Uma mosca massageava as pernas dianteiras
Acariciava a cabeça e limpava as pernas traseiras
Eu imaginava castelos e princesas, enquanto me masturbava.
domingo, 4 de dezembro de 2011
QUE ALGUÉM ME SALVE
Tempo
eificado, sedutor,
nós...a coisa
Vida! Não quero vida!
de protótipos,
quem sabe...
um ex-man
nos salve agora.
Quem dera
voltasse no tempo
de coisa me tornasse gente
gente...gente...gente...
E o amor?
Que brotasse
de sementes
queimando
como águas marinhas.
eificado, sedutor,
nós...a coisa
Vida! Não quero vida!
de protótipos,
quem sabe...
um ex-man
nos salve agora.
Quem dera
voltasse no tempo
de coisa me tornasse gente
gente...gente...gente...
E o amor?
Que brotasse
de sementes
queimando
como águas marinhas.
ELES
Manuéis sem bandeiras
são meninos
cavalos de cabrestos
que cavalgam
quadrados
Coras Coralinas
são meninas
despetalando margaridas
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, mal me quer
são meninos
cavalos de cabrestos
que cavalgam
quadrados
Coras Coralinas
são meninas
despetalando margaridas
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, mal me quer
Bem me quer, mal me quer
ENTREFERROS
Entre as treliças de ferro
aprisionados
o sol, a noite,o mundo,
morada e vida.
Entre as treliças de ferro
censuras, torturas, gritos,
solidão e sobrevida.
Olhando pelas ventanas
sua silhueta
inteira
marejando-me
Uma figura de areia
coberta de espumas
lutando contra as marés
Aprisionado, navegante,
que por você sobrevive
entre o dia, a noite, no mundo
e num mar que não cabe.
Vamos e voltamos
contra as correntes
grilhões de versos
na praia pra ti.
aprisionados
o sol, a noite,o mundo,
morada e vida.
Entre as treliças de ferro
censuras, torturas, gritos,
solidão e sobrevida.
Olhando pelas ventanas
sua silhueta
inteira
marejando-me
Uma figura de areia
coberta de espumas
lutando contra as marés
Aprisionado, navegante,
que por você sobrevive
entre o dia, a noite, no mundo
e num mar que não cabe.
Vamos e voltamos
contra as correntes
grilhões de versos
na praia pra ti.
sábado, 3 de dezembro de 2011
DIANTE DO ESPELHO
Só
diante do espelho
visto
minha sombra
Só
diante do espelho
Sou outro
que olha
Só
diante do espelho
aquela sombra
mais um dia
Até de noite
só
diante do espelho.
diante do espelho
visto
minha sombra
Só
diante do espelho
Sou outro
que olha
Só
diante do espelho
aquela sombra
mais um dia
Até de noite
só
diante do espelho.
CIDADANIA
Minha liberdade
não me dá moradia
Nem roupas, ou alimento
nem vara de pescar
Minha liberdade
costura minha cidadania
na sola dos meus pés
Com a farsa dos direitos
e a obrigação dos deveres.
não me dá moradia
Nem roupas, ou alimento
nem vara de pescar
Minha liberdade
costura minha cidadania
na sola dos meus pés
Com a farsa dos direitos
e a obrigação dos deveres.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
POLVO
Por muito tempo
abracei um molusco
um polvo grande, gosmento
foi nogento.
Nogento
foi descobrir
que o polvo
é que me abraçava
todo tempo.
abracei um molusco
um polvo grande, gosmento
foi nogento.
Nogento
foi descobrir
que o polvo
é que me abraçava
todo tempo.
BARBARIDADES
A cada escolha que faço
assassino outras vidas
que não vou viver
dividido como sou
deixo as vidas por ai
ou as guardo
no fundo da gaveta
Isso é sedutor
o costume da poesia,
publicar um livro
e outras barbaridades.
assassino outras vidas
que não vou viver
dividido como sou
deixo as vidas por ai
ou as guardo
no fundo da gaveta
Isso é sedutor
o costume da poesia,
publicar um livro
e outras barbaridades.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
CHAMAMENTO
Diante das sobras
só me cabe a luta
ancorado na utopia
Ser feliz com o pouco que conquisto
não perder já é um avanço
pra quem é cego a luz do nada
Se minha paz nunca existir
vai doer perder meu tudo
pois sonho com muito mais
Dói-me essa vida mar de rosas
disfarçada de sarau de praia
e de viver curando ressacas
Na minha militância por vitórias
Finjo que a vida ajuda o sonho
procurando um sol, nos fracassos
Repiso os caminhos antigos
procurando camaradas na solidão
pra se juntarem comigo
A história é luta
Não conjuga o verbo esquecer
Não serei esquecido vivo.
só me cabe a luta
ancorado na utopia
Ser feliz com o pouco que conquisto
não perder já é um avanço
pra quem é cego a luz do nada
Se minha paz nunca existir
vai doer perder meu tudo
pois sonho com muito mais
Dói-me essa vida mar de rosas
disfarçada de sarau de praia
e de viver curando ressacas
Na minha militância por vitórias
Finjo que a vida ajuda o sonho
procurando um sol, nos fracassos
Repiso os caminhos antigos
procurando camaradas na solidão
pra se juntarem comigo
A história é luta
Não conjuga o verbo esquecer
Não serei esquecido vivo.
NOVO INSTRUMENTO
Não passearei pelo céu da tua boca
manterei minha língua seca
No artesanato do teu corpo
Negro?
Vou criar meu melhor poema
Nos lençóis molhados
pelo seu peso morto
me deliciarei
como um clarinete na alvorada.
manterei minha língua seca
No artesanato do teu corpo
Negro?
Vou criar meu melhor poema
Nos lençóis molhados
pelo seu peso morto
me deliciarei
como um clarinete na alvorada.
NÃO QUERO ESTAR MAIS TRISTE
Não quero estar mais triste
pro meu nariz, de poeira
há sempre outras cores
ou nenhumas.
No desejo que se quer nunca
não quero mais estar triste
me olhando
no outro.
pro meu nariz, de poeira
há sempre outras cores
ou nenhumas.
No desejo que se quer nunca
não quero mais estar triste
me olhando
no outro.
BALADA NUM BAR DO CENTRO
Risos até as orelhas
penduricalhos imaginários
Celular ching ling, florido
opacos, rosas pink
Tiara nos cabelos, nem lisos, nem secos
Ela finge maturidade
atrás dos óculos da estação, riquezas
pra inteligêngia de rosto,
olhares de cobiça.
As roupas justas marcam o corpo,
batom vermelho nos lábios finos,
sem sensualidade.
O bar oferta alegria e prazer,
o som e a bebida, beleza
maior que a do corpo
entrega do corpo
Olhos vazios no teto
lágrimas até as orelhas
penduricalhos imaginários
repousam ao lado da cama
nas sextas.
penduricalhos imaginários
Celular ching ling, florido
opacos, rosas pink
Tiara nos cabelos, nem lisos, nem secos
Ela finge maturidade
atrás dos óculos da estação, riquezas
pra inteligêngia de rosto,
olhares de cobiça.
As roupas justas marcam o corpo,
batom vermelho nos lábios finos,
sem sensualidade.
O bar oferta alegria e prazer,
o som e a bebida, beleza
maior que a do corpo
entrega do corpo
Olhos vazios no teto
lágrimas até as orelhas
penduricalhos imaginários
repousam ao lado da cama
nas sextas.
CIDADE
Um casal se beijava
Outro pagava
Alguem resfriado
Outro sorria por nada
Uma mulher mancava
Um homem vendia paçocas
Tantos mais
pediam esmolas
pra fumar crack - fugir da cidade
bebiam cachaças - nariz escorrendo
executivos cegos - olhares mortos
palitavam os dentes e jogavam no chão
os restos pra muitos outros
O polvo dá seu abraço
aperto no povo
frio como esta noite
que escondem caladas
como o amanhã
Tumor coletivo
e uma balada na esquina.
Outro pagava
Alguem resfriado
Outro sorria por nada
Uma mulher mancava
Um homem vendia paçocas
Tantos mais
pediam esmolas
pra fumar crack - fugir da cidade
bebiam cachaças - nariz escorrendo
executivos cegos - olhares mortos
palitavam os dentes e jogavam no chão
os restos pra muitos outros
O polvo dá seu abraço
aperto no povo
frio como esta noite
que escondem caladas
como o amanhã
Tumor coletivo
e uma balada na esquina.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
CRICRILANTE
Um grilo me atormentou à noite
debaixo da cama.
Cris!...Cris!...Cris!...
Tramando contra meus sonhos
Um grilo ecoava nas paredes
debaixo da minha cama
Cris!...Cris!...Cris!...
Suicidando-me de ruídos
Um grilo saltitante verde livre
debaixo da minha cama.
Cris!...Cris!...Cris!...
Um grilo cris - ta - lindo
me afogando em água represada
Cris!...Cris!...Cris!...
Na tina.
debaixo da cama.
Cris!...Cris!...Cris!...
Tramando contra meus sonhos
Um grilo ecoava nas paredes
debaixo da minha cama
Cris!...Cris!...Cris!...
Suicidando-me de ruídos
Um grilo saltitante verde livre
debaixo da minha cama.
Cris!...Cris!...Cris!...
Um grilo cris - ta - lindo
me afogando em água represada
Cris!...Cris!...Cris!...
Na tina.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
PRISÃO DO AMOR IMPERFEITO
Cela 3/4 com grade na janela
lembranças, lembranças do tempo,
Some como sombra, defronte dela.
Atrás dela, presa comigo
esperanças, inventadas,
Num amor que te ponho
Sobre seu corpo, que pinga sal
É doce saber que nada muda
por ser bom
mas a verdade atrapalha
quem sonha com cela.
O sal do peito aprisionado
Na cela do amor que sofre
sublime, que não é,
Mas grande e imperfeito.
Some como sombra
na cela 3/4, de grades na janela.
lembranças, lembranças do tempo,
Some como sombra, defronte dela.
Atrás dela, presa comigo
esperanças, inventadas,
Num amor que te ponho
Sobre seu corpo, que pinga sal
É doce saber que nada muda
por ser bom
mas a verdade atrapalha
quem sonha com cela.
O sal do peito aprisionado
Na cela do amor que sofre
sublime, que não é,
Mas grande e imperfeito.
Some como sombra
na cela 3/4, de grades na janela.
O DRAMA DA MINHA CAMA
Vomito o que sinto
na minha falta de mimo
sob o cobertor quer não aquece,
o drama que imagino.
Dormindo e sonhando
pra crescer um pequeno amor
no tamanho que espero,
pois sonho a vida
a vida dos homens
que moram com os pés no chão.
Sonho que vens
quando encontrar o caminho,
Eu gritarei: Bem vinda!
Não sou dono do tempo
nem do vento, nem da bailarina,
sob uma dança onde
a verdade é construída.
Sei que vens
Ainda sem saber como chegar,
minha urgência não é pressa,
Pressa não é bom,
Te aguardo na janela.
na minha falta de mimo
sob o cobertor quer não aquece,
o drama que imagino.
Dormindo e sonhando
pra crescer um pequeno amor
no tamanho que espero,
pois sonho a vida
a vida dos homens
que moram com os pés no chão.
Sonho que vens
quando encontrar o caminho,
Eu gritarei: Bem vinda!
Não sou dono do tempo
nem do vento, nem da bailarina,
sob uma dança onde
a verdade é construída.
Sei que vens
Ainda sem saber como chegar,
minha urgência não é pressa,
Pressa não é bom,
Te aguardo na janela.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
LAMBENDO AS MÁGOAS
O que me resta do sonho?
Coloco num poema raso
vaso
Que guardo mágoas
que de quando em quando
lambo.
Coloco num poema raso
vaso
Que guardo mágoas
que de quando em quando
lambo.
SOBRE TOM
Para que não se esconda o sentimento ainda
e a admiração volte
solta a voz
outra voz
outra
sobre a voz.
e a admiração volte
solta a voz
outra voz
outra
sobre a voz.
NAO QUERO POESIA HOJE
Soluções de problemas
pedaços de escritas
cartas de longe
não quero poesia hoje
quero ficar quietinho na cama
pedaços de escritas
cartas de longe
não quero poesia hoje
quero ficar quietinho na cama
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
HOMEM DE BRONZE
Em frente ao mar
de costas pra ele
havia um homem de bronze
sentado em um banco
com os punhos fechados
que apoiavam o queixo
e o cotovelo furava a coxa
o pensamento pensava marés.
de costas pra ele
havia um homem de bronze
sentado em um banco
com os punhos fechados
que apoiavam o queixo
e o cotovelo furava a coxa
o pensamento pensava marés.
EU LUTAREI
Se meu amigo te namorar
Eu lutarei
Se voce namorar o meu amigo
Eu lutarei
Se voces se namorarem
Eu lutarei
Amigos inimigos conservarei
Eu lutarei
Se Marias, Adrianas, Alines,
Danielas, Robertas, Paulas, Cristinas...
Mulheres se forem lançadas,
a mim como flexas,
Eu lutarei
Eu lutarei
Eu lutarei
No porto da minha vida,
Sete velas, sete esperanças, sete mulheres,
Que cantam no mar que leva,
Aportarei outras, marulhado prisioneiro,
preso ao mastro humilhado,
como coisa de oceano,
entre sóis indecisos,
sensuais e sedutores.
Eu lutarei
Eu lutarei
Se voce namorar o meu amigo
Eu lutarei
Se voces se namorarem
Eu lutarei
Amigos inimigos conservarei
Eu lutarei
Se Marias, Adrianas, Alines,
Danielas, Robertas, Paulas, Cristinas...
Mulheres se forem lançadas,
a mim como flexas,
Eu lutarei
Eu lutarei
Eu lutarei
No porto da minha vida,
Sete velas, sete esperanças, sete mulheres,
Que cantam no mar que leva,
Aportarei outras, marulhado prisioneiro,
preso ao mastro humilhado,
como coisa de oceano,
entre sóis indecisos,
sensuais e sedutores.
Eu lutarei
AMOR AMIGO
Ontem tive meus orgasmos
hoje estou enamorado
amanhã estarei em pânico
Sempre guardo o coração no bolso
E deixo 100,00 na cômoda
sempre náufrago de mim mesmo
Não tenho limites
tudo é intenso
excesso de amor e ódio
Meu amor é meu amigo
dentro de mim meu inimigo
sempre só... sempre só...
hoje estou enamorado
amanhã estarei em pânico
Sempre guardo o coração no bolso
E deixo 100,00 na cômoda
sempre náufrago de mim mesmo
Não tenho limites
tudo é intenso
excesso de amor e ódio
Meu amor é meu amigo
dentro de mim meu inimigo
sempre só... sempre só...
DEIXANDO LIMPO
Lágrimas que choram pra dentro
Enxugo com cataventos
Enxugo em volta e nos cantos
Enxugo e seco a aventura
Enxugo pra espantar os fantasmas
Que me assombrarão para sempre.
Enxugo com cataventos
Enxugo em volta e nos cantos
Enxugo e seco a aventura
Enxugo pra espantar os fantasmas
Que me assombrarão para sempre.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
PASSARINHEIROS
Um passarinho
sobe a gaiola
pra cantar pra seu dono
passarinheiros tramam em revoada.
sobe a gaiola
pra cantar pra seu dono
passarinheiros tramam em revoada.
PALAVRA DE DEUS
Um pastor orava
pra eu amar a Deus
e deixá-lo entrar na minha vida.
Pra não ser infiel a voce
Não deixei.
pra eu amar a Deus
e deixá-lo entrar na minha vida.
Pra não ser infiel a voce
Não deixei.
CARTEIRO
Tenho que agarrar um carteiro
senão minhas cartas não recebo
De quem?
Não sei.
Sei que algum dia alguem me escreve.
senão minhas cartas não recebo
De quem?
Não sei.
Sei que algum dia alguem me escreve.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Quem?
Quem já fez covardias?: Ninguém
Todos os que conheço são heróis.
Quem já parasitou em algum momento? Ninguém
Todos os que conheço são ativos.
Quem já foi grotesco, mesquinho e egoísta? Ninguém
Todos os que conheço são lindos, solidários e companheiros.
Quem já chorou de amor e mêdo? Ninguém
Todos os que conheço são racionais e corajosos.
Quem já foi pobre, comeu pão com banana? Ninguém
Todos os que conheço são ricos e comem caviar
Quem já foi súdito e ridículo? Ninguém
Todos os que conheço são monarcas e politicamente corretos
Que mulher não procura um príncipe? Nenhuma
Todas as que conheço, amam despretenciosamente
Estou a procura de gente
Tomara eu ouça amor numa voz humana.
Todos os que conheço são heróis.
Quem já parasitou em algum momento? Ninguém
Todos os que conheço são ativos.
Quem já foi grotesco, mesquinho e egoísta? Ninguém
Todos os que conheço são lindos, solidários e companheiros.
Quem já chorou de amor e mêdo? Ninguém
Todos os que conheço são racionais e corajosos.
Quem já foi pobre, comeu pão com banana? Ninguém
Todos os que conheço são ricos e comem caviar
Quem já foi súdito e ridículo? Ninguém
Todos os que conheço são monarcas e politicamente corretos
Que mulher não procura um príncipe? Nenhuma
Todas as que conheço, amam despretenciosamente
Estou a procura de gente
Tomara eu ouça amor numa voz humana.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
MUDANÇAS
Já fui capitalista
trabalhei pra ter meu quinhão
Já estive Marxista
Lutei pelo quinhão do Estado
Cresci - melhorei
Hoje não me maltrato
nem maltrato ninguém
Acho que estou anarquista
Ainda só. Mais vai mudar,
como muda tudo,
o tempo todo.
trabalhei pra ter meu quinhão
Já estive Marxista
Lutei pelo quinhão do Estado
Cresci - melhorei
Hoje não me maltrato
nem maltrato ninguém
Acho que estou anarquista
Ainda só. Mais vai mudar,
como muda tudo,
o tempo todo.
MOVIMENTAÇÃO DE UM DIA BOBO
Um peixe nadava
na lama da chuva.
Naquela tarde
meninas trabalhavam
ouvindo Amie Winehouse,
No...No...No
O que estou fazendo aqui?
na lama da chuva.
Naquela tarde
meninas trabalhavam
ouvindo Amie Winehouse,
No...No...No
O que estou fazendo aqui?
EX NAMORADA
Quando ela me mostrou a vagina
com 18 anos, eu com 50
e disse: Isso é amor!
Meu pensamento riu,rsrsrsrsr
dos meus olhos sedentos em jejum.
Ela não sabia no corpo a diferença
entre outono e primavera.
Mesmo assim sou feliz.
Quando posso visito a vagina dela.
com 18 anos, eu com 50
e disse: Isso é amor!
Meu pensamento riu,rsrsrsrsr
dos meus olhos sedentos em jejum.
Ela não sabia no corpo a diferença
entre outono e primavera.
Mesmo assim sou feliz.
Quando posso visito a vagina dela.
A VIDA DA GENTE
A família
Amém
A escola
amém
Ao trabalho
amém
As teorias prenhas
amém
A militância
amém
As transformações
amém
As mulheres do sexo,
Bem...Mandam bem.
Amém
A escola
amém
Ao trabalho
amém
As teorias prenhas
amém
A militância
amém
As transformações
amém
As mulheres do sexo,
Bem...Mandam bem.
HUMHUM HAMHAM
Falava com ela por horas a fio
e ela: HumHum HamHam
Como um bebê descobrindo as palavras
Foi de certo modo bom,
Ah se ela tivaesse me dado ouvidos!
e ela: HumHum HamHam
Como um bebê descobrindo as palavras
Foi de certo modo bom,
Ah se ela tivaesse me dado ouvidos!
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
JURAS
Esse amor despedaçado
pote quebrado em cacos,
é um mergulho interior
no que havia lá dentro.
Castelos de areia, da infância,
reprojetado no amor,
Nele felicidade é metáfora,
e as alegorias, nossas juras.
Juro que te amo
Juro felicidade
Juro pra todo o sempre,
Juro de verdade
Com tantos juros
Quanto irá me custar?
pote quebrado em cacos,
é um mergulho interior
no que havia lá dentro.
Castelos de areia, da infância,
reprojetado no amor,
Nele felicidade é metáfora,
e as alegorias, nossas juras.
Juro que te amo
Juro felicidade
Juro pra todo o sempre,
Juro de verdade
Com tantos juros
Quanto irá me custar?
CONDOR
Se estiver muito sol amanhã
e da prisão eu bater asas,
depois d"amanhã estarei queimado,
asas derretidas em silêncio,
um torturado condor.
e da prisão eu bater asas,
depois d"amanhã estarei queimado,
asas derretidas em silêncio,
um torturado condor.
ME ESCREVE
Escreve para o Mandela
Escreve pra toda a terra,
Escreve pra Itanhaém,
Escreve pros seus amores, enfim,
Escreve pro pico dos Andes,
escreve também para mim
Cristina Naiara Fernandes.
Escreve pra toda a terra,
Escreve pra Itanhaém,
Escreve pros seus amores, enfim,
Escreve pro pico dos Andes,
escreve também para mim
Cristina Naiara Fernandes.
SACO DE POESIA
Todas as batalhas
travadas com bolinhas de gude,
enchem um saco de poesia.
Tudo que é sem eira nem beira,
sem valor de venda e compra,
como amor de esteira,
enchem um saco de poesia.
Todas as palavras, jogadas ao vento,
sem lenço e nem documento,
pisadas, mijadas, escarradas,
enchem um saco de poesia.
Tudo que é sem importância,
gente, coisas e estrelas,
iluminação de vagalume,
enchem um saco de poesia.
Minha vida, meus amores,
Tudo que é jogado no lixo
enchem um saco de poesia.
Tudo que a borboleta come
Tudo que meu amor rejeita
Sendo jovem, sendo velho,
enchem um saco de poesia.
Tudo que pode ser disputado
num jogo de amarelinha,
enche um saco de poesia.
travadas com bolinhas de gude,
enchem um saco de poesia.
Tudo que é sem eira nem beira,
sem valor de venda e compra,
como amor de esteira,
enchem um saco de poesia.
Todas as palavras, jogadas ao vento,
sem lenço e nem documento,
pisadas, mijadas, escarradas,
enchem um saco de poesia.
Tudo que é sem importância,
gente, coisas e estrelas,
iluminação de vagalume,
enchem um saco de poesia.
Minha vida, meus amores,
Tudo que é jogado no lixo
enchem um saco de poesia.
Tudo que a borboleta come
Tudo que meu amor rejeita
Sendo jovem, sendo velho,
enchem um saco de poesia.
Tudo que pode ser disputado
num jogo de amarelinha,
enche um saco de poesia.
CUXIXO
Disse-me um pássaro:
- Vá pela manhã, na sua primeira hora,
até o jardim.
- Lá vc encontrará todos os sorrisos de que precisas.
Assim como as Margaridas.
- Vá pela manhã, na sua primeira hora,
até o jardim.
- Lá vc encontrará todos os sorrisos de que precisas.
Assim como as Margaridas.
DEITA COMIGO SEMPRE
Que custa um abraço, um carinho?
Pra alguém que vc diz ter amado.
Por acidente te pisei a juba
Do leão que em vc descansa.
Da mentira que foi vivida e dita
que te custa?
Se nada mais existe
Rolar e dividir gemidos na cama
mesmo que te mentirinha.
Pra alguém que vc diz ter amado.
Por acidente te pisei a juba
Do leão que em vc descansa.
Da mentira que foi vivida e dita
que te custa?
Se nada mais existe
Rolar e dividir gemidos na cama
mesmo que te mentirinha.
AVENTURA
Menina passando,
o tempo,
a toa.
Trepando,
o tempo
avoa
Como gaivota
boba
Menina amando,
um velho
sem tempo
Trepando
vem de fora
vem de dentro
Como chuva
debaixo pra cima
Molhando a menina,
vagina.
o tempo,
a toa.
Trepando,
o tempo
avoa
Como gaivota
boba
Menina amando,
um velho
sem tempo
Trepando
vem de fora
vem de dentro
Como chuva
debaixo pra cima
Molhando a menina,
vagina.
sábado, 8 de outubro de 2011
MEU ANIVERSÁRIO PRESO
Junho de espera
Junho de tormenta
que sussura a liberdade
e abre portas
Junho inventado
passado no calendário
Junho amarrado
tatuado no corpo
Junho te vigio
cada vez mais velho
sopro-me as velas
faço meu pedido calado.
Junho de tormenta
que sussura a liberdade
e abre portas
Junho inventado
passado no calendário
Junho amarrado
tatuado no corpo
Junho te vigio
cada vez mais velho
sopro-me as velas
faço meu pedido calado.
SAUDOSISMO
Quando jovem ia a todos os lugares
Agora todos os lugares estão em mim
Meu canto é espinhoso, os poemas são muitos,
Hoje só faço comprar flores para meu descanso.
SIDNEY NUNES
Agora todos os lugares estão em mim
Meu canto é espinhoso, os poemas são muitos,
Hoje só faço comprar flores para meu descanso.
SIDNEY NUNES
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
MORTE
A morte
mora comigo
como um rio
de água gelada
A morte
conduz minha mão
e a caneta congela
A morte
ronda a rima
e lhe dá calafrios
Aceitar a morte
é um aprendizado
de pensar palavras
aquecidas a sete palmos
A morte
entendo: rimas
versos em poemas
que se transformam
Poemas que permanecem
como um corpo cinza
ou putrefato
Onde germes festejam
a vida.
mora comigo
como um rio
de água gelada
A morte
conduz minha mão
e a caneta congela
A morte
ronda a rima
e lhe dá calafrios
Aceitar a morte
é um aprendizado
de pensar palavras
aquecidas a sete palmos
A morte
entendo: rimas
versos em poemas
que se transformam
Poemas que permanecem
como um corpo cinza
ou putrefato
Onde germes festejam
a vida.
NOVO VELHO TEMPO
Goles de tequila
estasy de alegria.
A era da imagem
ficctícias são,
viagens
Os e-mails nos prendem
com meias palavras
comidas
E no movimento repetitivo
o tempo se diverte
com a nova gente envelhecida.
estasy de alegria.
A era da imagem
ficctícias são,
viagens
Os e-mails nos prendem
com meias palavras
comidas
E no movimento repetitivo
o tempo se diverte
com a nova gente envelhecida.
BALADA
Som forte eletrônico
cabeças e azaração
início da repetição histórica,
roçar,
pênis com bunda,
Sempre tão geração.
cabeças e azaração
início da repetição histórica,
roçar,
pênis com bunda,
Sempre tão geração.
PESO DA VIDA
Nos lençóis do tempo
suo meus desejos
Hoje, durmo com o mundo
E todas as noites
- mais do que meu gozo -
pesa-me o corpo do outro.
suo meus desejos
Hoje, durmo com o mundo
E todas as noites
- mais do que meu gozo -
pesa-me o corpo do outro.
INSETOS
As cigarras entoam suas canções
não escutam ninguém
As formigas enchem suas despensas,
as baratas fazem a ceia no natal,
gente morre todo dia
eterno movimento da vida.
Morte, onde está tua vitória?
não escutam ninguém
As formigas enchem suas despensas,
as baratas fazem a ceia no natal,
gente morre todo dia
eterno movimento da vida.
Morte, onde está tua vitória?
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
REVIVENDO
O sol
dá luz
Alua
nasce
de noite
amanhecerei
de novo?
só se o sol
sobreviver
quase...quase...
então
reviverei.
dá luz
Alua
nasce
de noite
amanhecerei
de novo?
só se o sol
sobreviver
quase...quase...
então
reviverei.
SOU FRUTA
Uma jabuticaba, menina,
atrevida, aventureira,
meu delírio.
Talvez madura...
ou tenra,
eu suponho,
na cama de solteiro.
Acontece...todas as noites
Ela vai - porque amanhece
será que lembrará
que sou fruta também?
atrevida, aventureira,
meu delírio.
Talvez madura...
ou tenra,
eu suponho,
na cama de solteiro.
Acontece...todas as noites
Ela vai - porque amanhece
será que lembrará
que sou fruta também?
AFOGADO
Finda a tarde
na horizontal.
O sol tomba suado,
mais um dia
de mercadoria
Lixo nas calçadas,
homens náufragos,
castelos de aguardente,
acordados,
afogados
No canavial
eu de passagem
navego
Ah! Ondas bravias
a envolver o mundo!
sonhos idealistas
montados
Marinheiro, só,
quase noite,vou,
remando num mundo míope,
eu, indignado.
Nenhum tsunami
aponta
só inércia, sem fim,
sigo só, contraditório.
na horizontal.
O sol tomba suado,
mais um dia
de mercadoria
Lixo nas calçadas,
homens náufragos,
castelos de aguardente,
acordados,
afogados
No canavial
eu de passagem
navego
Ah! Ondas bravias
a envolver o mundo!
sonhos idealistas
montados
Marinheiro, só,
quase noite,vou,
remando num mundo míope,
eu, indignado.
Nenhum tsunami
aponta
só inércia, sem fim,
sigo só, contraditório.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
VÍCIO
Ama negro
mucama
bate o tambor
abre a janela
se coça
se estira
roça
bamba
tinhosa
suada
sonha com branco
te comendo
de aipim, que,
suja de vícios
não sabe o que é!
mucama
bate o tambor
abre a janela
se coça
se estira
roça
bamba
tinhosa
suada
sonha com branco
te comendo
de aipim, que,
suja de vícios
não sabe o que é!
AMOR LOUCO
Não pensei
que viveria
esse sufoco
amor
coisa de louco
muito e pouco
entre tapas
beijos e socos.
que viveria
esse sufoco
amor
coisa de louco
muito e pouco
entre tapas
beijos e socos.
FOTO
No facebook
alguém comentou
uma foto
A foto
nem ligou
pro comentário
Foi a foto
que te imaginou ao lado
envelhecendo...envelhecendo
a foto.
alguém comentou
uma foto
A foto
nem ligou
pro comentário
Foi a foto
que te imaginou ao lado
envelhecendo...envelhecendo
a foto.
TRAIÇÕES
Traições
não me incomodam mais
nada de novo
nas costas
Fico atento
como sempre
olhando as costas
esperando a nova facada.
não me incomodam mais
nada de novo
nas costas
Fico atento
como sempre
olhando as costas
esperando a nova facada.
FRAGMENTOS DE UM TEMPO
Tempo
que é tempo
passa
Fragmento
fragmento
fica
Eu e o fragmento
fazemos a vida
que o tempo
constrói
que é tempo
passa
Fragmento
fragmento
fica
Eu e o fragmento
fazemos a vida
que o tempo
constrói
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
BOMBA
Sinto-me uma bomba
pronto pra explodir
de raiva, de ódio, de vergonha,
por viver num mundo de explorados
poetizando gente, rimando coisas.
pronto pra explodir
de raiva, de ódio, de vergonha,
por viver num mundo de explorados
poetizando gente, rimando coisas.
RUÍDOS
Sou feliz preferindo-me morto
corpo mudo, surdo em paz
mudo como minhas pernas
procurando um caminho
surdo como uma ostra
que só ouve as ondas
em paz como as cigarras
que gritam nas árvores
rememorando tudo, sobretudo,
o som que vem do mundo
que cai levanta.
corpo mudo, surdo em paz
mudo como minhas pernas
procurando um caminho
surdo como uma ostra
que só ouve as ondas
em paz como as cigarras
que gritam nas árvores
rememorando tudo, sobretudo,
o som que vem do mundo
que cai levanta.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
VOU PRA BALADA
A noite vou pra balada
meter com algum folgado
depois de duas doses
com quem em mim encosta
em algum motel
fudendo-me pelas costas
fode, lambe e dorme
na boca afoga o pau
sou submissa, contente
meu homem com fome
não sei quem é nem a cor
nem sei seu nome.
meter com algum folgado
depois de duas doses
com quem em mim encosta
em algum motel
fudendo-me pelas costas
fode, lambe e dorme
na boca afoga o pau
sou submissa, contente
meu homem com fome
não sei quem é nem a cor
nem sei seu nome.
SEM VERGONHA
Adolescente
se afirmava
sem vergonha
dos caras
dava...dava...dava...
toda festa
chupava
tomava
vara.
Lá no Rio de Janeiro
mora um punheteiro
cassete grande, liso
como ela gosta - fica
põe na garganta o narciso.
se afirmava
sem vergonha
dos caras
dava...dava...dava...
toda festa
chupava
tomava
vara.
Lá no Rio de Janeiro
mora um punheteiro
cassete grande, liso
como ela gosta - fica
põe na garganta o narciso.
ESPERMA E RIMA
Um desejo sem gemido
num lençol
nem grosso nem fino
sol colostro
Tudo é cama
livre libido
esperma e rima
O verso é bom
quando combina
com gozo e vômito
No que dá
um frenético suor
nesse desejo sem lugar?
num lençol
nem grosso nem fino
sol colostro
Tudo é cama
livre libido
esperma e rima
O verso é bom
quando combina
com gozo e vômito
No que dá
um frenético suor
nesse desejo sem lugar?
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
ANDARILHOS
Os Kms percorridos por um andarilho não o fazem um herói.
Os gritos anônimos nos interiores das casas de crianças,
não silenciam os mares ainda.
Continuamos revirando as latas de lixo à sinfonia da barriga.
Os soldados continuarão marchando comemorando
suas vitórias, ao som dos coturnos, agitando bandeiras.
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só,
As armas e os tanques não trazem alimentos,
a farinha da pólvora não tem um bom cheiro.
A côr do sangue do andarilho também é vermelho
Como poderemos viver vivos, fingindo não enxergar?
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só.
Os gritos anônimos nos interiores das casas de crianças,
não silenciam os mares ainda.
Continuamos revirando as latas de lixo à sinfonia da barriga.
Os soldados continuarão marchando comemorando
suas vitórias, ao som dos coturnos, agitando bandeiras.
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só,
As armas e os tanques não trazem alimentos,
a farinha da pólvora não tem um bom cheiro.
A côr do sangue do andarilho também é vermelho
Como poderemos viver vivos, fingindo não enxergar?
Andarilhos não podem andar só, não podem andar só.
domingo, 7 de novembro de 2010
MORTE
De amor foi semente
crescida
ira e ódio - a vida
escolheu não morrer
de morte matada
morreu morrida.
crescida
ira e ódio - a vida
escolheu não morrer
de morte matada
morreu morrida.
FILME
Jabuticaba foi ao cinema
ver um filme de ficção
estória de um alazão negro
que namorava um poema
namorava porque era poeta
residia na parte esquerda da lua
poema, desses que lutam lutas pequenas
Jabuticaba ficou triste
com aquela estória de amor
Insiste sempre com a lua:
- Amanheça por favor!
ver um filme de ficção
estória de um alazão negro
que namorava um poema
namorava porque era poeta
residia na parte esquerda da lua
poema, desses que lutam lutas pequenas
Jabuticaba ficou triste
com aquela estória de amor
Insiste sempre com a lua:
- Amanheça por favor!
BARBIE
Voce me barbie
eu todo me barbeasse
a pé
todas as barberagens
sobre os lençóis cor de morangos,
onde
sim - sorrindo
eu bobeasse.
eu todo me barbeasse
a pé
todas as barberagens
sobre os lençóis cor de morangos,
onde
sim - sorrindo
eu bobeasse.
NÃO ENTENDO GAROTAS
Não entendo
mesmo
garotas jovens.
Nós as amamos
idosamente
e elas se vão
sem mais nem menos
como se entre nós
nunca tivessem
existido baladas.
mesmo
garotas jovens.
Nós as amamos
idosamente
e elas se vão
sem mais nem menos
como se entre nós
nunca tivessem
existido baladas.
AFRONTA
Dia
sem por de sol
desanoitece
no escuro
na noite, quase
Dia em si
na linha reta do horizonte
transborda de indignação
fuzis ou lua
que, enfim te afronte.
sem por de sol
desanoitece
no escuro
na noite, quase
Dia em si
na linha reta do horizonte
transborda de indignação
fuzis ou lua
que, enfim te afronte.
SUICÍDIO
Muitos rios afogados
embebedam meus caminhos,
hei de morar noutro lugar.
Brinco de amarrar o lençol no pescoço
pra ir me estrangulando aos poucos.
embebedam meus caminhos,
hei de morar noutro lugar.
Brinco de amarrar o lençol no pescoço
pra ir me estrangulando aos poucos.
PERGUNTAS
Vivo pra perguntar
Há algo além do que foi, do que é, do que sempre será?
Soube que sim, que tudo muda a todo momento, cada segundo,
momento e maçã.
Não é demasiadamente pesado o fardo do conhecimento
de que tudo é definitivo?
Soube que de tanto, ver, viver, conhecer, há muito caminho
a percorrer e muito a saber.
Devo crer nos dedos que me apontam a vida?
Há algo além do que foi, do que é, do que sempre será?
Soube que sim, que tudo muda a todo momento, cada segundo,
momento e maçã.
Não é demasiadamente pesado o fardo do conhecimento
de que tudo é definitivo?
Soube que de tanto, ver, viver, conhecer, há muito caminho
a percorrer e muito a saber.
Devo crer nos dedos que me apontam a vida?
ADOLESCENCIA
Daqui a pouco
deixo a adolescência, ainda,
não cheguei aos oitenta.
Não beberei como hoje
tentarei ser como papai,
farei direito
darei o diploma
para os sonhos de mamãe
casarei com uma mulher virtuosa
não farei filhos nela
Ela? Não sei...criarei.
deixo a adolescência, ainda,
não cheguei aos oitenta.
Não beberei como hoje
tentarei ser como papai,
farei direito
darei o diploma
para os sonhos de mamãe
casarei com uma mulher virtuosa
não farei filhos nela
Ela? Não sei...criarei.
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
SER
Ser mais infectado que a selva
esterco que cobre o chão,
o jumento confuso
esbraveja, não agrega,
não comunica ninguém.
esterco que cobre o chão,
o jumento confuso
esbraveja, não agrega,
não comunica ninguém.
JARDIM
Sampa travestida de Ipês
torres decadentes impiedosas,
vanguardas angustiadas de lírios
passeiam em seus jardins,
enquanto em Brasília,
as espadas de São Jorge e bromélias,
sufocam as flores do campo.
As rosas sâo uma ilusão,
mas precisamos dessa primavera,
depois de outonos tão tristes?
torres decadentes impiedosas,
vanguardas angustiadas de lírios
passeiam em seus jardins,
enquanto em Brasília,
as espadas de São Jorge e bromélias,
sufocam as flores do campo.
As rosas sâo uma ilusão,
mas precisamos dessa primavera,
depois de outonos tão tristes?
ESPELHO
Tudo tão cotidiano
que inclui também
eu.
Tudo tão eu
que inclui também
nós.
Tudo tão frágil
que não possa quebrar
vidro.
Tudo tão reflexivo
quanto eu, nós, vidros,
no espelho.
que inclui também
eu.
Tudo tão eu
que inclui também
nós.
Tudo tão frágil
que não possa quebrar
vidro.
Tudo tão reflexivo
quanto eu, nós, vidros,
no espelho.
ME ACABO
Um pênis erecto
imagina
que uma vagina
sovina
só se preenche
não sente
Com meu dedo eu afirmo
a lingua fala sempre
diante do gozo
eu babo
nesse poema
que acabo.
imagina
que uma vagina
sovina
só se preenche
não sente
Com meu dedo eu afirmo
a lingua fala sempre
diante do gozo
eu babo
nesse poema
que acabo.
SONHOBOBO
Quero acordar revolucionário,
um guerrilheiro bastardo,
Como um Chê cubano - charuto
gritando:
Viva a revolução! Depois,
morrer de dengue
na Amazônia.
um guerrilheiro bastardo,
Como um Chê cubano - charuto
gritando:
Viva a revolução! Depois,
morrer de dengue
na Amazônia.
NEO GERA-AÇÃO
Meu coquetel Molotov
fiz numa garrafa
De Moet Chandon,
sou um revolucionário Chic
que lançara chamas
nos olhos azuis da terra.
fiz numa garrafa
De Moet Chandon,
sou um revolucionário Chic
que lançara chamas
nos olhos azuis da terra.
MORADIA
Eu faço minha moradia
Comecei com o desejo,
depois dei nome pra rua
com placa dependurada
na ponta do meu fuzil,
no choro, na morte na escuridão
Grupo, massa, luta,
eram uma fábula,
valiam-se mais do discurso,
e como as marés,
se moviam pra morrer se preciso.
E assim o dia chegou
juntaram-se muitos e muitos.
Na rua fincara-se em mutirão,
nessa noite chorei.
Janelas surgiram pra apreciar
o amanhã
Todos fazendo o dia juntos,
as mãos calejadas, o choro torturado,
A construção subia,
eu podia agarrar meu desejo,
que sorria de contentamento.
Das sobras dos sarrafos,
fiz cruzes pra aqueles que morreram,
que não veriam suas moradias,
sem portas, paredes rachadas, sem memórias
Era por eles que o desejo persistia:
portas perdidas, abrigos sem fundação,
sem vida.
O desejo do alto das janelas
se edificava nos nos rostos da vizinhança.
Comecei com o desejo,
depois dei nome pra rua
com placa dependurada
na ponta do meu fuzil,
no choro, na morte na escuridão
Grupo, massa, luta,
eram uma fábula,
valiam-se mais do discurso,
e como as marés,
se moviam pra morrer se preciso.
E assim o dia chegou
juntaram-se muitos e muitos.
Na rua fincara-se em mutirão,
nessa noite chorei.
Janelas surgiram pra apreciar
o amanhã
Todos fazendo o dia juntos,
as mãos calejadas, o choro torturado,
A construção subia,
eu podia agarrar meu desejo,
que sorria de contentamento.
Das sobras dos sarrafos,
fiz cruzes pra aqueles que morreram,
que não veriam suas moradias,
sem portas, paredes rachadas, sem memórias
Era por eles que o desejo persistia:
portas perdidas, abrigos sem fundação,
sem vida.
O desejo do alto das janelas
se edificava nos nos rostos da vizinhança.
terça-feira, 19 de outubro de 2010
TEMPO DE CÓLERA
Não respeitamos o tempo
o vento corta com sua última lufada,
apoiado pela multidão de sombras,
até quem confiamos se atrasa
sempre soubemos de onde viria
a faca da sombra que nos cortaria o norte
aceitamos paralisados, decepados,
ficou a lembrança, embora reprimida.
Não sei se haverá resgate,
ainda estamos vivos. Ventania
que como tufão nos carrega,
nunca entendemos, todavia, amamos.
sempre soubemos de onde viria
a faca da sombra que nos cortaria o norte
quase sucumbimos as facadas,
fica lembrança, de um tempo de cólera.
o vento corta com sua última lufada,
apoiado pela multidão de sombras,
até quem confiamos se atrasa
sempre soubemos de onde viria
a faca da sombra que nos cortaria o norte
aceitamos paralisados, decepados,
ficou a lembrança, embora reprimida.
Não sei se haverá resgate,
ainda estamos vivos. Ventania
que como tufão nos carrega,
nunca entendemos, todavia, amamos.
sempre soubemos de onde viria
a faca da sombra que nos cortaria o norte
quase sucumbimos as facadas,
fica lembrança, de um tempo de cólera.
PERDA
Vejo em teus olhos inocentes, uma menina muda,
olhos de tartaruga, menina rara, de faz-de-conta,
faz-de-conta - a vida.
Guardo tua menina na memória
nas noites rebeldes em casernas,
gritando torturada seus delírios.
Olhando sua imagem refletida
através do vidro no chuveiro,
aprendo a dor da perda,
no momento que precede meu choro.
olhos de tartaruga, menina rara, de faz-de-conta,
faz-de-conta - a vida.
Guardo tua menina na memória
nas noites rebeldes em casernas,
gritando torturada seus delírios.
Olhando sua imagem refletida
através do vidro no chuveiro,
aprendo a dor da perda,
no momento que precede meu choro.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
MUROS
Um muro que divide homens
tem os tijolos quebrados,
um muro em pedaços
na cidade viva, de homens
sujeitos divíduos estilhaços,
eu morrendo aos pouquinhos
partículas pulsantes, voando,
como gás carbonico na noite.
Um muro levantado dorme,
de manhã derrubado.
tem os tijolos quebrados,
um muro em pedaços
na cidade viva, de homens
sujeitos divíduos estilhaços,
eu morrendo aos pouquinhos
partículas pulsantes, voando,
como gás carbonico na noite.
Um muro levantado dorme,
de manhã derrubado.
ESTRELA
Nunca aprendeu nos livros,
o ronco da barriga,
que comia vento,
por Deus.
Caído na masmorra,
Nú, espantalho,
beijando cuturnos
na bacia do banheiro.
Um pássaro com mêdo,
amarelo, boca costurada,
de pupilas brancas
como a lua cheia.
Todos o olhavam de luneta,
tentando enxergá-lo,
numa constelação.
o ronco da barriga,
que comia vento,
por Deus.
Caído na masmorra,
Nú, espantalho,
beijando cuturnos
na bacia do banheiro.
Um pássaro com mêdo,
amarelo, boca costurada,
de pupilas brancas
como a lua cheia.
Todos o olhavam de luneta,
tentando enxergá-lo,
numa constelação.
ETIÓPIA
A tristeza fala comigo
como uma criança etíope,
após aparecer na tv.(...)
Se a poesia não falar,
os pitbuls morderão
Escrevo as palavras
nos jornais que te cobrirão.
Palavras frescas,
que não falam.
Quando a elas recorro,
poemas que ouvem
seus corpos magérimos,
a fome grita.
É o que posso fazer só.
como uma criança etíope,
após aparecer na tv.(...)
Se a poesia não falar,
os pitbuls morderão
Escrevo as palavras
nos jornais que te cobrirão.
Palavras frescas,
que não falam.
Quando a elas recorro,
poemas que ouvem
seus corpos magérimos,
a fome grita.
É o que posso fazer só.
CONFISSÃO
Quero lhe confessar, mulher meu delírio,
meu ombro dói pelo peso da cruz
da madeira das camas numeradas de gozos,
carência associada a vida material que cavalgo,
polvos amigos, polvos familiares, que me apertam
com seus tentáculos que me cercam,
cercas de gente que me aprisionam.
Viajo a hipocondria, sem dinheiro, sem baladas.
Afirmo, mulher meu delírio,
que minha hipocondria,
é fruto ficcional que comi na infância,
gulosamente adocicado pela história,
os polvos não estarão acima de mim
na cadeia alimentar, não mais.
(rrsrsrsrsrsrsrsr...)
Lavei-me em banho frio,
me machuquei demais,
vou pichar polvos pelas noites.
O tempo todo, mulher meu delírio,
pensarei no mar com amargura.
O arquipélago dos predadores
não receberá mais minhas visitas!
Bastará, querida mulher,
uma barraca de praia, um saco de dormir,
um samba de roda na esquina,
quem for amigo virá comigo sem reembolso
e me dirá: Prazer estar contigo!
Sem rugas, sem juízos, sem remédios,
Os polvos não me abraçarão mais... por ora.
meu ombro dói pelo peso da cruz
da madeira das camas numeradas de gozos,
carência associada a vida material que cavalgo,
polvos amigos, polvos familiares, que me apertam
com seus tentáculos que me cercam,
cercas de gente que me aprisionam.
Viajo a hipocondria, sem dinheiro, sem baladas.
Afirmo, mulher meu delírio,
que minha hipocondria,
é fruto ficcional que comi na infância,
gulosamente adocicado pela história,
os polvos não estarão acima de mim
na cadeia alimentar, não mais.
(rrsrsrsrsrsrsrsr...)
Lavei-me em banho frio,
me machuquei demais,
vou pichar polvos pelas noites.
O tempo todo, mulher meu delírio,
pensarei no mar com amargura.
O arquipélago dos predadores
não receberá mais minhas visitas!
Bastará, querida mulher,
uma barraca de praia, um saco de dormir,
um samba de roda na esquina,
quem for amigo virá comigo sem reembolso
e me dirá: Prazer estar contigo!
Sem rugas, sem juízos, sem remédios,
Os polvos não me abraçarão mais... por ora.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
ITANHAÉM
Afogado pelo mar
pelas marés que passeam como cobras
passeios que buscam lágrimas
deixarei meus castelos d´areia
Com as algas que não fazem graça
e minha companheira com o rosto de jabuticaba
Com os vagalumes de sorriso frouxo
e o céu assassinando o tempo, com sua raiva cinza
Com o stress deixado na cama
e um pernilongo cantando aos ouvidos
Passeamos diferentes a cada dia pelas ruas de Itanhaém
deixando nossos castelos d’ areia
pelas marés que passeam como cobras
passeios que buscam lágrimas
deixarei meus castelos d´areia
Com as algas que não fazem graça
e minha companheira com o rosto de jabuticaba
Com os vagalumes de sorriso frouxo
e o céu assassinando o tempo, com sua raiva cinza
Com o stress deixado na cama
e um pernilongo cantando aos ouvidos
Passeamos diferentes a cada dia pelas ruas de Itanhaém
deixando nossos castelos d’ areia
PERTURBAÇÃO
Um grilo
pertuba os sonos
os sonhos fragmentados
passam
fogem pelas pupilas
chorosas.
É, assim como a lagarta
pulsa suas asas para o voô
para pescar flôres,
a ficção boia
numa negra realidade.
pertuba os sonos
os sonhos fragmentados
passam
fogem pelas pupilas
chorosas.
É, assim como a lagarta
pulsa suas asas para o voô
para pescar flôres,
a ficção boia
numa negra realidade.
Assinar:
Postagens (Atom)