018
MINHA CAVERNA
Me olhei me vi morto,
na escuridão da caverna
onde o tempo não dança,
sem ritmo ou instantes,
gestando um ser a ser
em movimento para nascer,
quase nada,
esvaziado de feitos não feitos.
Amarras ou liberdade?
Caos na escuridão,
Para onde ir? Por quem vou?
Perdi a memória.
na escuridão da caverna
onde o tempo não dança,
sem ritmo ou instantes,
gestando um ser a ser
em movimento para nascer,
quase nada,
esvaziado de feitos não feitos.
Amarras ou liberdade?
Caos na escuridão,
Para onde ir? Por quem vou?
Perdi a memória.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
MAR DE COISAS
Tudo a minha volta, cores, sons e formas da natureza e da vida, são fenômenos poéticos; e sua essência está naquilo que se esconde nessas aparências, o encanto e o fascínio está nesse movimento de tudo, isso impressiona, irrita e ao menor toque explode em rimas dolorosas, porque tenho mais prazer, amo com mais violência, odeio com mais paixão que outros.
Duvido que aja alguém que possa enxugar o oceano para ficar mais próximo do horizonte. Somente o meu eu poeta.
Duvido que aja alguém que possa enxugar o oceano para ficar mais próximo do horizonte. Somente o meu eu poeta.
PULGAS E CARRAPATOS
Os políticos só pioraram,
hienas que devoram misérias,
pulgas e carrapatos se multiplicam
disputando todos os espaços,
a miséria vai secando,
nas cinzas que respiramos.
hienas que devoram misérias,
pulgas e carrapatos se multiplicam
disputando todos os espaços,
a miséria vai secando,
nas cinzas que respiramos.
JANELAS
Meus olhos são janelas
abertas para o mundo,
na minha mente penetram,
o movimento, ativo olhar
dentro da paisagem no cérebro,
imagens intensas, ligeiras, filtradas,
processadas, esteiras,
morro só de pensar
que um dia deixarei de enxergar.
quarta-feira, 2 de maio de 2018
GOTAS DE OCEANO
Gotas de oceano,
o mundo segue seu plano,
nada a fazer, significa fazer algo,
de puro ou mundano.
Nesse seu vai vem ,
tudo pode mudar, tudo pode ser melhorado,
pelas marés da utopia,
pelas marés da lógica.
Nova gente, gera-ação
novos planos repassados,
que as hienas engordarão,
com risos insaciáveis,
Sabemos que o que começa
já anuncia seu fim,
aquilo que agora termina agora recomeça,
nas ondas do "sempre foi assim",
nas ondas do "sempre será" com
a convicção do amém.
cada qual com suas vergonhas,
vou aqui ficando com as minhas
não vou mais falar de mar,
não vou mais falar de mulheres,
De que me serve a razão
se só a desrazão engorda?
De que me serve amor e Deus,
que só olham o tempo passar?
As crianças ainda nascem,
porque o amor palpita,
os poetas ainda respiram,
outros tipos de poesia,
Gotas de oceano,
que venham as tempestades,
pois onde agora estamos,
jamais estaremos novamente.
o mundo segue seu plano,
nada a fazer, significa fazer algo,
de puro ou mundano.
Nesse seu vai vem ,
tudo pode mudar, tudo pode ser melhorado,
pelas marés da utopia,
pelas marés da lógica.
Nova gente, gera-ação
novos planos repassados,
que as hienas engordarão,
com risos insaciáveis,
Sabemos que o que começa
já anuncia seu fim,
aquilo que agora termina agora recomeça,
nas ondas do "sempre foi assim",
nas ondas do "sempre será" com
a convicção do amém.
cada qual com suas vergonhas,
vou aqui ficando com as minhas
não vou mais falar de mar,
não vou mais falar de mulheres,
De que me serve a razão
se só a desrazão engorda?
De que me serve amor e Deus,
que só olham o tempo passar?
As crianças ainda nascem,
porque o amor palpita,
os poetas ainda respiram,
outros tipos de poesia,
Gotas de oceano,
que venham as tempestades,
pois onde agora estamos,
jamais estaremos novamente.
REFLEXO
Sinto que nada é tão útil,
como brincar e ajoelhar no milho,
nada inocente, nada tão mau,
mal do ridículo de soprar no espelho,
que nem olha para você,
nem o sopro passa por aqui,
reflexo distraído que engana,
as brincadeiras refletidas de verdade.
como brincar e ajoelhar no milho,
nada inocente, nada tão mau,
mal do ridículo de soprar no espelho,
que nem olha para você,
nem o sopro passa por aqui,
reflexo distraído que engana,
as brincadeiras refletidas de verdade.
PAISAGEM
No topo do prédio mais alto,
olhava o descampado da cidade,
cheio de desprezo,
elevado um homem pior,
com a cabeça nas alturas
nada debaixo dos pés,
a não ser aquele espectro imundo
de misérias ligadas ao mundo,
a leitura dessas verdades
me leva a ignorar as estrelas, e,
pisar nesse chão.
olhava o descampado da cidade,
cheio de desprezo,
elevado um homem pior,
com a cabeça nas alturas
nada debaixo dos pés,
a não ser aquele espectro imundo
de misérias ligadas ao mundo,
a leitura dessas verdades
me leva a ignorar as estrelas, e,
pisar nesse chão.
DESCOBERTA
Nada mais se cria,
tudo se repete
num extenso movimento sinoidal,
de erros e acertos
na vaidade das especulações.
Sentados ao pôr do sol,
bebendo água na fonte,
entreventos e folhas caídas,
pertubando a ignorância
vamos conhecendo a nós mesmos.
tudo se repete
num extenso movimento sinoidal,
de erros e acertos
na vaidade das especulações.
Sentados ao pôr do sol,
bebendo água na fonte,
entreventos e folhas caídas,
pertubando a ignorância
vamos conhecendo a nós mesmos.
SOBRENATURAL
Entre as contradições,
a natureza se esvai
pouco a pouco,
desnaturalizada como ovo
frito, cozido,
choco,
triste ditadura
da fome, dentadura
em puro mecanismo.
a natureza se esvai
pouco a pouco,
desnaturalizada como ovo
frito, cozido,
choco,
triste ditadura
da fome, dentadura
em puro mecanismo.
SOPRO DA MORTE
Matei o tempo,
matei distâncias,
matei amores,
matei infância,
matei o homem,
morri velho,
minhas cinzas respiro.
matei distâncias,
matei amores,
matei infância,
matei o homem,
morri velho,
minhas cinzas respiro.
A CAMINHO DO FIM
Minha humanidade cheia de certas errâncias,
viveu numa caverna, severa e severina,
esperando a morte porvir, morte lenta,
precisava de espaço e foi viajar além mundo.
viveu numa caverna, severa e severina,
esperando a morte porvir, morte lenta,
precisava de espaço e foi viajar além mundo.
MORTE ANUNCIADA
Meu olhar se perdia
naquele oceano imenso,
que acompanhava minha imagem
frágil e transitória,
findando numa estranha maré
que contava a minha estória,
numa ressaca cultural de vida,
vai e vem, início e fim,
num precioso segundo trincou-se o espelho,
morri.
naquele oceano imenso,
que acompanhava minha imagem
frágil e transitória,
findando numa estranha maré
que contava a minha estória,
numa ressaca cultural de vida,
vai e vem, início e fim,
num precioso segundo trincou-se o espelho,
morri.
segunda-feira, 23 de abril de 2018
REPETIÇÃO
O novo não tem novidades,
os galos já não cantam às 05:00 hs,
agora eu tenho Iphone,
As galinhas ainda botam ovo,
ainda do mesmo jeito,
sentadas sob o poleiro,
A confusão jaz costumeira,
Deus e o diabo vivem na terra do sol,
em paz e guerra carnaval,
A caneta gritando:
Poesia...! Poesia...! Poesia...!
os galos já não cantam às 05:00 hs,
agora eu tenho Iphone,
As galinhas ainda botam ovo,
ainda do mesmo jeito,
sentadas sob o poleiro,
A confusão jaz costumeira,
Deus e o diabo vivem na terra do sol,
em paz e guerra carnaval,
A caneta gritando:
Poesia...! Poesia...! Poesia...!
QUESTÃO MORAL
Uma lesma se arrasta,
nua, gozada, úmida,
entre as pernas de uma mesa,
lambendo nosso chão.
Já não basta cupins,
comendo o armário?
nua, gozada, úmida,
entre as pernas de uma mesa,
lambendo nosso chão.
Já não basta cupins,
comendo o armário?
TIETÊ
Enterrei na marginal,
as margens, um braço do tietê,
Ser rio poluído é preciso prática,
começa com uma cusparada,
Comer pneus e sofás,
e outras coisas jogadas fora,
A vida fecunda, bundas,
moscas de bananas madurando mortas,
Nessa paisagem passeia o poeta afogado,
entre sapos coaxando, cada qual na sua cova,
Entremorto uma coroa de borboletas,
uma poesia sem calcinhas,
O cheiro desse poema,
banha nessas águas turvas.
as margens, um braço do tietê,
Ser rio poluído é preciso prática,
começa com uma cusparada,
Comer pneus e sofás,
e outras coisas jogadas fora,
A vida fecunda, bundas,
moscas de bananas madurando mortas,
Nessa paisagem passeia o poeta afogado,
entre sapos coaxando, cada qual na sua cova,
Entremorto uma coroa de borboletas,
uma poesia sem calcinhas,
O cheiro desse poema,
banha nessas águas turvas.
PALAVRAS
Calar para que?
Para que calar?
Palavras querem fugir,
querem falar caladas,
palavras escravizadas,
são queixosas,
falam com força,
poéticas teimosas,
Palavras desejam,
recitam, ouçam e vejam,
aos pulos, sussurros,
desembocando num oásis.
Para que calar?
Palavras querem fugir,
querem falar caladas,
palavras escravizadas,
são queixosas,
falam com força,
poéticas teimosas,
Palavras desejam,
recitam, ouçam e vejam,
aos pulos, sussurros,
desembocando num oásis.
RALO
Nenhum grito aqui ecoa,
entre confetes, cervejas e tiros,
amplo vácuo nesse silêncio fresco,
como uma falta, de tudo e nada,
som quieto, uniforme salta,
como ondulações em águas calmas,
Como tudo que vai, corre, esvai.
entre confetes, cervejas e tiros,
amplo vácuo nesse silêncio fresco,
como uma falta, de tudo e nada,
som quieto, uniforme salta,
como ondulações em águas calmas,
Como tudo que vai, corre, esvai.
segunda-feira, 5 de março de 2018
VIDA E MORTE LUMPEN
A vida passa tão rápido...
passa...passa...passa...
Chega uma velhice tão jovem,
institucionalizada falece. Tudo efêmero,
nada real, tudo tão ficção.
Passeio entre Quixotes,
Ghandis e Marxs,
namorando Fridas Calos.
Calei-me. Minha lápide: Ninguém.
passa...passa...passa...
Chega uma velhice tão jovem,
institucionalizada falece. Tudo efêmero,
nada real, tudo tão ficção.
Passeio entre Quixotes,
Ghandis e Marxs,
namorando Fridas Calos.
Calei-me. Minha lápide: Ninguém.
GESTOS
Tudo que começa termina,
como filhos de Deus e Diabo,
marionetes que olham e não vêem,
ovários e teias.
Armas que te pertencem,
mas cansam teu lombo,
Como usá-las em luta?
Ao nascer o gesto que se faça o gesto.
como filhos de Deus e Diabo,
marionetes que olham e não vêem,
ovários e teias.
Armas que te pertencem,
mas cansam teu lombo,
Como usá-las em luta?
Ao nascer o gesto que se faça o gesto.
QUEM TEM OLHO GRANDE NÃO ENTRA NA CHINA
O Brasil morre, colocado de joelhos,
do Oiapoque ao Chui, olhando,
entre sorrisos falsos, cínicos,
chapéu de memorias, sonhando,
O lábio de cima, mostra os caninos,
o inferior, cortante como serras,
os superiores são ousados,
com punhos cerrados que apoiam o queixo,
Os olhos, inquietos, definitivos,
Um Brasil de futuro americano,
O olhar de quem olha é chinês.
do Oiapoque ao Chui, olhando,
entre sorrisos falsos, cínicos,
chapéu de memorias, sonhando,
O lábio de cima, mostra os caninos,
o inferior, cortante como serras,
os superiores são ousados,
com punhos cerrados que apoiam o queixo,
Os olhos, inquietos, definitivos,
Um Brasil de futuro americano,
O olhar de quem olha é chinês.
quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018
DIA DE SER CRIANÇA
A água chorava no telhado
a lua cerrava os olhos,
ainda nem são 07:00hs
quarto, sala, cozinha,
casa de magras coisas
onde passeiam lagartixas.
Da janela eu via o quadro,
com meus olhos de passarinho,
impaciente no ninho.
É manhã! Eu chateado?
Ninguém mexera comigo!
Devo me chatear? Eu não consigo.
Sem choro o sol parece um bicho preguiça,
descansando entre as nuvens.
Bora rimar!
De onde vem a coragem?
A coragem é que me alegra,
como criança a sujar papel em branco.
a lua cerrava os olhos,
ainda nem são 07:00hs
quarto, sala, cozinha,
casa de magras coisas
onde passeiam lagartixas.
Da janela eu via o quadro,
com meus olhos de passarinho,
impaciente no ninho.
É manhã! Eu chateado?
Ninguém mexera comigo!
Devo me chatear? Eu não consigo.
Sem choro o sol parece um bicho preguiça,
descansando entre as nuvens.
Bora rimar!
De onde vem a coragem?
A coragem é que me alegra,
como criança a sujar papel em branco.
PERDA TOTAL
Eles queriam criar um roseiral vermelho,
sob estrelas brancas, azuis, verdes e amarelas,
Com foice e martelo fizeram cercas,
pintaram de verde, mas não vingaram.
Talvez pelos tucanos que vigiavam.
sob estrelas brancas, azuis, verdes e amarelas,
Com foice e martelo fizeram cercas,
pintaram de verde, mas não vingaram.
Talvez pelos tucanos que vigiavam.
segunda-feira, 29 de janeiro de 2018
COISAS QUE O POVO FALA
A sentença saiu. O Ex presidente Luis Inácio LULA da Silva, monta uma nova estratégia. Vamos começar, conscientizar as bases e fortalecer o partido. Quis começar neste ano, mas não há condições políticas para isso.
- Que Marx me perdoe!
A burguesia se aproximou, chegou bem pertinho, cochichou em seu ouvido e começou a comer suaus idéias, pedacinho por pedacinho...
- Que Marx me perdoe!
A burguesia se aproximou, chegou bem pertinho, cochichou em seu ouvido e começou a comer suaus idéias, pedacinho por pedacinho...
MILITÂNCIA POÉTICA
Cai na real que nada é eterno,
fica com o germe do velho, que infecta,
um mundo em movimento,
não reto, não sinoidal, espiral,
que não finda, gesta,
eterna negação da negação,
são memórias solitárias,
sobre tudo, sobre nada,
em tempos de luta.
fica com o germe do velho, que infecta,
um mundo em movimento,
não reto, não sinoidal, espiral,
que não finda, gesta,
eterna negação da negação,
são memórias solitárias,
sobre tudo, sobre nada,
em tempos de luta.
CRÔNICA DE UM MOLUSCO
Quando os trabalhadores deram à rua, as nuvens entraram em debate, o céu começou a chorar e a cidade ficou cinza. Nos sonhos do passado, submerso as esperanças construídas com luta. Tudo institucinalizou-se; então os velhos combatentes se cobriram com o lençol da sedução, onde os burgueses e políticos havim construído a codificação da vida cotidiana.
Nesta manhã veio a sentença, que aguardava velhos e novos trabalhadores, militantes e o povo. Como pode uma lula viva, viver fora d' agua fria? Là longe o surdo marcava o tempo e o repique anunciou:
- Tudo deixou de ser notícia e o carnaval chegou!
Nesta manhã veio a sentença, que aguardava velhos e novos trabalhadores, militantes e o povo. Como pode uma lula viva, viver fora d' agua fria? Là longe o surdo marcava o tempo e o repique anunciou:
- Tudo deixou de ser notícia e o carnaval chegou!
FILANTRÓPICO
Não ganho pão
com as palavras,
elas não sabem
o que são livros,
O que ganho com elas?
Só revelo nas páginas em branco,
ao sabor dos meus erros.
com as palavras,
elas não sabem
o que são livros,
O que ganho com elas?
Só revelo nas páginas em branco,
ao sabor dos meus erros.
CRÔNICA DA RUGA
Rugas na rua,
no meio, entre,
a rua, becos, vielas,
grita!
Asfalto e brita,
cidade do avesso,
onde dorme,
onde morre,
o sol, a chuva e a noite.
no meio, entre,
a rua, becos, vielas,
grita!
Asfalto e brita,
cidade do avesso,
onde dorme,
onde morre,
o sol, a chuva e a noite.
PALAVRAS
Preso em pensamentos,
abrigado pela caverna errada,
onde vivem palavras escravas,
se obstina o silêncio,
Essa solidão patética,
com medo de afrontar,
negrume que turva os olhos,
míope para não enxergar,
Vozes para arranha - céus,
falas cortam o ar,
pingando água de côco,
limão, abacaxi, poesia - algodão,
garoada a palavra emerge,
do xicote que fere o cavalo,
relincha a memória antiga,
Desperta! Essa loucura imensa,
No ceu da boca, a palavra
é um pássaro azul,
cantando com duas asas,
frevando as pernas aos gritos,
As palavras da caverna errada,
colocam as vozes para fora,
exasperadas, zombeteiras, matreiras,
tagarelas já não recuam.
abrigado pela caverna errada,
onde vivem palavras escravas,
se obstina o silêncio,
Essa solidão patética,
com medo de afrontar,
negrume que turva os olhos,
míope para não enxergar,
Vozes para arranha - céus,
falas cortam o ar,
pingando água de côco,
limão, abacaxi, poesia - algodão,
garoada a palavra emerge,
do xicote que fere o cavalo,
relincha a memória antiga,
Desperta! Essa loucura imensa,
No ceu da boca, a palavra
é um pássaro azul,
cantando com duas asas,
frevando as pernas aos gritos,
As palavras da caverna errada,
colocam as vozes para fora,
exasperadas, zombeteiras, matreiras,
tagarelas já não recuam.
ZÉ
Quem sou eu?
Porque poderia interessar a alguém?
Sou um miserável poeta,
que come palito de dente,
que brinca de faz- de - contas,
as palavras - eu alguém
Não! Zé ninguém.
Porque poderia interessar a alguém?
Sou um miserável poeta,
que come palito de dente,
que brinca de faz- de - contas,
as palavras - eu alguém
Não! Zé ninguém.
O BOM FILHO
Filho de uma bandeira
o homem tinha sido esculpido,
lá na infância, Zé ninguém,
numa terra obscura
Se embebedava de orvalhos,
onde girassóis comiam vagalumes,
as notícias lhe acobertavam do frio,
na face só a memória das moscas,
Filho que fora folha,
sendo desfolhado pelo vento,
por que bebeu mulher numa jarra,
nunca mais parou de pingar poesia,
Dos bolsos da calça, camisa, casaco
se viam vários buracos por onde
se olhavam as igrejas,
com olhar de negro branco,
tempo que a morte rondava,
grilos, cigarras no tapa,
indigestos sapos boi,
todos iguais aos olhos da lua,
O filho foi aprendendo a vida,
um ninguém na terra do nunca,
onde ningém não dava a mínima,
sózinho fazia rimas.
o homem tinha sido esculpido,
lá na infância, Zé ninguém,
numa terra obscura
Se embebedava de orvalhos,
onde girassóis comiam vagalumes,
as notícias lhe acobertavam do frio,
na face só a memória das moscas,
Filho que fora folha,
sendo desfolhado pelo vento,
por que bebeu mulher numa jarra,
nunca mais parou de pingar poesia,
Dos bolsos da calça, camisa, casaco
se viam vários buracos por onde
se olhavam as igrejas,
com olhar de negro branco,
tempo que a morte rondava,
grilos, cigarras no tapa,
indigestos sapos boi,
todos iguais aos olhos da lua,
O filho foi aprendendo a vida,
um ninguém na terra do nunca,
onde ningém não dava a mínima,
sózinho fazia rimas.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2018
A MENINA DOS OLHOS AZUIS
Além dessas meninas azuis,
tem uma mulher singela,
dentro de uma menina bela,
que se chama Daniela,
mas se não houver lá alguém,
essa tal mulher Daniela
para além de suas meninas azuis,
quero minha utopia possível,
que haja uma mulher sincera,
na menina que você era,
guardada bem dentro delas.
tem uma mulher singela,
dentro de uma menina bela,
que se chama Daniela,
mas se não houver lá alguém,
essa tal mulher Daniela
para além de suas meninas azuis,
quero minha utopia possível,
que haja uma mulher sincera,
na menina que você era,
guardada bem dentro delas.
PÉTALAS
Mal me quer... bem me quer...
jogadas ao vento,
não tecem amores,
Mal me quer...bem me quer...
voando na paisagem
nem sabe quem são
Mal me quer...bem me quer...
suavemente pousam no chão,
há seus pés um romance.
jogadas ao vento,
não tecem amores,
Mal me quer...bem me quer...
voando na paisagem
nem sabe quem são
Mal me quer...bem me quer...
suavemente pousam no chão,
há seus pés um romance.
ABORTAR
Quando o corpo, pote de gozo,
pari fruto com caroço,
deixando tudo em alvoroço,
entre o colosso e o lodo,
não é possível lhe aparar as asas,
mas há como cortar-lhe o vôo,
para que o corpo daquele seu corpo
deite-se em nuvens azuis.
pari fruto com caroço,
deixando tudo em alvoroço,
entre o colosso e o lodo,
não é possível lhe aparar as asas,
mas há como cortar-lhe o vôo,
para que o corpo daquele seu corpo
deite-se em nuvens azuis.
PEQUENO POETA
Não me acostumo a poemas longos,
sou poeta de paixões,
não faço poemas para casar,
boto a fila para andar,
porque atrás de mim vem rimas,
rimas são para dançar.
sou poeta de paixões,
não faço poemas para casar,
boto a fila para andar,
porque atrás de mim vem rimas,
rimas são para dançar.
AS RUAS DA CIDADE
As ruas desta cidade
estão crescendo muito rápido,
filhas de corpo feito,
de varizes e estrias
Nas manhãs acordam adormecidas,
das noites dormidas cansadas,
homens, mulheres, não amam,
somente acasalam,
Tudo com preço e horário,
gente se escondendo da vida,
saem do anonimato
frente a uma Cidade Alerta,
A cidade tem muitas ruas,
ruas para todos os gostos,
uns a moda da casa, outros em dobradinha,
tem até crianças a milanesa para seu dia a dia,
Ó minha cidade!
As ruas agora são moças,
Genis de migrantes e imigrantes
que também defecam em você
Marginais margeiam lágrimas,
mais, matam aos poucos,
digerem misteriosos carros
com suas bocas de lobo no asfalto,
Cidade despojada, seus seios amamentam
suas hienas e pombos, por aqueles que acumulam,
viver se torna uma arte,
que caminha a morrer nas esquinas,
Não há saída! Somente,
ruas becos, marginais,
avenidas, viadutos e garoas,
Nós sonhando saídas.
estão crescendo muito rápido,
filhas de corpo feito,
de varizes e estrias
Nas manhãs acordam adormecidas,
das noites dormidas cansadas,
homens, mulheres, não amam,
somente acasalam,
Tudo com preço e horário,
gente se escondendo da vida,
saem do anonimato
frente a uma Cidade Alerta,
A cidade tem muitas ruas,
ruas para todos os gostos,
uns a moda da casa, outros em dobradinha,
tem até crianças a milanesa para seu dia a dia,
Ó minha cidade!
As ruas agora são moças,
Genis de migrantes e imigrantes
que também defecam em você
Marginais margeiam lágrimas,
mais, matam aos poucos,
digerem misteriosos carros
com suas bocas de lobo no asfalto,
Cidade despojada, seus seios amamentam
suas hienas e pombos, por aqueles que acumulam,
viver se torna uma arte,
que caminha a morrer nas esquinas,
Não há saída! Somente,
ruas becos, marginais,
avenidas, viadutos e garoas,
Nós sonhando saídas.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
GRANDE AMIZADE BRANCA
O sol suava
o fazendeiro e o negro,
tapinhas nas costas,
a fazenda, as cercas brancas,
"- É...é...meu amigo,
se você não fosse negro,
eu te dava um sabonete!"
o fazendeiro e o negro,
tapinhas nas costas,
a fazenda, as cercas brancas,
"- É...é...meu amigo,
se você não fosse negro,
eu te dava um sabonete!"
CRIANCICE
Nas memórias esqueci de outrora,
brincar, curioso, descobrir.
Agora sou grande, penso e faço,
bêbado vivo a realidade que sei.
Onde há crianças,
não se vêm bestas,
Qual o sentido de tudo?
Precisa ter?
Eu quero brincar de novo,
sonhar, pois, sem dor tudo é tão simples.
brincar, curioso, descobrir.
Agora sou grande, penso e faço,
bêbado vivo a realidade que sei.
Onde há crianças,
não se vêm bestas,
Qual o sentido de tudo?
Precisa ter?
Eu quero brincar de novo,
sonhar, pois, sem dor tudo é tão simples.
AFOGAMENTO
Salivam as hienas,
sobre o corpo seco que trabalha,
Que se farta em mão de obra
assim avança a humanidade,
Desumanidade com o outro
que considera coisa,
Das 05:00hs da manhã as 22:00hs,
deserto em que de dia caminha,
Deserto em que na noite se deita,
sonha, na sede, no trabalho se afoga.
sobre o corpo seco que trabalha,
Que se farta em mão de obra
assim avança a humanidade,
Desumanidade com o outro
que considera coisa,
Das 05:00hs da manhã as 22:00hs,
deserto em que de dia caminha,
Deserto em que na noite se deita,
sonha, na sede, no trabalho se afoga.
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
COTOVELO
Ela me morde
a maçã do rosto
e se vai,
Quando ela volta,
tomo muitas doses
de revolta,
Mordo o cotovelo,
no fundo do poço
Se ex-vou indo,
deixo com a garrafa
minha última rima.
a maçã do rosto
e se vai,
Quando ela volta,
tomo muitas doses
de revolta,
Mordo o cotovelo,
no fundo do poço
Se ex-vou indo,
deixo com a garrafa
minha última rima.
UTOPIA
Que nossa utopia
nunca acabe
Precisamos sempre um novo
para chocar
O longe fica perto
perto fica longe
Utopias vem e vão
poesias sim e não
Haverá um dia
que tudo será danação.
nunca acabe
Precisamos sempre um novo
para chocar
O longe fica perto
perto fica longe
Utopias vem e vão
poesias sim e não
Haverá um dia
que tudo será danação.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2017
NATAL
Que neste Natal,
os doces te rasguem, com palavras,
cheias de chantily.
Tudo será oculto,
num espelho que não reflete,
pois só você verá por dentro
como os olhos dos cegos.
Neste Natal,
o que vai receber
não poderá pegar,
nem poderá ser devolvido,
que o peru, o pernil e o vinho,
não seja seu mas de todos.
Nesta postagem poética,
defecada pela memória,
emanam sobras dos afetos
sem endereço, tempo que passou,
passou sem que eu passasse.
os doces te rasguem, com palavras,
cheias de chantily.
Tudo será oculto,
num espelho que não reflete,
pois só você verá por dentro
como os olhos dos cegos.
Neste Natal,
o que vai receber
não poderá pegar,
nem poderá ser devolvido,
que o peru, o pernil e o vinho,
não seja seu mas de todos.
Nesta postagem poética,
defecada pela memória,
emanam sobras dos afetos
sem endereço, tempo que passou,
passou sem que eu passasse.
sábado, 25 de novembro de 2017
MORTOS VIVOS
O homem está com sede,
o homem está com fome,
pombas, asfalto, gente,
na cidade que nunca dorme,
Não dorme zumbi,
zumbi que nunca dorme,
come terra, come mundo,
na cidade que se arregala,
para dormir a cidade,
devemos a ela um chamego,
um cafuné e muitos beijos,
selinhos, ventosas,
mais afoitos são os jovens,
as crianças em roda,
outras amarelinhas,
sonhos num chão duro,
cheio de horizontes,
vemos o fim todos os dias,
pés inchados de correria,
descansam tumularmente,
sem que se habite a cidade.
o homem está com fome,
pombas, asfalto, gente,
na cidade que nunca dorme,
Não dorme zumbi,
zumbi que nunca dorme,
come terra, come mundo,
na cidade que se arregala,
para dormir a cidade,
devemos a ela um chamego,
um cafuné e muitos beijos,
selinhos, ventosas,
mais afoitos são os jovens,
as crianças em roda,
outras amarelinhas,
sonhos num chão duro,
cheio de horizontes,
vemos o fim todos os dias,
pés inchados de correria,
descansam tumularmente,
sem que se habite a cidade.
SONHANDO
A lua parecia ao alcance das mão,
brilhava muda, próxima aos meus dedos,
fiz cadeira para minhas pernas,
sorri,com o sopro do vento, esticando-me ,
cai, bati o coração no chão.
brilhava muda, próxima aos meus dedos,
fiz cadeira para minhas pernas,
sorri,com o sopro do vento, esticando-me ,
cai, bati o coração no chão.
SOLIDÃO BRITÂNICA
Ela se arruma,
Atrasa como um relógio;
não adianta.
Droga!
A solidão sim e pontual.
Atrasa como um relógio;
não adianta.
Droga!
A solidão sim e pontual.
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
SEGREDOS
Seios inocentes
bolinhas de gude sem pêlo.
Dá-me o que quero!
Universo sem-vergonha
que cabem na minha mão.
Fiel sempre, amarroto lençóis aleitado,
guardo todos os segredos,
faça o que quer!
Eu nada conto.
bolinhas de gude sem pêlo.
Dá-me o que quero!
Universo sem-vergonha
que cabem na minha mão.
Fiel sempre, amarroto lençóis aleitado,
guardo todos os segredos,
faça o que quer!
Eu nada conto.
DIVAGANDO
Tenho dificuldades com acentos
assim como entender de métrica,
quem diria aritmética
não toco surdo nem tamborim
não distingo quiabo de monossilábico,
nada me incomoda é certo,
faço o que gosto sem rimas,
afinal poeta nada tem haver com profeta.
Acho!?
assim como entender de métrica,
quem diria aritmética
não toco surdo nem tamborim
não distingo quiabo de monossilábico,
nada me incomoda é certo,
faço o que gosto sem rimas,
afinal poeta nada tem haver com profeta.
Acho!?
quarta-feira, 18 de outubro de 2017
GRITO SILENCIOSO
Brado na passeata,
florida ou armada,
bandeira.
Não avança,
ora, verte sangue e miséria.
florida ou armada,
bandeira.
Não avança,
ora, verte sangue e miséria.
CIDADANIA
Cidadania é o ato
de votar e esquecer
Esse fato
é olhar um buraco
Que te olha, te leva,
sem luz e inerte.
de votar e esquecer
Esse fato
é olhar um buraco
Que te olha, te leva,
sem luz e inerte.
APRENDIZ
Sou um insistente aprendiz
que tenta escrever,
juntando sílabas,
criando frases e rimas,
nessa efêmera vida,
de morte eterna.
que tenta escrever,
juntando sílabas,
criando frases e rimas,
nessa efêmera vida,
de morte eterna.
BURACOS
Atrás de um poste,
cheio de sacos de lixo
um rato se movia, olhos atentos,
com ele meu pensamento
correu para o esgoto.
cheio de sacos de lixo
um rato se movia, olhos atentos,
com ele meu pensamento
correu para o esgoto.
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