Eu debruçado sobre o alpendre da janela
à sombra de um abacateiro
os braços dobrados segurando o queixo
o dedo indicador levantado
dialogava com uma maritaca
sentada num abacate
- Porque tanta falação?
- As minhas palavras escravizadas fugiram da gaiola
sou mulher!
Discutimos pomares, flores, ventos...
Que as rugas do tempo jamais esquecem.
domingo, 23 de março de 2014
sábado, 22 de março de 2014
ROTINA
A mulher da minha escola
voa com o vento
observa o casal de moscas
espera palavras de amor
Reluz o repetitivo dia
na mente de trovões e trovoadas
O domingo chegando depois de amanhã
com macarrão, maionese e frango
ossos de cachorro - futebol de amor de ontem
Correm jovens sonhando
a mulher da escola voando
asas são seus pensamentos
Não sabe que sou poeta
e do amor que rima em mim.
voa com o vento
observa o casal de moscas
espera palavras de amor
Reluz o repetitivo dia
na mente de trovões e trovoadas
O domingo chegando depois de amanhã
com macarrão, maionese e frango
ossos de cachorro - futebol de amor de ontem
Correm jovens sonhando
a mulher da escola voando
asas são seus pensamentos
Não sabe que sou poeta
e do amor que rima em mim.
TRISTEZA
Capotei nas curvas da morena
que descia a estrada
a caminho da escola
Minha primeira aula do dia:
sonhar!
As pudicas salivaram
o desejo dos meus olhos,
o sexo dá vertigem
molham lençóis brancos
O vento corta o tempo
que já não tenho
Pernas pra que te quero?
Corpo de ex cravo visado
As rugas amassadas
vertem lágrimas que não voltam mais.
que descia a estrada
a caminho da escola
Minha primeira aula do dia:
sonhar!
As pudicas salivaram
o desejo dos meus olhos,
o sexo dá vertigem
molham lençóis brancos
O vento corta o tempo
que já não tenho
Pernas pra que te quero?
Corpo de ex cravo visado
As rugas amassadas
vertem lágrimas que não voltam mais.
REBOLADO
Vi um lagarto na praia
belas cores brilhantes
pele fria desfilando ao sol
atento. Me viu
correu sambando.
belas cores brilhantes
pele fria desfilando ao sol
atento. Me viu
correu sambando.
AO VENTO
Cavalguei muito tempo
pelas trilhas do corpo dela
O sabiá do mato cantou
Estávamos partindo de nós
A arara azul decolou
um roceiro montou a armadilha
que nunca prendia vôos
trotei para o pomar
Daniela me agarrava a cintura
com os olhos na pradaria
voava no trotar ao ar
despida de si mesma.
pelas trilhas do corpo dela
O sabiá do mato cantou
Estávamos partindo de nós
A arara azul decolou
um roceiro montou a armadilha
que nunca prendia vôos
trotei para o pomar
Daniela me agarrava a cintura
com os olhos na pradaria
voava no trotar ao ar
despida de si mesma.
COISA DE VAGABUNDO
Sei lá porque faço poesia!
Não sei se rima... se faz barulho...
Talvez rime de vez enquando
talvez tenha musicalidade... ou não...
Prá ler...não pra cantar...
O trabalho me grita:
- Isso é coisa de vagabundo!
Não sei se rima... se faz barulho...
Talvez rime de vez enquando
talvez tenha musicalidade... ou não...
Prá ler...não pra cantar...
O trabalho me grita:
- Isso é coisa de vagabundo!
OUTRO AMOR
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
outro, amor sempre amor
mudanças sofridas que vivemos
sofremos passarinho
colibris numa gaiola
prisão de gelo num pôr de sol
amor, senão amor
Se o sol mudasse
derretesse o gelo,e,
nossas asas de Ícaro
amor, existência plena
amor, despe a camisa de vê nus
nau de náufragos
me faz feliz porque
te amo
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
efêmero, amor que muda
outro, amor sempre amor
mudanças sofridas que vivemos
sofremos passarinho
colibris numa gaiola
prisão de gelo num pôr de sol
amor, senão amor
Se o sol mudasse
derretesse o gelo,e,
nossas asas de Ícaro
amor, existência plena
amor, despe a camisa de vê nus
nau de náufragos
me faz feliz porque
te amo
Amor, amor que transforma
efêmero, amor que muda
DOMINGO DE SOL
O dia amanheceu humorado neste domingo
o sol lava a sala, os móveis, a geladeira,
não há crença no eterno
nem a verdade de haver verdade em tudo
somente um domingo de sol quente
um dia vagabundo de horas preguiçosas
cores infantis, quixotes cotidianos
na rua - um cão coçando a bunda num poste
gente caminhando juntas, distâncias cansadas
na fruteira uma banana preta, um maracujá de gaveta
tudo um domingo de sempre, rotina sonolenta
Tudo me empurrando a poesia - domingo de sol
um poema que ainda não tenho.
o sol lava a sala, os móveis, a geladeira,
não há crença no eterno
nem a verdade de haver verdade em tudo
somente um domingo de sol quente
um dia vagabundo de horas preguiçosas
cores infantis, quixotes cotidianos
na rua - um cão coçando a bunda num poste
gente caminhando juntas, distâncias cansadas
na fruteira uma banana preta, um maracujá de gaveta
tudo um domingo de sempre, rotina sonolenta
Tudo me empurrando a poesia - domingo de sol
um poema que ainda não tenho.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
METÁFORAS DE UM GRÃO
Busquei o sangue, e,
escrevi a palavra...grão...
Beija-me!
Com a faca que rasgo o chão,
chão sem fim de tarde morto
não germina o verde fim, assim,
num silêncio de flor afora
triste como o podar árvores nesse poema,
de sonhos e cansaços
onde voam coloridos pássaros
na brisa de um vento vago
envergando lírios brancos, vivendo
entre sangue, grãos e sonhos
quem me sinto, faço morro
sentado no colo de seus ombros
navegando no mar de meus olhos,
a tarde pôs-se a garoar
no chão batido e rachado
pingos pipocas num caldeirão enorme
logo a chuva chovia, então,
que sabem os grãos, as flores
o chão, a chuva e a vida?
Gotas d'agua não são anjos,
seja o que for, parecem falar comigo,
semente de ilusão, nasce e fecunda
metas aforas, floresce o mundo
como coelhos e estrelas
sendo flor sempre será grão.
escrevi a palavra...grão...
Beija-me!
Com a faca que rasgo o chão,
chão sem fim de tarde morto
não germina o verde fim, assim,
num silêncio de flor afora
triste como o podar árvores nesse poema,
de sonhos e cansaços
onde voam coloridos pássaros
na brisa de um vento vago
envergando lírios brancos, vivendo
entre sangue, grãos e sonhos
quem me sinto, faço morro
sentado no colo de seus ombros
navegando no mar de meus olhos,
a tarde pôs-se a garoar
no chão batido e rachado
pingos pipocas num caldeirão enorme
logo a chuva chovia, então,
que sabem os grãos, as flores
o chão, a chuva e a vida?
Gotas d'agua não são anjos,
seja o que for, parecem falar comigo,
semente de ilusão, nasce e fecunda
metas aforas, floresce o mundo
como coelhos e estrelas
sendo flor sempre será grão.
sábado, 8 de fevereiro de 2014
QUEM ME FIZ?
Risos de hiena, goiaba bichada
Quem me fiz?
Passeios ao fim da tarde
furtando flores de seus vestidos
Quem me fiz?
Borboleta colorindo vôos
que bate asas no espaço, só,
quem sou eu?
Quem me fiz?
Passeios ao fim da tarde
furtando flores de seus vestidos
Quem me fiz?
Borboleta colorindo vôos
que bate asas no espaço, só,
quem sou eu?
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
ROSAS
O perfume se exala
ao largo das ruas
entre a brisa
se levantam
se espalham
aos braços do vácuo
aroma que voa
juntos colibris coloridos
cortando o ar
aromatizando o vôo
Outras rosas se procuram
voam todas pelos espaços.
ao largo das ruas
entre a brisa
se levantam
se espalham
aos braços do vácuo
aroma que voa
juntos colibris coloridos
cortando o ar
aromatizando o vôo
Outras rosas se procuram
voam todas pelos espaços.
PÁSSARO NEGRO
Negro
um risco
de grafite
um corcel
desenhando dias
de sol e chuva
Ao peso da outra cor
outra flor
outras correntes
selando elos e cadeias
envolvida em lençol negro
Caminho cego
num quadro negro
onde o açoite, calado, vive
à fuga da imagem
que não muda.
Ainda o dorso dobra
fustigado de liberdade
coagulado sangue escravo
Num cicatrizado
pássaro preto.
um risco
de grafite
um corcel
desenhando dias
de sol e chuva
Ao peso da outra cor
outra flor
outras correntes
selando elos e cadeias
envolvida em lençol negro
Caminho cego
num quadro negro
onde o açoite, calado, vive
à fuga da imagem
que não muda.
Ainda o dorso dobra
fustigado de liberdade
coagulado sangue escravo
Num cicatrizado
pássaro preto.
sábado, 1 de fevereiro de 2014
ALAGAMENTO
Vem chuva por ai
Não venha! Conserve
a água represada
como um poço
O odor da terra
não desenha a colheita,
tão pouco se contenta
com o cheiro dos grãos
Chuva, chuva: estamos
molhados
tem gente sofrendo
a fome é um afogamento
dos que aceitam
Sem alagamentos
amor e amantes, úmidos,
da água são sementes
que colhem ao fechar das mãos
Chuva, chuva
O sol vem por ai
te espera, esperma,
tua natureza.
Não venha! Conserve
a água represada
como um poço
O odor da terra
não desenha a colheita,
tão pouco se contenta
com o cheiro dos grãos
Chuva, chuva: estamos
molhados
tem gente sofrendo
a fome é um afogamento
dos que aceitam
Sem alagamentos
amor e amantes, úmidos,
da água são sementes
que colhem ao fechar das mãos
Chuva, chuva
O sol vem por ai
te espera, esperma,
tua natureza.
MEU TROTAR
Como deixo
sendo cavalo
sendo montado
antes de não ser
Como cavalgo
pelos prados, nesse novelo de gato,
teia de aranha
que grudo nos cascos
Porque trotar, se ainda
o cavaleiro me doma
o trote da vida?
Domado estou, nos campos
ferrado, nos buracos
covas me acolhem
Tombei repentinamente, sei,
sacrificado serei. Funcionário.
Não funciono. Mesmo morto
restos meus combatem.
sendo cavalo
sendo montado
antes de não ser
Como cavalgo
pelos prados, nesse novelo de gato,
teia de aranha
que grudo nos cascos
Porque trotar, se ainda
o cavaleiro me doma
o trote da vida?
Domado estou, nos campos
ferrado, nos buracos
covas me acolhem
Tombei repentinamente, sei,
sacrificado serei. Funcionário.
Não funciono. Mesmo morto
restos meus combatem.
ALERTA
Se foram
desaparecidos
eles nós vivos
em nós vivos
um alerta
aguçado instinto
Os cães adormecidos
apertam mãos, abraçam,
não estão longe, aqui,
lágrimas das lágrimas
ainda são armadilhas
Custa nos existir
gritar gritos
forca, abafos, mas,
sussurram- nos o passado
nas tardes sem brisa
Ainda somos poucos
ninguém percebe
precisamos seguir
ao ponto do medo,
resistir ao medo
Somos o todo, juntos
uma arma
que não reluz
com as estrelas
Mas, as idéias
trabalham,
sonham vivendo.
desaparecidos
eles nós vivos
em nós vivos
um alerta
aguçado instinto
Os cães adormecidos
apertam mãos, abraçam,
não estão longe, aqui,
lágrimas das lágrimas
ainda são armadilhas
Custa nos existir
gritar gritos
forca, abafos, mas,
sussurram- nos o passado
nas tardes sem brisa
Ainda somos poucos
ninguém percebe
precisamos seguir
ao ponto do medo,
resistir ao medo
Somos o todo, juntos
uma arma
que não reluz
com as estrelas
Mas, as idéias
trabalham,
sonham vivendo.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
TÚMULOS
Humilhante
humilhante reconhecer
que vivo num buraco
De buraco em buraco
aguardo uma vela acesa
no fim do buraco
De buraco em buraco,
cheio de contradições, que,
se transforma o tempo todo
Meu buraco é meu lar
como o de um pombo
com ar e migalhas
preso dentro da vela
De buraco em buraco
minha metáfora buscou o mundo
o mundo era cego
num buraco maior
De buraco em buraco
abriguei a vida, cada vez
mais fundo acolhida
com tudo que acumulei
latinhas, ferro, misérias do dia
De buraco em buraco
escondido em meu latifúndio,
coquetéis molotov, um violão
Uma lata de tinta 18 litros
pra cozinhar meus dias
De buraco em buraco
maltrapilho, pés rachados
muitos caminhos e chinelas
chinelas menores que os pés
De buraco em buraco
uma mancha
uma pedra
rolando no chão
De buraco em buraco
o miserável se esconde
meu porão, meu calabouço
no fundo de cada dia
De buraco em buraco
do tamanho que é
da profundidade que quis
sou erva que não se arranca
De buraco em buraco
vivo com folhas mortas
sonhando ser, sem cura
nem existo, nem dói
De buraco em buraco
mistério e minha ignorância
onde todos são sombras
de árvores dos outros
De buraco em buraco
na inquietação de meu descanso
sonho com flores a minha volta
Não são flores! São gente, e,
só há gente lá fora
Quem me fia me desfia
de buraco em buraco.
humilhante reconhecer
que vivo num buraco
De buraco em buraco
aguardo uma vela acesa
no fim do buraco
De buraco em buraco,
cheio de contradições, que,
se transforma o tempo todo
Meu buraco é meu lar
como o de um pombo
com ar e migalhas
preso dentro da vela
De buraco em buraco
minha metáfora buscou o mundo
o mundo era cego
num buraco maior
De buraco em buraco
abriguei a vida, cada vez
mais fundo acolhida
com tudo que acumulei
latinhas, ferro, misérias do dia
De buraco em buraco
escondido em meu latifúndio,
coquetéis molotov, um violão
Uma lata de tinta 18 litros
pra cozinhar meus dias
De buraco em buraco
maltrapilho, pés rachados
muitos caminhos e chinelas
chinelas menores que os pés
De buraco em buraco
uma mancha
uma pedra
rolando no chão
De buraco em buraco
o miserável se esconde
meu porão, meu calabouço
no fundo de cada dia
De buraco em buraco
do tamanho que é
da profundidade que quis
sou erva que não se arranca
De buraco em buraco
vivo com folhas mortas
sonhando ser, sem cura
nem existo, nem dói
De buraco em buraco
mistério e minha ignorância
onde todos são sombras
de árvores dos outros
De buraco em buraco
na inquietação de meu descanso
sonho com flores a minha volta
Não são flores! São gente, e,
só há gente lá fora
Quem me fia me desfia
de buraco em buraco.
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
HOMENS E COISAS
Criaturas ou criaturas
ou lógicas criadas
Num mundo de Deuses
ou coisas estáticas
sem conflitos, harmoniosamente
névoas aspiradas viciadas
Um espetáculo resiste
leão, sereia, urso
máscaras de neon
infinitas vestimentas
Na resistência cruel
pela acumulação do valor
cemitério, latifúndio
ou ficção?
Submissos criadores
sonhos que somos
desse legado, resgate
que o sonho liberta
criatura de vidas próprias
não se vestem como nós
são coisas que nos conjuram
só morrendo para sabê-las
Nas fatias do tempo
elas caminham paradas
são fetiche, são ousadas
instantes coisificados
Só o poeta percebe o abismo
entre os homens e as coisas
como rosas e percevejos
O homem não resiste a essa infecção
Quando nos despimos
nús e sem cabrestos
obtemos uma lente de aumento
onde as coisas ficam claras
ou lógicas criadas
Num mundo de Deuses
ou coisas estáticas
sem conflitos, harmoniosamente
névoas aspiradas viciadas
Um espetáculo resiste
leão, sereia, urso
máscaras de neon
infinitas vestimentas
Na resistência cruel
pela acumulação do valor
cemitério, latifúndio
ou ficção?
Submissos criadores
sonhos que somos
desse legado, resgate
que o sonho liberta
criatura de vidas próprias
não se vestem como nós
são coisas que nos conjuram
só morrendo para sabê-las
Nas fatias do tempo
elas caminham paradas
são fetiche, são ousadas
instantes coisificados
Só o poeta percebe o abismo
entre os homens e as coisas
como rosas e percevejos
O homem não resiste a essa infecção
Quando nos despimos
nús e sem cabrestos
obtemos uma lente de aumento
onde as coisas ficam claras
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
NASCIMENTO E MORRIMENTO
Meu começo um nascimento
chorei no ventre , no mundo
a vida, água, ar
o começo do fim
vivo morrendo
Vou me construindo
nas experiências que vivo
viver é minha ação
entre acertos e erros
De negar a ficção
ou não, vivendo
da não ficção
e das coisas que renego
A vida não sabe, desconfia
tudo o que nela agrego.
chorei no ventre , no mundo
a vida, água, ar
o começo do fim
vivo morrendo
Vou me construindo
nas experiências que vivo
viver é minha ação
entre acertos e erros
De negar a ficção
ou não, vivendo
da não ficção
e das coisas que renego
A vida não sabe, desconfia
tudo o que nela agrego.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
QUADRO DE RECORDAÇÕES
Recordações são,
como um quadro
na parede, colorido,
quadrado,simétrico,
como quarta parede
de momentos após momentos
O quadro na parede
gasto, vibrante, intensa
estória de vivos e mortos,
uma jovem lenda imortal
do que foi ontem
Para avisar de que
por aqui passei
e não voltarei
O quadro quadrado
aprisionado e prisão
pincelado, linhavado,
não possui rugas, ou,sentimentos,
fria grafia que não finge
No quadro
com suas linhas multicores
pousam moscas
sem asas, sem vôo.
como um quadro
na parede, colorido,
quadrado,simétrico,
como quarta parede
de momentos após momentos
O quadro na parede
gasto, vibrante, intensa
estória de vivos e mortos,
uma jovem lenda imortal
do que foi ontem
Para avisar de que
por aqui passei
e não voltarei
O quadro quadrado
aprisionado e prisão
pincelado, linhavado,
não possui rugas, ou,sentimentos,
fria grafia que não finge
No quadro
com suas linhas multicores
pousam moscas
sem asas, sem vôo.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
ARMADILHAS
Tendo sido e tanto
no meio da tempestade
caiu no entanto hoje
no esquecimento
Foste um furacão
de intensa destruição
- Sua natureza
Hoje rasteja pelo chão
como bicho de peçonha
Se foi, se foi!
Não lhe abano o rabo
como cão adestrado
que come na tua mão
Hoje não é mais que um verso
catavento, que enquando
com o vento gira pra movimentar o mar
junto com outros dejetos
Sido tanto fui
um lobo faminto
preso na minha própria armadilha
no meio da tempestade
caiu no entanto hoje
no esquecimento
Foste um furacão
de intensa destruição
- Sua natureza
Hoje rasteja pelo chão
como bicho de peçonha
Se foi, se foi!
Não lhe abano o rabo
como cão adestrado
que come na tua mão
Hoje não é mais que um verso
catavento, que enquando
com o vento gira pra movimentar o mar
junto com outros dejetos
Sido tanto fui
um lobo faminto
preso na minha própria armadilha
TEU SILÊNCIO
Conversa com teu silêncio
na varanda
- Com o balanço da cadeira,
olha o que teu olhar alcança.
Sopra a brisa mesma
do final de tarde
arrogante, arruaceira.
Pensa no que foi, é e será
medrada por contradições,
enquanto as rosas mortas
embelezam o vaso da tua mesa
é tua a solidão companheira de si mesma
- Como a lagartixa no alpendre
Como vai?
Seu idealismo enfrenta
a mesmice hegemônica
e tua inquietude concreta
pronta a comungar
na varanda
- Com o balanço da cadeira,
olha o que teu olhar alcança.
Sopra a brisa mesma
do final de tarde
arrogante, arruaceira.
Pensa no que foi, é e será
medrada por contradições,
enquanto as rosas mortas
embelezam o vaso da tua mesa
é tua a solidão companheira de si mesma
- Como a lagartixa no alpendre
Como vai?
Seu idealismo enfrenta
a mesmice hegemônica
e tua inquietude concreta
pronta a comungar
PEDRAS NO BECO
Vou morrer num beco
de crime sem autor
por quebrar pedras no caminho
tinha pedras no caminho
do beco que me abrigava,
incendiei todas.
de crime sem autor
por quebrar pedras no caminho
tinha pedras no caminho
do beco que me abrigava,
incendiei todas.
DETRÁS DA PORTA
Sai detrás da porta
achando que o mundo havia mudado
que a fome tinha acabado
e você fosse só minha.
Que tudo fosse filho de Deus
e pecar tinha passado a ser lindo.
Escondido detrás da porta
não vi nenhum movimento,
sonhei com tudo perfeito,
cheguei tarde pra algo fazer
assim como minhas lágrimas.
Sai detrás da porta
pensei e fiz
mesmo suspeito, sujeito,
sem movimento
eu quis.
achando que o mundo havia mudado
que a fome tinha acabado
e você fosse só minha.
Que tudo fosse filho de Deus
e pecar tinha passado a ser lindo.
Escondido detrás da porta
não vi nenhum movimento,
sonhei com tudo perfeito,
cheguei tarde pra algo fazer
assim como minhas lágrimas.
Sai detrás da porta
pensei e fiz
mesmo suspeito, sujeito,
sem movimento
eu quis.
MENINA
Ouvido, silêncio ou choro
barulho que o mar faz.
Talvez seja inveja dessa meninapequena,
que, nesse olho tão grande jaz.
barulho que o mar faz.
Talvez seja inveja dessa meninapequena,
que, nesse olho tão grande jaz.
ALÉM DA VIDA
Não precisa vida,
sente a brisa,
estrela que não sabe nadar;
nascimento que me instiga,
só podia ser vida!
Estrangeira até para si,
só quem te vive pressente
Que dia é hoje?
Preciso dar um passo a frente.
sente a brisa,
estrela que não sabe nadar;
nascimento que me instiga,
só podia ser vida!
Estrangeira até para si,
só quem te vive pressente
Que dia é hoje?
Preciso dar um passo a frente.
SABEDORIA
Venho aos poucos morrendo
As pernas dando seu passo
são passos de marca passo
Venho virando criança
brincando de amarelinha
Venho saltando muito
entre céus e infernos
Venho esquecendo momentos
e os vivendo de novo
Venho perdendo as crianças
Venho descobrindo o saber
sabendo o saber que me mata.
As pernas dando seu passo
são passos de marca passo
Venho virando criança
brincando de amarelinha
Venho saltando muito
entre céus e infernos
Venho esquecendo momentos
e os vivendo de novo
Venho perdendo as crianças
Venho descobrindo o saber
sabendo o saber que me mata.
NOTÍCIAS INACABADAS
Sobre a calçada fria
abriu-se um jornal novo
com velhas notícias do dia
numa mente deitada tranquila
O ano velho se foi
ficam nossas noites mais brabas
com o ano que agora fica
ainda repetindo os dias
Notícias dos outros
as pombas, as festas,
as roupas, as cestas,
as ceias, romãs
as notícias que aquecem o corpo
cobrem de sabedoria
sobre ser meio isso ou aquilo
sem nunca ser um inteiro
Jamais sei, saberei
Se o mundo será meu ou nosso
Com essa força pra fazer
o que posso
Certo é que essa vida decepada
jaz na tua calçada
em noites de estrelas,
ruas desertas e notícias inacabadas.
abriu-se um jornal novo
com velhas notícias do dia
numa mente deitada tranquila
O ano velho se foi
ficam nossas noites mais brabas
com o ano que agora fica
ainda repetindo os dias
Notícias dos outros
as pombas, as festas,
as roupas, as cestas,
as ceias, romãs
as notícias que aquecem o corpo
cobrem de sabedoria
sobre ser meio isso ou aquilo
sem nunca ser um inteiro
Jamais sei, saberei
Se o mundo será meu ou nosso
Com essa força pra fazer
o que posso
Certo é que essa vida decepada
jaz na tua calçada
em noites de estrelas,
ruas desertas e notícias inacabadas.
FOME
Magro, encurvado
dentes à mostra
costelas nas costas
dormindo ao relento
um cadavérico corpo
Está comendo vento?
dentes à mostra
costelas nas costas
dormindo ao relento
um cadavérico corpo
Está comendo vento?
domingo, 29 de dezembro de 2013
VIAGEM
Faço parte dessa gente, que
agora vai
viajando em nuvens
puxadas por cavalos alados
conduzidas por mim mesmo
gente que tem vidas reais
que vão à lugares - que existem
querendo explodir o destino.
Que o diabo me carregue!
Não divague sobre sua existência
a única verdade da vida é morrer.
agora vai
viajando em nuvens
puxadas por cavalos alados
conduzidas por mim mesmo
gente que tem vidas reais
que vão à lugares - que existem
querendo explodir o destino.
Que o diabo me carregue!
Não divague sobre sua existência
a única verdade da vida é morrer.
PAIXÃO
Paixões ainda me tentam
não nego
cruzes que carrego
quando as noites fazem estrelas
Paixões mal curadas também,
dos meus erros, zelos,
cuidados que não quero mais
Apaixonado
sempre fui suspeito
assustado dentro do peito
parecendo que nunca existi
Agora só invento quando preciso
ou...
quando quero comer o universo.
não nego
cruzes que carrego
quando as noites fazem estrelas
Paixões mal curadas também,
dos meus erros, zelos,
cuidados que não quero mais
Apaixonado
sempre fui suspeito
assustado dentro do peito
parecendo que nunca existi
Agora só invento quando preciso
ou...
quando quero comer o universo.
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
BERINJELA FOI AO MERCADO
Berinjela foi ao mercado
comprar chuchu pra salada
que fugiu pela portados fundos
Era um chuchu pequeno
chuchuzinho de não ser
notado, nem pra cozido
nem pra assado
Berinjela se chateou
com toda a confusão
não fala mais com chuchu
só anda com beterraba
comprar chuchu pra salada
que fugiu pela portados fundos
Era um chuchu pequeno
chuchuzinho de não ser
notado, nem pra cozido
nem pra assado
Berinjela se chateou
com toda a confusão
não fala mais com chuchu
só anda com beterraba
MORRENDO COISAS MORTAS
Um vaso morreu
no chão da minha sala
Túmulo de uma rosa morta
Fina matéria vida
aos cacos, desfolhada se foi.
no chão da minha sala
Túmulo de uma rosa morta
Fina matéria vida
aos cacos, desfolhada se foi.
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
SOBREVIVENTE
Sobrevivo a tudo isso
O amor que pareceu foi
não cabe neste poema
Fato: Foi
absolutamente
Passou simplesmente
nada mais que isso.
O amor que pareceu foi
não cabe neste poema
Fato: Foi
absolutamente
Passou simplesmente
nada mais que isso.
CARIOCAGEM
A vida corre
com água de côco
muito barulho
um mar heresia
nos corpos de areia
e muito chiado na voz.
com água de côco
muito barulho
um mar heresia
nos corpos de areia
e muito chiado na voz.
MINHA NATUREZA
Abelhudo
bebi o mel
da Azaléia
da tua saia
A natureza
bela te veste
fera
te dispo
Nos meus sonhos
infinitamente
tanto.
bebi o mel
da Azaléia
da tua saia
A natureza
bela te veste
fera
te dispo
Nos meus sonhos
infinitamente
tanto.
PELO VÃO
Que cruel tortura esta
de querer explicar tudo
As respostas ai estão
estão ai as respostas
Há uma explicação para isso
Essa curiosidade
de querer saber
o que são como são
e que são ficção
Melhor negá-las
sempre que possível
ou vivê-las
Na ficcional realidade
dum vão.
de querer explicar tudo
As respostas ai estão
estão ai as respostas
Há uma explicação para isso
Essa curiosidade
de querer saber
o que são como são
e que são ficção
Melhor negá-las
sempre que possível
ou vivê-las
Na ficcional realidade
dum vão.
DÚVIDAS DE UM BÊBADO
Será que vale a pena
se estou fetichisado
pela imensidão do Estado
Luto meus momentos
com o canto das cigarras
silencio... anoiteceu...
a brisa ficou
Nunca muda
tudo no devido lugar
a TV no canto
e o sofá no centro
O que devo fazer
ou não?
A vida enruguece
eu bêbado
no butiquim do Seu Armando.
se estou fetichisado
pela imensidão do Estado
Luto meus momentos
com o canto das cigarras
silencio... anoiteceu...
a brisa ficou
Nunca muda
tudo no devido lugar
a TV no canto
e o sofá no centro
O que devo fazer
ou não?
A vida enruguece
eu bêbado
no butiquim do Seu Armando.
ATÉ MAIS VER
Hoje há uma preguiça em tudo
uma lentidão aparente, um
silencioso pânico de gente
com doze badaladas, noite
de atores, clows, sorrisos, choros,
matando vidas inteiras
um genocídio imenso de estrelas,
parece real, mas não é
Só parece eterno
porque é lento
entre luzes e ribaltas
acenos de quem volta
sereno e descalço
Pro ano que vem.
uma lentidão aparente, um
silencioso pânico de gente
com doze badaladas, noite
de atores, clows, sorrisos, choros,
matando vidas inteiras
um genocídio imenso de estrelas,
parece real, mas não é
Só parece eterno
porque é lento
entre luzes e ribaltas
acenos de quem volta
sereno e descalço
Pro ano que vem.
24 P/ 25 DO 12
Que solidão é essa
que invade até tua sombra
sob o olhar de quem procura?
Nem-te-vi
Nada sei sobre você e a pedra
nem sobre o cão mendigo da esquina
Sei que dessa solidão me construo
construído sou só
Metafísica?
Meia noite toca o sino
nas ruas desertas, baratas,
sorrisos flácidos, amores, amigos?
Um maltrapilho morre de fome
mas a fome não morre com ele
o menino sobre a pedra na manjedoura
é de louça e fantasia.
que invade até tua sombra
sob o olhar de quem procura?
Nem-te-vi
Nada sei sobre você e a pedra
nem sobre o cão mendigo da esquina
Sei que dessa solidão me construo
construído sou só
Metafísica?
Meia noite toca o sino
nas ruas desertas, baratas,
sorrisos flácidos, amores, amigos?
Um maltrapilho morre de fome
mas a fome não morre com ele
o menino sobre a pedra na manjedoura
é de louça e fantasia.
DIÁRIO
No diário que você guarda
momentos de tua vida
não há referências
de amor
No diário
seus momentos são
linhas magras
mágoas
Seu diário
não te cabe mais
seu diário
não cabe um mar inteiro
As medidas do teu diário
são tão grandes como suas verdades.
momentos de tua vida
não há referências
de amor
No diário
seus momentos são
linhas magras
mágoas
Seu diário
não te cabe mais
seu diário
não cabe um mar inteiro
As medidas do teu diário
são tão grandes como suas verdades.
BICHO DE GOIABA
Tento enxergar
além de mim e você
um futuro quase real
de teorias prenhas
Amanhã enxergo
todo o passado de mim e você
revivendo,
minhas correntes
De resto?
nada vejo
senão rugas
num mundo pálido
como bicho
de dentro
de goiabeira.
além de mim e você
um futuro quase real
de teorias prenhas
Amanhã enxergo
todo o passado de mim e você
revivendo,
minhas correntes
De resto?
nada vejo
senão rugas
num mundo pálido
como bicho
de dentro
de goiabeira.
DESABAFO
Tomar todas as brejas
ao Pagodinho cabe,
loiras, geladas, redondas
nascer corinthiano
a nós, periferia
essa cruel realidade, de
fazer da luta um nada.
ao Pagodinho cabe,
loiras, geladas, redondas
nascer corinthiano
a nós, periferia
essa cruel realidade, de
fazer da luta um nada.
A FOME FICOU
O Natal passou
o ano já vai pra janeiro
um menino nasceu
bezerros
ovelhas
presentes
trabalho
e a fome ficou.
o ano já vai pra janeiro
um menino nasceu
bezerros
ovelhas
presentes
trabalho
e a fome ficou.
PAREI, PORQUE PAREI?
Nós lutávamos
E a massa perseguida
com a luta que lutávamos
Nós lutávamos
e a luta que lutávamos
como essa de hoje
nos traz o prazer da utopia
e a luta que lutávamos
era outra alegria
Nós lutávamos
e a luta que lutávamos
achávamos vencer todo dia
Havia tanta luta que lutávamos
e o movimento mesmo
Porque parei?
E a massa perseguida
com a luta que lutávamos
Nós lutávamos
e a luta que lutávamos
como essa de hoje
nos traz o prazer da utopia
e a luta que lutávamos
era outra alegria
Nós lutávamos
e a luta que lutávamos
achávamos vencer todo dia
Havia tanta luta que lutávamos
e o movimento mesmo
Porque parei?
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
SARDAS
Sardas esticadas no rosto
como um tapete de onça
Deito no chão e observo,
não há flores no meu Natal,
que vento te chegou?
Não veio, não virá,
só meu resto de vida
que acredita em Papai Noel.
como um tapete de onça
Deito no chão e observo,
não há flores no meu Natal,
que vento te chegou?
Não veio, não virá,
só meu resto de vida
que acredita em Papai Noel.
AMANHECENDO
Amanhã é um devaneio
porque não existe hoje.
O dia é cinza agora,
se o sol não surgir
vai chover com certeza.
Apesar de bonito o amanhã
não sei se vou brincar
de sol e chuva com você,
amanhã é só um nome,
será melhor depois de amanhã.
porque não existe hoje.
O dia é cinza agora,
se o sol não surgir
vai chover com certeza.
Apesar de bonito o amanhã
não sei se vou brincar
de sol e chuva com você,
amanhã é só um nome,
será melhor depois de amanhã.
NOVO ANO
Quando entrar o novo ano
talvez já não me encontre aqui.
Tomara o novo ano seja gente
que possa chorar crianças
mas um novo ano nem sequer é coisa!?
Nem mesmo o pão, o trigo,
os pães, o trigo
dias de um novo ano justo,
Nada surge do nada
não há d'javir
Tudo é tão ficção sem luta.
talvez já não me encontre aqui.
Tomara o novo ano seja gente
que possa chorar crianças
mas um novo ano nem sequer é coisa!?
Nem mesmo o pão, o trigo,
os pães, o trigo
dias de um novo ano justo,
Nada surge do nada
não há d'javir
Tudo é tão ficção sem luta.
ABRAÇOS DE POLVO
O abraço do polvo
acolhe
fetichisa
Meu corpo
quente
pesado
escravo
Minha alienação
minha vida
abraçada
mão de obra
Realidade
do meu olhar fictício
meu olhar
trabalhador
Meu ver comovido
o mar
quando é tsunami
Polvo
de abraço terno
suave
Agradável
como o levantar
da brisa
Ou como a canção de sereia
que tudo é
assim é o que é
Aceito, agradeço,
acolhido pelos tentáculos
que faz pensar
que existo.
Difícil ser eu
não enxergar
ao olhar
Um trabalhador mudo
olhando o poente
pra escutar o que ele fala.
acolhe
fetichisa
Meu corpo
quente
pesado
escravo
Minha alienação
minha vida
abraçada
mão de obra
Realidade
do meu olhar fictício
meu olhar
trabalhador
Meu ver comovido
o mar
quando é tsunami
Polvo
de abraço terno
suave
Agradável
como o levantar
da brisa
Ou como a canção de sereia
que tudo é
assim é o que é
Aceito, agradeço,
acolhido pelos tentáculos
que faz pensar
que existo.
Difícil ser eu
não enxergar
ao olhar
Um trabalhador mudo
olhando o poente
pra escutar o que ele fala.
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
TRISTE
Foi-se tanto tempo
momentos que a vida viveu
te casou, te felicitou,
não podia ser diferente
E eu?
Também. Triste?
Triste.
Com o tempo.
momentos que a vida viveu
te casou, te felicitou,
não podia ser diferente
E eu?
Também. Triste?
Triste.
Com o tempo.
FINAL DE TARDE
Sempre ao final da tarde
final da tarde em ponto
ela me sorri, dedilha os dedos no ar
sempre ao final da tarde em ponto
telefones, amigos, funcionários, lhe cobram atenção
sempre ao final da tarde em ponto
Pequenos gestos silenciosos, flertamos,
sempre ao final da tarde em ponto
covardes perante a forma e o conteúdo dados
sempre ao final da tarde em ponto
não vivemos um amor de verdade
sempre ao final da tarde em ponto
a noite nos escurece.
final da tarde em ponto
ela me sorri, dedilha os dedos no ar
sempre ao final da tarde em ponto
telefones, amigos, funcionários, lhe cobram atenção
sempre ao final da tarde em ponto
Pequenos gestos silenciosos, flertamos,
sempre ao final da tarde em ponto
covardes perante a forma e o conteúdo dados
sempre ao final da tarde em ponto
não vivemos um amor de verdade
sempre ao final da tarde em ponto
a noite nos escurece.
PASSATEMPO
Passa tempo
como se não passasse,
Meu baú de lembranças
guarda você, o vento, e o sol
De quando em quando
me remexo a lembrar
pro tempo passar
A coloco ao meu lado
com nossa imaginação
entristecido com o pôr do sol
quando a noite escurece
com o gostinho dos vagalumes
Sorrio pras suas sardas, desejo-lhe,
muito sol e muita chuva,
levantar-lhe as saias, na esperança
Que a qualquer momento o tempo
devolva vida ao meu baú
Pra eu deixar de passar por isso
vivê-la sem pensar nisso.
como se não passasse,
Meu baú de lembranças
guarda você, o vento, e o sol
De quando em quando
me remexo a lembrar
pro tempo passar
A coloco ao meu lado
com nossa imaginação
entristecido com o pôr do sol
quando a noite escurece
com o gostinho dos vagalumes
Sorrio pras suas sardas, desejo-lhe,
muito sol e muita chuva,
levantar-lhe as saias, na esperança
Que a qualquer momento o tempo
devolva vida ao meu baú
Pra eu deixar de passar por isso
vivê-la sem pensar nisso.
TALVEZ SEJA OUTRA
Talvez eu te achasse mais linda
de noite, nas calçadas de Cajuína.
Olho teu corpo frágil e branco
vejo forma de noite calma.
Na cama, a forma que carrega
me cobra destreza e delicadeza
como quem não deitou com ninguém.
Talvez seja outra.
de noite, nas calçadas de Cajuína.
Olho teu corpo frágil e branco
vejo forma de noite calma.
Na cama, a forma que carrega
me cobra destreza e delicadeza
como quem não deitou com ninguém.
Talvez seja outra.
NATAL
Todos (alguns) terão
um Natal, quem saiba uma ceia
em (in) completa, bárbara, solidão
No saco que carrego... amigos?
Só mercadorias.
um Natal, quem saiba uma ceia
em (in) completa, bárbara, solidão
No saco que carrego... amigos?
Só mercadorias.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
PENA DE MORTE
A pena de morte
é um pitbull faminto
de carne putrefa
dos ossos que somos
O resto é botão de camisa com casa
pente de eufemismar
imagens indigeríveis.
é um pitbull faminto
de carne putrefa
dos ossos que somos
O resto é botão de camisa com casa
pente de eufemismar
imagens indigeríveis.
CRUZADAS
Todo momento de solidão
me faço um guerreiro
um São jorge
Assassino um dragão
e duas cruzes
depois decifro cruzadas.
me faço um guerreiro
um São jorge
Assassino um dragão
e duas cruzes
depois decifro cruzadas.
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
LEVEZA DE SER
Corre de mim Carolina
pela areia do mar
conflituosamente , olha o caminho
e a vida que passa
nossas separadas,
Não fica, não deixa, não volta
corre esse mar imenso
para um porto porvir
bem longe das flores
Corre arfante, barulhenta
com sua leveza de ser
que logo te alcanço.
pela areia do mar
conflituosamente , olha o caminho
e a vida que passa
nossas separadas,
Não fica, não deixa, não volta
corre esse mar imenso
para um porto porvir
bem longe das flores
Corre arfante, barulhenta
com sua leveza de ser
que logo te alcanço.
MORTE EM MOVIMENTO
Só morrerão meus verbos
quando me for, o movimento,
com sua suavidade
de mais nada dizer.
Pena uma vida tão breve
Depois que me for, passa
porque nunca fui
quem aqui esteve.
quando me for, o movimento,
com sua suavidade
de mais nada dizer.
Pena uma vida tão breve
Depois que me for, passa
porque nunca fui
quem aqui esteve.
DOS OUTROS
Oh! Portuguesa
algum dia
num bar, com cerveja
será minha por algumas horas
Seu corpo e sorriso cativante
me atravessam como flexa
aguçando-me a cobiça,
algum dia...
Me verá gostando
naquele bar, só a mim
cansado, como sempre,
das mulheres dos outros
algum dia
num bar, com cerveja
será minha por algumas horas
Seu corpo e sorriso cativante
me atravessam como flexa
aguçando-me a cobiça,
algum dia...
Me verá gostando
naquele bar, só a mim
cansado, como sempre,
das mulheres dos outros
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
PORVIR
Um dia
depois de um sono frio
de lagarto
te direi o que penso
Um dia
terei a coragem
que não posso hoje
Um dia
guerreiro me torno
armado com as armas
de talvez amor
Um dia
um porvir...
um porvir...
depois de um sono frio
de lagarto
te direi o que penso
Um dia
terei a coragem
que não posso hoje
Um dia
guerreiro me torno
armado com as armas
de talvez amor
Um dia
um porvir...
um porvir...
TÉDIO
A noite subindo
as estrelas se ascendendo
abrindo-se para o vácuo universo
Uma grande festiva noite
universo em brilho, cintilando,
pelas semeadas estrelas
Fixo meus olhos no mastubar dos astros
Flora hegemônica do negro céu
Onde terminamos o tédio.
as estrelas se ascendendo
abrindo-se para o vácuo universo
Uma grande festiva noite
universo em brilho, cintilando,
pelas semeadas estrelas
Fixo meus olhos no mastubar dos astros
Flora hegemônica do negro céu
Onde terminamos o tédio.
OPERANDO UM VERSO
Saltam os gritos da folha branca
dos operários que mastigam ossos
do matadouro que engole homens
como um polvo, abraçando, sacudindo,
afundando as marés com os tentáculos
ao som de uma canção de ninar
O balançar das ondas?
Juntam os corpos e as memórias
que já não trabalham, fodem como cães
mães, pais, filhos sem mais valia.
dos operários que mastigam ossos
do matadouro que engole homens
como um polvo, abraçando, sacudindo,
afundando as marés com os tentáculos
ao som de uma canção de ninar
O balançar das ondas?
Juntam os corpos e as memórias
que já não trabalham, fodem como cães
mães, pais, filhos sem mais valia.
POEMA
O poeta
versou a filha
mas ela, amanhecendo
deitou-se com a lua
O poeta
rimou as amantes
mas só lhe coube,
flores, flores
e um beija-flôr
O poeta
poemou os amigos
sem rimas
se perderam em diferenças,
Fez então uma auto-poesia
Os Narcisos gritaram:
Somos enfim um poema!
versou a filha
mas ela, amanhecendo
deitou-se com a lua
O poeta
rimou as amantes
mas só lhe coube,
flores, flores
e um beija-flôr
O poeta
poemou os amigos
sem rimas
se perderam em diferenças,
Fez então uma auto-poesia
Os Narcisos gritaram:
Somos enfim um poema!
terça-feira, 26 de novembro de 2013
CHINFRIM
Real ou ficção?
O eu em mim pra você
você em si para mim
sei que surfo
um mar e moto
aventura chinfrim
O que procuro?
Vida e morte
Narciso num mundo de mim
na crista da onda
esse mar e moto
aventura chinfrim.
O eu em mim pra você
você em si para mim
sei que surfo
um mar e moto
aventura chinfrim
O que procuro?
Vida e morte
Narciso num mundo de mim
na crista da onda
esse mar e moto
aventura chinfrim.
EXISTÊNCIA
Velho ? Me volto a infância,
birrento, marrento, exigente
recordo, olho, comparo.
Tudo tão velho onde fui novo
tão outro o que me tornei
não sei se fui sou feliz ou não
sei que essa garoa me lava as rugas
Toda vez que me revejo
busco respostas a essa existência
que me transcende.
birrento, marrento, exigente
recordo, olho, comparo.
Tudo tão velho onde fui novo
tão outro o que me tornei
não sei se fui sou feliz ou não
sei que essa garoa me lava as rugas
Toda vez que me revejo
busco respostas a essa existência
que me transcende.
SEVERINA SOLIDÃO
Jamais admitiria ser uma nuvem
Pra que tudo que voasse defecasse
Melhor seria ser chão
que úmido brotasse
Tudo que fizesse vida
ùtero do mundo, em cena
Severina lida, solidão
mistérios, sofrimentos.
Pra que tudo que voasse defecasse
Melhor seria ser chão
que úmido brotasse
Tudo que fizesse vida
ùtero do mundo, em cena
Severina lida, solidão
mistérios, sofrimentos.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
DEVANEIOS EXISTENCIAIS
Sózinho sido
Sózinho sendo
Serei
Um gato meigo
Tenho amor a isto
talvez por não ter o que amar
ou
por nada que valha meu amor
tanto poderia dá-lo à um gato
ou
as estrelas
Nunca amei senão coisa nenhuma?
Do amor só lhe exigi que fosse sonho
Tenho muitas mulheres dentro de mim
reais, imperfeitas
Sou um sonhador que faz poesia pra mim.
Sózinho sendo
Serei
Um gato meigo
Tenho amor a isto
talvez por não ter o que amar
ou
por nada que valha meu amor
tanto poderia dá-lo à um gato
ou
as estrelas
Nunca amei senão coisa nenhuma?
Do amor só lhe exigi que fosse sonho
Tenho muitas mulheres dentro de mim
reais, imperfeitas
Sou um sonhador que faz poesia pra mim.
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
COISAS QUE VALEM A VIDA
Cultivo ainda algumas mágoas
em que o ceticismo sobrevive.
Um pouco de amor,
vivo porque já vivi.
Sou um tanto ignorante
de saber que pouco sei
è uma ficção
com pitada de realidade
Rosa de desamor
em arranjos de laços de fita,
Berra! vermelha, gritante,
as lutas que movem o mundo.
em que o ceticismo sobrevive.
Um pouco de amor,
vivo porque já vivi.
Sou um tanto ignorante
de saber que pouco sei
è uma ficção
com pitada de realidade
Rosa de desamor
em arranjos de laços de fita,
Berra! vermelha, gritante,
as lutas que movem o mundo.
DO BALANÇO NA VARANDA
Esta tarde refrescou no balançar do vime.
A cobiçada Carolina brincava de mal me quer
com as margaridas.
Essa varanda é uma janela grande
quando assim a imaginei e fiz,
era um romântico Pudol
Acolhido na primeira vez.
Queria então ser poeta, sem noção de rimas.
Tenho agora esse espaço meu em vida
Balançando com minha cadeira de sanidade.
A cobiçada Carolina brincava de mal me quer
com as margaridas.
Essa varanda é uma janela grande
quando assim a imaginei e fiz,
era um romântico Pudol
Acolhido na primeira vez.
Queria então ser poeta, sem noção de rimas.
Tenho agora esse espaço meu em vida
Balançando com minha cadeira de sanidade.
QUERENÇA
Meu desejo aumenta, cobiça
novamente sentado na praça,
tempo fechado, cinza entre
um desejo e outro,
negação da negação, fendas
num lençol úmido,
querença, de suores, deitando
os sonhos do mundo, nadando...
voando...pra banhar-se de novas águas
num dia colorido de borboletas.
novamente sentado na praça,
tempo fechado, cinza entre
um desejo e outro,
negação da negação, fendas
num lençol úmido,
querença, de suores, deitando
os sonhos do mundo, nadando...
voando...pra banhar-se de novas águas
num dia colorido de borboletas.
AS QUINTAS NA MINHA RUA
Buzinas de carros, pregão na feira,
gritos.apelos. dvd's piratas e sorrisos
na rua da minha casa às quintas;
Cheiro de urina dormida
homens em descanso à porta das lojas
sabiás, maritacas, gritando juntas
O sol secando a chuva do mundo
sangue seco da vida roubada
no asfalto debaixo da caixa de tomate
A brisa, cheiro das flores,
condimentos e frutas
tudo isso e eu sózinho
Minha vida, minha gente,
minha rua...
amanhã novamente.
gritos.apelos. dvd's piratas e sorrisos
na rua da minha casa às quintas;
Cheiro de urina dormida
homens em descanso à porta das lojas
sabiás, maritacas, gritando juntas
O sol secando a chuva do mundo
sangue seco da vida roubada
no asfalto debaixo da caixa de tomate
A brisa, cheiro das flores,
condimentos e frutas
tudo isso e eu sózinho
Minha vida, minha gente,
minha rua...
amanhã novamente.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
O AMOR BUSCA O QUE NÃO TEM
O amor veleja pelo que não tem
Se as velas não se movem
Nem aqui ou Mucuripe
não sai para pescar amor
não pega nem gripe.
Mexe, vento mexe,
pra velejar de novo, sem remo,
cobiça o horizonte.
O que amo hoje tenho,
Amo o que não tenho ainda.
Se as velas não se movem
Nem aqui ou Mucuripe
não sai para pescar amor
não pega nem gripe.
Mexe, vento mexe,
pra velejar de novo, sem remo,
cobiça o horizonte.
O que amo hoje tenho,
Amo o que não tenho ainda.
MASCARADOS
Quando caírem as máscaras
que compõem o rosto, atrás,
infindas rugas inofensivas, aparecerão,
do passado não construído, um cão,
acoleirado, morrendo de câncer,
morrerá, morrerei, na roda gigante,
que gira peões.
Deito-me, talvez fosse feliz,
como coisa ou outra,
dispo a máscara, estúpido
ficcional ou não; versando...
versando...
que compõem o rosto, atrás,
infindas rugas inofensivas, aparecerão,
do passado não construído, um cão,
acoleirado, morrendo de câncer,
morrerá, morrerei, na roda gigante,
que gira peões.
Deito-me, talvez fosse feliz,
como coisa ou outra,
dispo a máscara, estúpido
ficcional ou não; versando...
versando...
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
OUTRAS COISAS
Somos um mal necessário
vestidos de regras e ficções
lutando contra nossa humanidade
guerra cotidiana em cada rua, cada canto,
pensando hoje em uma coisa, amanhã n'outra.
vestidos de regras e ficções
lutando contra nossa humanidade
guerra cotidiana em cada rua, cada canto,
pensando hoje em uma coisa, amanhã n'outra.
MEU DEUS E DOS OUTROS
Nunca soube porque não creio em Deus,
nunca soube porque creio em Deus
Não! Porque?
Vivo a margem das crenças
certo de que se esse rio transbordar
vai afogar as margens - marginais como eu,
certo estou de que:
Deuses nascem - Deuses morrem - E daí?
nunca soube porque creio em Deus
Não! Porque?
Vivo a margem das crenças
certo de que se esse rio transbordar
vai afogar as margens - marginais como eu,
certo estou de que:
Deuses nascem - Deuses morrem - E daí?
IRONIA DE MESMICES
Vejo meu amanhã de mesmices
amanhã que não construo
que pode ser, porque o pensamento voa,
mas, sou indivíduo,onipresente, e feliz.
Todo esse "presente" fictício
de lindos momentos fúteis,
não merecem mudanças radicais;
que mudem meus companheiros prenhos de utopias!
Tenho toda felicidade que mereço
como roupagem que me aquece,
Certo! Um dia ficarei nú de mim,
curarei-me da miopia.
Me assistirei no amanhã,
Quem fui? Quem serei?
Nesse espaço temporal entre eu e eu,
sigo sendo.
amanhã que não construo
que pode ser, porque o pensamento voa,
mas, sou indivíduo,onipresente, e feliz.
Todo esse "presente" fictício
de lindos momentos fúteis,
não merecem mudanças radicais;
que mudem meus companheiros prenhos de utopias!
Tenho toda felicidade que mereço
como roupagem que me aquece,
Certo! Um dia ficarei nú de mim,
curarei-me da miopia.
Me assistirei no amanhã,
Quem fui? Quem serei?
Nesse espaço temporal entre eu e eu,
sigo sendo.
terça-feira, 3 de setembro de 2013
QUANDO EU VOLTAR A AMAR
Ao voltar a amar, mulher,
romântico, carinhoso e gentil
me abraça amamenta,
me ajuda a crescer,
deita-me na tua cama,
me embala a criança,
brincamos de sol e chuva,
conta-me teus segredos
misturando com os meus,
me expõe os sonhos
sob o tamborilar dos meus dedos.
Amar é como um grão
geminando nem sempre, nem tão,
real ou ilusão.
Para as sementes sorrio...
não sei bem se elas entendem.
romântico, carinhoso e gentil
me abraça amamenta,
me ajuda a crescer,
deita-me na tua cama,
me embala a criança,
brincamos de sol e chuva,
conta-me teus segredos
misturando com os meus,
me expõe os sonhos
sob o tamborilar dos meus dedos.
Amar é como um grão
geminando nem sempre, nem tão,
real ou ilusão.
Para as sementes sorrio...
não sei bem se elas entendem.
PIPA
Fiz das mágoas minha pipa
que coloquei no ar com minhas mãos
Voou como quem voa
pena de pombo ou bem-te-vi
Admirável leveza de ser do meu corpo
como que expurgando uma cruz de sequóia
Ganhei uma re-vida
posso sonhar com a floresta.
que coloquei no ar com minhas mãos
Voou como quem voa
pena de pombo ou bem-te-vi
Admirável leveza de ser do meu corpo
como que expurgando uma cruz de sequóia
Ganhei uma re-vida
posso sonhar com a floresta.
EU
Não sou poeta. Sou margem
de segredos neurônicos onde se esconde
algum alguém em mim.
Entregue na espeiral da vida
para vivê-la com um fim definitivo:
morrê-la!
de segredos neurônicos onde se esconde
algum alguém em mim.
Entregue na espeiral da vida
para vivê-la com um fim definitivo:
morrê-la!
quinta-feira, 29 de agosto de 2013
ÁGUAMOLE
margemmarginal
quetransbordo
palavrasmudas
namesmiceimunda
dapedranocaminho
margemdeafogados
solidezliquefeita
águamolepedradura
batebatebate
atéquefura
dochuiaosolnascente.
quetransbordo
palavrasmudas
namesmiceimunda
dapedranocaminho
margemdeafogados
solidezliquefeita
águamolepedradura
batebatebate
atéquefura
dochuiaosolnascente.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
SAUDOSISMO
Há muita satisfação
numa geração
que gera - ação
que ingere emoção
que hoje não há
nada oferece,
só mercadorias
LÁPIDES
“Mais temível do que qualquer masmorra, são os profundos buracos que enterro a cabeça significando meu ser, de modo que, ao deparar-me com o queijo suiço que dá forma à meu mundo, rato sou como os outros, a quem não me é possível invejar.”
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
FLERTE
Gostava tanto
de gostar de gostar,
dos olhos
da menina, que nunca soube
o que me contava, fazia-de-conta
Depois sorria.
Sorria porque?
A menina dos olhos
Sorria das possibilidades
do que poderia sido,...
que só sua menina
escondia.
de gostar de gostar,
dos olhos
da menina, que nunca soube
o que me contava, fazia-de-conta
Depois sorria.
Sorria porque?
A menina dos olhos
Sorria das possibilidades
do que poderia sido,...
que só sua menina
escondia.
terça-feira, 7 de maio de 2013
DO TEMPO DE VOVÓ
Toda dúvida carrego
nasci mulher, nasci pronta?
Nascida homem teria que se aprontar?
Bandeira tremulante
Mastro de se apoiar
Verdades o tempo rouba
só dúvidas me restam no corpo.
nasci mulher, nasci pronta?
Nascida homem teria que se aprontar?
Bandeira tremulante
Mastro de se apoiar
Verdades o tempo rouba
só dúvidas me restam no corpo.
sábado, 23 de fevereiro de 2013
BANDAS DE BUNDAS
Gêmeas, bandas
juntas, bundas
entre metades
meias luas
abismos mistérios
rolam redondas
bundas corcundas
músicas, poemas
instrumentos adjetivos
violão, avião
bundas concavas
comoversas
bandas gêmeas
entrepernas
alvos esferas
bolas alegres
dourando n`areia
excitando mares
bundas musas de
encantos Jobins.
juntas, bundas
entre metades
meias luas
abismos mistérios
rolam redondas
bundas corcundas
músicas, poemas
instrumentos adjetivos
violão, avião
bundas concavas
comoversas
bandas gêmeas
entrepernas
alvos esferas
bolas alegres
dourando n`areia
excitando mares
bundas musas de
encantos Jobins.
sábado, 29 de setembro de 2012
UM DIA
Um dia
liberto da moral burguesa
serei criança
e sorrirei!
Um dia
Sem Deus, céu e inferno
voltarei a ser humano
e sorrirei!
Um dia
Não estando sob o olhar do outro
acasalherei-me em teus braços
e morrerei!
liberto da moral burguesa
serei criança
e sorrirei!
Um dia
Sem Deus, céu e inferno
voltarei a ser humano
e sorrirei!
Um dia
Não estando sob o olhar do outro
acasalherei-me em teus braços
e morrerei!
PRONTO PRA BRIGA
Meus pensamentos
são inesperados
Meus pensamentos
voam
Batem as asas no meu quarto
a luz de um molotov
Ao som de uma música xiita
sou um homem em minha ilusão
Será que me basto?
Não rastejo, isso é certo.
Solto poemas pra implodir
cidades e ideais.
Quem pode me enfrentar?
são inesperados
Meus pensamentos
voam
Batem as asas no meu quarto
a luz de um molotov
Ao som de uma música xiita
sou um homem em minha ilusão
Será que me basto?
Não rastejo, isso é certo.
Solto poemas pra implodir
cidades e ideais.
Quem pode me enfrentar?
DO AVESSO
Vivi em tempos de repressão,
sumiços, torturas, rosas de hiroshimas
e a utopia de uma revolução.
Vivo outros tempos, outras lutas,
sem saber ainda o que fazer.
Há um vazio surgindo,
nessa utopia de novos direitos,
onde viver só é preciso
sorvendo minha garrafa de Chateau.
Nessa ressaca, penso nessa dor do avesso...
do avesso...do avesso...do avesso...
sumiços, torturas, rosas de hiroshimas
e a utopia de uma revolução.
Vivo outros tempos, outras lutas,
sem saber ainda o que fazer.
Há um vazio surgindo,
nessa utopia de novos direitos,
onde viver só é preciso
sorvendo minha garrafa de Chateau.
Nessa ressaca, penso nessa dor do avesso...
do avesso...do avesso...do avesso...
MEU ÚNICO BEM
Não tenho faróis de xenon
nem paletas prateadas no parabrisa
não tenho carro, nem casa; sou montador.
Não tenho bens, só um poder dividido no lar
não tenho mais que minha companheira,
companheira de amor e lutas.
Ela é meu único bem.
nem paletas prateadas no parabrisa
não tenho carro, nem casa; sou montador.
Não tenho bens, só um poder dividido no lar
não tenho mais que minha companheira,
companheira de amor e lutas.
Ela é meu único bem.
domingo, 23 de setembro de 2012
LEMBRANÇAS
Lembranças, guardo comigo,
lembranças, páginas de um livro...
brilhantes como as estrelas,
caminho de rio que não sigo,
sou margem, ribanceira, solidão.
Lembranças são coloridas,
por mim, por você,
por acasos, tantos dadas.
Lembranças... amores,
algumas foram o que são
que a todo dia me acaricia,
são o que tenho de melhor
a carregar na vida.
lembranças, páginas de um livro...
brilhantes como as estrelas,
caminho de rio que não sigo,
sou margem, ribanceira, solidão.
Lembranças são coloridas,
por mim, por você,
por acasos, tantos dadas.
Lembranças... amores,
algumas foram o que são
que a todo dia me acaricia,
são o que tenho de melhor
a carregar na vida.
PRIMEIRO DE ABRIL
Amor como aquele
que seja o último.
Nem chorei meia lágrima
nem garoei.
Amor como aquele
nem me viu
agora, só em primeiro de Abril.
que seja o último.
Nem chorei meia lágrima
nem garoei.
Amor como aquele
nem me viu
agora, só em primeiro de Abril.
MENINA DOS OLHOS
O que minha menina
quando acorda olha?
Vê no hoje o que não há,
pra viver um amanhã que não vê
se ontem esteve dormindo?
quando acorda olha?
Vê no hoje o que não há,
pra viver um amanhã que não vê
se ontem esteve dormindo?
MINHA CASINHA EM MARAMBAIA
Na varanda
espreguicei o mar
depois de um padre nosso
uma ave maresia amanhecida
era muito mar
mar de lado a lado.
espreguicei o mar
depois de um padre nosso
uma ave maresia amanhecida
era muito mar
mar de lado a lado.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
COISAS DE MAR
Está em mim
o sal
do teu mar extenso
O mar olhar
batendo nas pedras
Banho a tua imagem
mergulho
Amo e salgo
Pensamentos aos pensamentos
à você
Sou e me és
e me consumo
Marisco-me
(fugindo do amor)
na tua dura pedra
Sou e me és
em tudo que construo
dividido inseguro
Transformo-me todo dia
navegando teus passos
os momentos o que fica
Aprumo-me
revolto e mareado
Um mar heresia atravessando o tempo
amor que salta de mim
ao saltar-te
Alimento-me
do vento marinho
sorvendo a gota do sal do rosto
Batalho com ondas errantes
me premiando com tua vida em vida
Acolho-me
perto da costa
com minha mala de mentiras
Continuo navegando
nesse mar
numa vida em brisas
Imaginado-a nas marés
batendo nas pedras
Mata-me!
Logo?
o sal
do teu mar extenso
O mar olhar
batendo nas pedras
Banho a tua imagem
mergulho
Amo e salgo
Pensamentos aos pensamentos
à você
Sou e me és
e me consumo
Marisco-me
(fugindo do amor)
na tua dura pedra
Sou e me és
em tudo que construo
dividido inseguro
Transformo-me todo dia
navegando teus passos
os momentos o que fica
Aprumo-me
revolto e mareado
Um mar heresia atravessando o tempo
amor que salta de mim
ao saltar-te
Alimento-me
do vento marinho
sorvendo a gota do sal do rosto
Batalho com ondas errantes
me premiando com tua vida em vida
Acolho-me
perto da costa
com minha mala de mentiras
Continuo navegando
nesse mar
numa vida em brisas
Imaginado-a nas marés
batendo nas pedras
Mata-me!
Logo?
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