Na vida real
as mortes são vivas
feito do efeito do nada
sem compromisso com a vida
tudo sempre acaba em cinza
até as cinzentas verdades
contida na filosofia.
sexta-feira, 4 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
LEMBRANÇAS
Quanto tempo se passou?
Não sei.
Mar de lembrança,
vou içar as minhas velas
em você vou navegar.
Não sei.
Mar de lembrança,
vou içar as minhas velas
em você vou navegar.
MULHER
Humilde e vertical
como milho no milharal
lutadora mulher genital
quando andas, troteias,
gazela, entre suas nádegas metal.
como milho no milharal
lutadora mulher genital
quando andas, troteias,
gazela, entre suas nádegas metal.
MENINAS
Dos teus olhos saltam
as meninas, num parque de diversões
cabelos
fios me milho no pé
que quando se espelham n`agua,
fazem ondas, carícias a vida do fundo
Tuas meninas sabem mais que tua cabeça
e tanto como teu ventre
é a beleza da pele alva
do teu corpo em pêlo
esse mar onde nadam
as nuas meninas dos teus olhos.
as meninas, num parque de diversões
cabelos
fios me milho no pé
que quando se espelham n`agua,
fazem ondas, carícias a vida do fundo
Tuas meninas sabem mais que tua cabeça
e tanto como teu ventre
é a beleza da pele alva
do teu corpo em pêlo
esse mar onde nadam
as nuas meninas dos teus olhos.
quinta-feira, 26 de abril de 2012
LUGAR COMUM
Sabia que a chuva fina parava,
que era fim de tarde porque as rãs cantavam.
Vou a janela sem nada a dizer,
exceto que que vou decifrar paisagens.
Assim: coisas úmidas, limpas, nas próprias formas,
cantos, floras, faunas, terra, de cada qual o extremo.
Sem nada a dizer, aperto entre o indicador e o dedão
a caneta, firmo-a no papel e descrevo minhas imagens
deixando boquiaberto o poema.
O meu lugar comum tem outro cheiro,
tem muitas cores e muitas rimas.
No meu olhar pro horizonte,
pererecas, pássaros, borboletas e grama molhada;
ventam o espaço aberto. Cada palavra deixada, como música anterior,
dançam, rimam, se alinhando,
no úmido centro do meu lugar comum.
que era fim de tarde porque as rãs cantavam.
Vou a janela sem nada a dizer,
exceto que que vou decifrar paisagens.
Assim: coisas úmidas, limpas, nas próprias formas,
cantos, floras, faunas, terra, de cada qual o extremo.
Sem nada a dizer, aperto entre o indicador e o dedão
a caneta, firmo-a no papel e descrevo minhas imagens
deixando boquiaberto o poema.
O meu lugar comum tem outro cheiro,
tem muitas cores e muitas rimas.
No meu olhar pro horizonte,
pererecas, pássaros, borboletas e grama molhada;
ventam o espaço aberto. Cada palavra deixada, como música anterior,
dançam, rimam, se alinhando,
no úmido centro do meu lugar comum.
terça-feira, 17 de abril de 2012
AS MARGENS
Na poesia concreta
homens de pedra
arranha céus
becos, ruas, ciladas,
onde?
escondem-se os urutais
Seu teto
estrelas
suas criações
criaturas que se erguem
de anjos que batem asas
silenciando gritos
tempestades
que afogam margens
arrastam tudo.
Crianças que não sabem nadar
agarram-se aos golfinhos
no cotidiano do rio
que corre pro mar,
curso que tem de mudar.
homens de pedra
arranha céus
becos, ruas, ciladas,
onde?
escondem-se os urutais
Seu teto
estrelas
suas criações
criaturas que se erguem
de anjos que batem asas
silenciando gritos
tempestades
que afogam margens
arrastam tudo.
Crianças que não sabem nadar
agarram-se aos golfinhos
no cotidiano do rio
que corre pro mar,
curso que tem de mudar.
domingo, 15 de abril de 2012
AQUI SE DIZ AMÉM
Moro num país tropical
aqui celebra-se, natal, ano novo,
carnaval.
Sambamos cristianismo
recitamos marxismo
ainda aprendemos catecismo,
nunca lemos, "o capital"
Aqui quem come crianças,
são padres, pastores e bispos,
que não dançam carnaval,
o demônio ainda é o comunismo
pede-se paz as almas,
apontando o caminho do céu,
não dá pra ir de avião,
ao trabalhador comum.
Aqui ainda se diz amém.
aqui celebra-se, natal, ano novo,
carnaval.
Sambamos cristianismo
recitamos marxismo
ainda aprendemos catecismo,
nunca lemos, "o capital"
Aqui quem come crianças,
são padres, pastores e bispos,
que não dançam carnaval,
o demônio ainda é o comunismo
pede-se paz as almas,
apontando o caminho do céu,
não dá pra ir de avião,
ao trabalhador comum.
Aqui ainda se diz amém.
DIZAMANHÃ
Gritou-me o mar: acorda!
Eu vi teu rosto
no vai e vem das marés
na minha manhã de fantasia
lavou-me os pés
esfriou-me o corpo.
Pena que esta manhã
sem você é verdadeira.
Eu vi teu rosto
no vai e vem das marés
na minha manhã de fantasia
lavou-me os pés
esfriou-me o corpo.
Pena que esta manhã
sem você é verdadeira.
FOTOGRAFIA
A imagem assim sem fome. Muda
sorridente e jovem. Registro de amor
ou desamor de frontes nuas. Que arquivo;
movimento roda da vida, que sobe e desce,
nunca a mesma vida que pensamos conduzir.
Nós maracujamos nas gavetas,
a imagem rejuvenesce a cada dia,
amor de lençóis amarrotados
iluminado pelas noites, que as vezes,
gozam estrelas.
sorridente e jovem. Registro de amor
ou desamor de frontes nuas. Que arquivo;
movimento roda da vida, que sobe e desce,
nunca a mesma vida que pensamos conduzir.
Nós maracujamos nas gavetas,
a imagem rejuvenesce a cada dia,
amor de lençóis amarrotados
iluminado pelas noites, que as vezes,
gozam estrelas.
HISTÓRICA É A FOME
Histórica é a fome
sol sob sol a roncar, a cantar,
a música que ninguém assune ter cantado
nem admitem as amarras da mordaça.
Hoje cantaremos
somos todos responsáveis,
matamos com nossa munição de ódio,
de isenção, de amor,
somos todos responsáveis,
por plantar sangue, ditaduras e versos.
sol sob sol a roncar, a cantar,
a música que ninguém assune ter cantado
nem admitem as amarras da mordaça.
Hoje cantaremos
somos todos responsáveis,
matamos com nossa munição de ódio,
de isenção, de amor,
somos todos responsáveis,
por plantar sangue, ditaduras e versos.
CRIANÇAS DO AMANHÃ
Olhem o futuro
olho nas crianças
nos olhos, nos pés,
na barriga, nos risos,
no choro, na esperança.
Versos do amanhã
que a luta desperta.
olho nas crianças
nos olhos, nos pés,
na barriga, nos risos,
no choro, na esperança.
Versos do amanhã
que a luta desperta.
JAZIGOS
Sangue derramado
cicatrizes que não fecham
fome mastigada
onde não se tem pão
barbárie inacabada
tostão a tostão
pelos jazigos sãos.
cicatrizes que não fecham
fome mastigada
onde não se tem pão
barbárie inacabada
tostão a tostão
pelos jazigos sãos.
LUZ
Bombas de criações podres
perguntem aos Deuses
se plantam arroz?
A partir de hoje
bombardearemos a alienação
enforcaremos a singeleza do capital
e sairemos da escuridão.
perguntem aos Deuses
se plantam arroz?
A partir de hoje
bombardearemos a alienação
enforcaremos a singeleza do capital
e sairemos da escuridão.
VAIDADE
As coisas são homens
Os homens são coisas
expostas nas vitrines
como frango em fila
na frente da padaria
a espera da felicidade
As coisas tomam vida
penduricalhos, quinquilharias,
homens coisas vivas
expostos em fila,
polidos vidros,espelhos,
vaidade sedenta.
Os homens são coisas
expostas nas vitrines
como frango em fila
na frente da padaria
a espera da felicidade
As coisas tomam vida
penduricalhos, quinquilharias,
homens coisas vivas
expostos em fila,
polidos vidros,espelhos,
vaidade sedenta.
sábado, 14 de abril de 2012
SOLIDÃO
Não sei o que fazer
não posso perder seu encanto
Você já ouviu muitos gozos
não ouvirá homens que gozam sózinhos
Vou engolir meus desejos
defecar minhas verdades
fantaziar-me
amar noutra mulher
sem ter delas,
chorar meu gozo
no meu sexo de solidão.
não posso perder seu encanto
Você já ouviu muitos gozos
não ouvirá homens que gozam sózinhos
Vou engolir meus desejos
defecar minhas verdades
fantaziar-me
amar noutra mulher
sem ter delas,
chorar meu gozo
no meu sexo de solidão.
VENDO TUDO MUITO CLARO
Com a mar nas mãos
você molhou minhas areias
achou-me nos meus inscritos
que a maré trazia e levava
meu olhar no horizonte
enxergou você.
você molhou minhas areias
achou-me nos meus inscritos
que a maré trazia e levava
meu olhar no horizonte
enxergou você.
sexta-feira, 30 de março de 2012
FLÔR DE IPÊ NA CABEÇA
Sorrio com as flôres de ipê
espalhadas na cidade nua,
alegres, meio rosas, meio roxas,
amarelas, meio brancas
acenando pelas ruas,
primavera que vai passar
marcando mulheres, silhuetas,
o sol põe no chão - friozinho -
que está no ar, disputa a cena bela,
em meio as borboletas,
som de buzinas, gás carbônico,
gritam os pardais, atropelam-se pombas.
As flôres de ipês, não se incomodam,
não sabem que em meio a tudo isso
tenho voce na cabeça.
espalhadas na cidade nua,
alegres, meio rosas, meio roxas,
amarelas, meio brancas
acenando pelas ruas,
primavera que vai passar
marcando mulheres, silhuetas,
o sol põe no chão - friozinho -
que está no ar, disputa a cena bela,
em meio as borboletas,
som de buzinas, gás carbônico,
gritam os pardais, atropelam-se pombas.
As flôres de ipês, não se incomodam,
não sabem que em meio a tudo isso
tenho voce na cabeça.
UM A UM OS DIAS PASSAM
Lá se foram os cinquenta
as duas da manhã
eu com trinta
um cigarro atrás do outro
pensando comer maçã com você
que aos vinte e cinco
depois de uma dúzia de cervejas
flertava, eu insistia
em dar forma a outra argila.
Os arquétipos que cultuo vão se embora
quando eu abrir os olhos,
essa faca que fere
nunca disse a que veio,
já me perguntei mais de mil vezes.
as duas da manhã
eu com trinta
um cigarro atrás do outro
pensando comer maçã com você
que aos vinte e cinco
depois de uma dúzia de cervejas
flertava, eu insistia
em dar forma a outra argila.
Os arquétipos que cultuo vão se embora
quando eu abrir os olhos,
essa faca que fere
nunca disse a que veio,
já me perguntei mais de mil vezes.
quarta-feira, 28 de março de 2012
PRA AMANHÃ
Sou do mundo
os que me precedem também
a caminho do buraco negro
Me curvo ao poente
todos os dias
sentado na minha pedra
Fazendo poesia?
Nunca sei.
Mas estou perto
do poente que desejei
Olho tudo, as vezes,
mesmo atento, nada vejo
Nem quando as lágrimas
molham as conversas
Sensibilidade aflorada
na palavra sentimento
Mas a menina dos olhos
tem muitos carinhos,
curiosos como as marmotas
Já enfrentei os dragões
como guerreiro
de capa e espada
Uma rã me atingiu
posso vê-la em você,
no instante do beijo
no paraíso das noites
Ensino e aprendo
o tempo todo, mas
me diluo quando a vejo,
ali, onde beijei
Que sonhei ter beijado
que imaginei ter deitado
Sou do mundo, becos,
mulheres e outros gêneros,
acorrentado, torturado,
de outro amor platônico
Depois da descoberta
(des) vendada
interna - mente
me embebedarei,
serei destilado
deste lado
me afogando vivo
nas lágrimas engasgado
A isso me afasto
por ser mortal e penoso
queima o fogo, que acendi
pra nele se apagar
Te escrevo hoje, na janela
olhando minha noite,
meu poema, pra amanhã.
(Para minha amiga Aline Mattos)
os que me precedem também
a caminho do buraco negro
Me curvo ao poente
todos os dias
sentado na minha pedra
Fazendo poesia?
Nunca sei.
Mas estou perto
do poente que desejei
Olho tudo, as vezes,
mesmo atento, nada vejo
Nem quando as lágrimas
molham as conversas
Sensibilidade aflorada
na palavra sentimento
Mas a menina dos olhos
tem muitos carinhos,
curiosos como as marmotas
Já enfrentei os dragões
como guerreiro
de capa e espada
Uma rã me atingiu
posso vê-la em você,
no instante do beijo
no paraíso das noites
Ensino e aprendo
o tempo todo, mas
me diluo quando a vejo,
ali, onde beijei
Que sonhei ter beijado
que imaginei ter deitado
Sou do mundo, becos,
mulheres e outros gêneros,
acorrentado, torturado,
de outro amor platônico
Depois da descoberta
(des) vendada
interna - mente
me embebedarei,
serei destilado
deste lado
me afogando vivo
nas lágrimas engasgado
A isso me afasto
por ser mortal e penoso
queima o fogo, que acendi
pra nele se apagar
Te escrevo hoje, na janela
olhando minha noite,
meu poema, pra amanhã.
(Para minha amiga Aline Mattos)
PEDRA DURA ATÉ QUE FURA
Ela olhava a noite
festeira
e a cerveja suava
sobre a mesa
Uma escuridão dourada
confundia o tempo
entre uma e outra
conversa muda
O sorriso, róseo,
vibrante. Como se jorrasse
um som de violino
nos ouvidos
Amor ali tinha
margaridas todas na voz
a noite não prometia
nem lambia a maçã da poesia
Poeta que não sei amar,
advertido, com carinho,
a caminho estanquei
corri da minha morte
Deixei sentada na mesa
o amor a vista
Me olhando. Como faca
de corte de dois gumes
Confesso: Tenho medo da morte,
Se for do coração
Não quero morder
suas maçãs fonemas
O que ne deixa
me faz viver em paz
viver ventando todo
mas não acredite em mim
A cada noite festeira
de muita cerveja suada
Vai pondo seu carinho
sobre essa pedra.
festeira
e a cerveja suava
sobre a mesa
Uma escuridão dourada
confundia o tempo
entre uma e outra
conversa muda
O sorriso, róseo,
vibrante. Como se jorrasse
um som de violino
nos ouvidos
Amor ali tinha
margaridas todas na voz
a noite não prometia
nem lambia a maçã da poesia
Poeta que não sei amar,
advertido, com carinho,
a caminho estanquei
corri da minha morte
Deixei sentada na mesa
o amor a vista
Me olhando. Como faca
de corte de dois gumes
Confesso: Tenho medo da morte,
Se for do coração
Não quero morder
suas maçãs fonemas
O que ne deixa
me faz viver em paz
viver ventando todo
mas não acredite em mim
A cada noite festeira
de muita cerveja suada
Vai pondo seu carinho
sobre essa pedra.
domingo, 18 de março de 2012
COISAS DE UM VELHO
Não faz tempo
latinhas vazias
livros relidos
viravam tartarugas
e meu cachorrinho
tinha lábios de miss
sorriso de hienas
Meus olhos eram
os flachs do pensamento...
Minha velhice é coisa
de gente fútil.
latinhas vazias
livros relidos
viravam tartarugas
e meu cachorrinho
tinha lábios de miss
sorriso de hienas
Meus olhos eram
os flachs do pensamento...
Minha velhice é coisa
de gente fútil.
FILHOS
Carrego teorias prenhas
como filho de meus pais
que lutaram, morreram
aprenderam, na lida, de calos,
mortos calados, em alguma prisão,
Lá vou eu filho
na mesma pegada, ouros calos
Talvez me encontre com progéteis
pelo caminho.
Lá vou eu filho
na batalha pelos silenciosos
não como herói, mais morto vivo
Lá vem eles!
Os filhos da puta
dançando ao som hegemônico
de seus coturnos.
como filho de meus pais
que lutaram, morreram
aprenderam, na lida, de calos,
mortos calados, em alguma prisão,
Lá vou eu filho
na mesma pegada, ouros calos
Talvez me encontre com progéteis
pelo caminho.
Lá vou eu filho
na batalha pelos silenciosos
não como herói, mais morto vivo
Lá vem eles!
Os filhos da puta
dançando ao som hegemônico
de seus coturnos.
MASSAS
Me misturo as massas
como da massa, me pergunto:
onde está minha morada,
minha saúde, meu alimento,
que sustente minha vida?
Que sustente meus pares e o mundo
que de mim quer tirar a vida
Vivo morrendo
Será que morro vivendo?
Sou guerreiro
Preciso de armas, como muitos,
Pra defender meu direito a vida.
como da massa, me pergunto:
onde está minha morada,
minha saúde, meu alimento,
que sustente minha vida?
Que sustente meus pares e o mundo
que de mim quer tirar a vida
Vivo morrendo
Será que morro vivendo?
Sou guerreiro
Preciso de armas, como muitos,
Pra defender meu direito a vida.
domingo, 11 de março de 2012
É AMOR?
Tudo que odiei em voce
guardei pra mim
num baú de antiguidades
Toda manhã
quando fazia o café
voce sorria, achando que eu adorava
o café perfumado. Eu gostava de chá.
Os olhares parasitas, aos homens,
de corpo inteiro. Não eram pra mim.
Eu até acreditava nos seus anjos.
Com cuidado ajeitava o lençol suado da cama.
Minha pele arrepiava, lembrando o calor da noite,
sonhando eu perguntava: Isso é paixão?
Parecia mais, será amor?
Minha consciência se abre, se despe, me explica:
Germina o que se planta na cabeça. É amor!
Sempre quando se coloca-se em segundo
sabendo-se ser o primeiro.
guardei pra mim
num baú de antiguidades
Toda manhã
quando fazia o café
voce sorria, achando que eu adorava
o café perfumado. Eu gostava de chá.
Os olhares parasitas, aos homens,
de corpo inteiro. Não eram pra mim.
Eu até acreditava nos seus anjos.
Com cuidado ajeitava o lençol suado da cama.
Minha pele arrepiava, lembrando o calor da noite,
sonhando eu perguntava: Isso é paixão?
Parecia mais, será amor?
Minha consciência se abre, se despe, me explica:
Germina o que se planta na cabeça. É amor!
Sempre quando se coloca-se em segundo
sabendo-se ser o primeiro.
AS AÇÕES ALERTAM
Diante de tantas palavras
que pulam como pipocas
construímos frases na cabeça
que andam como filas de formigas
Junto com colibris coloridos
que beijam flores,
adoçam os lábios bicos,
fazendo crescer poemas
O ato é o movimento
da vida diária
cheia de conceitos prenhos
de uma estória em pedaços
Sinceridade?
Soltar a voz,
essas palavras latrinas,
explicando vontades e crueldades
que abrem feridas nas costas?
Os atos são um aviso
firmes como geléia
é o instinto animal
sem justificativa na poesia.
que pulam como pipocas
construímos frases na cabeça
que andam como filas de formigas
Junto com colibris coloridos
que beijam flores,
adoçam os lábios bicos,
fazendo crescer poemas
O ato é o movimento
da vida diária
cheia de conceitos prenhos
de uma estória em pedaços
Sinceridade?
Soltar a voz,
essas palavras latrinas,
explicando vontades e crueldades
que abrem feridas nas costas?
Os atos são um aviso
firmes como geléia
é o instinto animal
sem justificativa na poesia.
sexta-feira, 2 de março de 2012
ESPAÇO
Escuridão - e espaço
que, livre,
está em qualquer lugar
e abriga
guardando
o universo
de possibilidades infinitas
enquanto você se esconde.
que, livre,
está em qualquer lugar
e abriga
guardando
o universo
de possibilidades infinitas
enquanto você se esconde.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
SURTO DIONÍZICO
Estava pensativo diante de um copo de vinho velho,
quando me trouxe a realidade o coachar de um sapo,
Eu vi! Vi? Acho que vi.
Ele dar um grande gole num copo de cerveja,
mas..., pensando bem, talvez fosse um príncipe.
quando me trouxe a realidade o coachar de um sapo,
Eu vi! Vi? Acho que vi.
Ele dar um grande gole num copo de cerveja,
mas..., pensando bem, talvez fosse um príncipe.
DANÇA
Passamos os braços pelos ombros
ajustamos nossos quadris aos meus
alojamos os joelhos entre nossas pernas
Seu pé direito meu esquerdo, dois passos,
pra lá, pra cá, pra cima, em baixo, entre,
o olhar´passava para além, por fora,
dos nossos rostos sorridentes,
as mão rodopiavam os corpos.
Tocava Louis Amstrong ao fundo.
ajustamos nossos quadris aos meus
alojamos os joelhos entre nossas pernas
Seu pé direito meu esquerdo, dois passos,
pra lá, pra cá, pra cima, em baixo, entre,
o olhar´passava para além, por fora,
dos nossos rostos sorridentes,
as mão rodopiavam os corpos.
Tocava Louis Amstrong ao fundo.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
PRISIONEIRO
Amarras - correntes
no quarto escuro
onde o criado-mudo
anuncia o tempo,
o tempo é o espelho
que são afluentes na pele
Amarras - correntes
boiando na superfície,
dos rios e margens -
correntes.
no quarto escuro
onde o criado-mudo
anuncia o tempo,
o tempo é o espelho
que são afluentes na pele
Amarras - correntes
boiando na superfície,
dos rios e margens -
correntes.
TENHO URGÊNCIA DE VIVER
Tenho urgência de viver
Fui criança, fomos adolescentes,
sou... acho que sou...são.
Em todo mundo de loucos
há tantos doidos com tantas certezas
eu com tantas dúvidas
To be or not to be
Não sei quem sou,
tupiniquim?
Vale a pena ser o que penso de mim?
Penso tantas coisa, outros tantos,
pensam o mesmo, pode haver tantos?
Já sou visto por quem não sou
quando arrancar minha máscara da cara,
só verei velhas rugas.
Fui criança, fomos adolescentes,
sou... acho que sou...são.
Em todo mundo de loucos
há tantos doidos com tantas certezas
eu com tantas dúvidas
To be or not to be
Não sei quem sou,
tupiniquim?
Vale a pena ser o que penso de mim?
Penso tantas coisa, outros tantos,
pensam o mesmo, pode haver tantos?
Já sou visto por quem não sou
quando arrancar minha máscara da cara,
só verei velhas rugas.
ADEUS AMIGO...
Perdi um companheiro
entre coisas que seduzem,
o mundo, caos moralista, in-di-gente,
vou lembrá-lo, asseguro.
O afastamento é definitivo, talvez...talvez...
nos vemos no futuro.
Foi-se amigo, sem calor, sem falas,
Não hei de me perturbar com a descoberta
da causa - da vagina - a fera
Vamos morrer nessa vida - do fato
Assim como vivemos a passagem - do exato.
entre coisas que seduzem,
o mundo, caos moralista, in-di-gente,
vou lembrá-lo, asseguro.
O afastamento é definitivo, talvez...talvez...
nos vemos no futuro.
Foi-se amigo, sem calor, sem falas,
Não hei de me perturbar com a descoberta
da causa - da vagina - a fera
Vamos morrer nessa vida - do fato
Assim como vivemos a passagem - do exato.
INÍCIO
Saibam, com sinceridade,
aprendi a amar no cárcere,
me apaixonei através da grade da cela
a imensidão do céu e o mundo,
mas, poesia mesmo,
foi quando um raio de sol amarelado,
desenhou quadrados na parede
formas pra todo preso,
foi quando odiei o bonito
e resolvi fazer cabeças.
aprendi a amar no cárcere,
me apaixonei através da grade da cela
a imensidão do céu e o mundo,
mas, poesia mesmo,
foi quando um raio de sol amarelado,
desenhou quadrados na parede
formas pra todo preso,
foi quando odiei o bonito
e resolvi fazer cabeças.
sábado, 25 de fevereiro de 2012
ANSIEDADE
Acalme sua ansiedade
não é tempo, não é hora
está tudo muito confuso
o sonho não se faz agora.
Sossega sossega
logo a gente se deita
amassar lençol, socar colchões
deixa a vida prazeirosa.
não é tempo, não é hora
está tudo muito confuso
o sonho não se faz agora.
Sossega sossega
logo a gente se deita
amassar lençol, socar colchões
deixa a vida prazeirosa.
LÁPIDE
Adeus revolucionário
fomentador de conflitos.
Viver
na intensidade da luta
levou-o à morte
Se é bom combatente
lute com Deus e o Diabo
Isso sim eu faria se pudesse
Transformar minha covardia
em coragem, o confronto com minhas preces.
fomentador de conflitos.
Viver
na intensidade da luta
levou-o à morte
Se é bom combatente
lute com Deus e o Diabo
Isso sim eu faria se pudesse
Transformar minha covardia
em coragem, o confronto com minhas preces.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
CHUVA
Chovia no céu- cinza,
do novo dia que despontava
não lágrimas : - : chovia
Molhava o quadro
umedecia a muda cotovia
pra silenciar a despedida
Movimento repetido
do que seria o amor do amanhã
sem as lágrimas: - : porque chovia.
do novo dia que despontava
não lágrimas : - : chovia
Molhava o quadro
umedecia a muda cotovia
pra silenciar a despedida
Movimento repetido
do que seria o amor do amanhã
sem as lágrimas: - : porque chovia.
PODRES PODERES
Podres poderes, patrões,
pobre sujeito coisificado,
juventude sem identidade.
Podres sementes
que florescem
somente se apodrescem.
Podre mundo dialético
que mesmo enrugado
estica a vida num d`javu
Sistema vivente
que precisa matar
pra viver.
pobre sujeito coisificado,
juventude sem identidade.
Podres sementes
que florescem
somente se apodrescem.
Podre mundo dialético
que mesmo enrugado
estica a vida num d`javu
Sistema vivente
que precisa matar
pra viver.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
PIPA QUE PARTIU
No chão batido, a favela ao fundo;
crianças constroem pipas
e gritam:
O vento!...
Desembestada a pipa voou,
planou,
partiu,
As crianças surpresas xingam:
Puta que pariu!
crianças constroem pipas
e gritam:
O vento!...
Desembestada a pipa voou,
planou,
partiu,
As crianças surpresas xingam:
Puta que pariu!
FILHOS DA MÃE
A flexa de Marx
atravessou cabeças
A faca de Lênin
rasgou ilusões
A bomba de Brecht
explodiu o naturalismo
A flexa só não atravessou
A faca só não rasgou
A bomba só não explodiu
o rabo dos calhordas
que defendem a miséria.
atravessou cabeças
A faca de Lênin
rasgou ilusões
A bomba de Brecht
explodiu o naturalismo
A flexa só não atravessou
A faca só não rasgou
A bomba só não explodiu
o rabo dos calhordas
que defendem a miséria.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
O QUE FOR SERÁ
Se eu soubesse antes
que hoje sempre morre
que o amanhã também,
morreria tranquilo,
porque você seria
depois de amanhã.
Vem no seu tempo,
Onça pintada
de olhar agateado
Porque, quando for,
será o que é.
(Para a amiga Carol Martins)
que hoje sempre morre
que o amanhã também,
morreria tranquilo,
porque você seria
depois de amanhã.
Vem no seu tempo,
Onça pintada
de olhar agateado
Porque, quando for,
será o que é.
(Para a amiga Carol Martins)
sábado, 11 de fevereiro de 2012
PEDAÇO DA TARDE
"Vem a mágoa
nos dentes do lobo
e o pôr do sol
Suas visceras
sendo mastigadas
pedaço a pedaço. Tarde."
nos dentes do lobo
e o pôr do sol
Suas visceras
sendo mastigadas
pedaço a pedaço. Tarde."
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
DRAMATURGIA POÉTICA
Eu - Fique no chão ou voe
pra bem longe ou fique,
exploda ou silencie,
mesmo calada nos falamos.
Ela - Essa relação me pesa
como pesam os sonhos
sob os lençóis
Eu - Se me olhasse nos olhos
minha menina mostraria
seu reflexo dentro deles.
Ela - Ouve meu silêncio
como um murmúrio
de possibilidades
Eu - Somos marés morrendo
e quebrando nas praias
Ela - Vivo o medo, de não encontrar
o que procuro, sem querer tomar posse
Eu - Nunca soube onde começa a menina
e onde termina a mulher.
Ela - Confesso: Me escondo no meu íntimo
sem sentir o lá-fora-dos-outros.
pra bem longe ou fique,
exploda ou silencie,
mesmo calada nos falamos.
Ela - Essa relação me pesa
como pesam os sonhos
sob os lençóis
Eu - Se me olhasse nos olhos
minha menina mostraria
seu reflexo dentro deles.
Ela - Ouve meu silêncio
como um murmúrio
de possibilidades
Eu - Somos marés morrendo
e quebrando nas praias
Ela - Vivo o medo, de não encontrar
o que procuro, sem querer tomar posse
Eu - Nunca soube onde começa a menina
e onde termina a mulher.
Ela - Confesso: Me escondo no meu íntimo
sem sentir o lá-fora-dos-outros.
MULHER?
Sem considerar a forma e o conteúdo
como distinguir as mulheres?
São só diferentes nos nomes...
São tão parecidas como um buquê de rosas.
como distinguir as mulheres?
São só diferentes nos nomes...
São tão parecidas como um buquê de rosas.
O ABRAÇO DO POLVO
Polvo que mora no oceano
no fundo do mar do mundo
abraça, abraça e sufoca
a garganta
o pulmão
o pensamento
o estômago
as entranhas
abraça, abraça e sufoca
Polvo que mora no oceano
no fundo do mar do mundo
abraça o trabalhador
abraça os seus desejos
abraça os abraços, braços,
abraça as mãos sobre a natureza,
abraça a cabeça,
abraça e reabraça
abraçando e dançando,
dança pra lá e dança pra cá
ao som da balada.
no fundo do mar do mundo
abraça, abraça e sufoca
a garganta
o pulmão
o pensamento
o estômago
as entranhas
abraça, abraça e sufoca
Polvo que mora no oceano
no fundo do mar do mundo
abraça o trabalhador
abraça os seus desejos
abraça os abraços, braços,
abraça as mãos sobre a natureza,
abraça a cabeça,
abraça e reabraça
abraçando e dançando,
dança pra lá e dança pra cá
ao som da balada.
COMBATE A FICÇÃO
O amanhã virá de novo
com o abraço das coisas,
do amor, do trabalho, da exploração
e da luta, justa?
Uma fábrica que produz
cruelmente o futuro
Mudanças?
Só mudando a forma e o conteúdo
que já não nos cabe mais.
O amanhã poderá ser coletivo
um só corpo
sem céus, só oceano,
mar vermelho, transformado
pelo combate incessante, diário,
contra a ficção dos dias.
com o abraço das coisas,
do amor, do trabalho, da exploração
e da luta, justa?
Uma fábrica que produz
cruelmente o futuro
Mudanças?
Só mudando a forma e o conteúdo
que já não nos cabe mais.
O amanhã poderá ser coletivo
um só corpo
sem céus, só oceano,
mar vermelho, transformado
pelo combate incessante, diário,
contra a ficção dos dias.
sábado, 4 de fevereiro de 2012
SEREIANDO
Nos conhecemos hoje,
sou pra você
uma estrela?
Se o navegante navegar
o caminho errado de marear
a me seguir
vai naufragar no mar
se chocará nas rochas sob o mar.
Se você me navegar
a procurar: você
vai naufragar no mar
e as rochas dançarão
por nós em frenesi,
você nos encontrou.
sou pra você
uma estrela?
Se o navegante navegar
o caminho errado de marear
a me seguir
vai naufragar no mar
se chocará nas rochas sob o mar.
Se você me navegar
a procurar: você
vai naufragar no mar
e as rochas dançarão
por nós em frenesi,
você nos encontrou.
NÃO VOLTE NUNCA
Se eu lhe dirigir meu sorriso
quando a encontrar
não volte, não volte nunca
Virei a página dos melhores dias
meus olhos olham outras vidas
se perdem no horizonte
pra enxergar outras estórias
esquece os abraços, animais,
esquece meu céu da boca
onde não se molhou da verdade
Se tivesse eu percebido
a singela inutilidade dessa relação
tudo teria sido amizade
e nós teríamos sido felizes.
Se eu lhe dirigir meu sorriso
quando a encontrar
não volte, não volte nunca.
quando a encontrar
não volte, não volte nunca
Virei a página dos melhores dias
meus olhos olham outras vidas
se perdem no horizonte
pra enxergar outras estórias
esquece os abraços, animais,
esquece meu céu da boca
onde não se molhou da verdade
Se tivesse eu percebido
a singela inutilidade dessa relação
tudo teria sido amizade
e nós teríamos sido felizes.
Se eu lhe dirigir meu sorriso
quando a encontrar
não volte, não volte nunca.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
NUMA RUA
Uma víbora ( no pescoço)
de pele fria
numa noite numa rua
Cabeça arrancada
do corpo (frio)
numa noite numa rua.
Uma dor (violenta)
de ódio puro
numa noite numa rua.
de pele fria
numa noite numa rua
Cabeça arrancada
do corpo (frio)
numa noite numa rua.
Uma dor (violenta)
de ódio puro
numa noite numa rua.
AS MÁGOAS
A mágoa inversa: Amei
e des-armado sofri
impotente diante das armadilhas.
A mágoa interna: Um homem
num ser dividido
com o pensamento cansado
repleto de estratégias de vingança.
e des-armado sofri
impotente diante das armadilhas.
A mágoa interna: Um homem
num ser dividido
com o pensamento cansado
repleto de estratégias de vingança.
FALTA DE TEMPO
Dei um tiro no relógio
que marcava o tempo
Sangrei o espaço
no espaço do tempo
Em tempo:
Cavei minha cova
e virei um musgo
e a clorofila
sorria.
que marcava o tempo
Sangrei o espaço
no espaço do tempo
Em tempo:
Cavei minha cova
e virei um musgo
e a clorofila
sorria.
sábado, 28 de janeiro de 2012
SEM DIÁLOGO
Muitas cartas mortas
trocaram abraços entre si
hoje arquivadas com naftalinas
envenenadas por um coração seco,
Junto um revólver parcial
e manifestos niilistas
com pensamentos magoados
que detonam bombas sobre o mundo.
trocaram abraços entre si
hoje arquivadas com naftalinas
envenenadas por um coração seco,
Junto um revólver parcial
e manifestos niilistas
com pensamentos magoados
que detonam bombas sobre o mundo.
DES-AMOR
O pensamento voa no esqueleto da pipa
invocando nas nuvens o amor perdido
com uma gota de mar nos olhos
As mãos trêmuas deixam seu gesto
debaixo do rosto pálido
Dentes rangendo na boca fechada
num silêncio vazio
Solidão na vida noturna que faz
desaparecer o perfume
do vinho e da harpa que surge
na escuridão da noite
No alto a lua partida
sob bares e baladas
onde meninas magras
se deitam sob saxofones
dividindo hóstias invisíveis
elas coloridas e ardentes
com desconto de 5%
entre homens que não conhecem
ovários.
invocando nas nuvens o amor perdido
com uma gota de mar nos olhos
As mãos trêmuas deixam seu gesto
debaixo do rosto pálido
Dentes rangendo na boca fechada
num silêncio vazio
Solidão na vida noturna que faz
desaparecer o perfume
do vinho e da harpa que surge
na escuridão da noite
No alto a lua partida
sob bares e baladas
onde meninas magras
se deitam sob saxofones
dividindo hóstias invisíveis
elas coloridas e ardentes
com desconto de 5%
entre homens que não conhecem
ovários.
MÁGOA
A dor da mágoa
é definitiva
Não tem cura
a dor é viva
No batuque do coração
o som é seco
A dor da mágoa
dói noite e dia
Cicatrizes profundas
no peito do silêncio
A dor da mágoa
fantasmas acompanham
Assombrando medos
dos homens às muheres
Correntes que se arrastam
sobre chão pisado
A dor da mágoa
não tem razão
Martírio sem sentido
no pensamento insano
Na faca da dor
não sobra alguém
Vingança que tomba
sem ser saudável a ninguém.
é definitiva
Não tem cura
a dor é viva
No batuque do coração
o som é seco
A dor da mágoa
dói noite e dia
Cicatrizes profundas
no peito do silêncio
A dor da mágoa
fantasmas acompanham
Assombrando medos
dos homens às muheres
Correntes que se arrastam
sobre chão pisado
A dor da mágoa
não tem razão
Martírio sem sentido
no pensamento insano
Na faca da dor
não sobra alguém
Vingança que tomba
sem ser saudável a ninguém.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
NOVO?
Entre o amor
e o desamor
(poetizo dissonante
e denuncio a dor)
As rimas do poema
somem
Uma nova forma
emerge da pena.
e o desamor
(poetizo dissonante
e denuncio a dor)
As rimas do poema
somem
Uma nova forma
emerge da pena.
METAMORFOSE
Metamorfoseio-me
na mesma moldura
em outro, em você
num eterno espiral
Isso sou hoje
aquilo amanhã
naquilo futuro
Isso sou hoje
Retrato ativado
que não morre nunca
hoje gente
amanhã coisa
na mesma moldura
em outro, em você
num eterno espiral
Isso sou hoje
aquilo amanhã
naquilo futuro
Isso sou hoje
Retrato ativado
que não morre nunca
hoje gente
amanhã coisa
domingo, 22 de janeiro de 2012
PASSEIO
O vento não tem espinhos
nem o mundo traz carinhos
Morena, que ecoa silêncio
Enpresta-me tuas palavras!
Fará minha vida verde
morango - doce vermelho
tua voz - borboletas
que voarão a redor
O vento não tem espinhos
Ai, morena
nem o mundo traz carinhos
nem o mundo traz carinhos
Morena, que ecoa silêncio
Enpresta-me tuas palavras!
Fará minha vida verde
morango - doce vermelho
tua voz - borboletas
que voarão a redor
O vento não tem espinhos
Ai, morena
nem o mundo traz carinhos
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
PARTIDA
Minha esperança me alimentava
como a beleza dos lírios
clareando horizontes
Quanto mais eu chegava
tudo parecia mais longe
quanto mais acreditava
menos era verdade
Apenas meu pensamento te alcançava,
os olhos, tão redondos
te deixavam ausente
chorei por noites e dias
O peito - tão bomba!
O corpo - tão frágil!
Eu não percebia
que eu chegava
e voce ia.
como a beleza dos lírios
clareando horizontes
Quanto mais eu chegava
tudo parecia mais longe
quanto mais acreditava
menos era verdade
Apenas meu pensamento te alcançava,
os olhos, tão redondos
te deixavam ausente
chorei por noites e dias
O peito - tão bomba!
O corpo - tão frágil!
Eu não percebia
que eu chegava
e voce ia.
PRA TE AQUECER
Só voce conhece
voce mesma,
mas podemos nos olhar
no nosso silêncio,
algo novo brotará
nesse corpo aquecido,
talvez baste
este coração
pra aquecer teus dias.
voce mesma,
mas podemos nos olhar
no nosso silêncio,
algo novo brotará
nesse corpo aquecido,
talvez baste
este coração
pra aquecer teus dias.
PINHEIRINHO II
Avante!
Trabalhadores, moradores
do pinheirinho!
Chorará? Não.
Não chorará.
È teu este chão.
Teu mundo é de luta
povo bonito.
Você não sabe a força que tem
Tua boca amordaçada
Teus pés amarrados
correntes do Estado
Quem te segurará?
Junta-se povo!
forma trincheiras!
luta seu sonho!
troca tuas lágrimas
gente guerreira!
Outras palavras
substituem a dos loucos
que dizem: "É inútil resistir"
O latifúndio resiste
te mata a vida, mas voce argila,
se multiplica.
Trabalhadores, moradores
do pinheirinho!
Chorará? Não.
Não chorará.
È teu este chão.
Teu mundo é de luta
povo bonito.
Você não sabe a força que tem
Tua boca amordaçada
Teus pés amarrados
correntes do Estado
Quem te segurará?
Junta-se povo!
forma trincheiras!
luta seu sonho!
troca tuas lágrimas
gente guerreira!
Outras palavras
substituem a dos loucos
que dizem: "É inútil resistir"
O latifúndio resiste
te mata a vida, mas voce argila,
se multiplica.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
SERES DO SILÊNCIO
Era tarde sem vento
tarde sem movimento
tudo calmo e ausente
Um doloroso sentimento que incomoda
Visto outra pele para tocar o mundo
Haviam multidões e um vazio oco
Em cada canto homens criavam
homens e mulheres silenciosas.
tarde sem movimento
tudo calmo e ausente
Um doloroso sentimento que incomoda
Visto outra pele para tocar o mundo
Haviam multidões e um vazio oco
Em cada canto homens criavam
homens e mulheres silenciosas.
VÔO
Não sorri. Chora as vezes.
Outras vezes raivoso se abate
num mundo de narcisos e aflitos
tem a terra sob os pés
a cabeça atormentada,
é humano, não ave, não sabe
pousar um coração.
Outras vezes raivoso se abate
num mundo de narcisos e aflitos
tem a terra sob os pés
a cabeça atormentada,
é humano, não ave, não sabe
pousar um coração.
CICATRIZES
Pensando em silêncio
desprotegido me protejo,
pensando espelhos
em silêncios sem conclusões,
olhando inimigos,
vejo amigos e me entorpeço,
talvez nos meus atos futuros
o corpo surja cicatrizado.
desprotegido me protejo,
pensando espelhos
em silêncios sem conclusões,
olhando inimigos,
vejo amigos e me entorpeço,
talvez nos meus atos futuros
o corpo surja cicatrizado.
JANELAS
Ao prazer do sofrimento
a fuga resta,
Criação dentro do silêncio
silêncio fundo
silêncio contemporâneo
ser-ou-não-ser,
Olhar para além da janela
Pra nada ser visto,
O que não se vê
é inundado pela noite escura.
a fuga resta,
Criação dentro do silêncio
silêncio fundo
silêncio contemporâneo
ser-ou-não-ser,
Olhar para além da janela
Pra nada ser visto,
O que não se vê
é inundado pela noite escura.
PINHEIRINHO
Cidade isolada
são gente: foram
o que são: muitos
A história contra a qual lutamos.
Pinheirinho passa suas horas de insônias
Dormem o dia sem saber do dia
Vamos fazer mudar?
Nossa história precisamos fazer agora.
Trabalhadores, socialistas de saletas
note books, cyber-cafés
Jacarés comem peixes fora dágua
e digerem nossa história de luta.
Olhamos...olhamos...Olhamos...
O que vemos?
são gente: foram
o que são: muitos
A história contra a qual lutamos.
Pinheirinho passa suas horas de insônias
Dormem o dia sem saber do dia
Vamos fazer mudar?
Nossa história precisamos fazer agora.
Trabalhadores, socialistas de saletas
note books, cyber-cafés
Jacarés comem peixes fora dágua
e digerem nossa história de luta.
Olhamos...olhamos...Olhamos...
O que vemos?
CRIANÇAS
Crianças bebem esperanças
e fumam crack
pensando em vida feliz
vida que não terão
Ruas de asfalto catatonicos e céu
Vilões morrem nas tvs de vitrines
ou em jogos de video-games
todo dia uma ficção diferente
Outras crianças marcianas
matam o tempo a distância
enquanto as águas das piscinas
fazem ondas sózinhas
Tem muita criança no mundo.
e fumam crack
pensando em vida feliz
vida que não terão
Ruas de asfalto catatonicos e céu
Vilões morrem nas tvs de vitrines
ou em jogos de video-games
todo dia uma ficção diferente
Outras crianças marcianas
matam o tempo a distância
enquanto as águas das piscinas
fazem ondas sózinhas
Tem muita criança no mundo.
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
FOI-SE
Foi-se dois mil e onze
quantos mil mais
viverão, aquilo
que não morre
se transforma e fica
mil se vão, mil nascem
com a fome que não fica pra trás.
quantos mil mais
viverão, aquilo
que não morre
se transforma e fica
mil se vão, mil nascem
com a fome que não fica pra trás.
POUCA RENDA
Arroz frio
comido
ontem
outra vez
hoje
comido
gelado
amanhecido
falta
grão
na casa
de pouca renda.
comido
ontem
outra vez
hoje
comido
gelado
amanhecido
falta
grão
na casa
de pouca renda.
CÔR DE ROSAS
Pelo óculos de pedra
o silêncio olha
os defeitos ou a sombra
do homem que grita sua dor?
Meninba dos olhos de vidro:
- Rouba corações de homens,
sem os conhecer de lugar algum.
Por trás do silêncio
as maçãs escondidas
desejando sem lugar
Côr de rosas nossas vidas.
o silêncio olha
os defeitos ou a sombra
do homem que grita sua dor?
Meninba dos olhos de vidro:
- Rouba corações de homens,
sem os conhecer de lugar algum.
Por trás do silêncio
as maçãs escondidas
desejando sem lugar
Côr de rosas nossas vidas.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
TRANSFORMAÇÃO
O capitalismo
será socialismo
pra poder sobreviver.
Tem essa capacidade de transformação
que poucas criaturas tem
E nós criando e nos submetendo a elas
Esperando naturalmente,
lutando com as sentenças
escritas nas cinzas.
será socialismo
pra poder sobreviver.
Tem essa capacidade de transformação
que poucas criaturas tem
E nós criando e nos submetendo a elas
Esperando naturalmente,
lutando com as sentenças
escritas nas cinzas.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
SILÊNCIO
O silêncio fixo
Noturno
é a base do deserto
O silvo traçante
diário
é o grito do silêncio
A areia corre como crianças
matando de sede a garganta
e o silêncio com vontade de ser tudo
Procuro seu céu da boca
pra me molhar de saliva
enquanto o silêncio escurece.
Noturno
é a base do deserto
O silvo traçante
diário
é o grito do silêncio
A areia corre como crianças
matando de sede a garganta
e o silêncio com vontade de ser tudo
Procuro seu céu da boca
pra me molhar de saliva
enquanto o silêncio escurece.
QUARTO VAZIO
Meus olhos lacrimejam
lembrando o amor de muitas mulheres
O coração bate forte
como Olodum na Bahia
Na cama, à noite
O lençol dorme. Suave
O tempo passa
no quarto que envelhece
Já não há gemidos
nem comigo mais conversa
As lembranças ficam amontoadas
nas fotos descoloridas
Onde isso vai parar?
É cinco da manhã
Vou sigo dormindo
longe...
meu quarto...
quarto vazio...
lembrando o amor de muitas mulheres
O coração bate forte
como Olodum na Bahia
Na cama, à noite
O lençol dorme. Suave
O tempo passa
no quarto que envelhece
Já não há gemidos
nem comigo mais conversa
As lembranças ficam amontoadas
nas fotos descoloridas
Onde isso vai parar?
É cinco da manhã
Vou sigo dormindo
longe...
meu quarto...
quarto vazio...
ARCO IRIS
quando os homens andam juntos
Ah! parecem mais colibris e bem-te-vis
e o mundo parece tão colorido.
Ah! parecem mais colibris e bem-te-vis
e o mundo parece tão colorido.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
PERTURBAÇÃO
Amarrei meu tornozelo
nas lembranças
Sou arrastado pelas ruas
sangrando no asfalto
Machucado de insônias
me trato todas as manhãs
nas lembranças
Sou arrastado pelas ruas
sangrando no asfalto
Machucado de insônias
me trato todas as manhãs
ACABOU
Teu rosto é o mesmo
fora da moldura
foi-se
Foram-se os sonhos
ganharam velas
partiram mar afora.
fora da moldura
foi-se
Foram-se os sonhos
ganharam velas
partiram mar afora.
ADOLESCENTE
Estou com cinquenta anos
logo me vai a adolescência
Vou parar de beber e de fumar
fazer o ENEM e estudar
Fazer o que todos esperam de mim
ser doutor, ter uma casinha com jardim
Vou ser o que as mulheres esperam
senão jamais caso, e elas se desesperam
Tudo quando a adolescência acabar.
logo me vai a adolescência
Vou parar de beber e de fumar
fazer o ENEM e estudar
Fazer o que todos esperam de mim
ser doutor, ter uma casinha com jardim
Vou ser o que as mulheres esperam
senão jamais caso, e elas se desesperam
Tudo quando a adolescência acabar.
domingo, 8 de janeiro de 2012
PEDRA E MAR
Ela sentou na pedra
me olhou
Sentou na pedra
pra olhar o mar
me beijou
O mar nem viu
nem ligou
Me abraçou
O mar revolto
A pedra calada
O mar olhado
marulhado
Ela se foi
Pedra parada
Mar pra todo lado.
/home/ecid4/Desktop/sidcris3.jpg
me olhou
Sentou na pedra
pra olhar o mar
me beijou
O mar nem viu
nem ligou
Me abraçou
O mar revolto
A pedra calada
O mar olhado
marulhado
Ela se foi
Pedra parada
Mar pra todo lado.
/home/ecid4/Desktop/sidcris3.jpg
sábado, 7 de janeiro de 2012
FRANGO BOI
É uma galinha na forma - do rabo
ao bico. Uma galinha noturna
Uma galinha de sexta.
Presente de um cafetão.
É uma galinha de puleiro,
no sentido
Uma galinha sem discussão,
nas ruas sem nome.
Surpreso de vê-la, vendida,
Bola da vez
O mundo em movimento,
O milho no prato.
O prato gelado
o prato quebado
fragmentos de louça,
É galinha, e dai?
Passa a noite fria
Passam todos os estranhos
sob seus pés, enrugados,
e o mundo continua correndo
ao bico. Uma galinha noturna
Uma galinha de sexta.
Presente de um cafetão.
É uma galinha de puleiro,
no sentido
Uma galinha sem discussão,
nas ruas sem nome.
Surpreso de vê-la, vendida,
Bola da vez
O mundo em movimento,
O milho no prato.
O prato gelado
o prato quebado
fragmentos de louça,
É galinha, e dai?
Passa a noite fria
Passam todos os estranhos
sob seus pés, enrugados,
e o mundo continua correndo
SEM RESPOSTA
A uma mensagem de vento
me calo
sem resposta alguma
Como se o sol não se deitasse
a sonhar com a lua
como se paixão
fosse tufão.
Tudo muito complicado
como se toda flôr aberta
ganhasse um beija-flôr
sabe...assim... meio...
se tudo fosse você.
me calo
sem resposta alguma
Como se o sol não se deitasse
a sonhar com a lua
como se paixão
fosse tufão.
Tudo muito complicado
como se toda flôr aberta
ganhasse um beija-flôr
sabe...assim... meio...
se tudo fosse você.
SURDEZ
Não constroem os operários
o mundo, a consciência
constrói seus dias.
Em qualquer ato
que lhe traga prazer
cigarras cantam em côro,
Pare! - Pra eles é imperceptível,
ensurdecidos pelo som da bigorna
e o calo nas suas mãos grossas,
o mundo, a consciência
constrói seus dias.
Em qualquer ato
que lhe traga prazer
cigarras cantam em côro,
Pare! - Pra eles é imperceptível,
ensurdecidos pelo som da bigorna
e o calo nas suas mãos grossas,
CANSEI
Cansei de falar de nós
Cansei de falar de mim
Cansei de falar do mundo
Cansei agora.
Já falei muito.
Acho que falei tudo.
Acho?
Foi tudo tão rápido.
Cansei de falar de mim
Cansei de falar do mundo
Cansei agora.
Já falei muito.
Acho que falei tudo.
Acho?
Foi tudo tão rápido.
CORAÇÃO COM ASAS
Deprimo-me as vezes
o rosto envelhece na cabeça
uma coroa apertando, espinhos,
e o coração assustado - bate asas.
o rosto envelhece na cabeça
uma coroa apertando, espinhos,
e o coração assustado - bate asas.
LUGAR NENHUM
O destino de todos
se escreve
a portas fechadas
Polvo a direita
Aranhas a esquerda
a gosma e o fio
quase invisíveis
A roda gira
levando os destinos
pra lugar nenhum.
se escreve
a portas fechadas
Polvo a direita
Aranhas a esquerda
a gosma e o fio
quase invisíveis
A roda gira
levando os destinos
pra lugar nenhum.
SOLDADO
A lúcida consciência
olhou pra mim.
O materialismo
atravessou a fábrica
Foi
comigo
pra casa
e eu
Que envelheci
Amanheci
soldado.
olhou pra mim.
O materialismo
atravessou a fábrica
Foi
comigo
pra casa
e eu
Que envelheci
Amanheci
soldado.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
PALAVRAS A ESMO
Eu na frente do espelho
me vejo meu manequim
sem pernas no canto da parede.
Eu uso Black-Tie na garagem
dentro do meu carro
como um gato cego
na minha visão mecânica
de pegar Marias gasolinas.
Me olho na imagem morta
na frente do espelho
pensando perguntas
que não se respondem.
Nessas linhas mal traçadas
saem palavras sem cabeças
que me inquietam,
o papel, e aos outros.
me vejo meu manequim
sem pernas no canto da parede.
Eu uso Black-Tie na garagem
dentro do meu carro
como um gato cego
na minha visão mecânica
de pegar Marias gasolinas.
Me olho na imagem morta
na frente do espelho
pensando perguntas
que não se respondem.
Nessas linhas mal traçadas
saem palavras sem cabeças
que me inquietam,
o papel, e aos outros.
HOJE É AINDA ONTEM
Enquanto a estrutura não se abalar
Ontem continua sendo hoje.
Os teóricos de Marx
ainda são audíveis
ao quebrar o tédio
com suas taças de vinho.
Nós trabalhadores frequentes
ausentes, do produto do trabalho
nos compadecemos
com o amor carente deles,
Nós carentes de mudanças,
cansamos de teorias prenhas, pois,
Hoje continua sendo ontem.
Ontem continua sendo hoje.
Os teóricos de Marx
ainda são audíveis
ao quebrar o tédio
com suas taças de vinho.
Nós trabalhadores frequentes
ausentes, do produto do trabalho
nos compadecemos
com o amor carente deles,
Nós carentes de mudanças,
cansamos de teorias prenhas, pois,
Hoje continua sendo ontem.
EIFICAÇÃO
Do trabalho repetitivo
pulsa dia a dia
um robô
sem imaginação
máquina com vida
mais e mais embriões nascem
imaginando nada, nada massa
entre máquinas,
um mundo em movimento
no sentido horário
Os cadáveres andam automatamente
pés cascudos, sombras no asfalto vagabundo
Sobre as cabeças, o estado, os aviões,
aplaudindo a alienação, fecundando
óvulos entre o sexo de metal
fetos de engrenagens
leite de óleo diesel.
Na mente o lampejo de canções
e a máquina cada vez mais forte
por obra de seu escarro.
pulsa dia a dia
um robô
sem imaginação
máquina com vida
mais e mais embriões nascem
imaginando nada, nada massa
entre máquinas,
um mundo em movimento
no sentido horário
Os cadáveres andam automatamente
pés cascudos, sombras no asfalto vagabundo
Sobre as cabeças, o estado, os aviões,
aplaudindo a alienação, fecundando
óvulos entre o sexo de metal
fetos de engrenagens
leite de óleo diesel.
Na mente o lampejo de canções
e a máquina cada vez mais forte
por obra de seu escarro.
SOBREVIVENTES
Os revolucionários de hoje,
passam a noite à mesa, em note-books
pra lutar contra os monstros
que germinam a cada dia.
Monstros, capitalistas, pelegos
de palavras. Engatilha suas teorias,
atirando sobre o papel e a tela,
sangrando-se a cada batalha.
Doce luta revolucionária
sem confronto, sem armas,
sem fuga ou desconforto,
febre ou vertigem.
Há uma justificativa:
Não há revolução, sem teoria revolucionária,
não há continuidade sem sobreviventes.
passam a noite à mesa, em note-books
pra lutar contra os monstros
que germinam a cada dia.
Monstros, capitalistas, pelegos
de palavras. Engatilha suas teorias,
atirando sobre o papel e a tela,
sangrando-se a cada batalha.
Doce luta revolucionária
sem confronto, sem armas,
sem fuga ou desconforto,
febre ou vertigem.
Há uma justificativa:
Não há revolução, sem teoria revolucionária,
não há continuidade sem sobreviventes.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
FAMINTOS
Louca essa química anarquista de amor
des-amor e tragédias
Amor des-amado des-armado
violência vã do ciúme
Vou ao buraco escuro mais fundo
buscar uma estrela no céu da sua boca
com todos os conflitos
eu, voce e os carinhos,
famintos, muito famintos.
des-amor e tragédias
Amor des-amado des-armado
violência vã do ciúme
Vou ao buraco escuro mais fundo
buscar uma estrela no céu da sua boca
com todos os conflitos
eu, voce e os carinhos,
famintos, muito famintos.
ÚLTIMA LÁGRIMA
Minha lágrima que cai!
A última... a mais perigosa
Antes, outras cairam,
por cairem nada aconteceu.
Essa lágrima é a final
a que gostaria de guardar
mas posso acabar afogado.
Lágrima que cai,
perigosa! Perigosa!
A última... a mais perigosa
Antes, outras cairam,
por cairem nada aconteceu.
Essa lágrima é a final
a que gostaria de guardar
mas posso acabar afogado.
Lágrima que cai,
perigosa! Perigosa!
CACOS
Ainda me corto
com os cacos dos sonhos,
não dá pra varrer
para debaixo do tapete
Alguém pode se machucar.
Vou viver meu pânico
eminente de nada
e ir curando os cortes
acarinhando as cicatrizes.
com os cacos dos sonhos,
não dá pra varrer
para debaixo do tapete
Alguém pode se machucar.
Vou viver meu pânico
eminente de nada
e ir curando os cortes
acarinhando as cicatrizes.
SEM CONSERTO
Desisti de consertar
o que se quebrou
sem desforra
sem vingança
ou revide,
seu mal ficará maior
sem conserto.
o que se quebrou
sem desforra
sem vingança
ou revide,
seu mal ficará maior
sem conserto.
QUANDO FINDARÁ O DIA?
Somos responsáveis por crimes que não cometemos?
As ditaduras de esquerda e de direita cerram
seus punhos de areia e dizem: Sim!
Não temos a fanática infância Taliban
acreditamos em heróis e Peter Pans,
talvez dai a responsabilidade e o castigo,
um cão de botas em cada esquina
e o mundo patrulhando nossas mentes.
Quando findará este dia?
As ditaduras de esquerda e de direita cerram
seus punhos de areia e dizem: Sim!
Não temos a fanática infância Taliban
acreditamos em heróis e Peter Pans,
talvez dai a responsabilidade e o castigo,
um cão de botas em cada esquina
e o mundo patrulhando nossas mentes.
Quando findará este dia?
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
PENSANDO NO AMANHÃ
Diante deste novo mundo,
entendo a miséria
como poeira de chão.
Levanto os olhos,
avisto crianças e passarinhos,
Choro.
E penso no fuzil
enferrujando na despensa.
entendo a miséria
como poeira de chão.
Levanto os olhos,
avisto crianças e passarinhos,
Choro.
E penso no fuzil
enferrujando na despensa.
REVOLUÇÃO DE GABINETE
Socialistas de gabinete,
estudam, teorizam lutas,
sob a lua branca
Ouço os pequenos- burgueses
festejando, pintando as caras,
como índios, a cantar as lutas.
estudam, teorizam lutas,
sob a lua branca
Ouço os pequenos- burgueses
festejando, pintando as caras,
como índios, a cantar as lutas.
POMBAS E URUBUS
Eu queria diante do que vejo
perder-me num cemitério
entre túmulos e urubus
Antes pombas brancas
com ares de anjos
neste mundo - mais cruel que cemitério
Paz - na terra como se elas
pudessem levar nossos conflitos
loucas brancas - rapina sentinela
Nascido eu nesse quase
coisa que angustia
caminho seco, e luto.
Sem chumbo - cético
urubu e pomba
pra desvendar o enigma do meu futuro.
perder-me num cemitério
entre túmulos e urubus
Antes pombas brancas
com ares de anjos
neste mundo - mais cruel que cemitério
Paz - na terra como se elas
pudessem levar nossos conflitos
loucas brancas - rapina sentinela
Nascido eu nesse quase
coisa que angustia
caminho seco, e luto.
Sem chumbo - cético
urubu e pomba
pra desvendar o enigma do meu futuro.
NÃO HOUVESSE VOCÊ
Se voce não me olhasse
não haveria sol
na minha vida cega
Se voce não me acariciasse
as rugas jamais
sorririam nas minhas pálpebras
Se voce não cochichasse aos meus ouvidos
o clarinete jamais
atravessaria o som desse poema
Se voce não dormisse comigo
o calor do corpo jmais
permaneceria em nosso sonho.
não haveria sol
na minha vida cega
Se voce não me acariciasse
as rugas jamais
sorririam nas minhas pálpebras
Se voce não cochichasse aos meus ouvidos
o clarinete jamais
atravessaria o som desse poema
Se voce não dormisse comigo
o calor do corpo jmais
permaneceria em nosso sonho.
MAGIA
Subitamente - Tornei-me um mágico!
Transformei coisas em simples pessoas
Ao luar da noite, em meio a um caos escuro,
num sujeito que chora e sorri
cheio de sensibilidade e compaixão.
Transformei coisas em simples pessoas
Ao luar da noite, em meio a um caos escuro,
num sujeito que chora e sorri
cheio de sensibilidade e compaixão.
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